Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador história do Brasil. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador história do Brasil. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Bicentenário da imigração dos povos de língua alemã para o Brasil - transcrição de um podcast

(0:03) Há 200 anos, começava uma migração em massa do território onde hoje fica a Alemanha (0:09) para o Brasil, um fenômeno que duraria décadas e que levaria quase 300 mil alemães ou falantes (0:15) de língua alemã para diferentes regiões brasileiras, com maior concentração nos estados (0:20) do sul. (0:20) Quando ainda fazia parte do reino de Portugal, Brasil e Algarves, o Brasil já havia tentado (0:26) a instalação de colônias alemãs na Bahia, por exemplo, mas o projeto não vingou. (0:30) Nova Friburgo, na Serra do Rio de Janeiro, já havia sido fundada por suíços, mas na (0:35) época o Brasil ainda não era independente.

(0:38) Por isso, a primeira colônia fundada efetivamente para imigrantes provindos de territórios (0:43) onde hoje se situa a Alemanha após a proclamação da independência em 7 de setembro de 1822 (0:50) foi a de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. (0:53) Foi lá que os primeiros 39 imigrantes chegaram no dia 25 de julho de 1824, depois de uma (1:01) viagem que durou pelo menos três meses. (1:04) Mas e como e por que esses imigrantes escolheram o Brasil como destino? (1:08) Bom, há uma série de razões.

(1:10) É uma história complexa e cheia de nuances geopolíticas e econômicas que eu explico (1:15) a partir de agora. (1:17) Quem me ajuda a contar um pouco dessa saga é o escritor e pesquisador Rodrigo Trespa, (1:21) autor do livro 1824, Como os Alemães Vieram Parar no Brasil. (1:27) A promessa na Alemanha era de que todos receberiam sementes, ferramentas, animais, subsídios (1:33) e 77 hectares de terra.

(1:35) A divisão foi feita de forma que uns receberam muito mais do que isso e outros menos da metade (1:41) e de forma bastante irregular. (1:42) Isso já nos primeiros anos, desde a demarcação de terra. (1:45) Mostra o quão corrupto era o governo da época.

(1:48) Eu entrevistei o Rodrigo para um documentário sobre os 200 anos da imigração alemã para (1:53) o Brasil, que poderá ser assistido no canal da DW Brasil no YouTube e em emissoras de (1:58) televisão parceiras no Brasil. (2:13) Está no ar o DW Revista, o podcast semanal produzido pela redação brasileira da DW. (2:20) Eu sou o Guilherme Becker e falo diretamente de Bonn, na Alemanha.

(2:23) Nesta edição, vamos explorar por que o Brasil foi um dos países que mais recebeu imigrantes (2:29) alemães a partir do século XIX. (2:31) E este não será o único episódio sobre o tema. (2:34) Ao longo das próximas semanas, vamos lembrar de outros capítulos, alguns deles um tanto (2:39) desconhecidos sobre a imigração alemã para o Brasil.

(2:57) Se a gente tivesse que resumir o início do processo que levou milhares de alemães a (3:02) imigrarem para o Brasil ao longo dos séculos XIX e XX, podemos citar quatro principais (3:07) motivos. (3:08) Primeiro, uma Europa devastada devido às guerras napoleônicas entre o fim do século (3:13) XVIII e o início do século XIX. (3:16) Depois, a Revolução Industrial, que afetou muitas regiões do interior da Europa, ou (3:20) da Alemanha, neste caso, também entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. (3:25) Terceiro, a Independência do Brasil, consumada em 1822. (3:30) E por fim, o caminho aberto para a abolição da escravatura. (3:34) Tudo isso que eu citei aqui fez com que os habitantes dos então reinos do território (3:38) onde hoje se situa a Alemanha enxergassem uma grande oportunidade para mudar de vida, (3:43) para vislumbrar uma melhor qualidade de vida, ainda que em um lugar desconhecido e distante.

