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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Como se lida com um intelectual? Lições decorrentes da minha experiência pessoal

1) Para se conseguir a atenção de uma pessoa como eu, que está sempre estudando, analisando e refletindo, sempre preocupada com o futuro do país, a mulher precisa ser tão intelectual quanto eu: ela precisa produzir conteúdo relevante, de modo a  merecer a atenção dessa pessoa, ou ter conteúdo suficiente para que a conversa seja produtiva para mim, visto que eu não tenho nenhum minuto a perder com as coisas vãs deste mundo, por conta de minha elevadíssima vocação de escritor, um talento que foi dado por Deus, nos méritos de Cristo, um talento extremamente raro e que não pode ser enterrado. Se esta mulher ficar mendigando a atenção de minha pessoa sem dar algo de bom em troca, ela não terá minha atenção, pois ela não está me apresentando a sua melhor parte, aquela que dialoga com Deus o tempo todo no confessionário - e se ficar forçando a barra, ela terá só o desprezo dela e mais nada, visto que pessoas como eu são racionais ao extremo a ponto de serem frias com relação aos falsos problemas existenciais que os conservantistas, essas pessoas falsamente carentes, têm o tempo todo, por conta de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) Pela minha experiência, a maioria das pessoas que conheci, seja online ou off-line têm uma enorme dificuldade de lidar com uma pessoa como eu, sobretudo as mulheres. Devemos somar a isto o fato de que não existe uma cultura no Brasil que favoreça a intelectualidade - e os que desenvolvem a vida intelectual, que são poucos, não possuem a humildade nem a benevolência necessárias para serem intelectuais de vocação, uma vez que tal atividade pede que a pessoa tenha um bom caráter e uma vida de santidade, virtudes que estas pessoas não possuem.

3) Não é à toa que tenho uma enorme dificuldade de fazer amigos nesta terra, muito menos de arranjar uma namorada, pois a maioria só sabe conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, E tudo o que elas dizem entra por um ouvido e sai pelo outro, por conta de seus assuntos não terem relevância alguma para mim, dada a natureza banal de suas conversas - o que é análogo ao sujeito que pratica usura no tempo kairológico, o que é uma coisa inconcebível.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 08 de dezembro de 2023 (data da postagem orgiinal).

terça-feira, 7 de novembro de 2023

Notas sobre a casa dos sims no The Sims 4, enquanto ambiente de transformação (reflexões sobre o mundo interior a partir da minha experiência de jogador)

1) No The Sims 4, quando você desenvolve suas habilidades no conforto do seu lar, a casa pode ser um lugar de transformação. A matéria-prima que você coleta das fazendas, ela pode ser transformada em múltiplos produtos - nas mãos de um cozinheiro habilidoso, o leite da vaca vira queijo ou pode ser transformado em outros tipos de alimentos; a lã das ovelhas pode ser transformada em roupas, se o seu sim souber fazer tricõ ou algum tipo de tecelagem; as frutas e hotaliças colhidas dos campos e jardins podem ser transformadas em sucos ou outros tipos de alimentos; as árvores que você planta na sua reserva, se forem madeiras-de-lei, podem ser transformadas em móveis valiosos se seu sim souber marcenaria.

2) Se no Ultima Online, o sim é, por definição, um ser social que é pau-para-toda-obra, então ele, como ser humano simulado, é um polímata a ponto de se santificar a partir de todo e qualquer trabalho, uma vez que ele tem dois dons: o dom da adaptabilidade e o dom da flexibilidade. Por essa razão, a casa do sim é o ambiente natural onde essa transformação é possível - não só transformação de matéria-prima em bens consumíveis, mas também de transformação de realidade, por ser um ambiente propício à contemplação, sem a qual é impossível o verdadeiro conhecimento filosófico.

