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sábado, 30 de junho de 2018

Comentários ao prefácio do Livro Sua Majestade, O Presidente do Brasil

Existe um traço comum no Direito Constitucional das repúblicas do continente da América, a saber: a autocracia do Chefe de Estado. Na verdade, a característica essencial de todas as cartas de liberdade republicanas é que elas concedem licença de corso (letters of marque) ao Presidente da República.

É verdade que os efeitos imediatamente aparentes desse princípio não são os mesmos em todos os casos, enquanto as condições resultantes são muitas vezes profundamente modificadas por uma variedade de circunstâncias peculiares a cada povo - por tradição, influências éticas e acidentes geográficos e geológicos. Mas, no seu último e constante efeito, este princípio produz reações sociais e políticas que são fundamentalmente as mesmas em todas as nações sob tal sistema de governo. Quaisquer diferenças na reação, não importa quão ostensivas, são diferenças de grau, não de espécie.

As páginas que se seguem constituem uma tentativa de examinar alguns aspectos da operação do regime presidencial na sua influência direta sobre a vida social e econômica, com referência especial ao Brasil.

As comunidades latino-americana são sofredoras crônicas das chamadas revoltas, movimentos revolucionários, movimentos armados, assim como de instabilidade financeira. Mas estes são apenas sintomas. Minha finalidade foi diagnosticar, descobrir sua causa fundamental e relatar seus desastrosos efeitos.

Ernest Hambloch

Rio de Janeiro, 1934.

1) Certa ocasião, eu havia falado que o conservantismo se assemelha à lógica paraconsistente, que tolera o erro a ponto de relativizar a verdade, a ponto de não se punir mais a mentira, já que não se opor ao erro é aprová-lo. Quanto maior o grau de tolerância com a mentira, com o que é conservado conveniente e dissociado da verdade, mais à esquerda do Pai fica um determinado povo, a ponto de sofrer a danação eterna, tal como está a ocorrer com a Argentina e a Irlanda, que aprovaram o assassinato de bebês que ainda se encontram no ventre materno como um direito.

2) Se o regime é revolucionário e a constituição é uma carta de marca, então é preciso que se elimine esse regime pernicioso, a República Presidencialista e Parlamentarista, do seio de nosso continente, já que escrever uma nova constituição é renovar o caráter revolucionário desse conservantismo odioso, dado que ele interrompe a reação imediata ao mal, a ponto de se limparem na própria sujeira. Se somarmos todas as seis constituições republicanas que já tivemos aqui no Brasil, foram mais de 130 anos de estrago contínuo, já que conseguiram interromper a reação contra o mal por 6 vezes, a ponto de contorná-lo.

3.1) E as reações tendem a ser desconexas umas com as outras, uma vez que as pessoas não têm a dimensão histórica do mal contínuo, já que pensam que cada constituição é uma nova república, embora os vícios sejam antigos e permanentes.

3.2) Eis a razão pela qual o positivismo acaba sendo útil ao comunismo: ele castra a imaginação do povo, a ponto de não verem conexão entre um fato acontecido num passado remoto e um fato recente. E isso faz com que a reação seja sintomática, específica, já que não conseguem ver uma reação geral contra toda essa ordem de coisas. E isso se torna particularmente mais grave porque modificam as regras da língua a cada geração, a ponto de inviabilizar o diálogo entre as gerações e a própria preservação da memória.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de junho de 2018 (data da postagem original). 

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sexta-feira, 29 de junho de 2018

O empreendimento começou com o pé direito

1) Em menos de 24 horas, veio-me o primeiro interessado: meu bom amigo Felipe Marcellino. Ele me perguntou se eu tenho o livro das Categorias de interpretação de Aristóteles disponível em formato digital. Disse-lhe que não, mas que certamente eu veria esse livro depois.

2) O Felipe havia me mandado as fotos do livro: trata-se de uma tradução feita por Silvestre Pinheiro Ferreira em 1814, quando ele estava no Brasil. Ele era ministro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves - e ele era ministro dos negócios estrangeiros.

3) Fui pesquisar na Wikipedia e vi que o homem era mesmo fora de série - e muito católico. Assim que o livro chegar, vou iniciar a digitalização, tão logo eu possa.

4) Tão logo eu possa, verei outros livros desse autor. Vi muita coisa que é do meu interesse mesmo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de junho de 2018.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Silvestre_Pinheiro_Ferreira

Postagem relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/06/do-colecionismo-de-livros-notas-sobre.html

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Notas sobre o problema dos termopólios na sociedade greco-romana

1) É preciso ter um pouco de imaginação moral de modo a se compreender a questão do distributivismo. E isso só se faz estudando o mundo Greco-Romano, antes do advento da Cristandade.

2) Nessas sociedades, havia o termopólio. Os pobres não tinham cozinha em suas casas. E não ter cozinha em casa gera luta de classes, conflito sistemático de interesses qualificado pela pretensão resistida (secessio plebis). Matéria de ordem pública.

3.1) Historicamente, os romanos sempre foram pragmáticos. A solução adotada foi criar termopólios, os predecessores dos restaurantes.

3.2) Os pobres recebiam sua ração diária de grãos vinda do Egito e faziam a comida nos termopólios. Esses restaurantes tinham ofertório para o deus do comércio (Mercúrio) e para Baco (o deus do vinho). Havia quartos também, onde os viajantes podiam dormir.

3.3) Em muitos casos, esses termopólios eram lugares de prostituição. Como eram lugares de encontro da classe marginalizada, a atividade mercantil corria solta. Isso era interessante para a manutenção do poder, já que dinheiro não tinha cheiro, mas não era uma solução justa, que agradava a Deus.

4) A solução justa veio da conversão dos romanos ao cristianismo. Como justiça implica concórdia entre as classes, a solução foi criar uma cultura onde todas as casas, sejam de ricos e pobres, tenham cozinha, pois é na cozinha que costumamos encontrar a família reunida.

5.1) Engana-se quem pensa que o problema seja a desigualdade. O problema está na concentração dos poderes de usar, gozar e dispor dos bens da vida em poucas mãos.