(3:49) Aqui vale lembrar que a Alemanha como conhecemos hoje só foi formada em 1871, depois de a Prússia (3:56) e outros reinos derrotarem a França e, anos antes, a Áustria e a Dinamarca, em guerras (4:01) que começaram na década de 1860. (4:04) Na maior parte do século XIX, a Alemanha era, portanto, uma grande colcha de retalhos, (4:10) vamos dizer assim, um punhado de reinos, tendo a Prússia como o maior deles e também outros (4:15) com nomenclaturas hoje conhecidas por intitularem estados alemães, como é o caso de Bayern, (4:21) Baviera em português, Hessen e Sachsen, Saxônia em português, ou mesmo cidades como Hanover (4:28) e Hamburgo. (4:29) E também por isso, a imigração alemã para o Brasil é conceituada primeiramente como (4:34) uma imigração de povos de língua alemã, em vez de considerada propriamente de alemães.

(4:40) Fato é que a data de 25 de julho de 1824 ficou consolidada porque o então chefe da (4:45) colônia de São Leopoldo, o doutor Johann Daniel Hillebrand, registrou esse dia como (4:50) sendo o da chegada dos primeiros 39 imigrantes alemães ao local, a cerca de 30 quilômetros (4:55) de Porto Alegre, ao norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. (4:59) Mas, como o Rodrigo me explicou no bate-papo que tivemos para o documentário, há controvérsias (5:04) em relação ao ano e a data da chegada dos imigrantes. (5:08) Ouçam só.

(5:09) Há o ano porque nós temos a presença de alemães ou populações que falavam o idioma (5:14) alemão antes de 1824. (5:16) A gente vai ter exemplos de alemães que foram enviados para a construção da Forteza do (5:20) Macapá, por exemplo, no norte do Brasil. (5:22) A gente vai ter a presença de... as primeiras experiências coloniais, digamos assim, são (5:26) com naturalistas alemães no sul da Bahia, em 1816, 1817, 1818.

(5:32) Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em 1819, com os suíços, mas também havia, nesse (5:37) grupo que chega em 1920, há pessoas com origem nos estados que hoje formam a Alemanha, principalmente (5:45) da região sul, Baden, Baviera. (5:47) O fato de 25 de julho, porque quando foi instituída a data para se comemorar, ela é baseada no (5:52) documento do Rio Lebran, que era o diretor da colônia, que ele fez para o governo da (5:56) província a lista de todos os imigrantes que haviam chegado na província de 1924 até (6:01) então, na década de 1950. (6:02) Província no caso de São Pedro do Rio Grande do Sul, que hoje é o estado do Rio Grande (6:06) do Sul.

(6:07) E ele faz isso baseado em algumas cartas, documentos de época, mas ele não tem todas (6:11) as informações necessárias para isso. (6:12) Ele aponta o 25 de julho, mas a gente tem uma carta do governador da província, da época, (6:17) em que ele notifica o governo imperial que os imigrantes alemães já haviam deixado (6:24) Porto Alegre alguns dias antes. (6:26) E de Porto Alegre até San Leopoldo não leva mais do que um dia para se chegar.

(6:30) Então eles podem ter chegado no dia 23, dia 24, antes do dia 25. (6:35) O fato é que se instituiu dia 25, o Rio Lebran registrou nisso num livro, os primeiros 39 (6:40) imigrantes alemães, 25 de julho de 1924. (6:43) E aí ficou marcado com uma data que se lembra essa efeméride, lembra essa data e que marca (6:48) o bicentenário.

(6:49) Eu também perguntei ao Rodrigo sobre as questões geopolíticas e econômicas do início (6:53) do século XIX que acabaram influenciando a emigração de alemães rumo ao Brasil. (6:58) Questões essas provocadas, por exemplo, por Napoleão Bonaparte. (7:02) Talvez se não fosse o Napoleão, o Brasil seria diferente com a evolução francesa, (7:06) com o aumento do império francês, a consolidação do império francês através do Napoleão.

(7:11) Ele acaba expandindo a França, numa época de conquistas, de expansionismo. (7:15) Ele vai obrigar o Dom João VI, que é o rei de Portugal, a deixar Portugal e vir para o Brasil, (7:20) que é, inclusive, uma ideia bastante antiga de Portugal, de mudar a capital para a sua colônia. (7:25) Já vinha de tempo, mas o Napoleão impele isso, para que ele venha para o Brasil.

