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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Se Ourique é repetição do que houve com Constantino, então eles, os protestantes, acusarão a Igreja Católica do Brasil de ser cria do Padroado Português

1) Há protestantes que costumam dizer que Constantino fundou a Igreja Católica.

2.1) Ad hoc signum vinces (com este sinal vencerás), tanto em Constantino quanto em Ourique. Se o mito de Ourique é repetição do que houve com Constantino, então eles certamente alegarão que foi o regime do padroado que fundou a Igreja Católica no Brasil. Logo, eles serão tão antimonarquistas quanto anticatólicos e antilusitanos.

2.2) Ou seja, eles atentarão contra as fundações lógicas da pátria ao conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, se considerarmos a História do Brasil restaurada na suas verdadeiras fundações.

3.1) Não é à toa que o Brasil criado a partir da secessão de Portugal os beneficia, pois este Brasil desligado daquilo que se fundou em Ourique é anticristão. Como o Estado é tomado como se fosse religião e tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, então o protestantismo depende do liberalismo do Estado, da liberdade voltada para o nada sistematicamente para poder existir.

3.2) Se o nacionalismo é tomar o país como se fosse religião, a ponto de o conservantismo ser norma pública entre nós, então o protestante é necessariamente nacionalista, posto que o Brasil de 1822 é a República Imperial maçônica fundada na mentira. Meu colega Carlos Cipriano de Aquino tem razão neste fundamento.

3.3) Os protestantes acusam Constantino de fundar a Igreja Católica - e não iria demorar muito para acusarem a Igreja Católica no Brasil de ser cria do padroado português. Logo, todo protestante seria necessariamente anticatólico, antimonáquico e antilusitano - ou seja, estarão a querer as mesmas coisas que os maçons querem - o que seria anticristão e apátrida, se imaginarmos a restauração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves como uma realidade política possível.

3.4.1) O protestantismo é, pois, esvaziamento do senso de se tomar o país como um lar em Cristo. E o esvaziamento se funda naquilo que Nietzsche disse: só se destrói aquilo que pode ser substituído. 

3.4.2) Com o protestantismo vem a cosmovisão de que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados, de tal maneira que Deus predestina os eleitos com a riqueza, uma vez que os eleitos (os fortes) não podem se fundir com os condenados (os fracos). Eis o fascismo, pois tudo estará no Estado e nada estará fora do Estado - e o objetivo do forte é destruir o fraco e não fundir-se com o fraco.

3.4.3) Se o Estado é tomado como se fosse Deus, a ponto de o povo seguir a religião de seu príncipe - uma vez que ele tem o corpo espiritual e temporal da nação, a ponto de ser um Deus vivo, um descendente do Faraó do Antigo Egito -, então o Deus verdadeiro está morto. Se o Deus verdadeiro está morto, então o sacrifício de Jesus foi em vão - e se isso foi em vão, então não existe verdade, pois o que temos é conservação sistemática daquilo que é conveniente por força do amor de si até o desprezo de Deus - ou seja, conservantismo de aparência, uma verdadeira hipocrisia. E isso cria uma solidariedade mecânica, forçada - a base de toda e qualquer tirania.

4.1) O que pensei neste artigo é uma possibilidade, pois já tive a oportunidade de lidar com protestantes que falavam que a Igreja Católica foi fundada por Constantino.

4.2) E pelo que pude perceber, a restauração da nossa verdadeira História deve vir junto com a evangelização, pois o protestantismo é o esvaziamento do senso de se tomar o país como um lar em Cristo, por força da missão que recebemos em Ourique. Se não houver homens cultivados na verdade, como serviremos a Cristo em terras distantes? E é este tipo de coisas que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu - eis a razão de ser que constitui todas as coisas.
 
José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2018.

Comentários: adicionais:

Carlos Cipriano de Aquino:

1) Os protestantes precisam se recordar melhor de quem realmente foi o seu patriarca.

2) Martinho Lutero nem tinha o desejo de que sua religião se tornasse universal, pois a meta dele era livrar a Alemanha do domínio estrangeiro, a começar pelo domínio da Igreja Católica.

3) Era uma religião feita exclusivamente aos alemães, não aos estrangeiros. Isso sem contar os laivos de supremacismo germânico e do homem do norte da Europa, que sempre estiveram atrelados ao protestantismo.

José Octavio Dettmann: Exatamente! Trata-se de nação tomada como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

Carlos Cipriano de Aquino:

1) Um resquício próximo da gente ainda pode ser averiguado: a famosa empáfia e racismo típico dos teuto-brasileiros, da nossa região sul. Eu pesquisei com os meus amigos de lá e notei que boa parte dos alemães do sul do Brasil são descendentes de puritanos.

2) Precisamos ensinar o catolicismo com filosofia e muito embasamento histórico, tal como os doutores da Igreja - como fez o finado Fedeli. Muitos se converteram com o discurso dele, sabia? Se o catolicismo brasileiro ainda é tosco, então devíamos fazer como a Monfort e o Nougué: fazem melhorá-lo, ao invés de abandoná-lo.

Carlos Cipriano de Aquino:

1) Os protestantes se baseiam em gritarias,  em apelos filológicos e puro subjetivismo espiritual.

2) A questão da origem do cristianismo é um tanto complicada. Porque, pelo que eu estudei, os primeiros cristãos eram o que hoje seriam considerados hereges, correto? Porque eram gnósticos, pois pregavam uma busca por Deus na imanência. Tenho que pesquisar mais sobre isso para falar com propriedade.

3) Historicamente, os protestantes deviam é ter a humildade de reconhecer que eles jamais teriam acesso aos textos sacros se não fosse o trabalho da Igreja. Creio que a melhor postura que eles podiam ter com relação a Igreja era: "agradecemos ao trabalho deles, todavia, decidimos seguir por outro caminho" - e ponto final. Nada de ficar inventando argumentos pífios contra a fé católica.