5.2.1) A desigualdade de dons é algo que está nos planos de Deus - há gente que sabe escrever, gente que sabe pintar, gente que sabe construir casas - as pessoas precisam confiar umas nas outras de modo que possam progredir juntas.

5.2.2) Essa desigualdade nunca vai acabar - o que precisa ser coibido é a concentração dos poderes de usar, gozar e dispor em poucas mãos, a ponto de inviabilizar a liberdade do mais pobre, para que ele não seja sujeito de arbítrio do mais rico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2018 (data da postagem original).

O distributivismo é mais antigo do que se pensa, pois o começo da concórdia entre as classes começa quando todas as casas, sejam elas de ricos ou de pobres, começam a ter sua própria cozinha

1) A idéia de família como a base da sociedade é essencial para a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus. Com ela, a casa se torna um lar, um aconchego, o berço onde a liberdade em Cristo cresce e prospera.

2.1) O lugar onde a família se reúne e dialoga é na cozinha, onde o pão é partilhado.

2.2) Para a sociedade viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, é preciso que todos os lares, sejam eles ricos ou pobres, tenham sua própria cozinha.

3.1) Isso acabou criando uma verdadeira concórdia entre as classes. E como a concórdia entre as classes é essencial para se tomar o país como um lar em Cristo, então a idéia de distributivismo é mais antiga do que se pensa.

3.2) Se todas as casas têm uma cozinha, então o alimento será servido com melhor qualidade e com mais amor, fora que daí surgem restaurantes que podem atender a uma vizinhança inteira, já que uma boa cozinheira é quase sempre uma boa esposa em potencial, pois isso é uma idéia de virtude, se esta cozinheira for cristã, é claro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2018 (data da postagem oriignal)

Notas sobre o termopólio, o predecessor do restaurante

1) No mundo Greco-Romano, havia um equipamento público chamado termopólio, um lugar que literalmente vendia comida quente e pronta para ser consumida, já que não havia meio de se preservar o alimento, a não ser na forma seca, desidratada.

2) Essa cozinha pública era usada por membros das classes inferiores, que não tinham condições de ter uma cozinha em sua própria casa. Se tivessem de recorrer à cozinha das casas dos membros da classe mais alta da sociedade, eles seriam humilhados.

3.1) Dessa forma, o termopólio foi uma espécie de predecessor do restaurante.

3.2) Como alimento é questão de dignidade humana, uma questão de cidadania, as cidades do mundo clássico tinham esses equipamentos públicos para que os pobres pudessem se integrar, já que a comida agrega pessoas, a ponto de formar uma comunidade.

3,3) Somente num mundo onde se concentra o poder de usar, gozar e dispor em poucas mãos - a ponto de os imóveis serem cada vez menores e inviabilizar uma cozinha, que é uma questão de sobrevivência - é que essa idéia esteja vindo à tona novamente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2018. 

https://en.wikipedia.org/wiki/Thermopolium

Do colecionismo de livros - notas sobre um negócio em perspectiva

1) Desde 1995, eu costumo colecionar livros. O primeiro livro da minha coleção foi o Atlas da História Universal. Todo domingo eu ia à banca em Padre Miguel, Zona Oeste do Rio de Janeiro, para comprar o jornal e ter o fascículo da coleção. Em 2003, eu comprei meu primeiro livro em sebo: comprei o livro 1964 - A conquista do Estado, de René Armand Dreyfuss, aquele livro que Lula admitiu em 1981 que estava lendo, mas que lhe dava uma canseira, a ponto de preferir uma hora de esteira a isso (o livro tem mais de 800 páginas e é produto de uma tese de doutorado que foi produzida em Israel por um uruguaio radicado no Brasil. Trata-se de uma radiografia gramsciana da História do Brasil de 1930 a 1964).

2) Vinha antevendo o sonho da biblioteca digital desde aquela época. Somente em 2011, no meu aniversário de 30 anos, meus pais compraram para mim uma câmera digital que é capaz de fotografar texto com excelente qualidade. Junto com o snapter e outros softwares, hoje sou capaz de fazer eu mesmo os meus ebooks a partir de fotografias. Dá uma trabalheira, mas faço numa boa, pois gosto muito do que faço.

3) Hoje, estava vendo que meu hobby pode se tornar um negócio, enquanto estava pesquisando por autores com mais de 70 anos de falecimento. Os ebooks que faço dos livros desses autores eu posso vender, pois são obras de domínio público. O que está na minha biblioteca e que não é de domínio público, isso eu digitalizo para mim mesmo. Se alguém estiver interessado em estudar de maneira séria, não me incomodo de vender um exemplar, de maneira reservada. Como pouquíssima gente colabora comigo, trata-se de uma forma de colaborar com o meu trabalho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2018.

Postagem relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2018/06/o-empreendimento-comecou-com-o-pe.html

Notas sobre o preço da curiosidade

1) Só por curiosidade, pesquisei sobre Stephen Toulmin no Wikipedia e vi que muito do que ele pensa tem por base a filosofia analítica do Wittgenstein, aquele do Tratado Lógico-Filosófico. Ou seja, lá vou eu ter de ler Wittgenstein para entender o Toulmin.

2) Isto significa que entrei numa seara que vai muito além do que realmente sei. Estarei entrando em um campo filosófico muito discutido nos anos 80 e 90 nas universidades americanas e britânicas e terei de acompanhar a evolução do estado da questão até os tempos atuais.

3) Sem culpa minha, entrei numa discussão interessante com mais de 30 anos de atraso - e essa discussão em si para mim é promissora. Para o zé-povinho que está aprendendo a filosofar com a Marcia Tiburi, eles vão comer grama por mais de 60 anos.

4) Por mais uma ou duas gerações, estaremos atrasados nos problemas filosóficos em mais de 100 anos, já que o pensamento acadêmico no Brasil parou nos anos 70 do século XX, dado que falam de Habermas e da Escola de Frankfurt como se fossem uma grande novidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de junho de 2018.

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Diário intelectual - 27-06-2018

1) Por conta do Civilization V, eu tratei de estudar quem foi Afonso de Albuquerque. Pesquisei na Wikipedia em inglês e encontrei muitos livros em inglês e livros editados em Portugal sobre ele.

