Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador transcrições. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador transcrições. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Apagão da Microsoft é só a ponta do Iceberg

(0:04) Alô, bom dia! Estamos de volta neste domingo, neste explosivo domingo, 21 de julho de 2024, (0:13) sejam todos bem-vindos. Literalmente explosivo, e não sei nem por onde começar, muitas notícias (0:19) importantes hoje. Um pesadíssimo ataque de Israel ao Iêmen.

O Irã promete retalhar, (0:27) entrar numa grande operação militar contra Israel em resposta a esse ataque ao Iêmen. Bem, (0:34) Israel está atacando o Iêmen porque na sexta-feira foi atacado por um drone do Iêmen, (0:41) que voou mais de 2 mil quilômetros e atingiu a cidade de Tel Aviv. Outra notícia importante de (0:51) hoje, vazamento numa usina nuclear da Rússia.

Temos também o estranho caso de segurança (1:01) cibernética da Microsoft, que causou muito transtorno no mundo, inclusive a este pequeno (1:09) canal, mas parece ser apenas a ponta do iceberg. E temos também uma denúncia de que a União (1:20) Europeia está financiando o Irã para que o Irã destrua Israel e também a Arábia Saudita. (1:29) Claro que nessa denúncia devemos entender os globalistas da União Europeia.

(1:36) Bem, não sei nem por onde começar, como disse. Vou começar por um abraço importante para minha (1:42) querida amiga lá de Londrina, a Neda Limole, que faz aniversário hoje, é, a Neda Limole faz (1:50) aniversário neste domingo, dia 21, e pediu um abracito, um imenso abraço, querida amiga, (1:58) ótima recuperação para você, passou aí por uns perrengues difíceis, não é, um ano difícil, (2:05) mas está se recuperando, tenho certeza, e a partir de agora será tudo melhor. Um grande beijo no (2:13) coração, querida amiga, Deus te abençoe.

Eu tenho mais dois abraços para mandar, (2:18) mas deixarei para o final. Final do vídeo. Bem, vou começar, então, pelo estranho (2:26) acontecimento na defesa cibernética da Microsoft pela empresa CrowdStrike.

Anote esse nome aí, (2:36) CrowdStrike. Bem, uma das matérias de ontem, no Reino Unido, era a seguinte. Agora, os trens são (2:44) afetados pela paralisação da CrowdStrike, já que as máquinas de bilhetes e os scanners pararam (2:51) de funcionar nas estações de Londres, em um dos dias de viagens mais movimentados do ano.

Enquanto (2:58) as famílias fazem filas em Dover e 28 mil britânicos lutam para voar para casa, outros 45 (3:06) voos do Reino Unido foram cancelados. Ao todo, centenas de voos foram cancelados em aeroportos (3:13) britânicos no sábado devido à falha. Outra matéria, só estou lendo aqui as principais (3:20) manchetes.

Uma atualização desleixada de software feita pela gigante de segurança (3:26) cibernética dos Estados Unidos, CrowdStrike, tirou do ar PCs e servidores usados por (3:34) companhias aéreas, ferroviárias, bancos, emissoras e até mesmo instalações médicas ao (3:42) redor do mundo. Para qualquer um que tenha acompanhado a política dos Estados Unidos na (3:47) última década, o nome da empresa deve ser assustadoramente familiar. Quem deu essa notícia (3:54) aqui foi a Sputnik Brasil, que lembrou a estranhíssima ligação da empresa CrowdStrike com o (4:06) Partido Democrata.

E é aqui que as coisas parecem ir muito além de um simples problema de atualização (4:15) de software de segurança, mas muito além mesmo. Prestem atenção. Em 2016, haviam dois candidatos (4:27) democratas para representarem o partido nas eleições majoritárias.

O velho comunista Bernie (4:35) Sanders e a, como poderia dizer, aquela que anda de vassoura, como dizem por aí, voando de vassoura, (4:43) Hilária Clinton. Pois é. Bem, acontece o seguinte, o Partido Democrata, claro, estava dividido entre (4:51) comunistas e globalistas já naquela eleição, mas isso é coisa muito mais antiga, claro. Porém, (4:58) naquela eleição, os comunistas suspeitavam que Bernie Sanders estava sendo passado para trás, (5:06) que havia um esquema de fraude nas prévias daquele ano, para favorecer quem? Para favorecer (5:14) Hilária Clinton.

Então, espertamente, as vacas sagradas, o Partido Democrata, pediram ajuda (5:24) para essa empresa, a CrowdStrike, para ver se havia mesmo um problema. E a CrowdStrike fez, (5:32) então, uma grande investigação, aqui tudo entre aspas, e constatou que sim, que o Partido Democrata (5:40) tinha sido hackeado, ou a forma de eleição, ou de conferência de votos do partido nas prévias, (5:47) havia sido hackeado. E aí, prestem atenção por quem? Segundo a CrowdStrike, por um hacker russo.