(7:28) O Brasil vai se transformar de uma simples colônia, ou de uma colônia de exploração (7:33) portuguesa, para um país. (7:34) Vai receber toda a estrutura e os aparatos que um país tem para se organizar. (7:39) A corte vem toda para cá.

(7:40) Então, é culpa do Napoleão. (7:42) E é o Dom João VI que começa, através de acordos comerciais com a Inglaterra, (7:46) a trabalhar essa ideia de substituir a mão de obra escrava, abolir a escravidão, (7:51) e proporcionar, ou patrocinar, as primeiras experiências com imigração. (8:02) Antes de voltar a falar com o Rodrigo, eu queria lembrar que o DW Revista pode ser acessado (8:07) por meio de plataformas como o Spotify, onde basta procurar pela playlist DW Revista.

(8:12) Além disso, tem no Deezer, iTunes, Google Home e Alexa. (8:15) Em tablets ou celulares, é só baixar o aplicativo Google Assistente para Android ou iOS. (8:22) Bom, então quem eram esses imigrantes alemães que chegaram em 1824 ao Brasil? (8:28) É importante dizer, sim, que eles eram bem diversificados.

(8:31) Quando o Bonifácio envia o Schiffer para a Alemanha... (8:33) Só um rápido parêntese aqui, o José Bonifácio foi um dos principais organizadores da independência (8:38) do Brasil e, consequentemente, um dos mentores da abertura do país para a imigração europeia. (8:42) E o Georg Anton von Schiffer, citado agora pelo Rodrigo, (8:46) foi o emissário enviado pelo Bonifácio à Europa para recrutar imigrantes. (8:50) São dois grupos que ele pede, que busque famílias de colonos, agricultores e artesãos, (8:56) e também soldados para fornecer a mão de obra especializada e homens para o exército.

(9:02) O Brasil tinha essa ideia de que iria romper com Portugal, como de fato rompeu na sequência, (9:06) e não tinha o exército formado. (9:08) E aí também entra o Napoleão, porque a Alemanha é um país que participou (9:12) relativamente das guerras napoleônicas, fornecendo, inclusive, a alguns estados alemães. (9:15) Como o pessoal da região do Hessen, a região do Reno, (9:18) foi anexada ao Império Francês, fazia parte do Império Francês, (9:21) então essa população tinha uma experiência militar, porque havia servido nos exércitos de Napoleão, (9:26) então serviria bem para o exército brasileiro.

(9:28) Boa parte dos oficiais que vieram tinham ligação com a França, com a Alemanha e com a França. (9:33) Então, assim, a população, depois de anos de guerra, é uma população empobrecida (9:38) por anos difíceis de guerra, de produção ruim na agricultura, (9:43) invernos rigorosos, nos últimos anos havia invernos rigorosos, a agricultura não conseguia produzir mais. (9:48) Outra coisa que o Napoleão tem de importante é a imposição da vacinação (9:51) para populações que baixam, aumentam a taxa de vida.

(9:55) Vacinado consegue sobreviver mais a doenças e limita algumas, (9:59) e isso faz com que essa população do Reno, por exemplo, (10:01) que é a população que estava na França, seja beneficiada. (10:05) A questão da Revolução Industrial, por exemplo, é o oposto, (10:10) ela prejudica essa população que trabalha com artesanato, (10:13) porque a máquina começa a substituir o homem, (10:15) um sapateiro, por exemplo, vai produzir menos do que a fábrica, (10:18) o tecido, enfim, de essas profissões... (10:21) Tecelão, ferreiro... (10:22) Várias. (10:23) Passa a deixar a idade média, digamos assim, a aldeia, a produção para o consumo local, (10:30) a produção é muito maior.

(10:31) Bom, falando dessa primeira leva de imigrantes que chegou ao Brasil em 1824, (10:36) é impossível desconsiderar que a pobreza dessas pessoas era imensa. (10:41) A maioria era pobre, quase totalidade. (10:43) Por exemplo, os solteiros.