4.1) A adesão sistemática dos brasileiros ao protestantismo é uma negação à espinha dorsal da nossas raízes latinas. E neste ponto concordo contigo, Dettmann. Já tentei explicar isso para uma infinidade deles, mas pouco se importam. Eles estão ajudando no processo de colonização yankee no Brasil.

4.2) Acho que você devia explorar este ponto: mostrar a impossibilidade de se ser conservador e patriota, sendo protestante nascido e criado aqui. Isso se deve ao simples fato de que, para se conservar uma tradição, devemos conservar não só as suas idiossincrasias culturais, mas também as religiosas. Logo, se renegamos o catolicismo, então estamos contribuindo para a ruptura dessa tradição.

José Octavio Dettmann: Eu falo sobre isso em minhas postagens.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

O mito de Ourique é repetição do que aconteceu com Constantino. Adoraria saber o que Kierkegaard pensa sobre isso

1) O professor Loryel Rocha apontou que o mito de Ourique é uma repetição daquilo que aconteceu com Constantino.

2) Eu lembro que o meu colega Flavio Carvalho citava trechos de Kierkegaard a respeito da importância da repetição (Kierkgaard é um dos pensadores do existencialismo filosófico).

3) Se tivesse tirocínio naquela época, eu poria os textos que ele publicou de Kierkegaard em meu blog e meditaria sobre isso à luz da nacionidade. Afinal, navegar é preciso; viver não é preciso, uma vez que existir para fazer a vontade de Deus é escrever páginas e páginas de civilização, pois Deus quer assim. E isso é o evangelho português.

4) Acho que seria uma boa idéia dialogar Fernando Pessoa com Kierkegaard, só pra ver o que acontece
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2018.

Qual é a minha postura, quando quero adicionar alguém?

1) Quando pretendo adicionar alguém, eu não solicito a amizade imediatamente. Eu antes converso com a pessoa, mando minhas postagens, de modo a fazê-la se interessar pelo que faço. Ela me adiciona e eu aceito.

2.1) Se a pessoa gosta do que faço, então ela me permitirá pescar no seu mural, de modo a difundir o meu trabalho - uma postura gentil, uma liberdade que me é concedida para difundir o trabalho que faço. 
 
2.2) Se pescar homens é dar a Deus o que é de Deus sistematicamente, então distribuir implica ser gentil e generoso, a ponto de não exercer arbítrio algum contra alguém que é semelhante a mim, pois apertar o botão pura e simplesmente sem informar as razões pelas quais me adiciona é arbítrio. Eu sou formado em Direito e sei que esta não é uma postura ética.

3.1) Se estivesse trabalhando como advogado, eu antes conversaria com os meus contatos e pegaria causas relacionadas ao bloqueio do avanço da ideologia comunista.

3.2) O problema da advocacia é que a OAB tem o monopólio da profissão, a ponto de estar pagando para trabalhar, o que inviabiliza meu estilo de trabalho. Por isso que estou trabalhando na seara cultural - recebo doações e essas doações são usadas na aquisição de livros, de modo a me aperfeiçoar no meu trabalho. Por enquanto, meu trabalho de escritor não banca meu trabalho de advogado.

3.3) Eu ajo dessa forma porque não sou positivista. Além disso, eu abomino essa doutrina diabólica e não consigo conceber a advocacia como um comércio e uma prostituição, tal como muitos fazem.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2018.

Notas sobre rede social e pesca sistemática dos homens (ou notas sobre o processo de continentalização de almas que adoto)

1) Cada pessoa que se interessa pelo trabalho que faço como escritor é um peixe por mim pescado.

2.1) Na rede social, cada peixe pescado tem conexões com o seu cardume.

2.2) Se você pesca um peixe, ele aponta para o lago do qual faz parte, de modo que o cardume inteiro seja também pescado com o tempo. É como se o peixe fosse a semente de um grande lago, onde você fará a piscicultura.

3.1) Quando se tem 99 peixes pescados que te ouvem, então os lagos se transformam num grande oceano.

3.2) Como pesco homens, então o mar liga as terras, continentalizando almas.

3.3) Como escrever é semear almas, é como se estivesse dizendo à oliveira a sair de seu lugar e ir plantar-se no mar, a ir servir em terras distantes de modo que todas as coisas apontem para a Deus.

3.4) A oliveira que foi plantar-se no mar se chama Portugal - e o rebento de oliveira é o Brasil, cujo descobrimento é desdobramento do que houve em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2018.

Como deve proceder o advogado na rede social, de modo a difundir o seu trabalho? Um caso de capitalização moral, por força da vocação

1) Uma pessoa te adiciona, mas não te diz a razão pela qual te adicionou.

2) O perfil diz que a pessoa é advogada. Quando essa pessoa é perguntada das razões pelas quais me adicionou, ela me diz que está divulgando o seu trabalho de advogada.

3) Esse tipo de divulgação não é correto. Adição forçada, sem licença, é uma forma de usar a pessoa, invadir a casa virtual dela. Se divulgasse meu trabalho para essa pessoa, ela certamente me bloquearia. Por isso, eu a bloqueei, pois a pessoa me usaria e me bloquearia. Falta do senso das proporções.

4.1) Se quisesse divulgar meu trabalho de advogado, eu primeiro trabalharia para os meus amigos, dentro da minha área de atuação. Depois que a causa estivesse resolvida, a gente acertaria as coisas depois, sempre de maneira reservada, fora da internet.

4.2) Esse é o meu jeito de trabalhar, pois parto do pressuposto de que meu amigo e cliente ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - como o Estado está divorciado da lei natural, então o meu trabalho é restaurar o que foi rompido. Por isso que não advogo, pois considero o positivismo jurídico uma heresia. Sou um homem de Estado por vocação - e posso atuar tanto no ramo político e cultural quanto no ramo jurídico. Como as circunstâncias atuais não favorecem o meu trabalho como advogado, então eu me concentro no trabalho cultural.

4.3.1) Jamais faço da advocacia um comércio e jamais uso as pessoas. Não trabalho por dinheiro, mas para servir ao próximo, de modo que tomem o país como um lar em Cristo, uma vez que levarei a causa dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo à justiça, de modo que Cristo seja visto no meu cliente, por estar com a razão.