(5:57) É, por um hacker russo, só que tem mais. Esse hacker estaria em conluio com Donald Trump. Em (6:05) 2016, portanto, a CrowdStrike diz o seguinte, os russos, em conluio com o candidato do Partido (6:14) Republicano, Donald Trump, estão fraudando as prévias do Partido Democrata.

Há uma estreita (6:23) ligação, portanto, entre Putin e Trump. Começou ali. Trump só assumiria em 2017.

Mas o seu (6:33) calvário para provar que não tinha nada a ver com os russos começou em 2016. Pois bem, (6:42) Trump foi fustigado, até mais ou menos final do seu mandato, por um procurador geral que queria (6:52) provar por A mais B que aquela denúncia da CrowdStrike em 2016 era verdadeira. Só que nada (7:01) foi provado.

Agora, o detalhe importante. Hoje sabe-se que quem de fato invadiu o sistema de (7:11) votação do Partido Democrata foi a própria empresa CrowdStrike. Acredite se quiser.

(7:22) E ela, portanto, estava sob orientação dos Clintons, da BlackRock, claro, e também da (7:31) Microsoft, que é praticamente uma sócia da poderosa CrowdStrike, que faz, aliás, (7:39) a segurança da Microsoft. Ela voltou a cena agora porque logo depois do atentado sobre Donald Trump (7:49) no sábado passado, a suspeita é que este apagão da Microsoft tenha sido para, digamos assim, (8:01) uma espécie de queima de arquivos cibernéticos que, escondidos em algum lugar por aí, (8:10) poderiam revelar os verdadeiros mandantes. Só que tem mais.

Tem gente dizendo que a empresa (8:18) está preparando aí, tudo foi uma espécie de ensaio, uma ante-sala, de um outro grande apagão, (8:27) muito maior, que viria um pouco mais adiante, ou que virá um pouco mais adiante, lá por novembro, (8:35) começo de novembro, se é que vocês me entendem, claro. Bem, um rápido resumo aqui do que disse o (8:45) presidente Sputnik Brasil. A CrowdStrike está nas manchetes globais e causando dores de cabeça (8:51) globais essa semana, depois que uma atualização lançada na sexta-feira de manhã afetou milhares (8:58) de máquinas corporativas que executavam produtos da Microsoft, com o infame erro da tela azul da (9:08) morte.

Embora a empresa já tenha lançado uma correção, espera-se que a atualização com (9:15) bugs cause bilhões de dólares e horas em perda de produtividade, e especialistas dizem que pode (9:24) levar semanas para que empresas e governos em todo o mundo recuperem-se totalmente dessa pane, (9:35) por assim dizer. Então vejam, se isso é só uma prévia, imaginem o que está para vir aí lá por (9:43) novembro, não é não? É justamente quando se realizará a eleição majoritária nos Estados (9:52) Unidos. Bem, outro assunto interessante em relação a essa empresa, diz o Sputnik, (9:59) é que a CrowdStrike também surgiu no infame telefonema de 2019 entre Trump e Zelensky, (10:10) com o então presidente dos Estados Unidos pedindo a Zelensky para nos fazer um favor e descobrir o (10:18) que aconteceu com o servidor da CrowdStrike que Trump disse estar na Ucrânia.

A equipe de Trump (10:26) estava convencida de que a CrowdStrike tinha plantado evidências no servidor do Partido (10:32) Democrata para incriminar a Rússia enquanto encobria os próprios esforços da Ucrânia (10:39) para enfraquecer o movimento Trump durante a corrida de 2016. Políticos, democratas e a (10:47) mídia anti-Trump rejeitaram as suspeitas do presidente como infundadas. Só que agora ela (10:58) volta à cena justamente ali, algum tempinho depois do atentado a Donald Trump.

Então, (11:06) recapitulando, a CrowdStrike estava num ataque profundo ou pelo menos protagonizando ou dando (11:13) razões para um ataque profundo a Donald Trump em termos políticos já em 2016. E a vida de Trump (11:23) seria um inferno depois que assumiu justamente por essa suspeita levantada pela CrowdStrike. (11:31) Bem, tem mais.

Aqui o The Burning Plataform diz o seguinte, é a nota da edição, ou melhor, (11:39) do editor. Parece que o Partido Democrata está mais determinado do que nunca a roubar as eleições (11:49) do POTUS de 2024. Pois afinal, sempre que a CrowdStrike está diretamente envolvida com a (11:58) maior paralisação de TI de todos os tempos, você sabe que algo muito grande está para acontecer.