(10:44) Quem não podia pagar passagem, por exemplo, para vir, (10:46) iria servir quatro anos no Exército Imperial. (10:49) A gente vai ter aí, são quase 3 mil alemães que servem no Exército Imperial brasileiro, (10:52) desse grupo de 11 mil. (10:53) Os solteiros vão servir no Exército.

(10:56) Pagam essas terras que eles vão receber servindo no Exército. (10:59) Mas, assim, esse é um projeto específico do primeiro reinado. (11:03) Eles vão receber terras, vão receber auxílio, mas é uma minoria. (11:06) Dentro do contexto, a gente vai ter aí quase 300 mil alemães ao longo da história no Brasil. (11:10) Então, só 11 mil que vieram para cá nesse período. (11:12) A maioria precisou custear e pagar passagem dentro de outros projetos. (11:16) Iniciativa privada, que trouxe muita gente. (11:19) O Entreguerras, que foi um período que muitas pessoas deixaram fugir da Europa. (11:23) As províncias também, como eu falei antes, (11:25) as províncias estabeleciam projetos diferentes dentro dos seus contextos.

(11:29) Algumas cobravam, outras faziam um sistema diferente. (11:33) Então, o que nós falamos aqui hoje, o que a gente lembra dos 200 anos, (11:36) é esse projeto do primeiro reinado. (11:37) Brasil independente, que completa 200 anos em 1824, relembrando 1824.

(11:42) E por que São Leopoldo, no extremo sul do Brasil? (11:45) A ideia, voltamos ao Bonifácio. 

(11:47) A ideia do Bonifácio, ele escreve um documento que lhe dá o chifre, que ele vai para a Europa, (11:52) criar colônias rural-militares, (11:55) produzissem produtos agrícolas, artesanato e fornecesse homens para o exército. (12:01) E a região mais complicada do Brasil, de fronteira, é a região sul.

(12:06) Era a região sul, historicamente, conflito com Espanha e Portugal, (12:10) o Rio Grande do Sul mudou muitas vezes de lado. (12:12) E a ideia foi guarnecer essa região, (12:15) proteger essa região do que acontecia do outro lado do Prata, que é a Argentina. (12:19) E o Rio Grande do Sul era muito pouco povoado, (12:22) populações indígenas, mas sem estrutura europeia de cidades, enfim. 

(12:26) Para ter uma ideia, Porto Alegre tinha menos de 10 mil habitantes na época. (12:30) E era a principal cidade. (12:31) Era a principal cidade, a capital.

(12:32) Desorganizada, a colônia de São Leopoldo também enfrentou problemas nas divisões dos lotes (12:37) e outras promessas feitas pelo então governo imperial brasileiro. (12:41) Ouçam só. (12:42) As divisões dos lotes também foram feitas de forma equivocada, (12:46) porque a promessa na Alemanha era de que todos receberiam sementes, (12:51) ferramentas, animais, subsídios e 77 hectares de terra.

(12:55) A divisão foi feita de forma que uns receberam muito mais do que isso (12:59) e outros menos da metade e de forma bastante irregular. (13:02) Isso já nos primeiros anos, desde a demarcação de terra. (13:05) Mostra o quão corrupto era o governo da época, tanto o imperial quanto o provincial, (13:10) nessa questão de distribuição.

(13:11) É porque o projeto era financiado pelo governo brasileiro, imperial. (13:15) Isso só vai mudar a partir de 1934, (13:17) porque eles chegavam num lugar estranho, (13:19) porque eles não sabiam o que plantar, não sabiam que árvore cortar. (13:22) Então eles tinham que ter um subsídio.

(13:24) E por isso que o governo deu as terras e também o subsídio. (13:26) Isenção de impostos durante 10 anos. (13:28) Depois de 1834, 10 anos depois, (13:31) o governo imperial concedeu às províncias brasileiras, aos estados brasileiros, autonomia.

(13:36) Cada uma província iria decidir da forma que achasse melhor como isso seria feito. (13:41) Santa Catarina de um jeito, Espírito Santo de outro. (13:43) Por isso que a gente vai ter, por exemplo, a criação de Blumenau, mais tarde, (13:46) com lotes de terra menor.

