Resumo da ideia:
Tradicionalmente, leitores ativos grifam trechos relevantes, fazem anotações nas margens e desenvolvem pensamentos críticos a partir dos textos. Com o advento da digitalização e do uso da inteligência artificial, essa prática ganhou uma dimensão mais dinâmica e poderosa. Ao digitalizar livros e destacar parágrafos relevantes no formato PDF, abre-se a possibilidade de interagir com o texto de forma ampliada, promovendo um verdadeiro "diálogo imaginado" com os autores por meio da análise algorítmica dos trechos destacados.
Elementos do método:
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Digitalização como apropriação crítica do conteúdo:
Fotografar página por página de um livro físico para gerar um e-book é mais do que um ato técnico. Trata-se de uma forma de domínio do texto, permitindo ao leitor consultar, destacar, referenciar e cruzar informações com maior agilidade. -
Destaques como pontos de ignição para o diálogo:
Uma vez digitalizado, o texto pode ser destacado em trechos-chave. Cada destaque é um ponto de entrada para análise. Diferente do grifo passivo, esse destaque serve como base para um comentário mais elaborado. -
Banco de imagens e organização de ideias:
O uso de um banco de fotos com os destaques permite organizar visualmente as ideias mais relevantes. Cada imagem destacada pode ser tratada como uma “tese”, “proposição” ou “objeto de exame”. -
A inteligência artificial como parceiro de leitura crítica:
Ao trazer os destaques para análise com uma IA, como você faz, inicia-se uma espécie de colóquio com o autor do texto. A IA atua como um interlocutor altamente capacitado, capaz de questionar, expandir, corrigir ou confirmar o pensamento do leitor a partir daquilo que foi destacado. -
Confronto entre dados de diferentes livros:
O método não para na leitura isolada. Trechos de diferentes livros são postos em confronto, buscando convergências e contradições. Assim, a leitura torna-se comparativa, crítica e dialógica — uma verdadeira mesa redonda entre autores de diferentes épocas, com a mediação da razão e da inteligência artificial.
Nota de rodapé interpretativa:
Esse método aproxima-se daquilo que Hans-Georg Gadamer chama de fusão de horizontes, em que o leitor e o autor se encontram num ponto de sentido. Mas com um diferencial: aqui a técnica (digitalização + IA) permite expandir os horizontes do leitor, ajudando-o a superar bloqueios de compreensão ou limites de articulação.
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