(12:07) Como segue, por exemplo, confirmado que foi confirmado que o Partido Democrata pagou o (12:14) fundador russo da CrowdStrike para hackear seu servidor para que a culpa pudesse ser atribuída (12:21) à Rússia. Outra, a CrowdStrike é a empresa de segurança cibernética criada para hackear (12:33) pleitos. Mas não sou eu quem está dizendo isso, é a Plataforma Burning.

Hackear pleitos e muito (12:41) mais. Bem, a matéria é longa, mas já dá para ter uma ideia de onde vai chegar a matéria ou qual (12:49) será a conclusão. Eu deixo aí para você comentar.

Deixe o seu comentário aqui. Se tem algo a ver ou (12:57) não é tudo uma grande coincidência. Pois é. Como dizia o velho Stalin, a questão é quem conta, (13:06) não é quem vota, mas quem conta.

E hoje, com esse processo cibernético, por assim dizer, (13:15) comandando o espetáculo dos pleitos, quem está contando, de fato, tem muito a ver ou pelo menos (13:21) passa por essas grandes empresas como a então citada a CrowdStrike. Muito bem, outra situação (13:34) bastante explosiva. Israel, as mídias estão dizendo, lançou um fortíssimo ataque ao Iêmen.

(13:43) O que a mídia não está dizendo é que esse ataque é em resposta ao ataque sofrido justamente na (13:52) sexta-feira por um drone do Iêmen que atingiu a cidade de Tel Aviv, matando uma pessoa e deixando (14:00) oito feridos. Nota oficial das Forças de Defesa de Israel. Há pouco tempo, caças das Forças de (14:09) Defesa de Israel atingiram alvos militares do regime terrorista Houthi na área portuária de (14:17) Al-Hudayah, no Iêmen.

Isso em resposta às centenas de ataques realizados contra o Estado de Israel (14:26) nos últimos meses. Não há mudança nas diretrizes ofensivas da Home Front Command. No caso de uma (14:33) mudança nas diretrizes, atualizaremos o público de acordo com a necessidade.

Detalhes, portanto, (14:42) a seguir. O fato então foi esse. Caças e também agiões tanques para reabastecimento desses caças (14:51) saíram de Tel Aviv e foram para o Iêmen, atacar a costa do Iêmen, de onde os Houthis provavelmente (15:00) lançaram na sexta-feira um drone que voou mais de dois mil quilômetros para atingir Tel Aviv.

(15:10) Bem, certamente este drone não passou pelo território da Arábia Saudita. Ele pode ter (15:15) voado pelo Mar Vermelho. Seja como for, é muito estranho que as Forças de Defesa de Israel não (15:23) tenham interceptado o tal drone.

Ele simplesmente chegou a Tel Aviv e matou uma pessoa, como disse. (15:32) Bem, as Forças de Defesa de Israel atribuem falha humana que permitiu que o drone entrasse em (15:39) território israelense e atacasse uma cidade israelense. Como assim falha humana? Pois é, (15:46) mais uma? É, mais uma.

Bem, é claro que a pulga atrás da orelha continua picando, não é não? (15:53) Espera aí, por que Israel estaria deixando-se atacar? Seria para então dar uma resposta pesada? (16:02) Ter justificativa para uma resposta pesada? É possível que sim, mas aí teríamos que considerar (16:09) que existe dentro das Forças de Defesa de Israel alguém ou alguns militares muito ligados, (16:17) por exemplo, aos interesses europeus que querem ver o circo pegar fogo, segundo denúncia do (16:24) professor Rafi Zadeh. Querem ver o Oriente Médio em chamas. Bem, o ataque de ontem de Israel ao (16:32) Iêmen sim criou uma grande chama que, segundo Netanyahu, pode ser vista em todo o Oriente Médio.

(16:41) Foi um ataque muito pesado, atingiu uma refinaria, um depósito de combustíveis inclusive, o que faz (16:48) literalmente um grande estrago. Mas a questão aqui é um pouco figurativa, claro. Israel sim (16:56) diz que o Iêmen está pegando fogo, mas os europeus querem que todo o Oriente Médio pegue (17:02) fogo.

Daí porque pode-se imaginar que muita gente dentro da área militar de Israel está (17:09) deixando que certos ataques aconteçam para depois criar a retaliação. Em relação a isso, (17:16) claro, o Irã já deixou claro que sim, haverá uma resposta. Devemos acreditar porque o Irã (17:23) recentemente lançou mais de 100 mísseis sobre Israel.

Nenhum o atingiu profundamente, (17:29) deixando, claro, algum temor, mas poucos estragos. Só que é aquela história, água mole em pedra (17:37) dura, mais cedo ou mais tarde, o Irã de posse de mísseis com cabeça nuclear pode tentar novamente (17:44) um grande ataque. Parece, ao que tudo indica, é para isso que estamos caminhando.