3) Quando falo do dom da adaptabilidade, o sim, quando se reveste de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, ele tende a reabsorver as circuntâncias do lar e da vizinhança onde se encontra de modo a tirar melhor proveito da situação, de modo a colher ganhos sobre a incerteza, neste vale de lágrimas, ainda que simulado; quando falo de flexibilidade, ele combina as diferentes habilidades que ele aprendeu ao longo da vida e o que foi acumulado ao longo das gerações de modo a criar uma nova profissão - e isto é um verdadeiro trabalho de gênio, o que impulsiona ainda mais o processo de adaptabilidade. Este é verdadeiro motor do progresso científico, pois a verdade é o fundamento da liberdade, ao passo que o desenvolvimento econômico é a a expressão dessa liberdade, enquanto plena capacidade de tirar proveito das circunstâncias em que o sim se encontra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 07 de novembro de 2023 (data da postagem original).

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Não diga "eu sou sincero" ou "eu sou amoroso" de maneira vazia, sem se referir a uma experiência histórica da sua vida - a fala vazia indica pronúncia do nome de Deus em vão

1) O mundo costuma dizer que quem se descreve se limita. Bom, o propósito da descrição é delimitar - e, para isso, as palavras devem apontar para a verdade, que é o fundamento da liberdade. 

2) Se digo que eu sou sincero, eu não posso dizer no mérito próprio que sou sincero - como ser humano sou, eu sou um animal que erro e se faço do hábito de conservar o que é conveneinte e fora da verdade uma escolha de vida obstinada, então viro animal que minto e deixo de ser sincero, nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, sobretudo daquela testemunha única que sabe quem eu sou e sei que não posso enganar, pois ela pode tudo, uma vez que foi ela que me criou por amor.

3) No lugar de dizer "eu sou sincero", eu deveria dizer o seguinte: "quando lido com as pessoas que estão ao meu redor, eu tento enxergar o Cristo que há nelas o tempo todo - e para isto, eu uso a minha melhor parte, aquela que se comunica com Deus no confessionário, de modo que eu consiga a confiança dela e assim conseguir a sua amizade, pois em Cristo nós devemos amar e rejeitar as mesmas tendo por fundamento aquilo que o verdadeiro Deus e verdadeiro amou e rejeitou, a ponto de se sacrificar na cruz por força disso".

4) Do mesmo modo que não devo dizer "eu sou sincero" de maneira vazia, eu também não posso dizer que "sou amoroso" ou "eu sou carinhoso" de modo vazio, pois estarei dizendo o nome de Deus em vão, uma vez que estarei servindo liberdade com fins vazios. Eu devo me reportar a uma experiência concreta de minha vida a ponto de apontar que, ao menos uma vez na vida. tentei ser honesto com alguém de modo a conseguir a verdadeira amizade dessa pessoa - se tenho sido bem-sucedido ou mal-sucedido, isto se deve ao modo como o outro me enxerga; se ela conserva o que é conveniente e fora da verdade, então ela nunca foi de Cristo. Mas o fato de ter tentado e ter me esforçado de modo a ser uma pessoa melhor a cada dia é um atestado de que, de fato, eu sou uma pessoa verdadeira - se falo que sou uma coisa sem me referir a uma experiência prática da minha vida, então eu estou me envaidecendo a ponto de fazer propaganda enganosa do meu ser - e isto não é bom. O diabo é quem adora estas coisas, pois as pessoas estão se arrogando ser o que não são: Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2023 (data da postagem original).

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Da verdade como presença - notas sobre a autoridade do ser como fator de intimidação na guerra cultural e espiritual contra os conservantistas

1) Pela minha experiência, eu não preciso postar fotos portando armas ou mesmo exibir os músculos na internet ou mesmo fazer cara de mau de modo que minha presença virtual seja realmente intimidadora, sobretudo para quem deseja conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) A força que atemoriza os conservantistas é a força da autoridade do ser. Se você está revestido de Cristo a ponto de servir-lhe de mensageiro e dizer que Ele é o caminho, a verdade e a vida, então tudo o que é dito e pensado, observadas as circunstâncias da sua vida pessoal, serve de gárgula textual de modo a afugentar os que têm más intenções, os que têm más inclinações e os que têm ego inflado.

3.1) Se você está revestido de Cristo, tudo o que você aprendeu, tudo o que você estudou ou mesmo meditou tem, sim, a presença do Criador. E para compreender a situação pela qual você passou, o leitor precisaria se revestir de Cristo e reproduzir a experiência mais ou menos da forma como se deu dentro daquilo que é possível.