(13:47) Porque também as províncias terceirizaram essa empreitada. (13:52) Passaram a empresas privadas, (13:53) ou o processo de ir para a Europa, trazer colonos, agenciar colonos. (13:58) Custear o navio, pagar a passagem, se fosse o caso.

(14:00) Depois seria cobrado, eles pagariam posteriormente. (14:03) Então muda sempre esse contexto. (14:05) Esse contexto que a gente fala.

(14:06) Dos 200 anos, o primeiro projeto de imigração alemã foi financiado pelo governo. (14:11) Os demais projetos têm cada um a sua particularidade, (14:14) dependendo da época em que vieram, do lugar que foram. (14:28) A edição desta semana do DW Revista, (14:31) que é uma produção da DW em Bonn, na Alemanha, fica por aqui.

(14:35) Fica aqui também meu muito obrigado ao Rodrigo Trespar (14:37) por todas essas informações compartilhadas neste episódio. (14:41) Mais conteúdos você encontra no nosso site dw.com.br e também no canal da DW Brasil no YouTube. (14:48) A produção, apresentação e edição técnica do DW Revista são minhas, Guilherme Becker.

(14:53) Revisão final, Leila Endrovaite e Fernando Kaulit. (14:56) Coordenação, Erika Kokkai. (14:58) O DW Revista volta na sexta-feira que vem.

(15:01) Obrigado por acompanhar a gente e um bom final de semana.

Postagens Relacionadas:

https://www.youtube.com/watch?v=o1w3Poy-xs8

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Até que ponto as chuvas podem afetar a produtividade de um pais como o Brasil? Respondendo a uma pergunta de uma ucraniana

Chuva na fazenda, Imagem feita a partir do Gemini, a inteligência artificial do Google

Fábrica processando matéria-prima, riqueza esta vinda de uma atividade primária como agricultura, pecuária, mineração, pesca ou extrativismo vegetal, atividades essas que dependem do regime das chuvas

1) Uma ucraniana me perguntou de que forma as chuvas podem prejudicar a produtividade industrial de um país.

2.1) Do ponto de vista da produção de energia, quando ocorre um periodo de secas, os rios ficam mais secos a tal ponto que inviabiliza a produção de energia elétrica.

2.2) Se tomarmos por referência que a base da produção energética do nosso país se dá através dos nossos rios, então podemos dizer que o tempo do inverno, que é um período onde não constuma ocorrer chuva, geralmente é o período onde corremos o risco de termos maiores chances de apagões e blecautes - a maior prova disso foi a crise energética que se deu no final da década de 90, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, quando não deram continuidade ao projeto dos governos militares de se investir nas usinas indústrias hidrelétricas como parte do aprimoramento da produtividade das nossas indústrias de base. Estes investimentos levavam em conta a riqueza de rios do nosso território, uma das nossas maiores caracterísitcas gegoráficas, a ponto de se tirar uma maior vantagem geopolítica disso, o que poderia trazer investimento de indústrias de ponta lá na frente. Esta miopia dos governantes da era da redemocratização gerou muitas perdas de oportunidade - e como povo, fomos obrigados a suportar este custo de oportunidade tremendo custeando termoelétricas e uma energia cada vez mais cara até o momento em que Bolsonaro foi eleito presidente, quando estes projetos dos governos militares foram finalmente retomados.

3) Do ponto de vista da produção de matéria-prima, se não houver chuvas bem distribuídas durante o ciclo produtivo da agropecuária, isto resultará numa colheita de matéria-prima tanto em baixa quantidade quanto em baixa qualidade, o que afetará a produtividade da indústria, pois o produto acabado será de baixa qualidade, a ponto de trazer baixo valor agregado - o que não atenderá às exigências do mercado externo, a ponto não trazer divisas para o país - o que certamente afetará o nosso produto inerno bruto. Naturalmente, isto gerará impactos econômicos negativos, pois crises econômicas são causas históricas de impeachment no Brasil.  