2) O professor Loryel Rocha fala que os americanos estão a produzir muitas informações de qualidade sobre o Império Português. Por isso, vou comprar esses livros na medida do possível. 

3) Quando tiver meus textos publicados, vou me dedicar a traduzir esses textos cuidadosamente - e procurarei uma editora para pubicá-los. 

4.1) Confesso que desde 2014 eu não mais me dedico a traduzir alguma coisa, já que escrever e produzir reflexões tomou muito do meu tempo. E se no curso da tradução vier uma sucessão de boas idéias, então vou ter que parar a atividade até o fim do ciclo. 

4.2.1) É isso que me acontece agora - parece uma tempestade no deserto. Algo imprevisível, mas que sempre vem e vai - e preciso estar pronto para escrever o que Santo Espírito de Deus me manda. 

4.2.2) Por isso que a tradução sempre me será uma atividade secundária, uma atividade preparatória. Posso não ganhar muito dinheiro com traduções, mas certamente é um tesouro que pode ser posto em circulação, se houver verdadeira demanda por saber.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de junho de 2018.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Do vice-rei como chefe de governo no além-mar

1.1) O segredo para um governo estável é que o chefe de governo seja imitador dos santos anjos de Deus, a ponto de ser um mensageiro do povo que guia a máquina pública de modo a guiar todos os projetos civilizatórios que fazem o país ser tomado como um lar em Cristo, a ponto de nos preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu. 

1.2) Enquanto ele conduz esse trabalho, tal como um capataz ou um vice-rei do Egito, tal como se deu com José, seus atos são sancionados e moderados pelo Chefe de Estado, no caso o vassalo de Cristo que foi feito para governar o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves pela graça de Deus.

2.1) No caso do Brasil, em que as pessoas tomam o país como um lar servindo a Cristo em terras distantes por meio da santificação do trabalho, no caso a extração de pau-brasil e outros recursos preciosos da terra, a tarefa do vice-rei é ser um chefe de governo e que age como um representante no Rei naquilo que o povo mais necessita, fazendo valer a lei e aplicando a justiça. Um construtor de pontes, fazendo os dois lados do Atlântico serem tomados como um mesmo lar em Cristo.

2.2.1) Cada vice-rei procura manter o legado do mensageiro anterior e acrescenta novos ângulos e novas direções à administração de modo que as coisas se aperfeiçoem com o passar do tempo, contribuindo para a máxima glória de Cristo, dentro do contexto de servir a Cristo em terras distantes. 

2.2) Dessa forma, uma alternância de governo é uma alternância de mensageiros, uma troca de turno entre os anjos que guarnecem a terra de modo a ser tomada como um lar em Cristo, sem que se perca o essencial, que é servir a Cristo em terras distantes. 

3.1) É preciso vigiar para que não se perca esse senso - e essa vigilância precisa ser permanente, já que os maçons semeiam a divisão e a traição a Cristo a ponto de dividir uma família em várias facções. Essas facções representam seus próprios interesses, fundados no amor de si até o desprezo de Deus. 

3.2) O governo de facção perverte a representação de tal maneira que o sucessor sempre sabotará o governo do predecessor e o futuro, a ponto de desfazer as pontes criadas que fazem o país ser tomado como um lar em Cristo, ligando a terra ao Céu. Afinal, todo mundo têm o direito a acreditar na verdade que quiser, a ponto de não haver verdade nenhuma - eis porque eles são libertários e conservantistas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de junho de 2018.

domingo, 24 de junho de 2018

Não há candura nos candidatos

1) A rigor, candidato vem de candidatura - o que, por sua vez, vem de candura.

2) Ou seja, o candidato deve imitar os santos anjos, pois agem como mensageiros de Deus. E nesse sentido, deveriam imitar o anjo Custódio, o anjo de Portugal.

3.1) Ora, os conservantistas de 1822 mandaram para as cucuias todas as nossas fundações lógicas e espirituais. 

3.2) Se tivesse que examinar a rigor a candidatura de todos os pré-candidatos, então todos eles são paus-mandados de grupos globalistas. Há o maçônico-sionista (Bolsonaro), o russo-chinês (Ciro) e o financeiro (Marina). O grupo islâmico tem em Dória seu principal aliado (ele influi no PSDB).

4) Onde está o caráter nacional dessa eleição? Simplesmente não há porque o que decorre de Ourique foi rejeitado. E a pedra rejeitada tornou-se agora a pedra angular da contra-revolução.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de junho de 2018.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

A prova cabal de que Olavo é conservantista e apátrida

Felipe Marcelino: José, veja isto que o Olavo diz. Isto não faz sentido:

Praticamente todos os fundadores do Império e da República no Brasil foram maçons. Rejeitar toda política que seja de inspiração maçônica próxima ou remota equivale -- literalmente -- a condenar como um pecado histórico a própria existência do Brasil e só admitir como política legítima a reintegração do país no Império Português. Aqueles que não são capazes de viver a religião católica na sua esfera pessoal tratam logo de transformar o catolicismo numa carga de exigências políticas impossíveis e jogá-la sobre as costas dos outros.

Olavo de Carvalho

Facebook, 21 de junho de 2018

https://web.facebook.com/olavo.decarvalho/posts/10156370303677192

Carlos Cipriano de Aquino: O Olavo está se revelando quem realmente é, sem que se peça.

Carlos Cipriano de Aquino: Que conservadorismo mais fake o dele, hein? Ele quer que o Brasil permaneça desvencilhado do império português e das suas raízes lusitanas.

José Octavio Dettmann: Quando digo que o Olavo é conservantista, sei exatamente o que estou dizendo. É por isso que sou Ouriqueano com muito orgulho.

Felipe Marcelino: Esse filme do José Bonifácio está a separar o joio do trigo

José Octavio Dettmann: E no caso, o joio é o Olavo.

Felipe Marcelino: O Carlos Nougué tem uma postura católica, enquanto o Olavo cedeu ao liberalismo.

José Octavio Dettmann: Exatamete.

