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domingo, 18 de agosto de 2024

A Geopolítica das Olimpíadas

(0:00) Olimpíadas e geopolítica, muita gente me pediu para eu falar disso, eu já fiz um vídeo falando sobre o atentado terrorista de Munique, na Alemanha, (0:10) mas geopolítica se manifesta na Olimpíada ou as Olimpíadas são manifestações geopolíticas de muitas outras maneiras, (0:20) desde a escolha da sede, uso do soft power, mas hoje eu quero falar especificamente de um elemento geopolítico que está ligado com as Olimpíadas, (0:31) que é o nacionalismo. (0:33) Nós chegamos ao fim das Olimpíadas, dos Jogos de Paris, e se falou muito, o discurso de encerramento foi sobre como as nações estavam ali em paz, (0:45) apesar de todos os problemas que nós sabemos que o mundo tem hoje, geopoliticamente falando. (0:52) E realmente é curioso, e desse ponto de vista os Jogos Olímpicos representam um sonho almejado da geopolítica ou das relações internacionais, (1:04) que é a busca pela paz, a busca pela ordem, pela estabilidade, por justiça.

(1:11) De muitas maneiras, os Jogos Olímpicos conseguem representar isso. (1:17) A gente tem nações do mundo todo reunidas ali para competir de forma adversarial, mas com respeito e sem se matarem. (1:29) É uma competição pacífica no esporte, onde todos se enfrentam e se respeitam e mostram humildade.

(1:39) O que dizer daquele pódium da Simone Biles e da outra atleta americana reverenciando a Rebecca? (1:51) Aquela cena, aquela foto é muito forte. (1:54) Ela é uma foto que mostra, apesar da rivalidade, da competição, da animosidade, da disputa por poder, existe muito respeito. (2:05) Seria uma manifestação bonita da geopolítica, onde todos os competidores e adversários, no final das contas, se respeitam.

(2:17) Óbvio que o mundo fora do esporte não é assim, e por isso talvez os Jogos Olímpicos tenham essa relação com a paz, (2:28) de busca pela paz ou quase alcançando a paz. (2:32) Eu vou mais longe. (2:34) Um tema do final da cerimônia de encerramento falou sobre um ser de outro planeta que estivesse ali e vendo os Jogos Olímpicos.

(2:46) Vamos imaginar essa situação, onde a gente olhasse de fora da Terra e todos os povos da Terra estivessem reunidos praticando competições esportivas. (3:01) Claro que para nós, aqui de dentro, não enxergamos os Jogos dessa maneira. (3:07) É muito difícil a gente ter essa visão total do macro.

(3:12) A gente olha para os Jogos Olímpicos como uma manifestação das divisões que existem. (3:18) Afinal de contas, são os países que estão competindo ali, e o mundo está dividido entre várias pequenas ilhas, (3:27) cada um com o seu país, e você olha e fica pensando, a China ganhou aquilo, os Estados Unidos ganharam mais medalha, (3:35) nosso adversário agora é a Polônia, mas depois no outro esporte nós vamos enfrentar o Egito. (3:44) E a nossa visão, o nosso olhar, ele é recortado, ele não é um olhar, (3:48) todos os seres humanos estão aqui reunidos nesse lugar, de todos os grupos representados e competindo entre eles pacificamente.

(4:01) Talvez um alienígena que estivesse olhando isso de fora acharia interessante, (4:06) poderia até chegar à conclusão que nós somos uma espécie mais evoluída, mais organizada, (4:13) capaz de resolver as nossas diferenças sem se matar, mais justos, (4:21) enfim, uma série de qualidades que nem nós mesmos conseguimos enxergar nem neste momento específico, (4:28) porque a gente não consegue tirar a lente nacional. (4:33) Isso é muito interessante, é pura geopolítica, (4:38) porque nós partimos do nosso olhar para o mundo de acordo com o lugar que a gente veio. (4:46) Nada mais geopolítico do que isso, porque geografia é sobre lugar, (4:53) o lugar da onde você veio vai determinar para quem você vai torcer.