Agora, (17:50) o interessante da denúncia do professor Rafizadeh é o seguinte. Rafizadeh, é na verdade Magid Rafizadeh, (17:58) que fugiu do Irã, ele é iraniano, fugiu do Irã logo depois da Revolução Islâmica e foi para (18:04) os Estados Unidos, onde é professor há muitos anos e é cidadão americano, mas lá dos Estados (18:11) Unidos ele vem denunciando o regime dos ayatollahs há muito tempo sem muita atenção, por assim dizer. (18:19) Bem, ontem ele fez este alerta no Gateston Instituto.

Ele disse (18:23) O financiamento contínuo do regime iraniano pela União Europeia é crucial para reforçar a capacidade (18:32) do Irã em atacar os seus vizinhos e tropas americanas na região, tanto diretamente quanto (18:39) por meio de seus representantes, o Hamas, o Hezbollah, Jihad Islâmica Palestina e os Hutís do Iêmen. (18:48) E para acelerar o enriquecimento de Urânio para concluir seu programa de armas nucleares. (18:54) Outro ponto que destaca o professor Rafizadeh.

As ações do regime parecem fazer parte de uma (19:01) estratégia mais ampla que visa aniquilar não apenas Israel, mas também a Arábia Saudita, (19:08) que é, como todo mundo sabe, rica em petróleo e também os Emirados Árabes. (19:14) Seria uma espécie de reedição das duas invasões do Iraque, só que agora, (19:21) por conta da União Europeia, dos globalistas da União Europeia, que querem ver o Oriente Médio (19:27) simplesmente virar um grande barril de pólvoras e depois, como está ali perto, tomar conta do (19:35) pedaço novamente com protetorados em toda a região, principalmente a que tem riqueza em gás, (19:42) minérios e petróleo? É uma pergunta que faz o professor Rafizadeh. Ele diz também o seguinte, (19:50) embora a União Europeia adore se retratar como pioneira em direitos humanos, (19:57) muitas vezes dando lições ao mundo sobre esses valores de segurança global, suas ações são todas (20:06) mercenárias e o tempo todo e contam apenas uma história muito diferente quando na prática é. (20:14) Quando na prática parece que os globalistas da União Europeia não estão bem aí para os direitos (20:21) humanos.

Bem, aqui outra notícia explosiva deste domingo. Essa foi publicada por Hal Turner, (20:30) que tem grandes contatos na Rússia. Ele diz que chegaram a ele relatórios alegando que houve um (20:38) vazamento na usina nuclear de Rostov na Rússia, resultando num enorme vazamento de radiação.

Ele (20:46) disse, relatórios que circulam também no Telegram afirmam que isótopos radiativos foram liberados na (20:54) atmosfera pela usina nuclear Rostov. A nuvem radioativa está se movendo para o interior da (21:03) Rússia, em direção a Saratov. O fundo radioativo em Rostov já é superior a 75 vezes mais do que o (21:12) normal.

Sergei Volin, que afirma ser analista aposentado da CIA, disse em seu canal do Telegram (21:21) o seguinte, a radiação difume em Rostov, segundo as invenções da Rossatom, é normal. Porém, (21:29) a realidade é outra. A radiação já excedeu a norma de 75 vezes.

Já Andrei Kovalenko, chefe do (21:39) Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia, também afirmou que houve um incidente letal (21:46) na usina nuclear. Ele disse, acidente de radiação na central nuclear de Rostov. A nuvem de radiação (21:55) está se movendo profundamente na Federação Russa.

Isso também é uma consequência da operação (22:01) militar especial da Ucrânia. Halterner lembra que a agência russa para energia nuclear negou (22:11) veementemente essas alegações e disse que as unidades da central estão funcionando normalmente (22:16) e que a radiação de fundo está em níveis naturais. É claro que, bem, a agência russa para energia (22:25) nuclear não diria que há um profundo vazamento nesse momento, evidentemente, sem antes evacuar (22:33) a região e cidade.

Claro que nunca é demais lembrar o que aconteceu em Chernobyl. Apesar da (22:43) negativa da agência russa de energia nuclear, funcionários da usina tiveram que desligar uma (22:49) unidade de emergência devido a uma falha no equipamento e, coincidentemente, houve grandes (23:00) cortes de energia no sul da Rússia e na Crimeia. E fontes no Telegram atribuem ao alegado acidente (23:08) na fábrica de Rostov, diz Halterner.

Sendo as fontes essa informação, um homem da CIA em um (23:16) centro de desinformação ucraniana, é sensato tratar esse relatório com muita prudência, lembra (23:24) também Halterner. Porém, contudo, entretanto, como estamos não só num domingo explosivo, mas numa (23:33) década muito explosiva, fica aqui também então a dúvida. Será? Bem, por enquanto é isso.

