1) Pouco depois que os romanos se livraram de Tarquínio, o soberbo, os romanos começaram a observar os regimes dos outros povos de modo a imitá-los na virtude, uma vez que um bom regime de governo distribui virtude a todos que tomam o país como um lar. E isso é um caminho que estava sendo preparado para que Cristo, o evangelizador por excelência, pudesse passar, dado que todas as coisas seriam tomadas como um lar n'Ele, por Ele e para eEe.
2.1) De todos os regimes do mundo conhecido, havia dois em especial: o regime político de Esparta, fundado por homens livres dedicados aos negócios públicos e à guerra, e o de Atenas, uma cidade comercial onde todos os homens tinham voz e voto.
2.2) Como a polis ateniense tende a ser tomada como um fim em si mesmo, então a concupiscência dos comerciantes incutiu no povo da cidade a falsa noção de que a riqueza era um sinal de virtude, a tal ponto que os cidadãos mais ricos e influentes da cidade, ao falarem em nome dos mais pobres, começaram a fazer demagogia, o que levou o regime de Atenas a se degenerar.
2.3) Ao verem o exemplo de Atenas e o exemplo de Esparta, a jovem República Romana optou pelo regime da república aristocrática de Esparta, uma vez que a guerra deve ser usada para se defender de uma injúria ou de uma agressão injusta, seja contra Roma ou contra os amigos de Roma.
2.4.1) O exemplo de Roma se espalhou por toda a Península Itálica.
24.2) Roma expandiu boa parte de seu território por força da proteção que oferecia aos amigos e por conta do casamento do patriciado com a nobreza das cidades-Estado amigas, criando um laço de federação fundado na mais pura lealdade, já que os amigos de Roma se tornaram parte da família Romana, a tal ponto que os soberanos das cidades-Estados amigas deram aos romanos o direito de assumirem o governo das cidades e fazerem delas um lar tal como Roma, que se tornou a capital, o modelo de toda essa República virtuosa. Esse modelo serviria de base para a monarquia republicana portuguesa.
3.1) Num mundo violento e pagão, a República Romana sempre sofreu muito com corrupção, já que o território estava começando a ficar muito grande e dependia de um número cada vez maior de pessoas vocacionadas aos assuntos de Estado de tal maneira a manter o território conquistado, a tal ponto que a República Romana costumava ter crises por conta da relativização de seus valores a cada geração. Isso começou a se agravar quando a República Romana passou a ser comercialmente próspera, após a conquista de Cartago. A concupiscência dos comerciantes estava instalada na República, tal como aconteceu com Atenas. Por força da atividade mercantil, plebeus começaram a ficar ricos. Por força da Lei Canuléia, os plebeus passaram a se casar com patrícios, degenerando a nobreza, a tal ponto que Roma virou oligarquia, a tal ponto que a nobreza foi dividida entre optimates e os populares, os que estavam falando em nome do povo, dos plebeus, fazendo demagogia, criando um verdadeiro governo de facção.
3.2.1) Durante essas crises, havia revoltas constantes, a tal ponto que ditadores eram chamados de modo a dar conta das rebeliões internas. Um desses ditadores foi Sulla. E após a morte deste, Roma foi governada por três homens: César, Pompeu e Crasso.
3.2.2) Com a morte de Crasso, Roma caiu novamento num governo de facção, o que levaria a República a modificar seu regime: Pompeu liderava os optimates e César os populares. César venceu, passou a ter poder absoluto e por isso foi assassinado. Octavio, seu sobrinho, restaurou os valores tradicionais da República, a tal ponto que estabeleceu o principado, onde o primeiro cidadão de Roma, o cônsul, tinha que servir de exemplo de virtude para toda a federação, moderando os conflitos entre os populares e os optimates.
3.2.3) Durante o tempo de César, Roma tomou contato com o Egito. César teve um relacionamento com Cleópatra e com ela um filho, que seria governante de dois povos em sua pessoa.
3.2.4) Para evitar a influência de um governo estrangeiro em Roma, Octavio invadiu o Egito, já que Marco Antônio passou a ser protetor de Cleópatra, a ponto de trair os valores tradicionais da República Romana. E o Egito foi conquistado.
3.2.5) De Octavio até Marco Aurélio, houve uma série de 5 bons príncipes. O último ótimo príncipe, Marco Aurélio, ao invés de deixar o poder nas mãos de um sucessor bem preparado nos assuntos de Estado, quis deixar o poder nas mãos de seu filho, Cômodo.
3.2.6) Como Cômodo vivia conservando o que era conveniente e dissociado da verdade, então a República Romana caiu, a tal ponto que os novos imperadores, por salvacionismo, se proclamavam deuses vivos, ao imitarem o exemplo dos egípcios. Os romanos, desde a conquista do Egito, quiseram imitar os egípcios no tempo dos faraós - como era um dado cultural, então os governantes estavam em conformidade com o Todo que vinha dessa cultura, que relevava as virtudes pelas quais a República Romana foi fundada.
3.2.7) Somente com a adoção do Cristianismo, que dava aos pagãos a herança que o Deus verdadeiro deu aos judeus, por força de tê-los liberto da escravidão no Egito, é que a virtude republicana romana foi restaurada, mas para isso o Império Romano, por força do paganismo, teve que cair.
3.2.8) Os bárbaros foram cristianizados e aprenderam o que de bom havia em Roma, fundando reinos cristãos virtuosos. O primeiro desses reinos cristãos foi a França, que se tornou a filha favorita da Igreja.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2018.
Comentários adicionais:
Flávio Fortini: A corrupção assolou Roma após a expansão territorial para além da Península Itálica, como se deu com a conquista da Espanha. A riqueza apossada, por conta da conquista de Cartago, fez com que a cobiça tomasse conta da polis e passassem a abandonar as virtudes, apesar de haver homens honestos como Catão.
Comentários adicionais:
Flávio Fortini: A corrupção assolou Roma após a expansão territorial para além da Península Itálica, como se deu com a conquista da Espanha. A riqueza apossada, por conta da conquista de Cartago, fez com que a cobiça tomasse conta da polis e passassem a abandonar as virtudes, apesar de haver homens honestos como Catão.
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