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sexta-feira, 27 de agosto de 2021

"Carta Magda" e direito à educação - notas sobre ignorância programada ou entrando na mente do mar de azia

1) Na tal Carta Magda - ou Carta Margarida, tal como o partido Wiosna defende, aquele partido que quer transformar a Polônia numa nação homossexual, para quem não sabe -, o direito à educação é confundido com doutrinação. 

2) Nas aulas de educação física, por exemplo, as aulas de pilates são confundidas com aulas de ser como Pilatos - todo mundo aprende a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade lavando as mãos.

3) É assim que se emburrece um povo - uma mão cínica lava a outra, que é sínica, a ponto de um asno afagar o ego de outro asno. Este é o maior ensaio sobre a cegueira que se pode fazer e não é preciso ser nenhum Saramago para se enxergar esta realidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Alba Cassin de França: Que Magda é essa, a Göebbels?

José Octavio Dettmann: Sim. Para ela, a constituição é mais burra que uma porta, uma folha de papel onde nela se escreve qualquer porcaria inútil que tá valendo como se fosse lei, já que lei é força - tal como pensou Ferdinand Lassalle, genro de Karl Marx, em seu livro A Essência da Constituição.

sábado, 21 de agosto de 2021

Por que certas redes sociais, como o academia.edu, necessitam de uma arquitetura diferente da arquitetura do facebook - relatos da minha experiência pessoal

 1) Quando converso com alguém que sabe tanto quanto eu, eu consigo obter muitas informações que dificilmente eu conseguiria sozinho, o que facilita e muito meu desenvolvimento intelectual. Se a rede social fosse melhor usada para se trocar boas idéias com gente bem-pensante, eu iria progredir muito bem nos meus estudos. 

2.1) Por isso, não posso usar o facebook como o lugar de troca dessas idéias, já que ele se tornou um lugar de conflito, mas o academia.edu, pois posso discutir com as pessoas nos mesmos moldes de uma conversa tal como havia no tempo do finado orkut. 

2.2) Nessa rede social, que foi arquitetada de modo a atender as necessidades de uma sociedade que anseia pela busca do conhecimento, a conversa pode se dar na via individual - o que agrada e muito ao meu estilo, ao meu jeito de ser, pois possibilita que eu reúna as melhores informações a partir das melhores pessoas disponíveis, a ponto de organizar um único sistema pessoal possível: o meu sistema pessoal de conhecimento, próprio de uma pessoa que anseia por conhecer a verdade enquanto fundamento da liberdade e que responda bem a estas circunstâncias favoráveis de modo a absorvê-las e estabelecer uma atividade econômica organizada, a ponto de se tornar igualmente atividade salvífica - o que é uma virtude, em Cristo fundada.

3.1) Se tivesse mais contatos onde pudesse fazer com essas pessoas intercâmbios de idéias de modo a progredirmos intelectualmente juntos, amizades interessantes poderiam nascer a partir daí, pois o amor ao conhecimento leva ao amor à verdade - e esta aponta para o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que é Cristo.

3.2.1) Quanto mais cabeças bem-pensantes eu trouxer para o academia.edu, de modo a partilhar os tesouros de meu blog, mais comentários interessantes posso extrair deles, os quais serão incorporados às postagens de modo a enriquecer e aprimorar os conhecimentos já produzidos. 

3.2.2) Essas interações com os meus leitores geram não só um poderoso senso de integração, bem como fomenta um tremendo senso de responsabilidade pessoal a ponto de isso se tornar cultura, já que a necessidade ser leal virou liberdade e caridade, pois isso atende a um Cristo necessitado - da mesma forma como devo ser um pensador honesto e fomentar pesquisa séria tendo por fundamento a realidade, meus contatos se comprometem a comentar honestamente sobre o que vêem de modo a aprimorar a investigação que conduzo, pois, como autoridade, estou aperfeiçoando a liberdade de muitos. Isso faz com que surja uma noção de lealdade em via dupla, o que leva a uma amizade em Cristo fundada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2021 (data da postagem atualizada).

Histórias da Pandemia - Como a pandemia alterou a dinâmica social, principalmente nos fins de semana - balanço da minha experiência como cidadão brasileiro

1) Nestes tempos de pandemia, o fim de semana, antes usado pela gente comum para se ir à missa e descansar, agora se tornou uma ocasião para que os políticos se encontrem e conspirem sem muito alarde. A cultura do encontro degradou-se em um projeto de dominação.

2) Nestes tempos em que vemos a guerra política acontecer em tempo real, o tempo de pandemia se tornou um tempo de tna, de total non-stop action político, onde a conspiração e o conservantismo acontecem o tempo todo. 

3) Nunca a eterna vigilância se fez tão necessária quanto agora. Nestes tempos atuais, ser omisso é um pecado contra a bondade de Deus, o qual não merece perdão, uma vez que a bondade é um atributo do Espírito Santo, pois somos livres e salvos pela graça de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Da necessidade de combinar List com as idéias distributivistas de Chesterton e Belloc

1) Todo mercado se funda no encontro, nunca na sujeição. 

2) O começo, tal como a origem da vida, se dá na troca de idéias - se essa troca for produtiva, a tendência é a que a relação social fundada no intercâmbio de boas idéias se torne mais permanente, já que a cooperação entre A e B se torna vital para a produção de tal riqueza essencial não só para ambos, mas para toda a sociedade que depende dessa interação social constante.

2.1) Como disse List em seu Sistema Nacional de Economia Política, a capacidade de produzir riquezas é mais essencial do que as riquezas em si. 

2.2) Como a fonte da verdadeira riqueza é a verdade, que é o fundamento da liberdade, então toda atividade econômica deve ser necessariamente uma atividade salvífica, um caminho para não só uma pessoa mas também muitas possam se santificar através do trabalho, de modo que muitos possam colher o que produzem e assim se tornarem proprietárias, a ponto de também terem poder de usar, de gozar e de dispor dos bens da vida de modo a poderem colaborar para o bem comum da sociedade como cidadãos livres. 

3) Para uma nação ser tomada como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, é importante que isso seja uma lição importante para as pessoas, tal como o ar que se respira. As lições do protecionismo educador de List devem ser conjugadas com o distributivismo de Chesteton e Belloc.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Do blog como um banco de idéias - notas fundadas na minha experiência pessoal

1) Meu blog se tornou mais do que um lugar onde salvo minhas postagens de modo a serem mais facilmente recuperáveis, já que no facebook não há um mecanismo de pesquisa. Ele se tonou um poderoso banco de idéias, cujas sementes do verbo ficam lá estocadas de modo a serem consultadas e servirem de partida para novas idéias ao longo do tempo.

2.1) O banco de idéias é fruto do meu trabalho acumulado como escritor que não foi ainda sistematizado na forma de livros, uma vez que os tempos para publicar livros andam muito complicados. 

2.2) As idéias acumuladas e contidas neste precioso estoque já se provaram fonte de construção de importantes lealdades, uma vez que os tomadores dessas idéias, meus alunos, se sentem endividados e acabam me pagando este serviço que prestei de alguma forma, nem que seja com livros ou com doações em dinheiro. 