Felipe Marcelino: Esse post mostra a implicância dele em relação ao Estado católico, ao reinado social de Cristo Rei. Ele prefere seguir a linha maçônica - e isso é fazer pacto com o diabo.

Maurício da Silva: "viver a religião católica na esfera pessoal". Fala sério! É por isso que o Olavo é bem sofista neste aspecto. Ele fala como se não fosse possível rejeitar O QUE HÁ de maçônico na política, seja de forma próxima ou remota.

José Octavio Dettmann: E foi esse pacto com o diabo que nos levou ao precipício. É o que dá conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

Felipe Marcelino: É muito triste constatar essa divisão até nos intelectuais conservadores.

José Octavio Dettmann: Quem conserva a dor de Cristo está sempre unido a Ele e é conservador. O professor Olavo nunca foi conservador, já que não conserva a dor de Cristo, incluindo essa missão que decorre de Ourique e que deu causa ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Ele está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade - no caso, esse projeto maçônico fundado sob a alegação de que o Brasil foi colônia de Portugal, a ponto o país de ir em busca de si mesmo, sem Cristo. Por isso que a secessão do Brasil foi uma traição àquilo que decorreu de Cristo em Ourique, fazendo do Brasil um império anticristão.

José Octavio Dettmann: Conservador pra mim é o Nougué, eu mesmo e muitos outros que têm consciência daquilo que se fundou em Ourique.

Felipe Marcelino: É isso mesmo. E é a esses intelectuais que temos de dar atenção para não cairmos nas armadilhas do pai da mentira

José Octavio Dettmann: Exatamente.

Rio de Janeiro, 22 de junho de 2018.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

O hábito da digitalização de livros treina a atenção, essencial para se fazer uma leitura de autor para autor

1) Para se ler um livro, você precisa dissecar os parágrafos em tópicos de modo a facilitar o entendimento, tal como tenho feito em meus artigos. É preciso cruzar os destaques de cada parágrafo de modo a compreender o que está sendo dito. Às vezes, é preciso fazer uma análise sintática de modo a entender a intenção do autor.

2) Caso surja a oportunidade, escreva meditações sobre o que você encontra ao longo do caminho. E, se necessário, recorra a outras leituras, bem como a dicionários.

3) Como leitura exige atenção, um hábito altamente eficaz que desenvolve a atenção é digitalizar livros, convertendo-o do papel para o meio digital. Faça isso você mesmo, pois tal exercício é altamente benéfico, pois treina a atenção, bem como a esperança, a paciência, o que é essencial para se viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, o verdadeiro fundamento da vida intelectual.

4) Eu confesso que não gosto muito da forma como o mundo produz seus ebooks - a tela do tablet tende a dispersar, a ponto de produzir uma leitura mais en passant. Se tiver que fazer ebooks, será do meu jeito, com links vivos onde a pessoa vai direto na informação que menciono, seja um artigo, um post ou um livro que eu próprio digitalizo. Para o livro em papel, eu preciso botar tudo no formato ABNT, o que dá um certo trabalho.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de junho de 2018 (data da postagem original).

terça-feira, 19 de junho de 2018

Da importância de se tomar o Brasil e Portugal como um mesmo lar em Cristo

1) No gênero, todo português serve a Cristo em terras distantes; na espécie, este, quando se encontra na América, se santifica quando extrai pau-brasil, pois é dessa madeira que se extrai o vermelho que é usado nas roupas da nobreza, em especial dos cardeais, já que eles representam o sangue dos mártires que deram a vida de modo que a Igreja de Cristo crescesse - e este é o verdadeiro significado do servir a Cristo em terras distantes. Da mesma forma, é do pau-brasil que costumam vir os melhores violinos - e esses violinos são usados em música clássica, que imita o exemplo da Igreja, a ponto a apontar para o Céu tudo o que decorre da grandeza dessa música. Enfim, é servindo à nobreza que se edifica alta cultura - e dessa forma a ibirapitanga se torna ibirarama, com futuro promissor.

2) Sem o gênero, a espécie perde a sua conexão de sentido, sua razão de ser. A ibirapitanga deixa de ser uma ibirarama e passa a ser ibirapuera, já que ela quis buscar a si mesma, sem Cristo, quando se separou de Portugal e daquilo que decorre de Ourique. 

3) A restauração da relação de gênero e espécie precisa ser restaurada a partir do momento em que Cristo nos ensina a dizer a uma oliveira a sair de onde se encontra e ir fincar-se no mar (ou no além-mar, como se deu em Ourique). E o primeiro passo para isso implica tomar Portugal e Brasil como um mesmo lar em Cristo a ponto de se restaurar essa relação de gênero e espécie, o que faz com que o Império fundado para Cristo seja mesmo um império de cultura.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de junho de 2018.

O primeiro passo para se servir a Cristo em terras distantes é descobrir os outros sistematicamente

1) Antes de o agraciado por Deus com a riqueza ou o conhecimento (bogaty) ser o que é, em algum momento da vida ele (ou algum ancestral, por força da herança) foi pobre (ubogi), a ponto de depender de Deus a ponto de ser livre n'Ele, por Ele e para Ele. E quando se depende de Deus para se ter uma vida digna, é aí que se começa a construir riqueza servindo aos outros.

2) Como cada indivíduo é uma ilha, então ele vai descobrindo outras pessoas e conhecendo a natureza de cada pessoa a ponto atender a elas naquilo que mais necessitarem, já que Deus usa os dons do ubogi para servir aos seus semelhantes, nesta circunstância. E é se amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento que ocorre a verdadeira continentalização das almas.

3.1) Cada português aprende a servir a Cristo em terras distantes descobrindo os outros sistematicamente - primeiro, ele faz isso no âmbito da família; em seguida, passa para o âmbito da vizinhança, do trabalho, da paróquia ou mesmo do colégio.

3.2) Quando se serve ao mais próximo a ponto de ver nele a figura de Cristo, mais o ubogi se torna apto a expandir seu círculo de influência e descobrir outros sistematicamente na rede social, em terras muito distantes, a ponto de descobrir outros na Lusitânia Dispersa. Se as pessoas internalizassem essa missão dada em Ourique dessa forma, jamais usariam a rede social com fins vazios, relativizando a verdade e fomentando má consciência.  