3.2) Mas há circunstâncias, relativas à época vivida, em que tal reprodução não é mesmo possível, pois essas situações não se repetem nem mesmo em laboratório - e nós as aceitamos como verdadeiras porque você, na sua época, confessou Àquele que não pode ser enganado tudo o que aconteceu com você, já que seus semelhantes ou são animais que erram, a ponto de não compreenderem o que você disse ou fez porque não estão revestidos de Cristo tal como você está, ou são animais que mentem. Eis a importância dos diários enquanto instrumentos de confissão da escrita de si e da História - como Cristo é o juiz de toda a História, para julgá-la o leitor precisaria estar revestido de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem para compreender este trabalho de antropologia aperfeiçoada nos méritos de Cristo, através da Santa Eucaristia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2022 (data da postagem original).

domingo, 1 de maio de 2022

Notas sobre a íntima relação sobre o divórcio e a filosofia dos que negam a possibilidade de se estudar o conhecimento através da filosofia, de modo a se conhecer a verdade

1) Há filósofos que defendem a tese que é impossível conhecer as coisas, muito menos as pessoas - o que é a negação da própria filosofia e da própria arte de conhecer alguém de modo a se estabelecer relações sociais produtivas e saudáveis.

2) Se me é é impossível conhecer alguém, qual é o sentido de me casar com ela? Divorciar-se implicar romper não só com uma pessoa, mas com um mundo que foi construído em torno dessa relação, que foi estabelecida porque isso agrada a Deus e aos propósitos da criação. Por isso que Deus é contrário ao divórcio - é um verdadeiro horror metafísico.

3) Por isso que há uma íntima relação entre a filosofia desses pensadores que negam a possibilidade do conhecimento enquanto objeto da filosofia e o instituto do divórcio. Onde essas filosofias são populares, o caos é armado. E nas universidades os filósofos mais populares são os que negam a possibilidade do conhecimento enquanto objeto da filosofia, uma vez que não dá para se conhecer a verdade a partir do objeto, mas do sujeito, que é uma espécie de novo faraó do Egito, criado por Kant.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de maio de 2022 (data da postagem original).

Novas notas sobre a arte de conhecer alguém - ensaios para uma filosofia da sociabilidade humana

1) Quando vou para um determinado lugar onde estou impossibilitado de usar a internet, a primeira coisa que eu faço é comprar um caderno - se já não tenho um comigo -, além de um  lápis, uma caneta e uma borracha de modo a formar o estojo de trabalho.

2) Quando vou conhecer uma pessoa, eu costumo fazer as perguntas que todos naturalmente costumam fazer - como não tenho rede social por perto, é-me lícito fazer essas perguntas, pois estou colhendo informações sobre esta pessoa de modo a conhecê-la melhor. Assim, poderei saber seus interesses: o que ela gosta e o que ela não gosta de modo a atendê-la melhor dentro daquilo que me é possível - este é o segredo da arte de conhecer alguém.

3) De tanto conhecer pessoas, de tanto acumular experiência nesse setor, posso apresentar a pessoas específicas amigos mais adequados a elas tendo por base a personalidade daquela pessoa - assim, novos laços são criados.

4.1) Se tivesse conseguido estabelecer uma vida independente dos meus pais tão logo tivesse concluído a faculdade, eu certamente passaria muito tempo conhecendo pessoalmente as pessoas que conheci pela internet, seja no Brasil, seja pelo mundo afora, nem que para isso eu tivesse de viajar para terras muito distantes de casa, de modo a cumprir o meu propósito. Tomaria todas as amizades que pudesse a ponto de tomar nota de seus gostos, de seus interesses, assim como do que cada pessoa gosta e não gosta de fazer de tal maneira a organizar grupos de trabalho fundados nesses interesses. Neles, por reunir todas essas informações comigo, seria naturalmente o diretor desses grupos de interesse, a ponto de presidir as suas reuniões, uma vez que se tratam de verdadeiros clubes.