2.3) Isto é a prova cabal de que os princípios da economia bancária não se restringem apenas às finanças mas também a outras áreas de conhecimento de modo a criar lealdades entre as pessoas. Se os tomadores do empréstimo vêem Cristo em mim, então eles se submetem a ponto de serem leais a mim, já que imitei o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem neste aspecto, uma vez que a verdade foi o fundamento da liberdade nesta relação econômica voltada para a salvação de muitos, ainda que pela via do conhecimento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de agosto de 2021 (data da postagem original).

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Notas sobre a relação entre o sentido do tempo e o sentido da palavra revolução

1) Quando o idealismo alemão, de Kant e Hegel, esteve em seu auge, os filósofos daquele tempo tiveram a audácia de dizer que, fora o grego, o alemão era a língua da filosofia por excelência e que o conhecimento de nenhuma outra língua seria útil o bastante para se fazer uma boa filosofia. Quanta arrogância!

2.1) Não é toa que foi na Alemanha que a palavra revolução sempre teve relação com ruptura violenta, com derramamento de sangue, pois todo ato político violento é motivado por um ato inspirado em Chronos, esse demônio que age pela gula a ponto de consumir tudo o que é material, a ponto de corroer tudo que há de mais sagrado. 

2.2) Por isso, o sentido germânico da palavra revolução sempre está vinculado ao aspecto cronológico do tempo, a ponto de gerar um senso de materialismo histórico. A dialética, outra marca do idealismo alemão, ela cria o relativismo moral, já que é filha do liberalismo, onde o homem, inspirado em Lúcifer, não serve a Deus. Não é à toa que a expressão time is money é a que personifica esse horror metafísico do nosso tempo, a ponto de abrir os caminhos para o comunismo.

3.1) Em contraponto a Chronos, nós temos o tempo como a plenitude de todas as coisas, onde cada época das nossas vidas e das gerações humanas é marcada em ciclos. Quando um ciclo termina, um outro começa, a ponto de renovar todas as coisas e dar sentido de organicidade às coisas, já que a verdade é o fundamento da liberdade, pois tudo isso se funda em Deus. 

3.2) O tempo como plenitude das coisas, onde as realizações humanas do passado oferecem um desafio à gula insaciável de Chronos, isso tudo está representado em Kairós - e esse deus da Grécia Clássica foi a prefiguração do que viria a ser Cristo para nós todos hoje.

4.1) É do tempo como plenitude das coisas que a república romana evoluiu para uma organização política superior, a ponto de se tornar um império - e nela patrícios e plebeus, em concórdia, trabalhavam visando ao bem comum e à glória de Roma. 

4.2) A corporação de ofício nasceu neste contexto, marcando uma verdadeira revolução, a ponto de estabelecer um marco entre o fim da República e o começo do Império, dando início a uma nova era histórica e com ela novas possibilidades de santificação através do trabalho e de se tomar o pais como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. E não foi à toa que isso se concretizou quando César deu lugar a Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que governa a todos no Império Romano, fazendo com que a ordem do Império Romano se transmutasse na ordem da Jerusalém Celeste, a ponto de seus princípios estarem escritos na Doutrina Social da Igreja Católica. 

4.3.1) Por esse motivo, a revolução no sentido romano do tempo sempre será marcada pelo tempo kairológico, pelo tempo como plenitude das coisas, na forma de ciclos. 

4.3.2) Na História do Brasil tivemos, desde o tempo em que fomos parte do Reino de Portugal até os tempos atuais, diferentes eras de santificação através do trabalho, a ponto de fazer do pau-brasil, do açúcar, do ouro, do café e da soja a base da nossa economia, estabelecendo diferentes ciclos econômicos. Durante cada ciclo econômico, diferentes tipos de sociedade existiram e o sentido delas fazia sentido aos olhos de Deus por conta desse tipo de santificação, a ponto de assumir um caráter civilizatório. 

4.3.3.1) Quando estes ciclos se encerravam, as sociedades iam se reorganizando de modo a encontrarem o sentido de sua existência em outra atividade economicamente organizada, o que abria caminho para novas formas de atividades salvíficas, uma vez que Cristo estabeleceu para nós a missão de ir servir a Cristo em terras distantes por meio dessa forma, que tende a se renovar a cada ciclo econômico, que é também salvífico. 

4.3.3.2) Os ciclos podem até passar ou mesmo se repetir, mas o mais importante é que as pessoas se santifiquem através do trabalho e se tornem plenas de Cristo nele - se o ciclo terminar, elas buscarão um outro caminho, pois sempre haverá a Santa Mãe Igreja para ajudá-los em tempos de crise, pois é nesse tempo que as pessoas se dispersarão em terras distantes de modo a ocupá-las e povoá-las, de modo a integrá-las a este império de cultura fundado na verdade como sendo o fundamento da liberdade. 

4.3.3.3) Quando estas terras estão integradas nesse propósito salvífico, sempre haverá a possibilidade da reunião do que estava disperso, a ponto de trazer novos conhecimentos e novas experiências de outros lugares de modo a estabelecer novas atividades econômicas organizadas, criando novas possibilidades de se criar riqueza, a ponto de abrir novos ciclos econômicos, quando do seu estabelecimento bem-sucedido, uma vez que o povo que habita esses diferentes lugares é tomado como parte da mesma família.

4.3.3.4) É neste sentido que a palavra Revolução tem uma profunda relação com a transcendência ou com a excelência, já que todos os caminhos levam à Roma. Nela, a verdade é o fundamento da liberdade a ponto de a ordem fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem ser o verdadeiro sentido da História, já que Cristo é o juiz da História de todos os povos e de todas as nações. E neste ponto, o mundo é essencialmente o mundo greco-romano elevado à condição de Jerusalém Celeste, o que prefiguraria o Reino Latino de Jerusalém, e não o suposto mundo judaico-cristão ocidental como muitos falam, inspirado nas narrativas maçônicas e no exemplarismo puritano e americano, marcadamente revolucionário no sentido germânico do termo, que nega aquilo que pretendem afirmar.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de agosto de 2021 (data da postagem original).

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Notas sobre a pedagogia do presente (comentários adicionais à série de artigos que escrevi hoje)

1) No conto sobre a dação em pagamento, a palavra em francês para presente (cadeau) lembra cadeia de produção. Como o presente cria um elo, um senso de integração e de responsabilidade entre as pessoas, então a tendência é que as pessoas agraciadas com um presente preferirão os bens futuros aos bens do presente, se todas as coisas forem fundadas no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, pois é em Cristo, não em Chronos, que se dá a plenitude dos tempos - o que cria a inversão da lei da preferência temporal, pois ela se dá no espírito, não na matéria, a ponto de criar um senso de lealdade em Deus fundado.

2) Chronos é o arquétipo do pecado da gula, pois ele devora tudo o que há pela frente, sem dó nem piedade. Ele é a personificação da desesperação e da pressa. Isso é a negação do Espírito Santo, que rege todas as coisas. Não é à toa que é o deus favorito dos que fazem da riqueza sinal de salvação, pois esse demônio foi tomado como o primeiro a cada segundo, a ponto de darem a ele um status quo indevido.