4.3.2) Se presto um bom serviço, então é justo receber pelo serviço prestado, mas isso deve partir daquele que me chama para o serviço, pois o esforço deve ser remunerado. Como aqui prevalece a cultura da malandragem, então querer esperar que eu trabalhe de graça é escravidão - o que denota má consciência, um dado que revela o caráter de quem age com esta intenção para comigo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro 29 de janeiro de 2018.

Mitologema e Cultura Luso-Brasileira

1.1) Vicente Ferreira da Silva defende a estreita e íntima conexão entre Mitologema e cultura. Não existe Cultura sem Mitologema.

1.2.1) No ocidente, convencionou-se que a filosofia "verdadeira" se opõe ao mito, desembocando no falso argumento de que mito é fábula, invencionice, ficção, literatura imaginária, delírio ou mentira. Um desfile de torpezas e desarranjos foi desferido contra os mitos e os mitologemas de cada cultura.

1.2.2) Essa desconstrução - fruto dos embates internos da filosofia com ela mesma, depois da religião com a filosofia, e de ambas com a ciência - foi crescendo e, junto com ela, todo o sentido de Cultura, de identidade nacional sofreu significativa erosão e desfiguramento, a ponto de contribuir para os discursos globalizantes, proposta esta que é a antítese de toda e qualquer idéia de cultura em particular, nivelando a tudo e a todos em prol de uma "nova ordem mundial", de uma "cidadania global".

2.1) No Brasil, a obra de Vicente Ferreira da Silva (amigo do filósofo português Agostinho da Silva, com o qual fundou o Grupo de São Paulo e partilhava da proposta entre Mitologema e Cultura) está na contramão das convenções históricas e isso merece acurados estudos. Qual a importância dela? Ela trouxe, para a atualidade, um discurso renovado e rigoroso centrado no Mitologema e na Cultura luso-brasileira, numa época em que as identidades nacionais sofrem uma brutal desconstrução, erosão e esvaziamento de sentido e valor. "Amar a pátria, a cultura pátria, a história pátria", nos dias de hoje é um crime quase inafiançável.

2.2.1) Urge alterar tal metodologia ideológica revolucionária, trazendo contrapontos levantados por determinados autores e obras que posicionam o Brasil em estreita e íntima conexão com Portugal até 1822, sem se fechar a nenhum tipo de interpretação. 

2.2.2) A procura das "origens", cifrada no Mitologema absorvido pela Cultura - que ajudou a definir o caráter cristão do povo português (no qual o Brasil se incluía) -, é um passo fundamental para a refundação do Brasil. Neste sentido, a obra de Vicente, bem como a do filósofo português José Eduardo Franco configuram contribuições investigativas significativas e basilares, marcos de reorientação dos estudos historiográficos. 

2.2.3) Sob outra perspectiva, mas em diálogo com os mitos, Alice Lázaro tem incursionado brilhantemente na revisão história de D. Maria I, D. João VI, D. Carlota Joaquina e outros personagens da nobreza portuguesa cuja reconstrução histórica aponta para o Mitologema que perpassa toda a história de Portugal desde o início de sua nacionalidade. Precisamos entender a chamada de atenção que nos fizeram:

Arlindo Veiga dos Santos: "O presente que nega o passado não terá futuro".

Roquette-Pinto: "É preciso conhecer o Brasil com os seus encantos e as suas tristezas, para amá-lo conscientemente"
 
Álvaro Ribeiro: “A históia mostra que a humanidade tem sido até agora incapaz de resolver os seus próprios problemas, mas esconde fatores sobrenaturais da evolucão humana, na medida em que vai desdenhando da tradição, da lenda e do mito para respeitar os métodos positivistas da historiografia”

Mário Ferreira dos Santos: "Com símbolos, expressamos o que não poderíamos fazer de outro modo, porque, com ele, transmitimos o intransmissível."

3) O Mitologema fundante e fecundante da história de Portugal e do Brasil é a visão de CRISTO em Ourique por D. Afonso Henriques. Este marco impulsionou toda a trajetória da Coroa Portuguesa assumindo para si a missão de expandir a FÉ e o IMPÉRIO do Espírito Santo.

Loryel Rocha (https://www.facebook.com/loryel.rocha.1/posts/1463054493803026?pnref=story)

Facebook, 26 de janeiro de 2018.

Por que o partido português se funda na realidade e não na ideologia, como o partido brasileiro?

1.1) Se a base do poder está distribuída na sociedade, então o verdadeiro poder está no fato de se tomar o país como um lar em Cristo, por força da missão que recebemos em Ourique.

1.2) Como sinceridade implica estar presente diante de um ouvinte onisciente, que sabe tudo e pode tudo, então um partido é formado a partir da organização de pessoas que tomam o pais como um lar em Cristo, amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, por força da missão que d'Ele recebemos, o que nos leva à conformidade com o Todo que vem de Deus e que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu. É por meio desse amor à verdade que organizamos o bem comum e servimos aos nossos semelhantes, o que é caridade sistemática.

1.2.2) E é neste ponto que tomar partido sistemático daquilo que recebemos como missão é um movimento do ser de uma nação tomada como um lar e não uma ideologia - nela o Estado está acima da sociedade e tudo estará no Estado e nada poderá estar fora dele. E o movimento do ser fundado na verdade é uma projeção de poder, uma projeção de poder real. E esse poder não poderá ser manipulado por todos aqueles que conservam o que é conveniente e dissociado, pois as pedras não se calam, ante a injustiça sistemática.

1.3.1) É neste ponto que o partido português se difere do partido brasileiro, fundado na mentira e na ideologia.

1.3.2) E Ideologia, segundo Destutt de Tracy, é o conjunto de coisas pensadas pelo homem de modo a se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de nos afastar daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.

1.3.3) Dentro da ideologia cabem as falsificações históricas de modo a justificar a odiosa secessão de 1822 como se fosse uma independência, a ponto de criar uma cultura falsa, fora do verdadeiro mitologema fundado em Ourique.

