1.1) A partir do momento em que D. Pedro e José Bonifácio inventaram o argumento de que o Brasil foi colônia de Portugal, eles simplesmente instauraram um governo de facção, próprio das repúblicas maçônicas, a tal ponto que brasileiros e portugueses passaram a ser vistos como imagens distorcidas num mesmo espelho (uma antecipação do que seria o Muro de Berlim, no século XX).
1.2) O Partido Brasileiro foi fundado de modo a se conservar essa farsa conveniente e dissociada da verdade - e toda uma história foi criada de modo a justificar esse ato de apatria que levou à secessão do Brasil do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, coisa que rompe com aquilo que foi fundado em Ourique, que faz o Brasil ser tomado como um lar em Cristo e que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.
2.1) Desde 1822 tem havido uma hegemonia do Partido Brasileiro. E desde então o que tem havido é política no sentido de governo de facção, nos moldes da República maçônica (quer americana, quer francesa), uma vez que o império não passa de um estágio provisório que durou até a sua queda definitiva, em 1889.
2.2) Várias foram as facções: luzias, saquaremas, liberais, conservadores, trabalhistas, comunistas, fabianos, democratas cristãos e nacionalistas. No entanto, todas crias do partido brasileiro, considerando que o Brasil foi inventado a partir da alegação de que foi colônia de Portugal. Até mesmo manuais de História do Brasil foram escritos com base no texto de von Martius (como se deve escrever História do Brasil, publicado pelo Instituto Histórico-Geográfico Brasileiro), de modo a converter o falso em verdadeiro e assim se consolidar no imaginário do povo.
3.1) O pensamento hegemônico da esquerda é hegemonia dentro da hegemonia - o partido brasileiro, tal como o partido democrata hoje faz, incutiu ódio a tudo aquilo que era português, além de ter criado todo um ambiente que mais parece um simulacro da política que se pratica na França desde 1789 do que aquilo que havia no Brasil de verdade, enquanto província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, nas chamadas câmaras republicanas (hoje municípios). Por essa razão, o debate entre esquerda e direita não faz sentido, pois isso é só nominalismo - afinal, o que se pratica é arremedo de política.
3.2) Não é à toa que o pensamento gramsciano deu tão certo aqui. Nada mais apátrida do que exigir um caráter nacional voltado para o nada, em que o Estado é tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
3.3) Enfim, se não houver um partido português refundado, de modo a restaurar culturalmente aquilo que o partido brasileiro destruiu com suas falsificações históricas, não haverá uma saída para se fugir do estatismo centralizante e restaurar o federalismo pleno que havia quando Portugal estava servindo em terras distantes, ao povoar o Brasil de modo a este ser tomado como um lar em Cristo.
3.4) A saída desta crise está no estudo sério das nossas origens desde Portugal e não na imitação do modelo anglo-saxão, que não tem nada a ver com a nossa realidade. Enquanto não se quebrar a hegemonia do Partido Brasileiro, a espiral do silêncio acerca da verdadeira História do Brasil jamais será quebrada.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 2018.
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