3.1) Tudo o que se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é medido pela justa medida e pela verdade como fundamento da liberdade. Nele há senso de proporções, honra e harmonia, o fundamento da beleza. Quem espera sempre alcança os bens do futuro, visto que a verá a face de Deus, a fonte do verdadeiro poder, do verdadeiro Direito e da verdadeira Justiça. 

3.2.1) Quando recebo um presente de meus pais, estou assumindo como criança o juramento de que devo honrar pai e mãe de modo que esses bens se multipliquem ainda mais. Se eu honrar pai e mãe nos méritos de Cristo, então posso até mesmo fazê-los pararem de gastar dinheiro em coisas que lhes fomentem o vício, como os cigarros, a ponto de investirem nas coisas que de bom produzo, como estes escritos. 

3.2.2) A maior prova disso é que minha mãe mesma parou de comprar cigarros e largou o vício de fumar - e o dinheiro do cigarro virou o dinheiro da minha doação, a ponto de investir nas coisas que produzo de melhor para os meus leitores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Um conto cristocêntrico sobre a dação em pagamento e sobre o senso de tomar vários lugares como um mesmo lar em Cristo

1.1) Se eu estivesse no exterior e me fosse possível receber de presente de aniversário uma muda de árvore frutífera de um amigo da França, eu iria cultivá-la de tal modo a produzir sucos e vinhos da mais alta qualidade, assim como pratos tendo por ingrediente os frutos dessa árvore frutífera que me foi dada de presente na sua mais alta qualidade. Eu só teria o trabalho de cultivá-la no jardim e de aperfeiçoar as sementes da espécie que me foi dada de presente até a perfeição. 

1.2) Ao longo dos anos, por força da amizade, eu receberia diferentes espécies de árvores frutíferas, oriundas de diferentes lugares, cuja doação me foi feita por amigos meus oriundos de diferentes lugares do planeta. Todos eles viram Cristo em mim a ponto de me presentear com alguma coisa útil - eu só tive o trabalho de honrar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que há nessas pessoas, a ponto de estabelecer uma atividade econômica organizada, a ponto de criar alguma coisa útil a partir daí, o que me leva a um caminho salvífico interessante. 

2.1) Na hora que for me encontrar com esse amigo meu da França, no dia do seu aniversário, eu darei a ele uma muda de árvore frutífera, melhorada na sua mais ala qualidade, que recebi de outro amigo meu, oriundo de outro lugar do planeta.  Algo diverso do que ele me deu no passado, em termos de gênero, quantidade e qualidade.

2.2.1) Essa muda servirá como ponto de partida para que ele possa começar a reproduzir a tradição de tomar novos lugares como um mesmo lar em Cristo. 

2.2.2) Ainda que ele não venha a conhecer amigos estrangeiros, eu representarei esses meus amigos estrangeiros que conheci ao longo do tempo, a ponto de dar a ele, todos os anos, todos os presentes que recebi desses meus amigos que se encontram pelo mundo inteiro e que reuni e acumulei na minha pessoa, já que meu ser reuniu informações dispersas num único sistema, a ponto de ser passado a outra pessoa, na forma de uma tradição em Cristo fundada.

3) A dação em pagamento, na forma de presente em Cristo fundado, conecta várias pessoas de diferentes lugares e origens a ponto de criar uma ordem nova, um império de verdade, um império de cultura cuja expressão se dá num estilo de vida livre, fundado na santificação através do trabalho e do estudo, já que a verdade é o fundamento da liberdade, uma vez que os ventos da mudança são soprados pela direção do Espírito Santo, que sopra onde quer de modo a promover a integração destes povos tão diferentes entre si, gerando uma verdadeira dação de investimento em Cristo fundado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Um conto cristocêntrico sobre a teoria dos juros

1) Vamos supor que eu receba de um amigo uma muda de macieira de presente. Eu cultivo a muda e dela uma macieira nasce, a ponto de dar frutos segundo sua espécie. 

2) De tanto cuidar das sementes da espécie, eu acabo cultivando sementes da mais elevada qualidade possível - com as constantes frutas que as diferentes gerações de macieiras vão me gerando com o passar dos anos, eu vou produzindo tortas de maçã e sucos de maçã de melhor qualidade, produtos esses que são repassados aos fregueses da minha bancada de empreendedorismo por um preço justo, pois bons produtos tendem a ser mais caros, a ponto de saciar a necessidade dos Cristos necessitados de bons alimentos.

3.1) Quando chega o aniversário desse amigo que me presenteou no dia do meu aniversário com uma uma muda de macieira, eu lhe devolvo o mesmo presente: uma muda de macieira, melhorada na sua mais elevada qualidade, além de metade dos rendimentos que adquiri por conta de esta pessoa ter me dado uma muda macieira como ferramenta de empreendedorismo - eis os cômodos da coisa. Como vejo nessa pessoa que me deu o presente o Cristo - o caminho, a verdade e a vida - então este presente significou muito pra mim, a ponto de o amador, o que me deu o presente de aniversário, tornar-se coisa amada, já que ele se tornou meu sócio, em Cristo fundado. Logo, o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é o sumo logos e a Ele todas as coisas devem ser dadas, pois todas as honras devem ser dadas a Ele. Eis o princípio da causalidade, pois o motor da ação humana é a vida livre, cujo fundamento se dá na verdade, que é em Deus fundado.

3.2.1) Como sou chamado desde a eternidade a colaborar com a criação, então Cristo, que me ama, me obriga ao seguinte juramento: "juras que vais fazer bom uso das coisas que receberás por acréscimo de modo a multiplicar os talentos e retornar as coisas a mim, quando o tempo da colheita chegar (no caso, o dia do meu aniversário, que é também um dia do juízo, onde Deus julgará minha conduta a cada ano de minha vida que passa, enquanto administrador das coisas de Deus)?" Se juro, então devo me santificar através do trabalho, a ponto de ser honesto, não lesar a ninguém e dar a cada um o que é seu, no seu devido tempo. 

3.2.2) E neste ponto qualquer coisa em Cristo fundada pode ser usada como motor de uma atividade econômica organizada, a ponto de pavimentar um caminho salvífico organizado, incluindo fazer dos frutos da árvore do conhecimento e da vida alguma coisa útil não só a mim, mas ao bem comum. Foi do amor a Cristo que tive a honra não só de consumir dos frutos dessa árvore, como também cultivá-la a ponto de fazer de seus frutos matéria-prima para produtos acabados e melhores, que fazem da necessidade de se comer coisas mais agradáveis ao paladar liberdade, o que gera uma boa cultura, o que aponta para o senso de se tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, uma vez que a verdade é o fundamento da liberdade.