4) Estes são, portanto, alguns dos determinismos geográficos que afetam a governabilidade de nossa terra e que devem sempre levados em conta por um governo minimamente competente. Um governo que não dá a mínima para isto perde não só a legitimidade como também a condição de governar, posto que perdeu a capacidade de gestão do espaço geográfico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 03 de junho de 2024 (data da postagem original).

sábado, 6 de janeiro de 2024

Notas sobre São Paulo, quando foi fundada


A CABANA QUE DEU ORIGEM À MAIOR CIDADE DO PAÍS 

Localizada no então chamado "Planalto de Piratininga", a pequena cabana de pau-a-pique, com cerca de 90 metros quadrados, serviu como escola, igreja, dormitório, refeitório, enfermaria e abrigou, com o adensamento população em seu entorno, a gênese da vida paulistana.

Muitos registros tentaram resgatar o significado simbólico desta construção. Hoje, também a Inteligência Artificial nos ajuda a vislumbrar este tempo distante.

Visitar o Pateo do Collegio é também permitir-se uma viagem no tempo. 

Fonte: https://www.facebook.com/sandrinhaespolador/posts/pfbid0E6QNLjdYyqL8P5ZKQpMxdS3CF7nj57K6QcB237JVAotHkuJ7PYVQLSQsZ1xHmYPxl

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Comentários a uma aula do HOC sobre a geopolítica da conectividade

1) Em uma live recente, o professor Heni Ozi Cukier (também conhecido como HOC) falou da geopolítica da conectividade.

2) O principal cerne da diferença entre uma comunidade imaginada e uma comunidade revelada é justamente este: numa comunidade que se revelou por conta do milagre de Ourique, é natural que o desenvolvimento econômico e civilizatorio se funde no sentido de se propagar a fé cristã a tal ponto que esta se torne a jóia da coroa de sua pátria-mãe - esta foi a razão de ser da América Portuguesa até 1822. Por conta dessa conexão com o transcendente, foi-se estabelecendo conexões marítimas e econômicas de tal maneira que o país passou a ter uma importância geopolítica crucial para a saúde financeira de Portugal e da própria Europa.

3) Com o ato de apatria havido em 1822, essa conexão e esse sentido civilizatório foi perdido, pois uma comunidade precisou ser artificialmente forjada e politicamente jusiticada de modo a agradar aos interesses da maçonaria, interesses esses fundados na ideologia de que o Brasil era colônia de Portugal, que foi o fato gerador da cisão do império. Como essa conexão forjada na ideologia política revolucionária não apontava para Deus, mas para o conservantismo dos donos do mundo, o real sentido das coisas foi se perdendo a ponto de se criar uma verdadeira homeostase civilizacional, dado que movimentos revolucionários cada vez mais progressistas e obstinados em seu conservantismo revolucionário iam destruindo todos os valores remanescentes que apontassem para a verdadeira história da pátria, fora que militantes de todos os matizes faziam assassinatos sistemáticos de monumentos de modo a se sonegar o conhecimento de nossa verdadeira história às futuras gerações de brasileiros ainda não nascidas, que certamente serão assassinadas no ventre de suas mães se a Suprema Corte descriminalizar o aborto.

4) Para se superar esta crise, é conveniente que aqueles que sabem a verdadeira História do Brasil contem agora o que sabem aos que ainda não sabem e que possuem ainda boa vontade de conhecer a verdade, que é o fundamento da liberdade. É neste momento que a diácrise histórica de 1822 será transformada em síncrese, a ponto de se criar uma segunda independência, com o intuito de se romper com estes falsos libertadores - o que permitirá que nos reconectemos com aquelas verdadeiras fundações estabelecidas em Ourique. E aí a crise civilizacional havida por conta deste ato de apatria será superada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2023 (data da postagem original).

sexta-feira, 31 de março de 2023

Efémerides do dia 30 de março - por que este é um dia importante na luta contra a mentalidade revolucionária?

1) No dia 30 de março de 1818, D. João VI proíbe a maçonaria e as sociedades secretas de existirem no Brasil e em Portugal. Quem fosse pego nessas confrarias, sociedades e clubes fazendo conjuração antimonárquica e anticristã sofreria a pena de lesa-majestade: sofreria a pena capital, quando não degredo para a África.

