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sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Pelos frutos conhecereis da árvore - notas sobre a relação entre o uso da abstração e o processo de formação das comunidades humanas

1.1) O pensamento do ser humano é um resumo do que ele pensa, acredita, representa ou prevê. Se ele estiver revestido do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o que ele produz dá uma pálida idéia das maravilhas da criação, a ponto de antecipar por décadas ou talvez em séculos aquilo que só descobriríamos tão-somente com a plenitude dos tempos. 

1.2) Por isso, a abstração escorada na verdade, enquanto fundamento da liberdade, é o fio condutor, é a tração que leva as pessoas a conhecerem o universo imaginado pelo artista que se revestiu de Cristo. Como toda filosofia nasce da admiração ou do espanto, então a obra que ele produziu nos conduz a uma reflexão a ponto de se produzir ciência, uma vez que a coisa nos incute a necessidade de transmitirmos o que se viu, a ponto de darmos testemunha da verdade, que é o fundamento da liberdade. Eis o fundamento da cultura cristocêntrica, a base de tudo o que se passa de pai para filho, pois o verbo se fez carne, a ponto de fazer santa habitação em nós através da Santa Eucaristia. Eis a base da tradição.

2) Agora, quando o ser humano é revestido no amor de si até o desprezo de Deus, ele se torna o pior dos animais, a ponto de ser um animal que mente, um grande servo do pai da mentira. Num ambiente liberal, onde os homens por orgulho não se sujeitam à conformidade com o Todo que vem de Deus, toda obra de arte é criada de modo a chocar ou contestar a verdade conhecida que deve ser obedecida, porque se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro, o que leva a um verdadeiro horror metafísico onde a liberdade é servida com fins vazios. E essa abstração leva a uma traição de tudo o que se sabe a partir da verdade revelada, a ponto de conservarmos o que é conveniente e dissociado da verdade. Eis o conservantismo revolucionário moderno, mascarado, às vezes, de conservadorismo.

3) Pelo bom uso e mau uso da abstração, nós podemos ver como se formam as comunidades humanas, a ponto de elas se revelarem grandes civilizações nos méritos de Cristo ou meros esquemas de dominação mundial imaginados por uma pequena casta de animais que mentem que querem tirar de Deus o direito que lhe é devido de ser adorado, por ser o legítimo criador do Universo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2022 (data da postagem original).