4) Eis a relação entre juros, honra, capitalização moral e princípio da causalidade, uma vez que Cristo é antropologia aperfeiçoada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Reflexão sobre os três últimos princípios da propriedade constantes na obra O Mistério do Capital, de Hernando de Soto

1) No livro O Mistério do Capital, três princípios da propriedade podem ser operados na forma de trindade: a integração entre as pessoas, a promoção do senso de responsabilidade das pessoas e a proteção das transações. Todos esses três princípios se fundam no fato de que o país deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo, já que nele as pessoas se santificam através do trabalho e as riquezas são criadas de modo a se criar um bem comum que prepare esta e as próximas gerações para a pátria definitiva, que se dá no Céu, através de um pacto não escrito entre as gerações. É neste ponto que a política se torna a continuação da trindade, a ponto de ter seu fundamento em Deus, já que a verdade é o fundamento da liberdade.

2) Se conquisto as coisas servindo a quem me é semelhante e ajo com honra, sem violar direito alheio, então eu tenho o direito de receber o pão de cada dia de modo a manter a minha vida e a dos que estão sob minha proteção e autoridade. Se eu for leal e servir a muitas pessoas, eu vou construir um capital de modo a poder investir numa atividade econômica organizada, o que abrirá o caminho para uma atividade salvífica organizada.

3.1) Se alguém me serve fielmente a ponto de querer subir na hierarquia e querer ser senhor e servir a outras pessoas na sociedade, a ponto de colaborar com o progresso e bem-estar da sociedade com seus dons e talentos, este deve ser estimulado a servir seus semelhantes a ponto de ver o Cristo necessitado nelas. E quanto mais bem servir a estes Cristos necessitados, muito mais coisas lhe serão dadas por acréscimo, visando a uma maior glória de Deus. 

3.2) Se muitos desejam o mesmo caminho, estimule esses muitos também, pois de nada adianta concentrar muitos bens em poucas mãos, já que o homem não é Deus. Quando muitos desejam o mesmo fim, isto se tornou uma cultura, pois isto se tornou uma necessidade a ponto de se tornar liberdade - e a verdade, cujo fundamento se dá em Cristo, é o fundamento dessa liberdade.

4.1) No lar está presente a idéia de intimidade e ninguém pode se meter na vida privada das pessoas, já que a vida em Deus fundada é uma vida honrosa e ninguém tem o direito de saber dela a não ser o verdadeiro ouvinte onisciente, que criou todas as coisas do mundo por amor. Contra o Estado totalitário, tudo tem que estar em Deus e nada pode estar fora da apreciação ou contra os interesses do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, já que Ele pode tudo. 

4.2) Esta é a única força que pode deter essa tirania sistemática, fundada no animal que mente, pois ele é tão cheio de si que é capaz de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade a ponto de se obstinar nisso. A fé fundada no conservantismo jamais prosperará - ela é um câncer que já entrou em metástase. Por isso, não percamos a fé - o desespero já toma o outro lado, pois por onde abundou o pecado superabundou a graça, sobretudo a graça de servir a Cristo em terras distantes de modo a tomar múltiplas terras como um mesmo lar em Cristo, o que cria um jeito de ser que não havia antes: o jeito de ser nacionista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2021 (data da postagem original).  

sábado, 14 de agosto de 2021

Como o videogame me introduziu ao universo de Senhor dos Anéis - exemplo do efeito demonstrativo da literatura de Tolkien em outras mídias como o videogame

1) Em 1996, quando eu tinha 15 anos, eu costumava jogar Warcraft - a Batalha entre Orcs e Humanos.

2) Eu sempre joguei com os humanos, já que eram católicos e amigos de Deus. Como o pessoal da minha escola se interessava mais por soccer do que por videogame, eu dizia pra minha mãe que não me interessava por "esporte de orc" (no caso, o futebol). E foi na solidão que acabei moldando o meu ser com jogos de estratégia - o que foi muito bom para mim.

3.1) Muito mais tarde, nestes tempos atuais de rede social, eu descobri que o jogo foi inspirado na obra do Senhor dos Anéis. 

3.2) Se os orcs eram os monstros que representavam a massa ignara e medíocre, cujo gosto é completamente pautado pela cultura de massa, então fiz muito bem em não me interessar por coisas que são próprias de orc, mas naquilo que é nobre e edificante e que me torna humano, enquanto criatura muito amada por Deus. Até mesmo a Santa Religião Católica não é nem assunto para quem tem espírito órquico, pois essa gente só sabe conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que os aproxima do capeta.

4.1) Sem ter lido Tolkien, acabei incorporando a beleza desse universo, através do videogame - eis o efeito demonstrativo por conta dos muitos anos de ter jogado videogame.  Vai chegar um dia que vou ler os livros de Tokien seja na minha língua ou mesmo no original, em língua inglesa.

4.2) Por natureza, não gosto de ser pautado pela moda - gosto de ser conquistado através do diálogo e da demonstração do exemplo. E mídias alternativas como os jogos, que não estão no radar da direita canhota, ajudam a edificar e muito minha consciência neste aspecto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de agosto de 2021 (data da postagem original).

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https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2021/10/por-que-os-rpgs-sao-base-dos-melhores.html

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Notas sobre minha experiência dialogando com filipinos, vietnamitas e indonésios

1) Ao longo do tempo, tive a oportunidade de conversar com gente das Filipinas, do Vietnã e da Indonésia. Os idiomas falados nesses lugares usam o mesmo alfabeto que usamos: o latino, usado por todas as línguas ocidentais, menos o grego. Por isso, aprender os idiomas desses lugares não deve ser tarefa difícil - o duro é aturar a ausência de cristianismo de certas pessoas dessas regiões.

2) Umas das pessoas que me contatou do Vietnã, uma moça jovem e bonita, se interessou por mim, pois ela achava que eu era um homem bonito. Se ela estivesse realmente interessada em um católico, trabalhador, que lutasse para defender seu país do comunismo e que fizesse dela uma mulher cristã, eu seria a pessoa certa. 

3.1) Infelizmente, ela me escolheu pelos motivos errados - e por saber que esses motivos eram errados, eu fui embora e a bloqueei. Se ela tivesse me escolhido pelo trabalho que faço visando o bem do meu país e o quanto isto pode ser útil a ela, mesmo sendo de uma cultura completamente diferente da minha, eu me sentiria honrado e passaria boa parte do meu tempo cuidando desta alma que foi a mim confiada pelo próprio Deus, ainda que esteja em outro lado do mundo. 

3.2.1) Isso faria com que eu tomasse o país dela como um mesmo lar em Cristo junto com o meu, pois o bom caráter dela compensaria a falta de atratividade que o país dela tem a me oferecer. Afinal, o Vietnã não tem nada a me oferecer, a não ser vantagens econômicas - e o aproveitamento destas vantagens pede um outro tipo de ser que eu não sou. 

3.2.2) Eu não sou um empresário materialista que faz da riqueza sinal de salvação, como os outros - sou apenas um católico e necessito de católicos de modo a crescer numa determinada região, por mais estranha que ela me seja. Até explorar as vantagens de maneira correta, isto pede uma lenta e gradual conversão do povo inteiro à verdadeira fé. E a janela que está hoje aberta poderá estar fechada quando o país estiver pronto para o tipo de trabalho que faço. Não é à toa que prefiro trabalhar com países maduros na fé - como a Polônia, por exemplo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Se devo ser romano na ambição, então qual Roma devo seguir? A dos apóstolos ou a dos césares?