4.2.1) Como diz o meu colega Silas Feitosa, conhecer uma pessoa é o exercício de uma verdadeira filosofia - o que implica que eu recolha uma monte de informações sobre ela, incluindo seus costumes, suas relações de família, seus gostos de leitura, seus hábitos familiares, o fato de conhecer determinadas habilidades técnicas ou não, entre outros fatores importantes. 

4.2.2) Até onde sei, a porta de entrada para se ingressar numa nova comunidade, a ponto de tomá-la como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, é através do sexo oposto ao seu. Como sou do sexo masculino, devo entrar por ela através da mulher que me ama. A mulher que me ama provavelmente deve ter pais e irmãos e estes certamente serão os homens que naturalmente herdarei dessa relação, a ponto e serem meus homens de confiança. Estes são os objetos acessórios que seguem a sorte desse principal - e sobre estes lançarei investigações paralelas de modo a ter uma melhor noção do todo em que eventualmente estiver metido.

5) Meu interesse em conhecer pessoas de maneira ordenada e organizada surgiu a partir do The Sims 2, quando organizava um playbook com anotações sobre isso. Para que conquistasse a confiança de um sim com interesses diferentes dos meus, eu precisava me preparar de modo a não só causar uma boa impressão àquela pessoa em particular como também exercer influência sobre ela - eis a base do carisma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de maio de 2022 (data da postagem original). 

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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Notas sobre um diálogo imaginado entre Menandro e o professor Olavo de Carvalho

 1) Lá pelos idos de 2004 ou 2005, quando estive na Biblioteca Nacional pela primeira vez na vida, eu vi um marcador de livros que tinha mais ou menos esta frase: "Aqueles que lêem um livro vêem duas vezes melhor". Esta frase foi atribuída a Menandro, um líder do mundo antigo, responsável pela helenização da cultura grega à indiana, já que o império de Alexandre chegou até os confins do mundo conhecido.

2) Se ler é ver duas vezes melhor, isto implica ver o que não se vê, como diria Bastiat, a ponto de usar a imaginação de modo a compreender as possibilidades do mundo real, muito embora elas de fato não tenham acontecido ainda - o que leva a uma atitude intelectual propositiva, em vez de reativa. E é dentro de uma atitude propositiva, fundada na reflexão filosófica, que se cria a necessidade de se dizer a verdade, pois ela é o fundamento da liberdade - eis o motor da cultura.

3.1) Se ler é ver duas vezes melhor, então aplique isto a 80 livros lidos por ano.

3.2) Considerando que alguns livros são para serem provados, enquanto outros são para serem engolidos, ao passo que  há outros que são para serem mastigados e digeridos, então este tipo de degustação não pode ser feito se você não estiver revestido de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Ele é o caminho, a verdade e a vida - a unidade por meio da qual se mede o verdadeiro valor do conhecimento das coisas objetivamente falando, uma vez que ele foi igual a nós em tudo, exceto no pecado. 

3.3) Se você não for imitador de Cristo, então não ouse dar este passo - não se envaideça. O conservantismo leva à presunção e à inflação do ego - o que leva à morte eterna. Conheci muita gente que está amargando o fogo eterno por conta disso, pois mediu as coisas pela sua própria estupidez ao invés dos méritos de Cristo. Digo estas coisas por experiência própria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 07 de abril de 2022 (data da postagem original).

domingo, 31 de outubro de 2021

Sobre o verdadeiro dia das bruxas que há em nós

1) Certas conversas são como tortura: nego mal te conhece e acha que tem a solução para todos os seus problemas. Essa gente sem noção e sem senso das proporções quer que eu vá enfrentar o adamastor, quando a verdade conhecida e que deve ser observada é que, quando se é pequeno, você deve agir com discrição e estruturar as defesas pessoais contra o ataque de um inimigo mais organizado e mais forte que você, além de conseguir estabelecer contatos e receitas no subterrâneo de modo que você se expanda da melhor maneira possível, de modo que você seja mais forte do que esse adamastor, para só assim esmagá-lo ou contorná-lo, a ponto de transformar esse cabo das tormentas em Cabo da Boa Esperança. E tudo isso sem fazer alarde, como bem fizeram os portugueses ao longo da História.