Para (23:45) lembrar aos queridos amigos, ontem então eu tive problemas, eu trabalho com alguns softwares aqui (23:51) como o Premiere da Adobe, o Photoshop e nenhum deles abria. E também para a renderização do som, (24:00) a gravação do som propriamente, eu uso o OBS. O OBS estava totalmente desconfigurado, (24:07) levei muito tempo para configurá-lo e muito tempo para poder trabalhar com os programas de (24:13) edição da Adobe.

Descobri no final do dia que havia, precisava fazer uma atualização no Intel, (24:23) porque só assim então eu conseguiria abrir os programas da Adobe. Mas aí o domingo já tinha, (24:28) perdão, o sábado já tinha passado e claro, perdi um dia de trabalho e peço desculpa aos queridos (24:35) amigos. Tem a ver com a queda na segurança da Microsoft? Bem, não sabemos, mas, enfim, (24:48) fica aqui a suspeita também, não é não? Bem, então, como disse, mais dois abracitos.

Quero (24:55) mandar um abraço para a Isa Rivabem, que também é membro do canal e pediu um abracito e agradeceu (25:03) pelo meu trabalho. Eu é que te agradeço Isa, um beijo no coração. Deus te abençoe.

Isa Rivabem. (25:11) E quero mandar também um imenso abraço para o Aritek. O Aritek nos acompanha já há 4 anos, (25:19) está aqui nesse canal também conosco há 4 anos e fez um resumo de 12 interessantíssimos pontos (25:26) do que aconteceu no atentado a Donald Trump.

Eu lerei esse resumo excelente do Ari no próximo (25:34) vídeo. E um super abraço a você que está aí conosco também neste domingo. Um beijo no coração, (25:41) um abençoado domingo e se você gostou desse vídeo, deixe seu like e compartilhe os nossos (25:48) conteúdos.

Assim o nosso conteúdo chega a mais pessoas e a gente continua sobrevivendo por mais (25:55) de algum tempinho aqui no canal. Eu volto amanhã, se não houver outro apagão. Se Deus quiser.

Até lá.

Professor Bellei

Postagens Relacionadas:

https://www.youtube.com/watch?v=MApuspTpY3A

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/pane-derruba-microsoft-e-cria.html

Bicentenário da imigração dos povos de língua alemã para o Brasil - transcrição de um podcast

(0:03) Há 200 anos, começava uma migração em massa do território onde hoje fica a Alemanha (0:09) para o Brasil, um fenômeno que duraria décadas e que levaria quase 300 mil alemães ou falantes (0:15) de língua alemã para diferentes regiões brasileiras, com maior concentração nos estados (0:20) do sul. (0:20) Quando ainda fazia parte do reino de Portugal, Brasil e Algarves, o Brasil já havia tentado (0:26) a instalação de colônias alemãs na Bahia, por exemplo, mas o projeto não vingou. (0:30) Nova Friburgo, na Serra do Rio de Janeiro, já havia sido fundada por suíços, mas na (0:35) época o Brasil ainda não era independente.

(0:38) Por isso, a primeira colônia fundada efetivamente para imigrantes provindos de territórios (0:43) onde hoje se situa a Alemanha após a proclamação da independência em 7 de setembro de 1822 (0:50) foi a de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. (0:53) Foi lá que os primeiros 39 imigrantes chegaram no dia 25 de julho de 1824, depois de uma (1:01) viagem que durou pelo menos três meses. (1:04) Mas e como e por que esses imigrantes escolheram o Brasil como destino? (1:08) Bom, há uma série de razões.

(1:10) É uma história complexa e cheia de nuances geopolíticas e econômicas que eu explico (1:15) a partir de agora. (1:17) Quem me ajuda a contar um pouco dessa saga é o escritor e pesquisador Rodrigo Trespa, (1:21) autor do livro 1824, Como os Alemães Vieram Parar no Brasil. (1:27) A promessa na Alemanha era de que todos receberiam sementes, ferramentas, animais, subsídios (1:33) e 77 hectares de terra.

(1:35) A divisão foi feita de forma que uns receberam muito mais do que isso e outros menos da metade (1:41) e de forma bastante irregular. (1:42) Isso já nos primeiros anos, desde a demarcação de terra. (1:45) Mostra o quão corrupto era o governo da época.

(1:48) Eu entrevistei o Rodrigo para um documentário sobre os 200 anos da imigração alemã para (1:53) o Brasil, que poderá ser assistido no canal da DW Brasil no YouTube e em emissoras de (1:58) televisão parceiras no Brasil. (2:13) Está no ar o DW Revista, o podcast semanal produzido pela redação brasileira da DW. (2:20) Eu sou o Guilherme Becker e falo diretamente de Bonn, na Alemanha.