1) Para ser romano na ambição, você precisa fazer esta pergunta: qual Roma devo imitar? A Roma dos Apóstolos ou a Roma dos Césares? 

2) A Roma dos césares não suportou o desejo constante de tomar todo o mundo conhecido por meio da conquista militar. Quanto mais conquistas, mais custos, pois você, como César precisava romanizar aquelas terras de modo a trazer àqueles bárbaros os benefícios da cultura romana, pois nenhuma conquista se completa sem a conquista espiritual. Como César, esse divo, deriva do Faraó do Egito, então você é um falso deus. Esse deus precisou ser destronado de modo a se colocar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem no lugar. 

3.1) Ainda que o centralismo e os custos constantes da máquina pública tenham feito o Império Romano temporal entrar em colapso, tal ordem se transmutou na Roma espiritual, tal como vemos na Idade Média. Ela se tornou a ordem social da Igreja Católica Apostólica Romana, posta em sua doutrina social. Os reinos bárbaros se tornaram vassalos de Cristo - e dentre esses reinos vassalos, a um deles foi concedida a tarefa de expandir a ordem espiritual da Cristandade: o Reino de Portugal, Brasil e Algarves. 

3.2) Quando esse processo de expansão espiritual do Império de Cristo entrou em crise por conta da revolução liberal que sacudiu a Europa, a Polônia foi feita nação vigária dessa tarefa espinhosa, dentro das revelações que Cristo fez à Santa Faustina Kowalska. 

3.3) Eis a diferença que deve ser feita entre a expansão das fronteiras a manu militari (expansão do border) e a expansão das possibilidades de conhecimento da cristandade por conta de converter povos inteiros ao cristianismo (expansão do frontier). Isto aponta muito bem a diferença entre uma comunidade revelada, que serve a Cristo em terras distantes, e uma comunidade imaginada, cujo império foi forjado por um mito fundador e por uma narrativa fundada no homem que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, cuja vaidade e ambição estúpida não encontram limites a não ser quando confrontadas pelo verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que é construtor e destruidor de Impérios, o verdadeiro Poder Moderador.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 (data da postagem original).

O que realmente significa sociedade aberta?

1) Da mesma forma que não acredito em mundo sem fronteiras, também não acredito em sociedade aberta, pois ela está aberta a conservar qualquer coisa conveniente e dissociada da verdade, a ponto de edificar toda uma falsa ordem com fins vazios de modo que qualquer utopia possa ser realizada nela sem oposição.

2) Acredito em sociedade fechada - fechada com o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, já que Ele é o caminho, a verdade e a vida, além de construtor e destruidor de impérios. Em Cristo sempre haverá um mar fechado, o Mar Oceano da Misericórdia, por onde devo navegar de modo a servir a todos os necessitados de Cristo, estejam eles em terras próximas ou distantes, pois consigo ver nesses Cristos-mendigos o Cristo necessitado de conhecimento.

3) Ninguém poderá alegar em que parte do Testamento de Adão o mundo foi dividido entre Portugal e Espanha. Cristo é o segundo Adão e deu a Portugal a missão de servir a Ele em terras distantes, em razão do milagre de Ourique, e fez da Polônia nação vigária nesta espinhosa tarefa, ao fazer suas revelações à Santa Faustina Kowalska.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Buscar um mundo sem fronteiras é abraçar o conveniente e dissociado da verdade

1) Não acredito em mundo sem fronteiras. Como verdade conhecida é verdade obedecida, então não posso violar a fronteira da verdade, enquanto fundamento da liberdade, com o meu desejo de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, pois aí estarei traindo o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que me foi enviado para me salvar do pecado e da morte. Esta fronteira, esta marca, não pode ser cruzada sob pena de danação eterna - eis o border espiritual. Cristo é o caminho, a verdade e a vida - logo, a fronteira final, definitiva, que não pode ser superada nem mesmo com o rótulo da pós-verdade.

2.1) Por outro lado, as experiências imperfeitas decorrentes da limitação do meu idioma materno podem ser superadas aprendendo outros idiomas e tomando outros países como um mesmo lar em Cristo, sem que eu renuncie à minha terra de origem. 

2.2) Este frontier é de natureza ontológica e este pode ser superado. Mas você precisa se revestir de Cristo e percorrer o justo caminho das honras de modo a querer se expandir de maneira honesta e sem pisar em ninguém - se você for cheio de si até o desprezo de Deus, então a busca de tal conhecimento não passará de vaidade e só produzirá obras ruins, conseqüências maléficas. Afinal, idéias têm consqüências.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Como o conhecimento de novos idiomas aumenta as fronteiras do conhecimento? Uma análise fundada na minha experiência pessoal

1.1) O conhecimento que você tem da sua língua nativa implica o conhecimento dos limites e das possibilidades de conhecimento que você pode ter por conta do que a língua tem a oferecer. 

1.2) Como nem todas as nuances estão registradas na língua portuguesa, você precisa conhecer outras línguas de modo a expandir as fronteiras do conhecimento e expandir as suas possibilidades de análise de modo a driblar os obstáculos epistemológicos que você vai enfrentar nestes tempos de conservantismo político e acadêmico, já que a ciência e a técnica estão a serviço da ideologia.

2.1) Como disse anteriormente, quanto mais línguas você conhece, mais nuances você conhece, a ponto de alargar as fronteiras de conhecimento, o seu frontier intelectual. 

2.2) Esse frontier só pode ser superado tomando o país onde essa língua é falada oficialmente como se fosse seu lar em Cristo tanto quanto sua terra de origem. E é tomando os dois países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo que você cria as pontes que favorecem a integração entre as pessoas desses dois lugares, pois a virtude e a experiência de um são distribuídas aos outros através da santificação através do trabalho e do estudo. 

2.3) Assim, percorrendo o caminho das honras que devem ser dadas ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, você consegue se expandir sem ofender ninguém. Eis a aristocracia distribuída - do exemplo de um único homem virtuoso todo um universo se abriu aos demais, por conta da bondade de Deus.

3.1) Quando vou aprender uma língua, eu busco ver se o povo ama e rejeita as mesmas coisas tendo Cristo fundamento. O amor que esse povo tem por Cristo me faz querer abraçá-lo e contá-lo como meu povo também, já que meu coração tem útero. E é por conta de o coração ter útero que posso adotar adultos sistematicamente como meus filhos adotivos tendo por fundamento o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Afinal, eles são crianças espirituais, obras de Deus.

3.2) O homem não é só um corpo biológico - como ele é também dotado de alma e espírito, eu também abraço sua cultura e sua língua dentro de um ambiente católico, já que a verdade é o fundamento da liberdade - e seu limite reside em não traí-la por conta do pecado do conservantismo. 

3.3) Ainda que me seja interessante assimilar as línguas mais assemelhadas ao português, já que o processo de alargamento das fronteiras do conhecimento será bem mais fácil para mim, a verdade é os povos que falam estas línguas assemelhadas estão fortemente descristianizados - por conta disso, não me faz sentido estudar tais línguas. Se Cristo não for o caminho suave do aprendizado, eu buscarei um caminho mais difícil desde que Cristo seja levado em conta. E foi aí que eu abracei o polonês, esta língua que é bem mais difícil de aprender.