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de junho de 2018.

Da riqueza das redes sociais

1) Para quem se preparou a vida inteira e já alcançou o caminho da sabedoria, ler 50 a 80 livros por ano não é tão necessário. E quando você está conectado a pessoas que sabem tanto quanto você, aprender por osmose fica muito mais fácil.

2) O lastro do conhecimento é a verdade, a conformidade com o Todo que vem de Deus. Se você constrói uma rede de pessoas que mostram a verdade, então a verdadeira riqueza está justamente nas conexões que você cria na rede social de modo que essa verdade seja bem expressa. Afinal, o conhecimento vale mais do que ouro e prata.

3.1) Para haver distributivismo, basta uma unidade em três pessoas: Bóg (Deus), bogaty (rico) e ubogi (pobre) - e ele não se aplica só ao dinheiro, mas ao conhecimento também, a ponto de ser uma ordem social superior àquela fundada na ética protestante.

3.2.1) O conhecimento também é outra forma de angariar os meios possíveis necessários de modo que os três poderes de usar, gozar e dispor sejam distribuídos ao maior número de pessoas possível. 

3.2.2) Se esses três poderes estiverem pulverizados na sociedade, a tendência é fazer o ideal da República Romana ser uma realidade: nenhum homem estará sujeito ao arbítrio de outro homem, já que todos são irmãos em Cristo, dado que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Ele fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de junho de 2018 (data da postagem original).

Dos dois tipos de pobre

1) Em polonês, há duas palavras para pobre: biedny e ubogi

2.1) Biedny é aquele que é pobre de dinheiro. E nem sempre quem é pobre de dinheiro é pobre no sentido que Deus gosta.

2.2) Num país como o nosso, onde o pobre é cooptado pelo bolsa-família, o que temos são biednys. E biedny nunca será um ubogi; se tivesse dinheiro, seria um "mocinho satisfeito", tal como foi dito por Ortega y Gasset, já que faria parte da classe ociosa: rica em dinheiro e pobre de espírito.

3.1) O ubogi é o pobre que Deus tanto preza. Depende de Deus e vive a conformidade com o Todo que d'Ele decorre. Ele pode ser uma pessoa até mesmo de classe média ou vir da nobreza, bem como da da realeza.

3.2) Se Deus o agracia com muita riqueza, ele se torna bogaty: o verdadeiro rico, pois é preciso ser rico em virtudes morais para manejar a riqueza financeira com sabedoria.

3.3) Se a riqueza é a sua cruz, então ele deve usá-la de modo a promover o bem comum, fazendo com que o maior número de pessoas possível tome o país como um lar em Cristo, a ponto de o maior número de pessoas possível se preparar para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de junho de 2018.

Sempre haverá pobres entre nós porque sempre haverá conservantistas insensatos

1) Quando Jesus fala que sempre haverá pobres entre nós, hoje percebo que sempre haverá insensatos que conservarão o que é conveniente e dissociado da verdade.

2.1) Esta é a prova cabal de que qualquer programa constitucional de acabar com a pobreza não passa de utopia, já que isso não encontra eco nas verdades reveladas por Nosso Senhor Jesus Cristo.

2.2) Basta conservar o que é conveniente e dissociado da verdade que você já começa a concentrar os poderes de usar, gozar e dispor, uma vez que a quantidade de pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas fundadas no amor de si até o desprezo de Deus é muito maior do que aquelas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. É por haver um número maior de conservantistas do que de santos que a riqueza se torna uma espécie de salvação, a ponto de se ter a ilusão de que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados, a ponto de premiar os eleitos com a riqueza, concentrando os três poderes inerentes da propriedade em poucas mãos, o que leva a esses poucos a terem os meios para exercerem influência na política. Eis a nossa desgraça!

3.1) É preferível que a riqueza fique na mão de alguém que foi agraciado por Deus (bogaty), pois muito lhe será cobrado por força disso. Eis o verdadeiro administrador, pois este foi chamado por Deus a servir a Ele, seja na própria terra ou em terras distantes, tal como aconteceu com D. Afonso Henriques.

3.2) Se a riqueza ficar na mão de alguém que é rico no amor de si até o desprezo de Deus, então ela será dissipada com fins inúteis, pois esse sujeito é pobre de espírito. E quem se eleva muito precisa ser esmagado, a ponto de se tornar humilde, um ubogi (o tipo de pobre que Deus tanto gosta).

4) É do encontro do bogaty com o ubogi que se tem o verdadeiro mercado, tendo por Cristo fundamento e sendo livre n'Ele, por Ele e para Ele. Em Deus (Bóg) ocorre o encontro e não a sujeição. Eis a base da politéia cristã (ou do Estado-mercado fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de junho de 2018.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Quando se promove aborto como um direito, a ave fênix vira urubu

1) Vamos supor que algum engraçadinho misture as cinzas de uma falsa civilização com barro sujo, com o produto do parto anal de alguém insensato, geralmente políticos de esquerda.

2) Se a ave fênix renasce das cinzas, então ela virá na forma de urubu, uma ave de rapina que se alimenta dos cadáveres daqueles que promoveram o aborto como um direito ou prerrogativa da mulher, bem como daqueles que declararam como bárbaros os bebês de certas famílias tidas de "classe ou raça inferior", nascidos deficientes e inúteis para a força econômica da nação, tomada como se fosse religião por força dessa elite parasitária que mais ama o dinheiro do que a Deus.

3) Eis a prova cabal de que repúblicas maçônicas, como a Argentina e Irlanda, jamais ressurgirão das cinzas. Considerando que o antigos gregos praticavam aborto e infanticídio, até mesmo à Grécia Moderna não escapará do mesmo destino.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2018.