2.1) Neste sentido, a reação messiânica é um claro movimento, ainda que consciente, de que o povo quer a sua verdade de volta, pois somos desdobramento do que houve em Ourique. O povo quer um partido que represente o seu jeito de ser, pois somos portugueses nascidos na América, e não uma ideologia, uma agenda.

2.2) E neste ponto, o partido português só se funda semeando-se a verdade a respeito daquilo que realmente somos. É assim que se quebra a ideologia do partido brasileiro, fundado na mentira.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de janeiro, 2018.

Notas sobre nacionismo, nacionalismo e sobre os messianismos associados a cada um deles

1.1) Para se tomar o país como um lar, é preciso que Deus venha até nós, assuma a forma humana e faça com que a lei mosaica atinja seu pleno cumprimento em Cristo Jesus.

1.2.1) Se o verbo não se fizer carne de modo a fazer santa habitação em nós, então não haverá senso de tomar o país como um lar em Cristo, de modo que todos os povos gentios sejam também tomados como filhos de Deus e façam parte da herança divina.

1.2.2) Dentro desta lógica, por conta do distributivismo, todos os povos tidos por condenados também passaram a eleitos por adoção divina, já que a evangelização semeou a verdade onde antes não havia, fazendo um deserto tonar-se um verdadeiro jardim. Eis aí a razão pela qual a antiga lei deu lugar à nova lei. Não é à toa que judaizar implica retirar a lei nova para dar lugar à antiga, o que implica conservar o coração de pedra e fechado para Deus como uma conveniência, embora isso seja dissociado da verdade.

2.1) O messianismo nacionalista pede que o Estado seja tomado como se fosse religião e que o Deus verdadeiro decorrente do Deus verdadeiro, que criou o universo  por amor, esteja morto, como disse Nietzsche.

2.2) Se Deus está morto, então a antiga lei foi restaurada a ponto de o mundo ser dividido entre eleitos e condenados, o que é essencialmente gnóstico, pois Deus, dentro desta lógica, é essencialmente mau, quando na verdade o mau existe por conta da ausência de bem - e o conservantismo, por natureza, semeia o relativismo moral.

2.3) Se o Brasil renegou Ourique, por força da nefasta secessão ocorrida no dia 7 de setembro de 1822, então todas as desgraças são justificadas pelo fato de que Portugal foi aos mares por si mesmo, fazendo das grandes navegações uma vanglória, uma busca sem sentido, o que é extremamente desonesto. E, nesse sentido, a historiografia fraudulenta criou uma cultura de eleitos e condenados, o que não só destrói o catolicismo como também permite a profusão de toda sorte de heresias políticas e religiosas.

2.4.1) A fé fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, que deu ao povo aqui nascido tomar o país em que mora como se fosse um lar em Cristo por força do que houve em Ourique, é como uma pedra que fala, ainda que haja toda uma falsificação sistemática. E essa pedra que fala, que se tornou  a pedra angular, costuma agir na forma de reações messiânicas, pois é o Cristo Crucificado, o verbo que se fez carne, quem está falando por meio do povo oprimido pelas mentiras sistemáticas da República e de seu predecessor, o Império Maçônico - e nós podemos ver isso em momentos como o da Guerra de Canudos. É como se o povo estivesse vagando no deserto em busca da verdade, da sua conexão de sentido ante a este cenário de total falta de sentido em que os maçons nos colocaram. É como se o dom da profecia estivesse sendo distribuído a toda a população - e certamente um grande profeta surgirá no meio dela.

2.4.2) Como os nossos políticos são espertalhões e se acham descendentes do Faraó do Antigo Egito, então eles querem converter esse messianismo que vai e volta em uma era de nacionalismo, a ponto de renovar a República mais uma vez e assim reescrever a constituição mais uma vez de modo radicalizar ainda mais esse conservantismo odioso. Essa radicalização coincide com a sexta fase da revolução gramsciana.

3.1) O que estamos a ver hoje é uma guerra de um Messias fabricado (Lula) contra seu Antimessias, também fabricado (Jair Messias Bolsonaro). Basta olharmos o Caderno de Teses do PT.

3.2) Se o Lula é a tese e o Bolsonaro é a antítese, então a síntese será o fortalecimento, o recrudescimento da experiência revolucionária brasileira, a ponto de nos afastar ainda mais daquilo que se fundou em Ourique.

3.3) Como o partido único, o Partido Brasileiro, foi fundado na mentira, então a única desobediência possível é fundando um Partido Português, com base na cultura verdadeira, fundada em Ourique e que constitui o mitologema português. E isso não se dá na forma de um partido, no sentido jurídico e formal do termo, mas de uma cultura - e essa contracultura é que gerará o partido português, restaurando aquilo que se perdeu com a secessão de 1822, uma vez que somos portugueses nascidos na América e não brasileiros.

3.4.1) Como a política é uma expressão da cultura, então não é fundando um partido, no sentido jurídico e formal do termo, que se funda o partido português. O partido pede um jeito de ser que renegue o falso, o jeitinho brasileiro clássico - e neste ponto, você precisa se universalizar primeiro de modo a ser um português nascido e criado na América, como diria Kujawski no livro A Pátria Descoberta.

3.4.2) Portugal é parte da Cristandade e da Europa Ocidental. E esta civilização é o que é por defender a fé Cristã, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. E é isso que precisa ser restaurado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de janeiro de 2018.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Das utopias órficas e prometeicas em Lewis Mumford

1.1) Em seu livro sobre as utopias, Lewis Mumford afirma a existência de basicamente dois tipos de utopias: a órfica e a prometeica. 

1.2) A utopia órfica é aquela que pretende transmutar a natureza humana de dentro para fora, e a utopia prometeica é aquela que pretende transmutá-la de fora para dentro. Um poema, um romance, uma filosofia são, neste esquema, uma tecnologia órfica; um automóvel, um avião, um computador, uma anestesia são, também no esquema mumfordiano, uma utopia prometeica. Para Mumford, aquela é preferível a esta, sendo que é desta que proviria a maior parte das desgraças humanas.