4) Quem tentar me retrucar esta verdade por mim conhecida está a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E neste ponto está ofendendo não só a mim, mas a Cristo, pois o pecado contra a bondade de Deus é pecado contra o Espírito Santo. Deus não perdoa esse tipo de ofensa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Da América como império de domínio fundado na heresia protestante e como comunidade imaginada - notas decorrentes da minha experiência na UFF, como ouvinte no curso de História

1) Quando estava tendo aulas como ouvinte na faculdade de História na UFF, durante meus tempos de estudante de Direito, havia um evento todas as quintas-feiras no comecinho da noite chamado Quinta Pensante. Numa dessas quintas, o tema foi como o Mito da Fronteira moldou o imaginário dos americanos.

2) A origem disso se dá na travessia do Atlântico feita pelos peregrinos do Mayflower, onde eles atravessaram o então Mar Oceano como uma espécie de Mar Vermelho de modo a chegar a uma Terra Prometida. Como protestantes que eram, eles não acreditavam em fraternidade universal, faziam da riqueza sinal de salvação e dividiam o mundo entre eleitos e condenados, a tal ponto que os índios e os negros eram tidos como inferiores segundo essa gente, a ponto de serem sempre considerados cidadãos de segunda classe. 

3) Como eles eram cheios de si até o desprezo de Deus, eles ousadamente iam até a fronteira e iam superando todos os desafios da localidade de modo a conhecer a natureza do lugar de modo a integrá-la ao seu império de domínio imaginado na heresia. 

4) O conhecimento da natureza, a superação dos obstáculos e dos acidentes geográficos, tudo isso inflava o ego de gerações de americanos, a ponto de serem cada vez mais idealistas, mais exemplaristas e cada vez mais prepotentes no campo das Relações internacionais. É em torno desse background que a América, enquanto império de domínio maçônico e puritano, foi construída.

5.1)  Naquela mesma Quinta Pensante, eles apontaram a diferença entre border e frontier

5.2) Border é aquilo que no tempo do Império Romano se chamava de marca, aquele território defendido militarmente por um marquês. Ele era o marco que delimitava o fim de um país e o começo de outro país - um marco geográfico, um fim de mundo convenientemente estabelecido. 

5.3) Frontier são os limites, enquanto possibilidades de conhecimento, que a própria natureza oferece por conta dos recursos naturais, dos acidentes geográficos, do contato com outros povos, das vicissitudes do clima, além dos eventuais conflitos de interesses próprios do convívio com seus entes mais queridos ou com os vizinhos.  Como quem se descreve se limita, a pessoa que é cheia de si até o desprezo de Deus é incentivada desde a tenra idade a absorver estas circunstâncias e a dominar esta natureza de modo a torná-la útil a ele. Eis o império da técnica decorrente da superação dos limites da frontier. E o mundo não é o bastante para essa pessoa - eis a mentalidade globalista, enquanto uma das fronteiras a serem conquistadas, tendo por fundamento a ambição estúpida e a falsa filantropia que move tais estudos.

6.1) Estas são algumas coisas que me lembro daquela Quinta Pensante, onde foi sedimentada em mim a diferença entre comunidade imaginada e comunidade revelada, assim como a diferença entre nacionidade e nacionalidade. A expositora desse tema, a professora Cecília Azevedo, foi quem me ensinou muita coisa sobre isso. 

6.2) Obviamente, estou purgando todo o marxismo que aprendi naquela circunstância de modo a fazer Cristo reinar nesse tipo de conhecimento. Ainda não consegui encontrar um jeito de trabalhar essa nuance dentro daquela linha que tanto prezo, que é a de Ourique, mas vou chegar um dia lá. E para isso, preciso ler o livro The Frontier in the American History, de Frederick Jackson Turner. 

6.3) Vai chegar o tempo em que terei dinheiro para importar o livro dos EUA e estudá-lo com muito prazer. Por enquanto, esse tempo ainda não chegou para mim. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2021 (data da postagem original).

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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Estude línguas e fique imune ao comunismo - como o polonês me fez desmascarar Paulo Freire

1) Quando comunista - sobretudo Paulo Freire, em sua Pedagogia do Oprimido - fala de pobre, eu sempre me pergunto: de que pobre ele está falando? Do biedny ou do ubogi? O biedny que acha que sabe pensar é um sujeito cheio de si até o desprezo de Deus, pois ele perdeu tudo exceto a razão de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de ser um bandido de altíssima periculosidade ou mesmo um psicopata - ele é na verdade um membro do lumpemproletariado. O ubogi, aquele pobre que Deus tanto preza, ele dificilmente cairá na mentira socialista, pois haverá bons pastores a darem a vida por suas ovelhas de modo a afugentarem esses lobos que ameaçam destruir a ordem fundada na conformidade com o todo que vem de Deus.

2) Desde que estudei polonês e as duas palavras que a língua tem para pobre, eu me sinto imune a toda manipulação semântica usando esta palavra em português. pois já superei os obstáculos epistemológicos decorrentes da crise semântica, por conta de muitos conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade.

3) Se eu tiver a oportunidade de estudar outras línguas de modo a conhecer outras nuances e dicotomias, eu farei isso tão logo eu possa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Da importância de conhecer dicotomias em diferentes idiomas de modo a superar os obstáculos epistemológicos próprios do conservantismo que domina as ciências humanas

1) Quanto mais línguas vocês estuda, mais você é capaz de tomar contato com as dicotomias, o que exprime as diferentes nuances da linguagem entre uma língua e outra, tal como vejo entre inglês, português e polonês, as línguas que conheço. 

2) Quanto mais dicotomias você conhecer, mais você é capaz de sanar os desafios epistemológicos, a ponto de superar a crise da produção de conhecimento por conta da manipulação do discurso ideológico, uma vez que a produção do conhecimento deixou de ser serva da verdade e passou a ser fonte legitimadora de uma falsa ordem fundada naquilo que é conveniente e dissociado da verdade - a chamada pós-verdade, onde narrativas dirão que o sacrifício da Cristo por nós na Cruz foi em vão, como diria um bom herege jansenista.

3) O conhecimento de idiomas e de toda literatura escrita nesses idiomas enquanto ferramentas deve também estar alicerçado a um bom conhecimento de História, de Economia, de Filosofia, de Antropologia e Direito, desde que amparada na sã doutrina católica. Se você toma ao menos dois países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, então conheça bem as duas realidades de modo a criar as pontes de necessárias de modo a surgir uma concórdia entre os povos com os quais você tem vínculos, quer familiares, quer profissionais. 

4.1) Tomar posse desse senso de modo a servir a Cristo nas próprias terras e em terras distantes, uma vez que o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem é também construtor e destruidor de impérios - e Ele quis um império para Si de modo que Seu Santo Nome que fosse publicado pelos quatro cantos do mundo -, é a melhor forma de você absorver as circunstâncias em que você está metido. Você morre para si, passa a carregar a Cruz e a seguir o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a ponto de se santificar através do trabalho de elevar a inteligência de muitos, já que Ele é o caminho, a verdade e a vida. 