2) Nego no meio católico confunde coragem ultramontana com burrice, demonstrando, assim, ignorância completa acerca das tendências históricas portuguesas, daquelas que deram origem ao Brasil. No final, terminam seus dias se dando mal. Se estudassem a teoria do sigilo no contexto dos descobrimentos portugueses, certamente não cometeriam esses erros. Certo dizia Mão Santa, o Senador do Piauí: a arrogância precede a queda, pois ela se funda na ignorância audaciosa. Não é à toa que muitos estão virando protestantes por conta disso, pois a verdade está sendo mal defendida.

3.1) Não é à toa que ganhei reputação de pragmático, da parte de alguns - até onde sei, o pragmatismo responsável vem de Roma, pois eu sou pelo que funciona. 

3.2) Essa boa experiência pré-cristã, fundada no que se conserva de conveniente e sensato, ela não pode ser desprezada, pois a vida é tanto arte quanto ciência prática. A verdade é o fundamento da liberdade - e o propósito da autoridade é aperfeiçoar o que já existe de bom, não criar algo a partir do zero.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2021 (data da postagem original).

Comentários adicionais:

Arthur Rizzi:

1) Quanto ao tópico 2, no artigo do dia das bruxas, esses grupos hiper-ultramontanos defendem uma forma excessivamente puritana de catolicismo. 

2) Esse catolicismo hiper-ultramontano não é capaz de gerar uma cultura, pois a cultura é orgânica e depende de certa autonomia em relação ao sagrado. Mesmo a cultura medieval não era uma extensão da Igreja e da doutrina. A Igreja coibia certos exageros, ajeitava as ideias mais problemáticas e tolerava aquelas que eram fortes demais para serem coibidas. 

3) A maior prova disso é que Os Lusíadas de Camões jamais seria aprovado por eles, pois Camões fez uso de elementos da mitologia romana e grega como metáfora poética - há muitas citações de ninfas, elfos, tágides e elementos do folclore europeu no texto. No entanto,  a obra recebeu aprovação do Santo Ofício.

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domingo, 3 de outubro de 2021

Comentários sobre a filosofia de Ortega y Gasset e sobre o existencialismo cristão

 "A vida - ela me é dada por Deus, mas não me é dada feita, pronta e acabada." (José Ortega y Gasset)

1) Esta é uma reescritura de uma famosa frase do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, que soa mal para o falante médio de língua portuguesa. A frase original é esta: Minha vida me é dada, mas não me é dada feita". Do jeito como ela foi traduzida, ela está horrível, fora que esconde dados relevantes. Além disso, o autor da vida é Deus - logo, este ser especial, que criou todas as coisas por amor, tem que ficar em evidência, não oculto, como está no texto original.

2.1) A vida pode ser dividida em duas partes: a parte dada por Deus e a que não me é dada. Deus é o autor da parte dada, da parte biológica, cuja matéria é desgastada pela ação do tempo, pela gula de Cronos - e nesse campo, Deus permite o pecado de modo que eu erre e me aperfeiçoe. Enquanto o tempo desgasta as coisas, incluindo a minha juventude, Deus me dá o tempo necessário para eu estar no mundo. Apenas colho as experiências necessárias que dão sentido à minha existência de modo a servir de exemplo a outras pessoas, uma vez que estas coisas apontam para a grandeza da criação, que é Deus.

2.2) Na parte onde a vida não me é dada feita, onde sou eu mesmo lidando com as minhas circunstâncias, eu sou autor da minha vida, enquanto conjunto de experiências que acumulo ao longo do tempo - e o que assimilei tende a ser único. E na sociabilidade, esse mercado moral onde descubro os outros dentro da mesma circunstância onde me encontro, eu compartilho minhas experiências fundadas na minha solidão, a ponto de fazer disso uma economia da salvação organizada, um caminho para a evangelização. Faço dessa necessidade do encontro liberdade para o outro - eis a liberdade em Cristo. E neste ponto sou autor da minha vida pela graça de Deus, já que meu trabalho é a aperfeiçoar a liberdade de muitos, uma vez sou servo da verdade em Cristo Jesus.