(5:01) E eu falo disso o tempo inteiro quando eu falo de geopolítica, que eu explico que existem dois amores. (5:08) O amor herdado, que você não escolhe, é dado para você. (5:13) O amor pelos nossos pais, você não escolhe, é dado, você recebeu, você herdou ele.

(5:19) E o amor adquirido, que é o amor que você escolhe, (5:22) o amor como, por exemplo, a pessoa que você quer escolher passar o resto da sua vida, (5:28) esse seria o amor adquirido. (5:29) Não em todas as sociedades, também já expliquei isso em várias sociedades, (5:33) você não escolhe com quem você casa, o casamento é arranjado. (5:38) Você aceita se casar não pelo amor adquirido, mas pelo amor herdado, (5:43) pelo amor à sua família, porque a sua família escolhe e você aceita, (5:47) porque você ama a sua família e aquele amor você não pode mudar.

(5:51) Ele não é racional. (5:53) É a mesma coisa com a nossa torcida, o nosso olhar para os Jogos Olímpicos. (5:58) Nós torcemos para o nosso país e a gente torce para o nosso país (6:03) não é porque ele é mais bonito, não é porque ele é mais justo, (6:07) porque ele é mais competente, porque ele é mais disciplinado, (6:10) porque ele tem mais força.

(6:13) A gente torce para o nosso país e todos os povos torcem para o seu próprio país (6:19) porque você nasceu ali, porque aquele é o seu país. (6:27) Essa não é uma escolha independente, não é uma escolha que você vai elencar valores, (6:32) critérios e falar assim, não, eu quero torcer para o melhor. (6:35) Não, você torce para o seu e você torce para ele porque ele é seu.

(6:42) Vejam, então a gente não consegue olhar para o mundo sem essa lente (6:47) e a gente assiste os Jogos Olímpicos com esse olhar, com essa visão, (6:53) com essa perspectiva o tempo inteiro e nós estamos aprisionados a ela. (6:59) Essa é uma lealdade conectada com a ideia do amor herdado. (7:05) A nossa nação, onde a gente veio, o lugar que a gente veio vai moldar quem somos (7:12) e parte da nossa identidade está ligada com essa identidade coletiva da nossa nação.

(7:20) Por isso que o nacionalismo é uma expressão do amor herdado. (7:26) Claro, eu posso mudar de nacionalidade, posso, eu adquiri, (7:31) mas mesmo assim, como eu sempre digo, você não vai apagar o lugar de onde você veio de verdade. (7:36) Você adquiriu um novo amor e aí é talvez a distinção entre Brasil e República Federativa do Brasil.

(7:44) Você nasceu no Brasil. (7:45) A nossa relação com a República Federativa do Brasil é bastante complicada, (7:50) mas a nossa relação com o Brasil é mais automática, ela é instantânea, ela é natural, ela é herdada (7:55) e por isso que a gente vai torcer para o Brasil. (7:59) Claro que essa lealdade, esse amor herdado, muitos falam que ele é incondicional, (8:06) que ele é uma disposição total e imediata de se sacrificar, de acreditar e torcer.

(8:12) Mesmo que a gente saiba que somos piores, nós estaremos torcendo. (8:17) Não acho que isso impede a gente de criticar, mas no dia seguinte a gente vai acordar (8:22) e vai torcer de novo para o nosso time, para o nosso país. (8:27) E essa manifestação do nacionalismo é muito forte.

(8:32) Parte da identidade nacional, que é isso que nos faz ser membros dessa comunidade imensa (8:38) de pessoas estranhas, na maioria delas, porque a gente não conhece a maioria dos brasileiros, por exemplo, (8:45) é o que nos une e o que nos faz andar junto. (8:49) Então essa identidade nacional é construída por vários elementos e o esporte é sim um elemento. (8:55) E eu sempre digo que no Brasil esse elemento é inclusive mais forte do que os outros elementos (9:00) que a gente precisaria, como a história, como termos heróis, como lideranças.