4.2) Se você não fizer isso a partir de uma vocação, de um chamado que Deus te faz desde a eternidade para fazer isso, então você não fará nada de bom. Nenhuma obra boa virá de corações pretensiosos, de almas cheias de si até o desprezo de Deus. 

5) A crise da ciência histórica é antes de tudo uma crise educacional e espiritual. Para superá-la, você precisa trabalhar muito nas catacumbas e ser muito humilde, pois é uma crise do ser dessa ciência, já que historiadores arrogantes tornaram o estudo da História pobre e doente, assim como de qualquer outra disciplina essencial para se conhecer a verdade enquanto fundamento da liberdade em Cristo, por Cristo e para Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro,  09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Notas sobre pobreza e revolução - uma síntese de tudo o que aprendi ao longo do tempo

1) Assim como há dois sentidos de revolução, um latino e outro germânico, no polonês há duas palavras para pobre: ubogi e biedny.

2) Na Pax Romana o patrício, o bogaty (a pessoa agraciada com a riqueza), se associa ao ubogi (o pobre que Deus tanto gosta) de modo a promover a ordem social como convém no Senhor (Bóg, em polonês). Neste ponto, a política é sempre a concórdia entre as classes, a continuação da trindade, posto que é caridade organizada, já que todos os membros são tratados como iguais, por serem todos membros de uma só família de batizados.

3.1) Na Revolução Industrial que aprendemos na escola, fundada na ética protestante e no espírito da riqueza tomada como sinal de salvação, o rico se vê eleito e forte de antemão, e ele deseja eliminar o pobre, o fraco, o inferior. Isso leva ao Estado a ser tomado como se fosse religião, onde tudo está no Estado e nada poderá estar contra ele ou fora dele. 

3.2.1) O pobre, o biedny, vive na constante desesperação, própria destes dias atuais, porque foi condenado a viver na marginalidade por parte de todos todos aqueles que tomaram o poder conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. Por isso, o despossuído material é um reflexo do vazio espiritual que há nas pessoas que são cheias de si até o desprezo de Deus. 

3.2.2) É por isso que não há verdadeiros ricos, no sentido polonês do termo - o que há são esbulhadores da riqueza alheia, que foi dada por Deus, de modo a ajudar os pobres, pois estes são o banco de Deus. Esses falsos ricos são verdadeiros administradores desonestos, pois fazem isso de modo a concentrar os poderes de usar, de gozar e dispor em suas poucas mãos para criar um projeto de poder para si de modo a destronar Deus, gerando uma odiosa oligarquia globalista, o que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, fora dos ditames da Criação. E essa traição - que faz a pedra rejeitada se tornar pedra angular para tudo o que é bom - é a mãe de todas as revoluções, de todas as heresias.

4.1) Durante meus tempos de estudante, sempre estive atento às dicotomias - por isso, precisamos meditar sobre elas, pois elas nos dizem muito sobre muitas coisas que nossa língua mesma não é capaz de exprimir, como essas duas concepções de pobre no polonês ou mesmo essas duas concepções de revolução, cuja explicação só fui conhecer nos comentários de Ludwig von Mises sobre a obra de Marx, onde ele ressaltou a diferença entre revolução no sentido romano e revolução no sentido germânico do termo. 

4.2) No meu curso de Direito, eu conheci a diferença entre law e right. De posse do conhecimento dessas três dicotomias, vai chegar um tempo em que deverei meditar sobre a lei dos pobres que havia na Revolução Industrial inglesa. Afinal, existem dois tipos de pobre: o ubogi e o biedny - a autoridade que é posta por Deus de modo a aperfeiçoar a liberdade de muitos deve proteger os pobres que Deus tanto gosta, pois o próprio Cristo nos disse que sempre haverá pobres (ubogis) dentre nós, nunca biednys, pois estes são frutos do conservantismo dos animais que mentem em nome da verdade de modo a tomar o poder pelo poder de modo a aniquilar a verdadeira pobreza, que é evangélica.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Notas sobre as causas da crise da ciência histórica: notas sobre a crise semântica provocada pela manipulação do discurso histórico, própria do marxismo

1) A causa da crise da ciência histórica se deve em muitos casos a uma crise semântica: quando as palavras perdem o seu real significado, nós perdemos a liberdade, pois dizer as coisas tais como elas são perdeu o seu mais completo sentido. E isso se deve justamente à manipulação semântica que os marxistas promovem, por conta de estarem dominando a mídia, a universidade, a cultura, fazendo com que as pessoas fiquem menos inteligentes sistematicamente. 

2) Para se restaurar o real significado histórico do que foi perdido, você precisa não só estudar as fontes, mas também estudar outras línguas de modo que se restaure o senso de verdade enquanto fundamento da liberdade. E tudo deve estar ancorado numa verdadeira ciência pautada na verdadeira fé, na sã doutrina da Igreja Católica.

3.1) Antes de escrever esta série de artigos, eu passei muito tempo estudando polonês e escrevendo outros artigos a partir de reflexões que vinha tendo a partir de postagens de outras pessoas. 

3.2) Como estamos num contexto de guerra cultural, onde dizer a verdade é mais urgente do que citar fontes, não me houve tempo de reunir todas as informações que me serviram de base de modo a citá-las e dirigir o estudo de quem deseja seguir o mesmo caminho que eu trilhei.  E se essas mesmas pessoas tivessem consciência do valor que deve ser dado à palavra escrita, elas deveriam fundar seus próprios blogs de modo a servir de repertório das postagens que postaram durante o tempo em que atuaram nas redes sociais. Eu, por exemplo, já tenho o meu desde 2011, com mais de 5800 artigos e contando. 

3.3) Quando me sentir seguro - de que nada de ruim vai acontecer comigo na rua, por conta da minha atividade de escritor -, aí publico compilados dos meus artigos na forma de livros. já que muitos me pediram para publicar meus artigos em livros. Enquanto o comunismo não for proibido, tenho receio de ser abordado na rua ou de que parentes meus sejam molestados por conta de ser escritor e falar o que penso visando o bem do meu país. Não tenho quem me proteja - se tivesse, já teria publicado livros faz tempo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Notas sobre a filosofia da crise da ciência histórica: o caso das duas revoluções industriais, fundadas nos dois significados da palavra revolução, um germânico e outro romano

1) Historiografia marxista é historiografia fundada no conservantismo mais extremado, a serviço da tomada do poder de modo a se destruir tudo o que há de mais sagrado. Isto leva a uma crise do estudo da história onde a verdade é posta de lado, de modo a nada fazer mais sentido.

2) Os que realmente amam a verdade botam o pé na estrada e vão servir a Cristo nestas terras e em terras distantes de modo a reunir informações que estão dispersas pelo mundo afora de modo a serem reunidas num esforço coordenado de defesa da verdade contra essa invasão vertical do bárbaros, já que ela é o fundamento da nossa liberdade em Cristo, por Cristo e para Cristo, na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se a filosofia nasce do espanto, então o motor da reação contra tudo o que não presta, contra esse conservantismo, é o senso de conservar a dor de Cristo, cuja memória de seu sacrifício derradeiro na Cruz deu a razão de sermos o que somos, a ponto de nos dar um sentido de tomar este país como um lar n'Ele, por Ele e para Ele, assim como de uma tradição política de que devemos servir a Ele de modo que esta nobre ordem se expanda, já que o verdadeiro Império é espiritual, fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem - e ele foi revelado no Milagre de Ourique.

