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terça-feira, 19 de julho de 2022

Da bandeira americana como uma tradição inventada

 Bandeira da Companhia das Índias Orientais Britânicas. A bandeira americana é uma cópia fajuta e descarada dessa bandeira. Eis a prova cabal de que a direita tupiniquim ignora a história, além de ser chegada a um piratinha.


Além da bandeira americana, a bandeira do governo provisório da República dos Estados Unidos do Brasil é também filhote dessa bandeira de pirata, que reduz o país a um balcão de negócio, como é próprio da herética fé puritana.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de julho de 2022 (data da postagem original).

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domingo, 4 de agosto de 2019

Notas sobre Itália, Alemanha, Grécia e Israel enquanto comunidades imaginadas

1.1) Quatro nações, que mais parecem quatro cavaleiros do apocalipse, surgiram para buscar singrar os mares navegados do passado por si mesmas: a Grécia, a Itália, a Alemanha e Israel.
 
1.2) Essas nações navegaram os mares virtuais do passado do mesmo modo como a Espanha navegou os mares: indo em busca de si mesmas, sem misericórdia alguma. Achavam-se eleitas de antemão, tal como os protestantes se achavam salvos da mesma forma.
 
1.3) Por conta disso, não foram capazes de casar a causa nacional com uma causa universal - fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus - tal como fez Portugal, a ponto de criar um império de cultura, fundado na missão de servir a Cristo em terras distantes. E o resultado disso levou ao surgimento de impérios de domínio, que um dia perecerão, por serem verdadeiros fracassos fundados no homem, pelo homem e para o homem. Não é à toa que a época do Ressurgimento (1871 a 1948) se mostra um importante capítulo da Era das Revoluções liberais e do nacionalismo salvacionista, enquanto facetas da mentalidade revolucionária, a ponto de o século XIX ser longo o bastante a ponto de ter sua influência sentida até a época em que o Estado de Israel foi criado.

2.1) O professor Loryel Rocha mencionou que a profissão de Historiador - enquanto intérprete de documentos, enquanto monumentos do passado - começou a ser estabelecida como uma especialidade academicamente importante, no século XIX.

2.2.1) Tal como ocorreu no Brasil, em que surgiram historiadores que escreviam manuais sobre como devemos escrever a história do Brasil, surgiram nessa época também mandarins (professores universitários) nesses países que acabavam imaginando comunidades modernas que não passam de caricaturas das comunidades que de fato existiram no passado.

2.2.2) Baseados nos trabalhos dos arqueólogos, buscavam interpretar o passado com o intuito de resgatarem a concepção de liberdade dos pagãos a qualquer custo, a ponto de conservarem isso de maneira conveniente e dissociada da verdade. Inspirados no espírito da Renascença italiana e do Iluminismo alemão, buscavam ressuscitar a herança pagã, inspirados nos princípios da igualdade, da liberdade e da fraternidade, nem que isso custasse a morte desses renascentes Estados-Nação, cujo mitologema se funda todo nessa vã busca pelo passado de modo a determinar os destinos do futuro. Eles buscavam fazer isso sob a nefasta influência do secularismo e livres da amarra do medievalismo, uma vez que todos eles eram anticristãos.

3.1) Desenterrar o passado a ponto de proclamar isto um novo marco zero se mostrou um erro crasso, uma vez que Cristo não veio destruir a antiga lei, mas dar a ela pleno cumprimento a ponto de converter a todos os povos a partir da fé cristã, da ordem romana e da filosofia grega. Isso preservou a liberdade dos antigos, só que temperada na verdade fundada no verbo que se fez carne, a ponto de fazer santa habitação em nós através da Santa Eucaristia. Eis a essência da Idade Média enquanto idade da luz.

3.2.1) Toda tentativa de se imaginar comunidades, seja a partir do zero - como se deu com a França - ou desenterrando civilizações da Antigüidade Clássica, mostra-nos que tal pretensão de se ir em busca da grande glória nacional por mérito próprio não tem lugar na ordem de ser das coisas, pois o ser humano - rico no amor de si até o desprezo de Deus - tenderá a se tornar um verdadeiro animal que mente, a ponto de o Estado se tornar o principal ente que integra o homem grego primitivo ao homem grego moderno, a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele.

3.2.2) Naturalmente o grego antigo, se fosse trazido para o tempo moderno, ficaria chocado diante desse horror metafísico,  ao ver o grego moderno como uma imagem distorcida dele diante do espelho, uma verdadeira caricatura grotesca dele mesmo. A mesma coisa pode ser dita com relação ao italiano, em relação ao romano, ou mesmo o israelense, em relação aos antigos hebreus da época de David. Eis a caixa de Pandora que foi aberta. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de agosto de 2019 (data da postagem original).