2.1) Gosto muito de Mumford, mas essa distinção não existe. Hoje sabemos que, tal como o Anel de Tolkien, a simples presença humana é suficiente para alterar os resultados de um experimento científico. 

2.2) Tanto a utopia prometeica como a utopia órfica são a expressão de uma antiqüíssima ciência chamada alquimia, a ciência dos anjos caídos. Portanto, queira-se ou não, qualquer conhecimento empreendido pelo homem é uma espécie de alquimia, um Anel de Tolkien; quem o usa, ou dele se aproxima, adquire os atributos prometeicos, ou órficos, daquele que o criou.

Volto ao assunto outro dia.

Roberto Santos (https://web.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10215526794506427)

Facebook, 24 de Janeiro de 2018.

Por que devemos evitar o termo "justiça social"?

1.1) Eu confesso que não gosto muito de usar o termo "justiça social".

1.2) Há uma tendência de se tomar a sociedade como se fosse uma religião. Como o Estado tende a ser sinônimo de sociedade organizada em si mesma, a tendência é tudo estar no Estado e nada poder estar fora do Estado. E isso é socialismo, totalitarismo.

2.1) Para o caso de 1.1, há duas construções possíveis: "justiça na sociedade" e "justiça da sociedade".

2.2.1) "Justiça da sociedade" dá a entender que é a sociedade quem exerce a justiça com as próprias mãos, exercendo de maneira arbitrária as suas próprias razões, sem fundamentar suas decisões, quando vota nos políticos.

2.2.2) A própria democracia em que vivemos é um desses casos: como uma decisão coletiva se mede pela quantidade de votos e não pelos motivos determinantes apontados por cada membro da sociedade, então os piores, os demagogos, sempre serão eleitos, uma vez que as opiniões sensatas são ignoradas, uma vez que a opinião do idiota e a do sábio têm o mesmo peso, o que é um absurdo. É por essa razão que Jesus sempre será preterido por Barrabás.

2.3.1) Justiça na sociedade pede que cada indivíduo seja um homem cultivado na virtude.

2.3.2) O homem cultivado na virtude tem Deus no coração e ele está no Sagrado Coração de Jesus, a ponto de que não será esquecido por Ele, quando vier a este vale de lágrimas pela segunda vez.

2.3.3) O homem cultivado na virtude serve a Cristo em sua própria terra ou em terras distantes. Com o seu trabalho, ele está servindo a seus semelhantes - e esse trabalho aponta para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, fazendo as pessoas amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.3.4.1) Nações inteiras decorreram de um único homem virtuoso, que semeou em cada coração as virtudes fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.3.4.2) As virtudes e o exemplo desse homem que viveu em santidade são distribuídas a todos os que vêm depois de modo a amarem e a rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, ao sucederem a seus ancestrais no tempo. Como moral é a lei de Deus que se dá na carne, então ética é a moral distribuída, a ponto de a sociedade virtuosa ser o lugar mais apropriado para um indivíduo ser um agente virtuoso.

3.1) É por essa razão que prefiro usar o termo justiça na sociedade, pois ela faz referência aos descendentes espirituais de Abraão.

3.2) O termo "justiça social" tende a ser sinônimo de "justiça da sociedade". Essa sociedade é sempre descristianizada e não é descendente espiritual de Abraão. Por essa razão ela tende a ser anti-semita, tal como são os comunistas.

3.3.1) O professor Olavo sempre nos aconselha a dominarmos a linguagem. As palavras designam coisas. 

3.3.2) Tempos atrás, eu havia denunciado o problema de certas encíclicas papais por conta da linguagem inapropriada. Certos papas usaram o termo "capitalismo" e certos papas usaram o termo "justiça social". Esses termos, se analisados da forma como estou fazendo, são inapropriados, o que faz com que a palavra de Deus seja servida com fins vazios. 

3.3.3) A linguagem cristã deve estar esvaziada de termos comunistas, ainda que estejam presentes na linguagem comum, por força do marxismo cultural. Há uma guerra semântica - e devemos ver o que não se vê.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Bibliografia que uso para meus textos sobre distributivismo

1) Algumas pessoas, como meu amigo Douglas Bonafé, me pediram referências para os meus artigos. 

2) Para as reflexões deste mês, fundadas no distributivismo, a base dos meus artigos são os textos contidos no blog do Angueth, assim como os cinco efeitos da propriedade descritos no livro O Mistério do Capital, de Hernando de Soto. O livro de Max Weber sobre a ética protestante e o Espírito do Capitalismo e o livro Bandeirantes e Pioneiros, de Clodomir Vianna Moog, também estão entre as minhas bases.

3) Os textos que escrevi sobre nacionismo e conservadorismo me serviram de base para escrever sobre ética católica e o espírito do distributivismo.

4) O que escrevo sobre economia é a parte prática da teoria da nacionidade. 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Todo libertário-conservantista é um tirano em potencial

1) Não entendo certas pessoas. Quando me adicionam, não me dizem a razão pela qual fizeram isso. Será que perguntar ofende? Para muitas pessoas, sim - e venho constatando isso desde o ano 2000, quando estava no pré-vestibular. Se perguntar ofende, então o politicamente correto está instalado entre nós.

2) Como não me dizem a razão pela qual me adicionaram, então parto do pressuposto de que estão lendo os meus textos.

3) Quando mando o fruto do meu trabalho, me emudecem no inbox ou me bloqueiam.

4) Será que essa gente não percebe que estou fazendo um serviço pelo bem do país? Se você me adiciona, é de bom tom que me diga as razões pelas quais me adiciona. Se você não me diz, então eu tomarei isso como arbítrio.

5) Eu raramente adiciono alguém assim, dessa forma. Antes de te adicionar, eu procuro conversar com você em reservado antes. E geralmente vou procurar pessoas que me acrescentem.

6) Acho que as pessoas precisariam aprender a ser gente antes de virem para a rede social. Isto aqui é coisa séria - ao menos, eu levo meu espaço aqui a sério.

