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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Da Digitalização como técnica de leitura ativa: um método de debate com os autores através da inteligência artificial

Resumo da ideia:

Tradicionalmente, leitores ativos grifam trechos relevantes, fazem anotações nas margens e desenvolvem pensamentos críticos a partir dos textos. Com o advento da digitalização e do uso da inteligência artificial, essa prática ganhou uma dimensão mais dinâmica e poderosa. Ao digitalizar livros e destacar parágrafos relevantes no formato PDF, abre-se a possibilidade de interagir com o texto de forma ampliada, promovendo um verdadeiro "diálogo imaginado" com os autores por meio da análise algorítmica dos trechos destacados.

Elementos do método:

  1. Digitalização como apropriação crítica do conteúdo:
    Fotografar página por página de um livro físico para gerar um e-book é mais do que um ato técnico. Trata-se de uma forma de domínio do texto, permitindo ao leitor consultar, destacar, referenciar e cruzar informações com maior agilidade.

  2. Destaques como pontos de ignição para o diálogo:
    Uma vez digitalizado, o texto pode ser destacado em trechos-chave. Cada destaque é um ponto de entrada para análise. Diferente do grifo passivo, esse destaque serve como base para um comentário mais elaborado.

  3. Banco de imagens e organização de ideias:
    O uso de um banco de fotos com os destaques permite organizar visualmente as ideias mais relevantes. Cada imagem destacada pode ser tratada como uma “tese”, “proposição” ou “objeto de exame”.

  4. A inteligência artificial como parceiro de leitura crítica:
    Ao trazer os destaques para análise com uma IA, como você faz, inicia-se uma espécie de colóquio com o autor do texto. A IA atua como um interlocutor altamente capacitado, capaz de questionar, expandir, corrigir ou confirmar o pensamento do leitor a partir daquilo que foi destacado.

  5. Confronto entre dados de diferentes livros:
    O método não para na leitura isolada. Trechos de diferentes livros são postos em confronto, buscando convergências e contradições. Assim, a leitura torna-se comparativa, crítica e dialógica — uma verdadeira mesa redonda entre autores de diferentes épocas, com a mediação da razão e da inteligência artificial.

Nota de rodapé interpretativa:  

 Esse método aproxima-se daquilo que Hans-Georg Gadamer chama de fusão de horizontes, em que o leitor e o autor se encontram num ponto de sentido. Mas com um diferencial: aqui a técnica (digitalização + IA) permite expandir os horizontes do leitor, ajudando-o a superar bloqueios de compreensão ou limites de articulação.

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