(2:23) Nesta edição, vamos explorar por que o Brasil foi um dos países que mais recebeu imigrantes (2:29) alemães a partir do século XIX. (2:31) E este não será o único episódio sobre o tema. (2:34) Ao longo das próximas semanas, vamos lembrar de outros capítulos, alguns deles um tanto (2:39) desconhecidos sobre a imigração alemã para o Brasil.

(2:57) Se a gente tivesse que resumir o início do processo que levou milhares de alemães a (3:02) imigrarem para o Brasil ao longo dos séculos XIX e XX, podemos citar quatro principais (3:07) motivos. (3:08) Primeiro, uma Europa devastada devido às guerras napoleônicas entre o fim do século (3:13) XVIII e o início do século XIX. (3:16) Depois, a Revolução Industrial, que afetou muitas regiões do interior da Europa, ou (3:20) da Alemanha, neste caso, também entre o fim do século XVIII e o início do século XIX. (3:25) Terceiro, a Independência do Brasil, consumada em 1822. (3:30) E por fim, o caminho aberto para a abolição da escravatura. (3:34) Tudo isso que eu citei aqui fez com que os habitantes dos então reinos do território (3:38) onde hoje se situa a Alemanha enxergassem uma grande oportunidade para mudar de vida, (3:43) para vislumbrar uma melhor qualidade de vida, ainda que em um lugar desconhecido e distante.

(3:49) Aqui vale lembrar que a Alemanha como conhecemos hoje só foi formada em 1871, depois de a Prússia (3:56) e outros reinos derrotarem a França e, anos antes, a Áustria e a Dinamarca, em guerras (4:01) que começaram na década de 1860. (4:04) Na maior parte do século XIX, a Alemanha era, portanto, uma grande colcha de retalhos, (4:10) vamos dizer assim, um punhado de reinos, tendo a Prússia como o maior deles e também outros (4:15) com nomenclaturas hoje conhecidas por intitularem estados alemães, como é o caso de Bayern, (4:21) Baviera em português, Hessen e Sachsen, Saxônia em português, ou mesmo cidades como Hanover (4:28) e Hamburgo. (4:29) E também por isso, a imigração alemã para o Brasil é conceituada primeiramente como (4:34) uma imigração de povos de língua alemã, em vez de considerada propriamente de alemães.

(4:40) Fato é que a data de 25 de julho de 1824 ficou consolidada porque o então chefe da (4:45) colônia de São Leopoldo, o doutor Johann Daniel Hillebrand, registrou esse dia como (4:50) sendo o da chegada dos primeiros 39 imigrantes alemães ao local, a cerca de 30 quilômetros (4:55) de Porto Alegre, ao norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. (4:59) Mas, como o Rodrigo me explicou no bate-papo que tivemos para o documentário, há controvérsias (5:04) em relação ao ano e a data da chegada dos imigrantes. (5:08) Ouçam só.

(5:09) Há o ano porque nós temos a presença de alemães ou populações que falavam o idioma (5:14) alemão antes de 1824. (5:16) A gente vai ter exemplos de alemães que foram enviados para a construção da Forteza do (5:20) Macapá, por exemplo, no norte do Brasil. (5:22) A gente vai ter a presença de... as primeiras experiências coloniais, digamos assim, são (5:26) com naturalistas alemães no sul da Bahia, em 1816, 1817, 1818.

(5:32) Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, em 1819, com os suíços, mas também havia, nesse (5:37) grupo que chega em 1920, há pessoas com origem nos estados que hoje formam a Alemanha, principalmente (5:45) da região sul, Baden, Baviera. (5:47) O fato de 25 de julho, porque quando foi instituída a data para se comemorar, ela é baseada no (5:52) documento do Rio Lebran, que era o diretor da colônia, que ele fez para o governo da (5:56) província a lista de todos os imigrantes que haviam chegado na província de 1924 até (6:01) então, na década de 1950. (6:02) Província no caso de São Pedro do Rio Grande do Sul, que hoje é o estado do Rio Grande (6:06) do Sul.

(6:07) E ele faz isso baseado em algumas cartas, documentos de época, mas ele não tem todas (6:11) as informações necessárias para isso. (6:12) Ele aponta o 25 de julho, mas a gente tem uma carta do governador da província, da época, (6:17) em que ele notifica o governo imperial que os imigrantes alemães já haviam deixado (6:24) Porto Alegre alguns dias antes. (6:26) E de Porto Alegre até San Leopoldo não leva mais do que um dia para se chegar.