7) Melhor conversar com essas pouco mais de 20 pessoas que me realmente acompanham do que nada. Se essas 20 me indicarem para mais gente, melhor ainda.

8) Meu perfil tem 515 pessoas, mas nem 10% acompanha meu trabalho. Vou liberar o espaço para que outros me adicionem, desde que estejam aqui para aprender. Se já expurguei 100 num dia, então não terei problema de expurgar 500 numa semana.

9.1) Na Bíblia, há um ensinamento que diz que devo tratar as pessoas da forma como espero ser tratado. Se trato todos bem, seria razoável supor que fosse bem tratado, que todos colaborassem comigo, com o meu trabalho.

9.2) Mas não é assim que as coisas funcionam. Não que o ensinamento esteja errado - na verdade, muitos dos que nasceram nesta terra estão a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de estarem à esquerda do Pai - e estão desligando esta terra às coisas que decorrem do Céu, desde o dia em o Brasil fez secessão contra Portugal e contra a missão que herdamos, por força de Ourique. E é justamente esta gente que o mundo chama de "direita" - e ficam querendo unir a tal "direita" na marra.

9.3) Não é à toa que essa esquerda que se diz de direita, nominalmente falando, deveria ser exterminada, pois apátrida não tem direito à nada. São verdadeiros mornos - e os mornos Deus vomita.

9.4) Eu evito o mundo, o diabo e a carne - e acredito que esse mal deveria ser exterminado pela espada. Uma cruzada contra os libertários-conservantistas deveria ser feita nessa direção.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2018.

Refutando mais outras quatro falácias liberais

A - Liberais falam que os bens de capital - isto é, os equipamentos e serviços necessários usados  para a produção de outros bens - não são diretamente incorporados ao preço final do produto.

1.1) Se a produção obedece à cadeia causal, então o preço dos insumos - dos bens de capital usados para maxiimizar a riqueza - será incluindo, sim, no custo final do produto, uma vez que os insumos tendem a se autopagar com o seu uso.

1.2) Além de repassarem ao consumidor o custo de oportunidade decorrente da aquisição desses bens, eles também repassam ao consumidor os custos decorrentes do privilegio da patente, se admitirmos que houve P & D por parte da empresa.

2.1) Quem preza o dinheiro mais do que a Deus sempre vai repassar todos os custos inerentes à produção, uma vez que a regulação dos preços pela oferta e demanda tende a ser automática, pois o princípio dessa lei é o amor próprio até o desprezo de Deus, o que leva a conservar o que é conveniente e dissociado dav erdade; quem serve a seus semelhantes olhando neles a figura de Cristo nunca praticará tal arbítrio, tal abuso, pois sempre explicará a eles os motivos que determinarão o preço de seu produto - se os consumidores forem sensatos, eles cooperarão com o produtor, pois quem serve aos outros tem o direito de ser sustentado com o seu trabalho.

2.2) Por meio de um acordo de vontades, produtor e comprador fixarão o preço. Como as necessidades dos clientes são diferentes e não podem ser padronizadas, dado que as preferências individuais são heterogêneas, então o preço nunca será automático - se fosse, haveria a crise do contrato, por conta do conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida.
B - Os liberais gostam de citar o exemplo da padaria. Se abro uma padaria num bairro e, de repente, uma outra é aberta no mesmo lugar, então, na lógica deles, sobreviverá o empresário que tiver a maior virtude (incluindo aí inteligência para compreender o teatro de operações econômicas e outros fatores como o fato de ter sede própria, disponibilidade de capital etc). Alegam que uma "guerra" será inevitável, já que não há espaço para duas padarias, dado que não há clientes suficientes).

1.1) Nenhuma pessoa sensata abre uma padaria no mesmo bairro, quando esta funciona muito bem.
1.2) Se alguém abre uma padaria tendo por fundamento o amor de si até o desprezo de Deus, de modo a competir com a aquela existente,  então essa pessoa é inescrupulosa porque preza mais o dinheiro do que a Deus. 

1.3) Ao criar um conflito de interesse qualificado pela pretensão resistida, ela está atentando contra a ordem pública fundada no fato de que devemos tomar a cidade que vivemos como um lar em Cristo, o que nos preparará para a cidade definitiva, que se dará no Céu. 

1.4) A postura do agente inescrupuloso se explica pelo fato de que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados, a tal ponto que a riqueza é vista como um sinal de salvação predestinada, uma vez que Deus premia os eleitos com a riqueza. 

1.5) E isso é darwinismo social, coisa que ajuda a montar uma oligarquia, um dos fundamentos da tirania, do governo totalitário. Dizer que o homem é lobo do próprio homem é coisa de gente FDP, que relativa a verdade e tudo o que há de mais sagrado.

2.1) Quando uma cidade é tomada como se fosse um lar em Cristo, é verdade sabida que conflitos de interesse qualificados pela pretensão resistida causam a desintegração do tecido social bem como dos valores - e esses conflitos podem ser prevenidos por meio da razão. Não é à toa que verdade obedecida é verdade obedecida - e só os sensatos enxergam essa realidade.

2.2) Um dos deveres do príncipe é servir ao povo com justiça e uma das formas é permitir que os particulares, com os seus dons, sirvam aos necessitados sem frustrar o trabalho do próximo. Era por essa razão que as pessoas pediam permissão ao príncipe para abrir uma padaria ou uma fábrica na cidade, se não houvesse uma no lugar uma no lugar - e se a demanda for muito grande, a ponto de a existente não conseguir dar conta, uma segunda fábrica era aberta, por força dos círculos concêntricos, pois outras pessoas eram chamadas a colaborar com o trabalho do primeiro padeiro ou do primeiro artesão.

2.3) A competição é uma séria ameaça à ordem pública, pois mata a amizade das pessoas, a tal ponto que deixam de amar e a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e passam a ver a riqueza como um sinal de salvação, edificando liberdade com fins vazios.

2.4) Para se trocar a ética protestante e o espírito do capitalismo pela ética católica e o espírito do distributivismo, o processo de metanóia deve ser constante, de geração em geração, o que leva a uma capitalização moral, onde o governo do príncipe e a iniciativa dos bons cidadãos tendem a compor uma unidade, um todo orgânico onde a cidade dos homens imita a cidade de Deus.

