Muitos podem dizer: "José, você é um homem! Rezar por essas ucranianas não seria o suficiente?"
Durante meus anos em que freqüentei a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, eu percebi que a oração não basta, tão-somente. Um homem é justificado por sua fé e por suas obras. De nada adianta rezar para que o mendigo tenha o pão do dia seguinte se você não der o alimento para ele. Se você tem meios de suprir as necessidades dele, faça isso. Você não pode ser um euquita, pois fé sem obra é fé morta, insincera aos olhos de Deus.
Se tivesse dinheiro para viajar, uma das coisas que gostaria de fazer seria aprender ucraniano e passar o máximo que pudesse na Ucrânia - tomar aquele país como um mesmo lar em Cristo tanto quanto o Brasil e a Polônia é uma questão de urgência, de caridade, pois seu fundamento está em Deus. Se conhecesse uma mulher jovem, solteira, passando necessidade, obrigada a se prostituir para sobreviver, eu iria ajudá-la, pois numa situação como esta não me importa se a pessoa é católica de rito ucraniano ou se é católica ortodoxa, pois a chuva do Dilúvio atinge a todos por igual, justos e injustos.
Tal como escrevi nos artigos anteriores, esta mulher é uma ubogi - aquele tipo de pobre que Deus tanto preza. Se Deus me deu muito e fez de mim um bogaty, muito será cobrado de mim se eu não cuidar bem dela tal como um Cristo necessitado. A guerra me abriu uma oportunidade para que eu encontre uma esposa dentre esses ubogis de modo a cuidar bem dela, nos méritos de Cristo.
Como isto não poderia ser amor verdadeiro, em Deus fundado, em que eu cuido dessa pessoa tal como um bom pastor que dá sua vida por esta ovelha, que está perdida no pecado, a ponto de correr o risco morrer eternamente por estar na prostituição? Amor ágape, fundado nessa compreensão, é a mais elevada forma de amar que se tem - nada tem a ver com o amor erótico.
E ainda tem gente que discorda disso, meu pai do Céu! Dessa gente eu quero distância.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 05 de março de 2022 (data da postagem original).
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