Nota sobre uma característica do Tupi

O Tupi é uma língua que apresenta o tempo nominal. O verbo não expressa tempo. Em tupi existe o tempo do substantivo. Para isso, usam-se os sufixos RAMA (futuro, promissor, que vai ser) e PÛERA (passado, velho, que já foi superado). Ybyrá - árvore. Ybyrárama - muda (a futura árvore). Ybyrápûera - tronco, toco de árvore (a ex-árvore, a árvore que já foi). É um belo exemplo de como as línguas recortam o mundo de forma diferente: em tupi, o movimento no tempo é o movimento das coisas. Lindo isso, não?

Sergio Freire

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Facebook, 18 de junho de 2018,

O que causa o conservantismo dos apátridas nascidos no Brasil, biologicamente falando?

 O fato de que os brasileiros - ao contrário de muitos outros povos - ainda não se abriram para a idéia de episteme (termo grego que designa conhecimento calcado no exame do senso comum - tal como a filosofia e a ciência). Em seu lugar, adotaram (ainda que de maneira inconsciente) o apriorismo (abstracionismo afastado da experiência), os ideais, a doxa (senso comum do país) e os juízos assertivos (juízos de fé). Isso explica muito da condição em que o país ainda se encontra.

Carlos Cipriano de Aquino

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Facebook, 17 de junho de 2018.


Troquemos a velha árvore envenenada, esse pau-brasil corrompido, pela muda de oliveira importada de Ourique

1) Jesus Cristo falou que conheceremos a árvore pelos seus frutos.

2) Os frutos da República de Ibirapitanga (árvore vermelha, comunista - uma espécie de pau-brasil corrompido) já são conhecidos, pois são venenosos. Essa ibirapitanga já é uma ibirapuera (árvore antiga e superada, que deve ser derrubada para da lugar à árvore nova).

3) A nova árvore, que decorre do fato de se servir a Cristo em terras distantes, é uma ibirarama: uma muda de oliveira (pois tem um passado glorioso em Ourique e um futuro promissor). Tal como Cristo, ela é um sinal de contradição, de mudança, dado que conhece as ranas (feridas, em polonês) do Senhor e se tornará frondosa, pronta para produzir frutos o mais rano (cedo, em polonês) possível a partir de seus ramos.

José Octavio Dettmann

Notas sobre a relação entre democracia e multiculturalismo

1.1) Se democracia é governo do povo, pelo povo e para o povo e se na etnarquia o fim do Estado tende a se reduzir nele mesmo, então o povo pode ser composto de qualquer coletividade composta de indivíduos de qualquer tipo de origem. E esse ponto, o multiculturalismo promove um verdadeiro tipo de experimento social na Europa, a ponto de ser um experimento de ciência louca, já que os políticos perderam tudo exceto a razão de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo Jesus.

1.2) É próprio da cultura liberal dizer que todos têm direito à sua verdade, a ponto de dizer que todas as culturas são válidas. Isso faz da democracia abstrata liberal uma versão muito mais perigosa da etnarqua, pois cria uma verdadeira cosmópolis, onde a cidade-Estado abrange todos os povos do planeta Terra, a ponto de reduzir tudo à natureza e às funções do governo mundial.

2.1) O ressurgimento de Roma (Unificação da Itália), da Grécia e de Israel foi o primeiro passo para a implementação de um governo mundial.

2.2) Todos os três têm a marca do neopaganismo, já que visam a restauração do antigo modelo de polis sem o intermédio da figura de Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2018.

Da politia contraposta à etnarquia

1) Na politia, as pessoas conhecem umas às outras porque convivem, uma vez que partilham da mesma mesa, moram na mesma vizinhança, trabalham na mesma empresa e comungam da mesma fé, a ponto de amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) Por conta disso, fica fácil estabelecer um registro acerca da pessoa, descrevendo as qualidades e defeitos dela e de cada membro da família. Com esse registro bem montado, fica fácil chamar algum membro dessa família para colaborar numa atividade econômica organizado, caso você seja o organizador dessa empreitada.

3.1) Na etnarquia, ocorre a impessoalidade. Se o fim da polis está nela mesma, então a tendência é os atos da pessoa do governante se reduzirem à natureza e às funções do Estado, já que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

3.2) Assim o Estado deixa de ser integrador, pois não resolve nenhum conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida. Se a jurisdição se reduz à definitividade, então dizer o direito se reduz àquilo que está prescrito na lei positiva, a ponto de ser uma coisa abstrata - e nem sempre essa lei é consoante com a realidade das coisas, já que os políticos estão conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo.

3.3) Enfim, se o Estado deixa de ser integrador, então dizer o direito se torna uma ilusão, a ponto de a justiça ser a lei do mais forte, daqueles que concentram o poder de usar, gozar e dispor em poucas mãos. Isso dissemina a cultura da irresponsabilidade - a tal ponto que a cultura do registro, do controle se perde.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2018.

domingo, 17 de junho de 2018

Notas sobre democracia e etnarquia

1) Se democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo, então etnarquia é o governo do povo eleito pelo povo eleito e para o povo eleito, a ponto de a polis ter sua razão de ser em si mesma. Eis a auto-determinação, pautada numa liberdade fundada no amor de si.

2) A Grécia é considerada o berço da cultura ocidental - e neste ponto, os gregos modernos, ao resgatarem o exemplo dos antigos, que eram pagãos, se tornaram uma espécie de povo eleito, imitando o exemplo dos judeus. Enfim, de certo modo os gregos se tornaram a versão liberal dos judeus, já que buscam liberdade fora da liberdade em Cristo.

3) Nos primórdios, os gregos definiam-se civilizados e os não nascidos na Grécia eram considerados bárbaros. Uma relação essencialmente de fronteira - quem estivesse dentro da fronteira era considerado eleito e quem estivesse fora dela era considerado um bárbaro. Isso de certa forma marca a civilização com a cosmovisão de dividir o mundo entre eleitos e condenados, como há nos protestantes.

4) Os critérios dos gregos eram critérios humanos, já que o homem era a medida de todas as coisas. Enfim, o critério era essencialmente pagão.

5) Os critérios dos judeus eram baseados em Deus. Deus escolheu o seu povo, deu-lhe terra e assentou o terreno onde viria uma Rei viria a governar por séculos sem fim. Por conta do pecado e do orgulho sem medida, Jesus foi rejeitado e passaram a judaizar as coisas, a ponto de edificar liberdade com fins vazios.

