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quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Por que devemos evitar o termo "justiça social"?

1.1) Eu confesso que não gosto muito de usar o termo "justiça social".

1.2) Há uma tendência de se tomar a sociedade como se fosse uma religião. Como o Estado tende a ser sinônimo de sociedade organizada em si mesma, a tendência é tudo estar no Estado e nada poder estar fora do Estado. E isso é socialismo, totalitarismo.

2.1) Para o caso de 1.1, há duas construções possíveis: "justiça na sociedade" e "justiça da sociedade".

2.2.1) "Justiça da sociedade" dá a entender que é a sociedade quem exerce a justiça com as próprias mãos, exercendo de maneira arbitrária as suas próprias razões, sem fundamentar suas decisões, quando vota nos políticos.

2.2.2) A própria democracia em que vivemos é um desses casos: como uma decisão coletiva se mede pela quantidade de votos e não pelos motivos determinantes apontados por cada membro da sociedade, então os piores, os demagogos, sempre serão eleitos, uma vez que as opiniões sensatas são ignoradas, uma vez que a opinião do idiota e a do sábio têm o mesmo peso, o que é um absurdo. É por essa razão que Jesus sempre será preterido por Barrabás.

2.3.1) Justiça na sociedade pede que cada indivíduo seja um homem cultivado na virtude.

2.3.2) O homem cultivado na virtude tem Deus no coração e ele está no Sagrado Coração de Jesus, a ponto de que não será esquecido por Ele, quando vier a este vale de lágrimas pela segunda vez.

2.3.3) O homem cultivado na virtude serve a Cristo em sua própria terra ou em terras distantes. Com o seu trabalho, ele está servindo a seus semelhantes - e esse trabalho aponta para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, fazendo as pessoas amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.3.4.1) Nações inteiras decorreram de um único homem virtuoso, que semeou em cada coração as virtudes fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.3.4.2) As virtudes e o exemplo desse homem que viveu em santidade são distribuídas a todos os que vêm depois de modo a amarem e a rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, ao sucederem a seus ancestrais no tempo. Como moral é a lei de Deus que se dá na carne, então ética é a moral distribuída, a ponto de a sociedade virtuosa ser o lugar mais apropriado para um indivíduo ser um agente virtuoso.

3.1) É por essa razão que prefiro usar o termo justiça na sociedade, pois ela faz referência aos descendentes espirituais de Abraão.

3.2) O termo "justiça social" tende a ser sinônimo de "justiça da sociedade". Essa sociedade é sempre descristianizada e não é descendente espiritual de Abraão. Por essa razão ela tende a ser anti-semita, tal como são os comunistas.

3.3.1) O professor Olavo sempre nos aconselha a dominarmos a linguagem. As palavras designam coisas. 

3.3.2) Tempos atrás, eu havia denunciado o problema de certas encíclicas papais por conta da linguagem inapropriada. Certos papas usaram o termo "capitalismo" e certos papas usaram o termo "justiça social". Esses termos, se analisados da forma como estou fazendo, são inapropriados, o que faz com que a palavra de Deus seja servida com fins vazios. 

3.3.3) A linguagem cristã deve estar esvaziada de termos comunistas, ainda que estejam presentes na linguagem comum, por força do marxismo cultural. Há uma guerra semântica - e devemos ver o que não se vê.

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