C - Liberais argumentam que a padaria concorrente pode até mesmo criar uma máquina de fazer pão, fazendo com que as vendas caiam  pela metade do preço.

1.1) Ora, tudo o que é fundado no amor de si até o desprezo de Deus faz com que tudo se transforme em arma de destruição em massa.

1.2) Um maquinário que faça pão pela metade do preço pode até ser bom em si mesmo, mas na mão de gente inescrupulosa é uma arma. Isso aniquila com a vida das pessoas que trabalham na outra padaria - isso só confirma o argumento de que competição gera conflito de interesse qualidficados pela pretensão resistida - e neste caso, caberá ao príncipe dizer o direito. No caso mencionado, prevalecerá o direito do primeiro padeiro, dado que ele pediu permissão ao príncipe para servir aos seus semelhantes naquilo que é mais necessário e esse direito a ele foi concedido.

2.1) Na competição, eu não vejo o Cristo no outro, mas o meu inimigo - e este inimigo precisa ser aniquilado de qualquer jeito, quer por estes meios, quer pelos meios de sabotagem ou lobby. Famílias que amam mais o dinheiro do que a Deus tendem a se tornar dinastias - e essas dinastias, como a dos Rockfeller, tendem a usar assassinos profissionais ou a financiar toda uma sorte de gente igualmente imunda disposta a fazer o trabalho sujo no tocante a assassinar a reputação de uma pessoa honesta e trabalhadora.

2.2) Enfim, competição é guerra total - por isso, ela é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Não é à toa que o capitalismo liberal favorece o totalitarismo comunista.

3.1) Bastiat dizia a que a função da lei é servir de instrumento sistemático de legítima defesa dos interesses individuais e comunitários em face do abuso das empresas, quando concentram o uso de poder de usar, gozar e dispor - inerentes dos direitos da propriedade - de modo a destruir tudo o que há de mais sagrado.

3.2) No caso de empresas que patrocinam toda essa palhaçada comunista, seria sensato que as patentes dessas empresas criminosas fossem quebradas e seus segredos industriais revelados a qualquer um do povo de modo a fazer o robô que ou a máquina de fazer pão que quisesse. Assim uma casa qualquer poderia virar fábrica ou mesmo padaria, atendendo sistematicamente as demandas de toda a população.

3.3) No mundo em que nos encontramos, o amor ao dinheiro está sendo usado para destruir os valores em que esta nação foi fundada. Como isso é uma questão de justiça, a intervenção estatal se faz necessária de modo a coibir os abusos, seja no campo da justiça, seja no campo administrativo e econômico.

D - Liberais falam que não há ameaça liberal.

1) Eu discordo - a maçonaria faz culto do amor de si até o desprezo de Deus um ídolo, a tal ponto que a liberdade se torna uma religião de modo a negar a verdade em pessoa, que é Jesus Cristo. A maçonaria apóia o comunismo, pois vê nela um bom negócio, uma vez que se vale de elementos da ideoogia liberal para poder implantar o totalitarismo.

1.2.1) A ideologia liberal foi condenada pela Igreja Católica, quando esta condenou a maçonaria. 
Ela é o acessório que segue a sorte de seu principal: a maçonaria, que é essencialmente anticristã e antimonáquica. 

1.2.2) Por força disso, é uma ameaça, sim. E dizer que não existe ameaça liberal é dizer que o bem e o mal não existem, assim como que a verdade também não existe. E isso não passa de desinformação, além de heresia e apostasia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2018.

Comentários adicionais:

José Octavio Dettmann:

1) Eu não discuto mais com liberal, assim como não discuto mais com comunista.

2) No dia 23, vou completar 37 anos. E stou cada vez mais perto dos 40. E estou num ponto que preciso cuidar cada vez mais da saúde. Se eu me cuidar, não vou me infartar.

Carlos Cipriano de Aquino: Eu vi a discussão entre você e os liberais. Eles não entendem até mesmo as coisas mais básicas.

Carlos Cipriano de Aquino: É o típico sonho neocon: fazer com que os católicos e protestantes se unam em prol do "Ocidente" (leia-se, do projeto moderno).

José Octavio Dettmann:  Exatamente. Por isso que os liberais querem unir a "direita" na marra. 

1) Ora, estar à direita implica estar à direita do Pai, na conformidade com o todo que vem de Deus. Como pode o protestante, que trata a mãe de Nosso Senhor uma mulher qualquer, pode estar à direita do Pai, conservando isso conveniente e dissociado da verdade? 

2) Essa indiferença para com a verdade não passa de um esquerdismo moderado que serve ao radical, coisa que se dá por meio de salvacionismo. Não é à toa que o conservantismo é diabólico. E depois dizem que o ideólogo sou eu.

Carlos Cipriano de Aquino: Por isso que eu concordo com a Monfort, que investe mais numa iniciativa cultural do que político-ideológica.

José Octavio Dettmann:  

1) E eu sigo essa mesma direção, dado que escrevo no sentido cultural. Quando posso, reporto-me ao exemplo que pratico em casa.  

2) Tem certas coisas que penso, mas que não posso praticar porque não tenho as circunstâncias favoráveis. Se tivesse, eu faria.

3) Se uma pessoa estivesse numa situação melhor do que a minha e quisesse testar isso que falo, seria muito bom que ele me contasse o que aconteceu, mas ninguém faz isso.

4) Embora as circunstâncias limitem a experiência, isso não me impede de pensar nas possibilidades, se tivesse uma circunstância mais favorável.

Carlos Cipriano de Aquino: É isso mesmo. É melhor a gente reeducar nossos leitores e ouvintes do que fazer deles massa de manobra.

