1) Na Terra Santa ao tempo da fundação do Reino Latino de Jerusalém, os muçulmanos já eram divididos em sunitas e xiitas desde a morte do profeta Maomé.
2.1) Os príncipes cristãos, pragmáticos, adotavam a seguinte lógica: o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Eles se aliavam com a facção islâmica que não fosse tão radical a presença dos cristãos de modo a eliminar a facção islâmica rival.
2.2.1) Dessa aliança militar vinham as primeiras relações comercias. Como o aliado não amava e não rejeitava as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então se cobrava um juro maior a ele no empréstimo do que a um Cristão, em razão do risco de haver traição.
2.2.2) Neste ponto, o uso da usura é justo, visto que não há uma relação de confiança estabelecida, em razão das religiões diferentes - e o risco de esse empréstimo não ser pago é alto, a ponto de se tornar improdutivo, em razão de a confiança terminar sendo servida com fins vazios, em razão de uma potencial traição. Conforme esta relação vai crescendo, a tendência é a facção islâmica se tornar amiga de Cristo e se tornar cristã, pagando juros cada vez menores.
3.1) A defesa da usura está muitas vezes associada à liberdade se ter a religião que se quiser, a ponto de afirmar que o sacrifício por Cristo na Cruz pelo perdão em nossas faltas foi em vão.
3.2.1) É por essa razão que os protestantes não crêem em fraternidade universal fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que é Deus do Universo.
3.2.2) Por isso, os protestantes tendem a ser judaizantes, a ponto de dividirem o mundo entre eleitos e condenados - e os que não professam tal religião eleita pagam usura. E é assim que a usura se dissemina em toda a sociedade, a ponto de a riqueza se tornar sinal de salvação do homem, enquanto animal que mente e que fomenta heresias.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 05 de maio de 2020.