6) Em Cristo, Deus elimina o particularismo dos gregos e dos judeus e converte tudo em valores universais, já que Deus veio remir todo o gênero humano, distribuindo a graça a todos. Enfim, o verdadeiro governo de Cristo é uma politia e não uma etnarquia. Na etnarquia, há escravidão; como a politia decorre da virtude republicana dos romanos, então não há domínio de um homem sobre outro, já que todos são irmãos em Cristo.

7.1) Em termos de cultura simbólica, o símbolo da etnarquia é a ave fênix, já que a Grécia deseja renascer das próprias cinzas.

7.2) Se a ave fênix prevalece sobre a cruz, então será o retorno do paganismo clássico - e o Estado será tomado como se fosse religião. Ora, isso é um utopia - a ave fênix pode renascer das próprias cinzas, mas não será capaz de sobrepujar a Santa Cruz. A ave fênix será obrigada a sujeitar-se a Cristo, pois ressuscitará dos mortos tal como toda criatura que adormeceu n'Ele, por Ele e para Ele.

7.3) Eis a vitória da conformidade com o Todo que vem de Deus, a ponto de eliminar os vícios dos antigos e propor uma releitura condizente com aquilo que Deus quer para toda criatura - e a Idade Média foi a época em que essa releitura foi feita.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

Por que a monarquia republicana portuguesa era uma politia, considerando o pensamento aristotélico?

1) Segundo Aristóteles, politia é uma forma virtuosa de governo em que muitos indivíduos colaboram sistematicamente uns com os outros de modo a tomarem o país como um lar em Cristo, a ponto de não haver domínio de um homem sobre outro homem, já que todos são irmãos em Cristo.

2) A politia combina a monarquia, a aristocracia e a virtude republicana dos romanos. Cristo é o Rei, e Ele é assessorado pelos santos, os verdadeiros amigos de Cristo, que deram a vida amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. O exemplo dos santos estimula a todos a imitarem sistematicamente a Cristo, gerando uma verdadeira democracia.

3) Como Cristo quis um Império para si, então o vassalo de Cristo (Rei de Portugal, Brasil e Algarves) e o povo que está sob sua proteção e autoridade devem ser cúmplices, a ponto de o povo ser tomado como se fosse parte da família do soberano, em Cristo Jesus.

4) A monarquia republicana portuguesa foi o maior caso de politia que já houve, a ponto de ser um verdadeiro império de cultura. E esse império de cultura jamais perecerá, pois ele foi um bom governo, já que servir a Cristo em terras distantes faz com que as novas terras descobertas sejam tomadas como um lar em Cristo, a ponto de serem livres, n'Ele, por Ele e para Ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

Notas sobre a gênese da Grécia moderna - o caso do governo dos etnarcas

1.1) Quando a Grécia moderna foi criada, no século XIX, uma das políticas do novo governo foi trazer de volta os que tinham origem grega, ainda que não nascidos na Grécia.

1.2) Para que os países não ficassem privados de mão-de-obra qualificada, o governo grego oferecia cidadãos nativos da Grécia e que não eram etnicamente gregos como compensação. Na época havia muitos turcos morando na Grécia, por conta do domínio otomano - essa troca de turcos por gregos étnicos ficou conhecida como etnarquia. Os gregos étnicos voltavam à terra ancestral e ainda traziam o conhecimento de outros povos, de modo a aprimorar a visão grega do mundo. Afinal, a Grécia tem uma tradição de liberdade, pois lá foi berço da filosofia e da democracia - e esse legado civilizacional antigo é a razão de ser todo grego moderno.

1.3) Os turcos étnicos vinham com boa formação - e ao voltarem para a Turquia, eles ajudaram na formação da Turquia Laica moderna, a partir do início século XX, com Atatürk.

2.1) A etnarquia grega do século XIX é precursora do ressurgimento do Estado de Israel, quanto ao processo de formação do Estado moderno.

2.2.1) A terra onde abrigou uma importante civilização ou que serviu de berço para uma importante tradição religiosa passa a ser reservada para os descendentes legítimos daquele povo ou raça que concebeu a civilização que produziu aquele legado para a História da Humanidade.

2.2.2) No caso da Grécia, não houve participação da ONU, sendo que muita coisa decorreu da política de etnarcas como Eleftherios Venizelos; no caso de Israel, já houve a participação de um organismo supra-nacional, a ONU, que estava amparando o interesse do sionismo, um movimento esquerdista de origem judaica que queria recriar o Estado de Israel, já que o orgulho judeu o impede de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo.

3.1) A etnarquia pode levar a um protecionismo econômico e a um nacionalismo, onde o país será tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora ou contra ele, já que ele tem a missão de reintegrar os descendentes dos povos gregos e romanos de modo a ressurgirem das cinzas e liderar o destino do mundo civilizado moderno tal como fizeram no passado. E isso é de certa forma um tipo de socialismo de nação, pois ele distribui a idéia do povo eleito de Israel e assim rejeitar a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma vez que a refundação da Grécia e da Itália esteve fortemente influenciada pelo neopaganismo.

3.2) A etnarquia leva ao empoderamento de uma etnia sobre as outras a ponto de gerar etnocentrismo, que é uma forma de tirania genocida. A maior prova disso é que os turcos, ainda que bem educados na Grécia, exterminaram os armênios, que são cristãos até a medula.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.

sábado, 16 de junho de 2018

Brasil x Argentina nada mais é do que desdobramento do Portugal x Espanha

1) Brasil e Argentina no futebol nada mais é do que Portugal e Espanha ao longo da História, cuja rivalidade transcende a Europa e vai até o além-mar.

2) Por isso, eu recuso imitações. Prefiro a rivalidade original, que transcende o sentido futebolístico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de junho de 2018.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Narrativa simbólica - o samba dos gafanhotos e o sambo das formigas

1) O samba é como a harpa e a flauta. Para quem passa a maior parte do tempo em festas, sem se preparar para o inverno, no final os hedonistas não vão ter o que comer e vão parasitar dos que produzem: as formigas. Eis os gafanhotos - e o país está infestado deles.