2) No mesmo mesmo dia, em 2023, nosso presidente Bolsonaro retorna ao Brasil após um longo exílio de três meses nos EUA. Ele vai capitanear as forças pró-Brasil contras estas forças nocivas da revolução que prejudicam não só o Brasil, mas também o mundo interio.

3) Como o comunismo é um subproduto da revolução liberal e maçônica que nos assola desde 1789, então essa gente tem que ser punida com a pena que é própria do crime de lesa-pátria: fuzilamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2023 (data da postagem original).

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

22 - A história de uma marca de loucura, antes mesmo de tornar-se um símbolo presidencial e nacional - relatos de uma experiência pessoal minha, quando houve meu trote na UFF

1) Quando entrei pra UFF, em agosto de 2001, me marcaram com um 22 nas minhas costas. Naquela época, vigorava o antigo Código Civil e esse artigo considerava absolutamente incapazes para a vida civil os loucos de todo gênero.

2) Mal sabiam eles que me marcaram com a marca do presidente Bolsonaro anos antes de isso acontecer. Hoje, o 22 é uma marca de orgulho - foi como se tivessem me marcado com uma cruz nas minhas costas. Quem era louco de todo gênero e absolutamente incapaz para a vida civil e para a advocacia eram os pinéis dos veteranos que me marcaram - eles não viram o que precisava ser visto. O ateísmo deles não permitia tal antevisão dos tempos que se seguiriam, seja a médio ou longo prazo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2022 (data da postagem original).

domingo, 20 de novembro de 2022

Silogismos sobre a palavra lobster em língua inglesa

1) Lagosta, em inglês, é lobster.

2) Se pararmos pra pensar, lobster, em português, seria a junção de gângster com lobby. 

3) Não é à toa que lagosta é a iguaria preferida dos corruptos, dos filhos deste regime que dá causa a todas as perversões e prostituições que fazem com a coisa pública, com o dinheiro público, cuja provisoriedade entre nós durou 103 anos (de 1889 a 1993, quando houve o plebiscito).

4) Se o sujeito me falar de virtude republicana, sobretudo se este for professor de Direito Constitucional, eu mandarei o réprobo voltar pra sala de aula pra estudar (a História do Brasil de verdade, não a de mentira, que nos é doutrinada pelos comunistas).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2022 (data da postagem original).

sábado, 12 de novembro de 2022

Notas sobre personagens que eu gostaria de criar para os meus escritos, se soubesse fazê-lo muito bem

1) Fico imaginando um personagem na literatura que fosse a mistura do Bandarra (profeta do V Império) com o Olavo de Carvalho (que no meu entender foi outro profeta), dentro de uma circunstância muito parecida com a do Enéas, onde o cenário cultural estava tão contaminado que ele mais parecia um louco, mas que, com o passar do tempo, as pessoas percebiam que ele tinha razão.

2.1) Esse profeta, além de ser muito sábio, ele evocava as tradições mais antigas da época em que Portugal foi fundado, da época em D. Afonso Henriques teve um encontro com o próprio Cristo na Batalha de Ourique. Quando ele abre a boca, ele lembra São João Paulo II consagrando a eucaristia: você sente que Deus está presente nessa pessoa, a ponto de ser nosso guia em face da escuridão. Ele seria uma espécie de Moisés.

2.2) E para auxiliar ao povo nesse tempo de crise, ele designa um herói: que é uma mistura de cavaleiro medieval com Josué e Jair Bolsonaro, uma figura principesca que cuida do povo tal como os monarcas que sempre tivemos e um excelente guerreiro na luta contra o comunismo, a ponto de nessa parte ser inspirado no Salazar, que combateu o comunismo e a maçonaria no seu tempo.

3) Para criar personagens com essa força monstruosa, eu precisaria não só de muito conhecimento da História do Brasil e de Portugal, além de freqüentar a missa tridentina todos os dias e ter comunhão freqüente. Para algo de excelência, eu teria que viver a santidade em toda a sua plenitude, o que não seria fácil.

4) O pano de fundo da história é esse em que nos encontramos, que é o cenário perfeito da História. Mas trabalharia as coisas de maneira alegórica, pois a ordem simbólica transmite coisas com muito mais profundidade que a realidade nua e crua das ruas não seria capaz de transmitir.