(9:05) Faltam muitos desses elementos na construção da identidade nacional brasileira. (9:10) E um dos elementos fortes, que talvez seja um dos únicos onde nós nos sentimos plenamente (9:17) ou totalmente focados em sermos brasileiros, é no esporte. (9:24) O esporte tem esse poder unificador, ele ajuda a construir identidades.

(9:28) Não é só aqui, mas aqui a nossa ênfase na nossa identidade nacional, o peso do esporte (9:34) na nossa identidade nacional é ainda maior do que nos outros lugares. (9:38) E infelizmente no Brasil ele termina no esporte, porque raramente ele ultrapassa o esporte. (9:46) O patriotismo brasileiro fica restrito e limitado só à ideia da hora que a gente está torcendo.

(9:52) E óbvio que isso afeta a nação, afeta a gente estar unido, a gente trabalhar junto, (9:57) a gente conseguir prosperar coletivamente em grande escala. (10:04) Uma outra discussão interessante sobre esse olhar dos Jogos Olímpicos e do nacionalismo (10:10) é uma pergunta se o patriotismo pode ser considerado uma virtude. (10:17) E muitos acreditam que sim.

(10:20) Eu acho que faz sentido a gente olhar como uma virtude, (10:23) porque você ser capaz de admirar, se sacrificar, torcer, gostar pelo seu grupo, (10:33) pelo grupo que você faz parte, é o que faz você prosperar. (10:38) O problema do Brasil é que a gente é incapaz de fazer isso em qualquer momento fora do esporte, (10:44) como eu estava explicando aqui para vocês. (10:46) Se a gente conseguisse fazer isso fora do esporte, a gente teria prosperado muito mais.

(10:51) Nações que são capazes de fazer isso fora do esporte em vários momentos, (10:55) como Alemanha, Japão e Estados Unidos, são nações muito prósperas, (10:59) porque elas conseguem construir mais coisas juntas. (11:05) Então o patriotismo é uma virtude. (11:07) O patriotismo no esporte também pode ser uma virtude.

(11:12) Dá alguns exemplos que manifestam a virtude máxima disso. (11:16) Um deles é o que aconteceu em 1971, no campeonato mundial de tênis de mesa. (11:23) A China estava jogando com os Estados Unidos, (11:25) e o jogador americano virou para o jogador chinês no final do jogo e falou assim, (11:28) olha, eu queria treinar com você, a gente pode treinar junto para eu aprender mais? (11:33) E ele ficou todo assustado, com medo, falou que não, e saiu correndo e contou para os técnicos.

(11:40) Os técnicos foram lá e contaram para oficiais do Ministério das Relações Exteriores, (11:44) e aquilo foi escalando até chegar no Mao Tse Tung, (11:47) e aí o Mao olhou e falou assim, não, ele está permitido de treinar com o americano. (11:53) Aquilo permitiu uma abertura de um canal de comunicação entre China e Estados Unidos, (11:59) é conhecido como a diplomacia do ping-pong e do tênis de mesa. (12:03) Então, nesse sentido, o esporte, o patriotismo no esporte, (12:07) abriu um espaço para uma diplomacia, para um canal de comunicação, (12:11) e isso mostra que o esporte, que o patriotismo no esporte pode sim ser uma virtude.

(12:19) A gente pode dizer que o patriotismo no esporte é uma linguagem do nacionalismo moralmente rica. (12:32) Claro que eu posso pensar em situações onde o patriotismo no esporte é nocivo e negativo, posso, (12:40) o próprio exemplo do atentado terrorista de 92 contra os atletas, de 72 contra os atletas israelenses. (12:49) Ali o patriotismo se manifestou, o patriotismo no esporte usou o esporte como uma arma de guerra, (12:58) matando, sequestrando e ferindo outros atletas.