2.3.1) É reunindo o maior número de experiências que puder num único sistema filosófico que sou capaz de servir ao meu próximo de modo que eu ganhe a vida eterna - e isso faz com que eu me santifique através do trabalho de filósofo. E essa reunião de todas as coisas num único sistema a ponto de transformar todas as coisas em sabedoria, ela se dá na maturidade, na plenitude do tempo kairológico, onde eu estou revestido de Cristo de tal maneira a dizer aos Cristos necessitados, meus alunos, quais são os verdadeiros caminhos caminhos a seguir e evitar os erros que cometi, já que Cristo é o caminho, a verdade e a vida.

2.3.2) Neste sentido, a obra de Ortega y Gasset leva a um existencialismo cristão. E esse existencialismo é que dá todo o sentido à vida, já que a verdade é o fundamento da liberdade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 28 de setembro de 2021

O Problema de Deus

 No curso que eu farei sobre o "problema de Deus", entre outras coisas, eu demonstrarei o que se segue:

O "deus" dos modernos é um absoluto ou infinito virtual, é a "ideia" do homem, sua inteligência maximizada, sua vontade maximizada, seu coração/amor maximizado. 

Como os modernos não apreendem o "ser" [criado ou participado] no/do mundo empírico, senão que veem o "transcendental" como as próprias estruturas subjetuais, a divindade é esta superestrutura na sua atualidade ideal em face da extensão na qual ela se contrai e da qual ela busca se desprender [em outras palavras, a divindade moderna é o Caos/Abismo da teogonia, e não o Princípio Primeiro da realidade]; o desvelamento dessa verdade [implícita em Descartes, explicitada de modo tosco em Spinoza, e de modo sofisticado em Hegel] por Feuerbach levarão: 

a) Marx [concupiscência dos olhos] a divinizar e priorizar historicamente a infraestrutura, deslocando a liberdade do sujeito absoluto [a sociedade comunista, o "reino de deus na terra" (sic)] para o fim do processo histórico; 

b) Nietzsche [soberba da vida] e Freud [concupiscência da carne] a priorizar as forças instintivas e inconscientes, descolando-se de vez de toda reminiscência ou verniz cristão para a divindade moderna imanente [que ainda se expressava em termos de ideal regulador dos fins práticos e naturais, para efeitos políticos e científicos]. 

Todos esses autores estão envoltos no problema do imanentismo moderno. Eles nem sequer desconfiam da diferença da perspectiva moderna para o socratismo, o platonismo, o aristotelismo e a filosofia cristã pré-nominalista.

A heresia modernista será um intento de conciliar o Cristianismo com o sistema moderno já inteiramente desdobrado: o agnosticismo da transcendência, a divinização do mundo e o sentimento religioso (gnóstico/panenteísta) na qual se resolve a contradição.

Joathas Bello

Facebook, 28 de setembro de 2021

Fonte:http://fumacrom.com/2IeM3

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Como escrevo meus artigos?

1) Dizia Sid Meier: "primeiro, nós fazemos o jogo divertido. Só aí acrescentamos o resto". Esta foi a filosofia de design pela qual foi feita a série Civilization.

2) A mesma coisa pode ser aplicada com relação aos escritos que produzo: "primeiro, eu tento te tornar mais inteligente, mais amigo de Deus. Só aí é que acrescento o resto, como a bibliografia que eu uso para escrever meus artigos, por exemplo.". E essa parte dá muito trabalho - vocês não imaginam como dá trabalho digitalizar um bom livro, mas faço isso com muito carinho, da melhor forma possível! 

3.1) Esta é filosofia que design que eu uso por trás da confecção dos meus artigos, que nada mais é do que imitação da filosofia de design do Sid Meier. Ele projetava jogos; eu escrevo artigos - esta é uma diferença acidental, mas que funciona muito bem para ambos os casos. 

3.2) Por isso, este projeto intelectual é extremamente trabalhoso - vou levar muitas décadas para concluí-lo. Mas farei isso com excelência, visando a glória de Deus e honrando a missão de servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecida em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2020.