José Octavio Dettmann: Exatamente. O professor Olavo fala que devemos ser como gárgulas. O que falo é para afugentar libertários e conservantistas - eles buscam unir a direita a torto e a direito, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. O que une mesmo é Cristo, a ponto de todos estarem à direita do pai, na conformidade com o Todo que vem de Deus, amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2018.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Resumo Histórico sobre a República Romana - da queda de Tarquínio, o soberbo, até a ascensão de Cômodo

1) Pouco depois que os romanos se livraram de Tarquínio, o soberbo, os romanos começaram a observar os regimes dos outros povos de modo a imitá-los na virtude, uma vez que um bom regime de governo distribui virtude a todos que tomam o país como um lar. E isso é um caminho que estava sendo preparado para que Cristo, o evangelizador por excelência, pudesse passar, dado que todas as coisas seriam tomadas como um lar n'Ele, por Ele e para eEe.

2.1) De todos os regimes do mundo conhecido, havia dois em especial: o regime político de Esparta, fundado por homens livres dedicados aos negócios públicos e à guerra, e o de Atenas, uma cidade comercial onde todos os homens tinham voz e voto.

2.2) Como a polis ateniense tende a ser tomada como um fim em si mesmo, então a concupiscência dos comerciantes incutiu no povo da cidade a falsa noção de que a riqueza era um sinal de virtude, a tal ponto que os cidadãos mais ricos e influentes da cidade, ao falarem em nome dos mais pobres, começaram a fazer demagogia, o que levou o regime de Atenas a se degenerar.

2.3) Ao verem o exemplo de Atenas e o exemplo de Esparta, a jovem República Romana optou pelo regime da república aristocrática de Esparta, uma vez que a guerra deve ser usada para se defender de uma injúria ou de uma agressão injusta, seja contra Roma ou contra os amigos de Roma.

2.4.1) O exemplo de Roma se espalhou por toda a Península Itálica. 
24.2) Roma expandiu boa parte de seu território por força da proteção que oferecia aos amigos e por conta do casamento do patriciado com a nobreza das cidades-Estado amigas, criando um laço de federação fundado na mais pura lealdade, já que os amigos de Roma se tornaram parte da família Romana, a tal ponto que os soberanos das cidades-Estados amigas deram aos romanos o direito de assumirem o governo das cidades e fazerem delas um lar tal como Roma, que se tornou a capital, o modelo de toda essa República virtuosa. Esse modelo serviria de base para a monarquia republicana portuguesa.

3.1) Num mundo violento e pagão, a República Romana sempre sofreu muito com corrupção, já que o território estava começando a ficar muito grande e dependia de um número cada vez maior de pessoas vocacionadas aos assuntos de Estado de tal maneira a manter o território conquistado, a tal ponto que a República Romana costumava ter crises por conta da relativização de seus valores a cada geração. Isso começou a se agravar quando a República Romana passou a ser comercialmente próspera, após a conquista de Cartago. A concupiscência dos comerciantes estava instalada na República, tal como aconteceu com Atenas. Por força da atividade mercantil, plebeus começaram a ficar ricos. Por força da Lei Canuléia, os plebeus passaram a se casar com patrícios, degenerando a nobreza, a tal ponto que Roma virou oligarquia, a tal ponto que a nobreza foi dividida entre optimates e os populares, os que estavam falando em nome do povo, dos plebeus, fazendo demagogia, criando um verdadeiro governo de facção.

3.2.1) Durante essas crises, havia revoltas constantes, a tal ponto que ditadores eram chamados de modo a dar conta das rebeliões internas. Um desses ditadores foi Sulla. E após a morte deste, Roma foi governada por três homens: César, Pompeu e Crasso.

3.2.2) Com a morte de Crasso, Roma caiu novamento num governo de facção, o que levaria a República a modificar seu regime: Pompeu liderava os optimates e César os populares. César venceu, passou a ter poder absoluto e por isso foi assassinado. Octavio, seu sobrinho, restaurou os valores tradicionais da República, a tal ponto que estabeleceu o principado, onde o primeiro cidadão de Roma, o cônsul, tinha que servir de exemplo de virtude para toda a federação, moderando os conflitos entre os populares e os optimates.

3.2.3) Durante o tempo de César, Roma tomou contato com o Egito. César teve um relacionamento com Cleópatra e com ela um filho, que seria governante de dois povos em sua pessoa.

3.2.4) Para evitar a influência de um governo estrangeiro em Roma, Octavio invadiu o Egito, já que Marco Antônio passou a ser protetor de Cleópatra, a ponto de trair os valores tradicionais da República Romana. E o Egito foi conquistado.

3.2.5) De Octavio até Marco Aurélio, houve uma série de 5 bons príncipes. O último ótimo príncipe, Marco Aurélio, ao invés de deixar o poder nas mãos de um sucessor bem preparado nos assuntos de Estado, quis deixar o poder nas mãos de seu filho, Cômodo.

3.2.6) Como Cômodo vivia conservando o que era conveniente e dissociado da verdade, então a República Romana caiu, a tal ponto que os novos imperadores, por salvacionismo, se proclamavam deuses vivos, ao imitarem o exemplo dos egípcios. Os romanos, desde a conquista do Egito, quiseram imitar os egípcios no tempo dos faraós - como era um dado cultural, então os governantes estavam em conformidade com o Todo que vinha dessa cultura, que relevava as virtudes pelas quais a República Romana foi fundada.

3.2.7) Somente com a adoção do Cristianismo, que dava aos pagãos a herança que o Deus verdadeiro deu aos judeus, por força de tê-los liberto da escravidão no Egito, é que a virtude republicana romana foi restaurada, mas para isso o Império Romano, por força do paganismo, teve que cair.

3.2.8) Os bárbaros foram cristianizados e aprenderam o que de bom havia em Roma, fundando reinos cristãos virtuosos. O primeiro desses reinos cristãos foi a França, que se tornou a filha favorita da Igreja.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2018.

Comentários adicionais:

Flávio Fortini: A corrupção assolou Roma após a expansão territorial para além da Península Itálica, como se deu com a conquista da Espanha. A riqueza apossada, por conta da conquista de Cartago, fez com que a cobiça tomasse conta da polis e  passassem a abandonar as virtudes, apesar de haver homens honestos como Catão.