2.1) O sambo é como a espada - é preciso dar um trato na bagunça de modo que a verdadeira ordem seja instaurada. Cristo, modelo de soldado, trouxe a espada - e o sambo é uma arte marcial, um tipo de luta para aqueles guerreiros que se encontram em desvantagem, desarmados, fazendo com que uma derrota certa termine em vitória.

2.2) As formigas tanto podem ser operárias como soldados - cada uma tem um papel bem definido, já que a ordem do arado depende da espada e a espada depende do arado de modo a manter o exército alimentado e com moral alto para encarar o bom combate.

3.1) Num país onde se falta a verdade, o senso de justiça, o senso de conformidade com o Todo que vem de Deus, a diversão do samba é o que resta - e isso é uma arma a serviço da inqüidade e do conservantismo dos gafanhotos.

3.2) Essa arma precisa ser desarmada - e ela veio da República da Espada, que não trouxe arado nenhum.

4.1) Dizem que um povo que busca se divertir a qualquer custo, não obstante à tragédia anunciada de 70 mil homicídios por ano, é frio e materialista. E isso é prerrogativa de quem nasceu no Brasil no sentido biológico do termo - e quem se dita pelos ditames da fisiologia é um apátrida, um bárbaro, um pagão, por isso mesmo imitador do comportamento dos gafanhotos.

4.2.1) O verdadeiro brasileiro serve a Cristo em terras distantes, por força daquilo que houve em Ourique - ele é português de origem, ainda que nascido na América. E faz da sua profissão, extrator de pau-brasil ou brasileiro, uma forma de santificar o seu trabalho, assim como todo e qualquer outro que vier eventualmente a ocupar, pois a formiguinha laboriosa é também polímata e é pau pra toda obra, como o produto de sua terra.

4.2.2) Do pau-brasil não vem só o escarlate das roupas do cardeal, que representa o sangue dos mártires; dele também vem o material necessário para se fazer violinos, essencial para se edificar alta cultura, por meio da música clássica, música que aponta para a Deus. Eis o verdadeiro apostolado da diversão, pois decorre do apostolado da espada e do arado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.

Da espada para o arado - eis a única alternância de poder possível na Republica Christiana

1) Cristo trouxe a espada. Deixe a espada cantar - não a espada cantante dos desenhos animados, mas a espada da justiça, principalmente contra todos aqueles que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) Depois desse tempo, troque a espada pelo arado. A verdade faz cultivar o solo - e do solo extraímos todas as riquezas necessárias para se tomar o país como um lar em Cristo, o que nos preparará para a pátria definitiva, que se dá nos Céu, se soubermos usar essas riquezas para a edificação de um bem comum. 

3.1) Afinal, nós não herdamos a terra dos nossos antepassados, pois Adão pecou contra Deus - o máximo que fazemos é pedi-la emprestado aos nossos filhos, de modo que eles sejam mais virtuosos e mais bem preparados do que nós nos tempos difíceis que virão daqui pra frente. 

3.2) Um segundo Adão surgiu para renovar a criação e dar novo significado a todas as coisas de modo que tenham verdadeira conexão de sentido com a verdadeira fé, transmitida integralmente pelos Apóstolos e sem conservantismos insensatos, heréticos. E é a esse segundo Adão devemos levar as criancinhas, porque elas, na sua inocência, são o Reino de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.

Se você não gosta de samba, então o sambo é a sua praia

1) Para se acabar com uma roda de samba bostileira, coloque um sambista (um praticante de sambo, arte marcial russa) pra bater nesses que pensam em festa enquanto o país passa pela maior crise cultural e moral em que estamos metidos.

2) Bem que meu padrinho estava certo: as coisas na Rússia se resolvem à bala. Às vezes, isso é realmente necessário, sobretudo neste momento atual, pois o clima é para pouca ou nenhuma festa.

3) Enfim, o segredo para o samba morrer é deixar o sambo cantar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.

Esta aconteceu comigo

Uma americana me pergunta:

_ Hi José! How are you?

Eu respondo:

_ Hi! I'm not well. I've caught a flu

_ What is a flu?

_ If you don't know what is a flu, então enfia um supositório bem no meio do teu cu, faz que vai cagar e some daqui, ô ignorância! And don't forget to flush the toilet, ok?

1) O professor Olavo fala que brasileiro é o povo mais ignorante e assassino que há, mas já lidei com cada americano que não sabe até mesmo o que é uma gripe.

2) Daqui a pouco não vai demorar muito para promoverem o aborto de crianças que nasceram com sinusite, como já vimos uma anencéfala lá no Senado falar, não muito tempo atrás.

3) Eis o admirável mundo novo que os libertários-conservantistas promovem na América - e as mentes servis desta terra vão reproduzir ipsis literis este comportamento como se fosse o mais novo grito da moda progressista que há por lá. Quem viver verá.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2018.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Para se analisar a política continental, experimente tomar vários países, senão todos, como um mesmo lar em Cristo

1) Como disse a meu amigo Ernane Garcia, a melhor forma de fazer análise da política latino-americana ou mesmo Européia é tomando vários países do mesmo continente, senão todos, como um mesmo lar em Cristo.

2.1) Cristo ensinou que devemos a servir a Ele em terras distantes - até mesmo na chamada Lusitânia Dispersa.

2.2) Quando meu irmão morou no Chile, obtive muitas informações valiosas e consegui vários livros da História de lá, por intermédio dele. Se tivesse uma família grande, eu ensinaria a cada um deles isso - como os filhos são os melhores amigos que um indivíduo pode ter, eles iam me passando todas as informações relevantes a tal ponto que poderia fazer uma análise precisa, dispensando esses cientistas políticos ou mesmo os diplomatas, já que os membros de minha família estariam construindo as pontes de modo a ajudar uns aos outros bem como todos os que estão a seu redor, o que pode acabar beneficiando países inteiros.

3) Esse conhecimento por presença é extremamente indispensável, de modo a se entender a realidade de um continente.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de junho de 2018.