(6:30) Então eles podem ter chegado no dia 23, dia 24, antes do dia 25. (6:35) O fato é que se instituiu dia 25, o Rio Lebran registrou nisso num livro, os primeiros 39 (6:40) imigrantes alemães, 25 de julho de 1924. (6:43) E aí ficou marcado com uma data que se lembra essa efeméride, lembra essa data e que marca (6:48) o bicentenário.

(6:49) Eu também perguntei ao Rodrigo sobre as questões geopolíticas e econômicas do início (6:53) do século XIX que acabaram influenciando a emigração de alemães rumo ao Brasil. (6:58) Questões essas provocadas, por exemplo, por Napoleão Bonaparte. (7:02) Talvez se não fosse o Napoleão, o Brasil seria diferente com a evolução francesa, (7:06) com o aumento do império francês, a consolidação do império francês através do Napoleão.

(7:11) Ele acaba expandindo a França, numa época de conquistas, de expansionismo. (7:15) Ele vai obrigar o Dom João VI, que é o rei de Portugal, a deixar Portugal e vir para o Brasil, (7:20) que é, inclusive, uma ideia bastante antiga de Portugal, de mudar a capital para a sua colônia. (7:25) Já vinha de tempo, mas o Napoleão impele isso, para que ele venha para o Brasil.

(7:28) O Brasil vai se transformar de uma simples colônia, ou de uma colônia de exploração (7:33) portuguesa, para um país. (7:34) Vai receber toda a estrutura e os aparatos que um país tem para se organizar. (7:39) A corte vem toda para cá.

(7:40) Então, é culpa do Napoleão. (7:42) E é o Dom João VI que começa, através de acordos comerciais com a Inglaterra, (7:46) a trabalhar essa ideia de substituir a mão de obra escrava, abolir a escravidão, (7:51) e proporcionar, ou patrocinar, as primeiras experiências com imigração. (8:02) Antes de voltar a falar com o Rodrigo, eu queria lembrar que o DW Revista pode ser acessado (8:07) por meio de plataformas como o Spotify, onde basta procurar pela playlist DW Revista.

(8:12) Além disso, tem no Deezer, iTunes, Google Home e Alexa. (8:15) Em tablets ou celulares, é só baixar o aplicativo Google Assistente para Android ou iOS. (8:22) Bom, então quem eram esses imigrantes alemães que chegaram em 1824 ao Brasil? (8:28) É importante dizer, sim, que eles eram bem diversificados.

(8:31) Quando o Bonifácio envia o Schiffer para a Alemanha... (8:33) Só um rápido parêntese aqui, o José Bonifácio foi um dos principais organizadores da independência (8:38) do Brasil e, consequentemente, um dos mentores da abertura do país para a imigração europeia. (8:42) E o Georg Anton von Schiffer, citado agora pelo Rodrigo, (8:46) foi o emissário enviado pelo Bonifácio à Europa para recrutar imigrantes. (8:50) São dois grupos que ele pede, que busque famílias de colonos, agricultores e artesãos, (8:56) e também soldados para fornecer a mão de obra especializada e homens para o exército.

(9:02) O Brasil tinha essa ideia de que iria romper com Portugal, como de fato rompeu na sequência, (9:06) e não tinha o exército formado. (9:08) E aí também entra o Napoleão, porque a Alemanha é um país que participou (9:12) relativamente das guerras napoleônicas, fornecendo, inclusive, a alguns estados alemães. (9:15) Como o pessoal da região do Hessen, a região do Reno, (9:18) foi anexada ao Império Francês, fazia parte do Império Francês, (9:21) então essa população tinha uma experiência militar, porque havia servido nos exércitos de Napoleão, (9:26) então serviria bem para o exército brasileiro.

(9:28) Boa parte dos oficiais que vieram tinham ligação com a França, com a Alemanha e com a França. (9:33) Então, assim, a população, depois de anos de guerra, é uma população empobrecida (9:38) por anos difíceis de guerra, de produção ruim na agricultura, (9:43) invernos rigorosos, nos últimos anos havia invernos rigorosos, a agricultura não conseguia produzir mais. (9:48) Outra coisa que o Napoleão tem de importante é a imposição da vacinação (9:51) para populações que baixam, aumentam a taxa de vida.

(9:55) Vacinado consegue sobreviver mais a doenças e limita algumas, (9:59) e isso faz com que essa população do Reno, por exemplo, (10:01) que é a população que estava na França, seja beneficiada. (10:05) A questão da Revolução Industrial, por exemplo, é o oposto, (10:10) ela prejudica essa população que trabalha com artesanato, (10:13) porque a máquina começa a substituir o homem, (10:15) um sapateiro, por exemplo, vai produzir menos do que a fábrica, (10:18) o tecido, enfim, de essas profissões... (10:21) Tecelão, ferreiro... (10:22) Várias. (10:23) Passa a deixar a idade média, digamos assim, a aldeia, a produção para o consumo local, (10:30) a produção é muito maior.