4) O estudo dos dois sentidos da Revolução Industrial é um estudo à luz da filosofia da crise, tal como foi entendido por Mário Ferreira dos Santos. Além de ser uma crise educacional, ela aponta para uma crise espiritual que deve ser combatida o quanto antes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Sobre os dois sentidos de revolução industrial ao longo da História

1) No sentido romano do termo, toda revolução indica uma renovação, uma atualização de uma tradição. 

2.1) A maior prova disso é que a Pax Romana indica o fim do ciclo político da República Romana e o início do ciclo político do  Império Romano, pautado pela concórdia entre a classe que produz alimentos para o povo (que são os patrícios) e a classe que distribui essa riqueza e as riquezas de outras partes do império a toda a gente de Roma, os plebeus. 

2.2) Da concórdia entre as classes, um novo instituto nasceu da síntese desses interesses outrora antagônicos: a corporação de ofício. Estava nascida uma organização social fundada na união de trabalhadores das mais diversas origens, associadas por interesses em comum e sem nenhum laço que as forcem a se associarem ou permanecerem associadas, a não ser a liberdade. E com a vitória do Cristianismo, a verdade - fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que é Cristo - tornou-se o fundamento dessa liberdade, a ponto de dar um sentido às coisas de modo a resistirem ao teste do tempo, das marchas e contramarchas históricas.

3.1) A corporação do ofício foi responsável por uma verdadeira revolução industrial ao fazer da atividade artesanal uma atividade econômica organizada, pois fez da necessidade de desenvolver coisas para suprir as necessidades dos outros uma cultura, a ponto de servir uma nova ordem com propósitos ainda mais nobres, salvíficos, posto que a necessidade é a mãe das descobertas.  Novas técnicas de produção e de registro contábil foram descobertas a partir de métodos empíricos e de constantes observações que foram registradas nos diários das famílias de cada membro da guilda, a ponto de serem melhor passadas de pai para filho para depois serem passadas para uma família muito mais ampla, que era a dos associados da guilda da profissão em que a família estava tradicionalmente associada há muitas gerações. 

3.2) Associando progresso e tradição, essa revolução industrial foi-se tornando uma atualização constante das nobres tradições da república romana, a ponto de ser transmutada na Ordem Social da Igreja Católica, em sua Doutrina Social, posto que verdade conhecida deve ser obedecida.

4.1) Nos manuais de História, nós estudamos a revolução industrial no sentido germânico do termo. Essa revolução tem suas bases na Revolução protestante contra o cristianismo, prega a luta de classes e a destruição de tudo o que há de mais sagrado, sagrado esse fundado no fato de conservarmos a dor de Cristo, dor essa que edificou a verdadeira ordem entre nós. 

4.2) O industrialismo, fundado na riqueza tomada como sinal de salvação, derruba todas as tradições consideradas arcaicas, pois essa gente pensa que novas idéias, ainda que não tenham passado pelo teste do tempo, são necessariamente as melhores. 

4.3.1) Os defensores do progressismo rejeitam Deus como a razão de ser todas as coisas do universo e conservam o que há de conveniente e dissociado da verdade. 

4.3.2) A ciência para eles é um ídolo que aponta para o verdadeiro deus deles, que é o Homem como centro do Universo. E isso é ingaia ciência, pois negam uma verdade de Cícero: que a própria natureza incutiu no homem a idéia de Deus, de conformidade com o Todo que vem de Deus. 

5) Quando levamos em consideração que há dois sentidos para a palavra revolução, há que se considerar que há duas revoluções industriais: uma no sentido romano e outra no sentido germânico, que fez a liberdade dos modernos romper com o sentido de liberdade dado pelos antigos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).

Da corporação de ofício como fruto da concórdia entre as classes - notas sobre as conseqüências da Pax Romana de Otávio César Augusto

1) As corporações de ofício, enquanto instituto social, elas surgiram na época em que houve a transição da república para o império em Roma. Elas são o fruto da política conciliatória de Otávio César Augusto, de modo a por fim a guerra civil entre a plebe e o patriciado. 

2) Por um lado, foram confirmados os valores tradicionais da República de liberdade e de não-sujeição de um homem ao arbítrio de outro homem seja por meio da força bruta, seja por meio de contratos leoninos, tal como havia nos contratos de comércio antigos, o que levaria ao retorno da escravidão por dívidas, à volta da barbárie - e esta crítica do patriciado aos costumes da plebe eram válidos e foram apreciados, porque era uma questão de justiça, de matéria de ordem pública; por outro lado, servir o que você produz de maneira livre a quem realmente necessita de serviço de modo a ser bem pago por isso é algo realmente justo, pois isso nos aponta para novas verdades que devem ser conhecidas e observadas. Isso fomenta novas uniões políticas que renovarão a força política da ordem romana, criando um novo tempo de atualização da tradição fundadora - o que agrada os interesses progressistas da plebe. 

3.1) As corporações de ofício nasceram neste contexto de conciliação, passando a ser um símbolo de um novo tempo na História da Civilização. Pessoas que trabalham no mesmo ramo, sejam elas de origem plebéia ou patrícia, podiam se associar por um interesse em comum fundado nos interesses da profissão que lhes dava sustento, servindo aos interesses do bem comum, da sociedade romana como um todo. 

3.2) Como a amizade é a base da sociedade política, isso dava causa a casamentos legítimos, fomentando ainda mais liberdade na orbe romana. Dentro deste ambiente conciliatório, a lex canulea, criada a partir da lei das 12 tábuas, ganhou cada vez mais força. O conjunto de trabalhadores de uma mesma profissão associados eram chamados de corpora - como eles eram agentes políticos na sociedade, eles eram chamados de corporações de ofício, pois é do espírito de corpo que se toma um pais como um lar. 

3.3) Com a vitória do Cristianismo sobre o paganismo, isso serviu de base para a santificação através do trabalho, pois elas eram associações de várias famílias em seus diferentes ramos de profissão. E a exemplo da família romana, nelas havia hierarquia, onde as pessoas progrediam nelas passando pelo caminho das honras, horando a seus superiores tal com fariam com o pai e com a mãe, como mandam as Sagradas Escrituras.

4.1) As corporações de ofício são síntese dos interesses antagônicos dos optimates (que faziam da agricultura a base da sua riqueza) e dos populares (que faziam do comércio a base da sua riqueza). Elas transformam matéria-prima em produto acabado, a ponto de gerar a indústria artesanal, gerando novos tipos de riqueza e novos tipos de demanda.

4.2) A base da revolução industrial estava lançada na história do mundo - o processo de automação industrial e as conseqüências sociais e políticas desse processo, elas viriam após uma longa história de marchas e contramarchas ao longo da história da civilização.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2021 (data da postagem original).