5) Este realmente seria um desafio para a vida inteira, não só para mim, mas também para quem se inspira no meu trabalho para escrever também.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2022 (data da postagem original).

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Concurso Público também é cultura - como tomei conhecimento dos soldados da borracha a partir das aulas preparatórias de cursinho, a ponto de me salvar da ignorância

1) Eu estava assistindo a uma aula do Estratégia Concursos sobre Direito Previdenciário. O tema da aula era sobre pensões especiais.

2) Durante o correr da aula, o professor falava da pensão especial dos soldados da borracha, isto é, das pessoas que atenderam ao chamado do governo Vargas para trabalhar nos seringais da Amazônia extraindo látex, o qual seria usado na produção de pneus que seriam usados nos jipes e tanques dos exércitos aliados, sobretudo dos Estados Unidos, durante o esforço de guerra.

3) Esses trabalhadores foram fundamentais na vitória dos aliados contra os nazistas e fascistas, a tal ponto que são verdadeiros heróis da pátria. Durante os anos em que estava no segundo grau, os professores de História, esses malditos comunistas, não falaram deles. Quando eu cursei direito na UFF, eu não tive aulas de Direito Previdenciário - por isso, continuei sem saber. No Curso Glioche, meu primeiro curso preparatório, nada se falou sobre este assunto, muito embora a pensão deste trabalhador especial já estivesse em vigor desde 2007 (e estive no curso entre 2008 e 2012). Ou seja, se não fosse o trabalho dos professores do Estratégia Concursos, eu morreria na ignorância dessas pessoas que foram cruciais para o passado glorioso do meu país.

4) Quando tomei conhecimento do assunto, imediatamente procurei por livros que contassem a história dos soldados da borracha e encontrei. Numa próxima ocasião, eu vou comprá-los na Estante Virtual e digitalizá-los. Não deixarei ninguém na ignorância como me mantiveram sobre este assunto durante muito tempo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2022 (data da postagem original).

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Comprar, colecionar e digitalizar livros de História do Brasil é a preparação para se completar um grande quebra-cabeça, cujo processo se completa com o estudo de todas as peças reunidas

1) Agora que comprei o livro Brasil: colônia de banqueiros, eu senti que adquiri uma peça que faltava no quebra-cabeça para melhor compreender a História do Brasil. Uma vez digitalizado esse livro, passarei essa peça adiante para o meu amigo Felipe Lamoglia.

2) Esse livro deve ser lido em conjunto com o livro Sua Majestade, O Presidente do Brasil e O Brasil não foi Colônia, de Tito Lívio Ferreira. Embora Loryel Rocha recomende a seus alunos a não comprarem livros, eu tive a sensatez de não seguir esse conselho. Eu compro os livros, digitalizo e ainda vendo as cópias digitais a quem interessar possa. Afinal, eu sou empreendedor - consigo ser escritor e ser vendedor de livros porque passei bastante tempo da minha vida me preparando para fazer o que faço.

3) Além disso, os livros digitais que produzo também são por mim lidos, sobretudo quando estou fora de casa ou precisando aprender alguma coisa nova. E se por alguma razão eu voltar à sala de aula, na qualidade de aluno-ouvinte, posso mostrar os e-books aos meus contatos numa eventual conversa após a aula - nesse sentido, poderei fechar alguma venda, pois mercado é encontro, não sujeição. Eis a pedagogia do bom prestador de serviço.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2022 (data da postagem original).

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Prefiram um presidente motoqueiro a um que seja cachaceiro

1) Na CPI da Pandemia, Omar Aziz, o político com cara de capivara, acusou o presidente Bolsonaro de ser motoqueiro.

2) Convenhamos: eu prefiro um presidente motoqueiro a um presidente cachaceiro, troglodita, que glamouriza a ignorância, que rouba e deixa roubar. Além do mais, passeio de moto é símbolo de liberdade, tal como vemos nos EUA. E uma caravana de motociclistas patriotas pode fomentar a economia inteira de um pequeno ou médio município - eis o efeito prático das motociatas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de novembro de 2021 (data da postagem original).