(13:02) Uma outra situação que aconteceram nesses jogos em Paris, por exemplo, (13:07) você transformar o seu adversário em um vilão, pelo patriotismo. (13:13) Uma coisa é você torcer e tal, e querer que outro perca, (13:16) outra coisa é depois que acabou o jogo, acabou o resultado, (13:21) você usa as situações políticas para diminui-lo, para humilhar, (13:28) ou para usar aquilo de uma forma política. (13:32) Então quando a atleta brasileira ganhou da israelense, (13:37) muita gente ficou feliz pelo seu ódio a Israel, pelo antissemitismo, (13:44) ou por outras manifestações políticas diversas.

(13:49) Quando você transforma o seu adversário em um vilão, (13:52) aí então o patriotismo no esporte não se torna uma virtude, mas talvez um vício. (13:58) A gente tem muitas outras situações onde o nacionalismo ou o patriotismo (14:08) se manifesta no esporte de uma forma diferente. (14:11) Eu estou falando aqui para vocês que a gente não conhece os jogos olímpicos (14:16) sem ser pela lente dos países, o que é verdade, (14:21) mas se a gente olha para a Grécia Antiga, quem competia não eram países, (14:25) eram atletas e indivíduos.

(14:27) E hoje em dia os atletas e os indivíduos competem, (14:31) mas eles representam um outro grupo. (14:34) E a bandeira que vai subir é o hino daquele grupo, (14:37) e a torcida é por aquele grupo. (14:40) Então é menos sobre o indivíduo e mais sobre os países.

(14:45) Mas vejam que curioso, se o esporte é uma manifestação do nacionalismo, (14:51) ele ajuda a construir identidade nacional, (14:53) dá para pensar em várias situações onde o esporte está separado da nação (15:01) e mesmo assim não alterou a política. (15:06) Então talvez dá para se imaginar um momento que um jogo olímpico (15:12) ou um esporte de grande escala não vai ser só sobre nações. (15:18) A gente tem o time olímpico dos refugiados, (15:20) a Irlanda, que é uma nação independente, (15:25) ela tem o esporte unificado em grande medida com o Reino Unido.

(15:31) E a gente tem exemplos contrários, por exemplo, na Espanha, os bascos, (15:36) tem um time privado, interno, que se chama Atlético de Bilbao. (15:42) E esse time não pode ter jogadores que não forem de origem basca, (15:47) o que seria até preconceituoso. (15:50) Porque a Espanha não permite que ele tenha um time separado.

(15:55) Talvez, se ele tivesse um time separado, ele não ia precisar ter um time privado (15:59) com essas regras. (16:01) Já a Cataluña também poderia querer ter o seu time de futebol, (16:05) o seu competir autonomamente, (16:08) mas ela tem jogado com os seus jogadores na Copa dentro do time da Espanha. (16:14) E está tudo bem.

(16:41) A mesma coisa não, porque o Wales é parte, mas ela tem times separados. (16:49) E está tudo bem. (16:51) A gente chega num ponto até de existirem times (16:55) que não representam países, que eles não existem.

(16:59) Por exemplo, das Índias Ocidentais. (17:03) Isso é uma região de ex-colônias britânicas, (17:07) vulgo, a gente poderia definir como uma região do Caribe, (17:12) que tem 13 países e 19 áreas que são governadas por partes de outros. (17:19) E ali, esses países todos jogam juntos com um único time no críquete.

(17:26) E eles não são um país. (17:29) Então, percebe, a gente consegue criar times que competem (17:33) e a gente aceita a existência desses times, (17:36) mesmo eles não sendo países. (17:39) E certos países que já são independentes, como a Irlanda, (17:44) querem jogar com um outro país do qual eles faziam parte (17:47) e se libertaram politicamente.

(17:50) Às vezes o esporte consegue transcender a identidade nacional, o nacionalismo. (17:58) Outras vezes ele não transcende, mas ele se junta, (18:03) mesmo não sendo parte daquele lugar politicamente. (18:07) O que eu quero mostrar para vocês é que, claro, (18:11) eu comecei explicando aqui nesse vídeo que Olimpíada é sobre nação, (18:19) sobre nacionalismo.

(18:21) Mas existem situações onde essa regra é quebrada. (18:27) E isso é curioso. (18:28) Talvez isso seja uma representação, um exemplo dessas mudanças (18:34) dos nossos conceitos de Estado-nação, de nacionalidade e como isso funciona.

(18:41) Acho que o mais interessante é perceber aqui a ideia da nossa torcida. (18:47) E o que motiva a nossa torcida é a nossa relação com essa torcida. (18:51) E essa relação tem tudo a ver com a geopolítica.

(18:53) Porque você torce para quem você torce, porque você nasceu (18:59) ou porque você é daquele lugar. (19:01) E o lugar é a geografia. (19:04) A geografia é a parte da geopolítica que se conecta com a política (19:08) e, com isso, a política é o nacionalismo junto com a geografia.

(19:14) A gente tem Olimpíadas como uma manifestação pura de geopolítica. (19:21) Mas existem várias outras, como eu comentei com vocês, (19:23) depois eu faço outros vídeos explicando as outras. (19:27) Mas é interessante a gente pensar sobre isso.

(19:29) Imagina alguém vindo de fora e olhando para a terra, (19:32) todos os humanos reunidos ali, jogando e tal. (19:36) Parece que a gente vive em paz, que nós somos unidos (19:40) e que não existem as divisões que existem. (19:43) E mesmo entendendo as divisões dos países e das nações, (19:47) ainda assim a gente vai olhar e falar (19:50) que está tudo bem, são só rivalidades.

(19:54) Mas não é isso que está acontecendo na geopolítica, muito ao contrário. (19:57) É isso aí, gente.

Professor HOC

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https://www.youtube.com/watch?v=0YueW5v7JtM

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Comentários a uma aula do HOC sobre a geopolítica da conectividade

1) Em uma live recente, o professor Heni Ozi Cukier (também conhecido como HOC) falou da geopolítica da conectividade.

2) O principal cerne da diferença entre uma comunidade imaginada e uma comunidade revelada é justamente este: numa comunidade que se revelou por conta do milagre de Ourique, é natural que o desenvolvimento econômico e civilizatorio se funde no sentido de se propagar a fé cristã a tal ponto que esta se torne a jóia da coroa de sua pátria-mãe - esta foi a razão de ser da América Portuguesa até 1822. Por conta dessa conexão com o transcendente, foi-se estabelecendo conexões marítimas e econômicas de tal maneira que o país passou a ter uma importância geopolítica crucial para a saúde financeira de Portugal e da própria Europa.

3) Com o ato de apatria havido em 1822, essa conexão e esse sentido civilizatório foi perdido, pois uma comunidade precisou ser artificialmente forjada e politicamente jusiticada de modo a agradar aos interesses da maçonaria, interesses esses fundados na ideologia de que o Brasil era colônia de Portugal, que foi o fato gerador da cisão do império. Como essa conexão forjada na ideologia política revolucionária não apontava para Deus, mas para o conservantismo dos donos do mundo, o real sentido das coisas foi se perdendo a ponto de se criar uma verdadeira homeostase civilizacional, dado que movimentos revolucionários cada vez mais progressistas e obstinados em seu conservantismo revolucionário iam destruindo todos os valores remanescentes que apontassem para a verdadeira história da pátria, fora que militantes de todos os matizes faziam assassinatos sistemáticos de monumentos de modo a se sonegar o conhecimento de nossa verdadeira história às futuras gerações de brasileiros ainda não nascidas, que certamente serão assassinadas no ventre de suas mães se a Suprema Corte descriminalizar o aborto.

4) Para se superar esta crise, é conveniente que aqueles que sabem a verdadeira História do Brasil contem agora o que sabem aos que ainda não sabem e que possuem ainda boa vontade de conhecer a verdade, que é o fundamento da liberdade. É neste momento que a diácrise histórica de 1822 será transformada em síncrese, a ponto de se criar uma segunda independência, com o intuito de se romper com estes falsos libertadores - o que permitirá que nos reconectemos com aquelas verdadeiras fundações estabelecidas em Ourique. E aí a crise civilizacional havida por conta deste ato de apatria será superada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2023 (data da postagem original).