(10:31) Bom, falando dessa primeira leva de imigrantes que chegou ao Brasil em 1824, (10:36) é impossível desconsiderar que a pobreza dessas pessoas era imensa. (10:41) A maioria era pobre, quase totalidade. (10:43) Por exemplo, os solteiros.

(10:44) Quem não podia pagar passagem, por exemplo, para vir, (10:46) iria servir quatro anos no Exército Imperial. (10:49) A gente vai ter aí, são quase 3 mil alemães que servem no Exército Imperial brasileiro, (10:52) desse grupo de 11 mil. (10:53) Os solteiros vão servir no Exército.

(10:56) Pagam essas terras que eles vão receber servindo no Exército. (10:59) Mas, assim, esse é um projeto específico do primeiro reinado. (11:03) Eles vão receber terras, vão receber auxílio, mas é uma minoria. (11:06) Dentro do contexto, a gente vai ter aí quase 300 mil alemães ao longo da história no Brasil. (11:10) Então, só 11 mil que vieram para cá nesse período. (11:12) A maioria precisou custear e pagar passagem dentro de outros projetos. (11:16) Iniciativa privada, que trouxe muita gente. (11:19) O Entreguerras, que foi um período que muitas pessoas deixaram fugir da Europa. (11:23) As províncias também, como eu falei antes, (11:25) as províncias estabeleciam projetos diferentes dentro dos seus contextos.

(11:29) Algumas cobravam, outras faziam um sistema diferente. (11:33) Então, o que nós falamos aqui hoje, o que a gente lembra dos 200 anos, (11:36) é esse projeto do primeiro reinado. (11:37) Brasil independente, que completa 200 anos em 1824, relembrando 1824.

(11:42) E por que São Leopoldo, no extremo sul do Brasil? (11:45) A ideia, voltamos ao Bonifácio. 

(11:47) A ideia do Bonifácio, ele escreve um documento que lhe dá o chifre, que ele vai para a Europa, (11:52) criar colônias rural-militares, (11:55) produzissem produtos agrícolas, artesanato e fornecesse homens para o exército. (12:01) E a região mais complicada do Brasil, de fronteira, é a região sul.

(12:06) Era a região sul, historicamente, conflito com Espanha e Portugal, (12:10) o Rio Grande do Sul mudou muitas vezes de lado. (12:12) E a ideia foi guarnecer essa região, (12:15) proteger essa região do que acontecia do outro lado do Prata, que é a Argentina. (12:19) E o Rio Grande do Sul era muito pouco povoado, (12:22) populações indígenas, mas sem estrutura europeia de cidades, enfim. 

(12:26) Para ter uma ideia, Porto Alegre tinha menos de 10 mil habitantes na época. (12:30) E era a principal cidade. (12:31) Era a principal cidade, a capital.

(12:32) Desorganizada, a colônia de São Leopoldo também enfrentou problemas nas divisões dos lotes (12:37) e outras promessas feitas pelo então governo imperial brasileiro. (12:41) Ouçam só. (12:42) As divisões dos lotes também foram feitas de forma equivocada, (12:46) porque a promessa na Alemanha era de que todos receberiam sementes, (12:51) ferramentas, animais, subsídios e 77 hectares de terra.

(12:55) A divisão foi feita de forma que uns receberam muito mais do que isso (12:59) e outros menos da metade e de forma bastante irregular. (13:02) Isso já nos primeiros anos, desde a demarcação de terra. (13:05) Mostra o quão corrupto era o governo da época, tanto o imperial quanto o provincial, (13:10) nessa questão de distribuição.

(13:11) É porque o projeto era financiado pelo governo brasileiro, imperial. (13:15) Isso só vai mudar a partir de 1934, (13:17) porque eles chegavam num lugar estranho, (13:19) porque eles não sabiam o que plantar, não sabiam que árvore cortar. (13:22) Então eles tinham que ter um subsídio.

(13:24) E por isso que o governo deu as terras e também o subsídio. (13:26) Isenção de impostos durante 10 anos. (13:28) Depois de 1834, 10 anos depois, (13:31) o governo imperial concedeu às províncias brasileiras, aos estados brasileiros, autonomia.

(13:36) Cada uma província iria decidir da forma que achasse melhor como isso seria feito. (13:41) Santa Catarina de um jeito, Espírito Santo de outro. (13:43) Por isso que a gente vai ter, por exemplo, a criação de Blumenau, mais tarde, (13:46) com lotes de terra menor.

(13:47) Porque também as províncias terceirizaram essa empreitada. (13:52) Passaram a empresas privadas, (13:53) ou o processo de ir para a Europa, trazer colonos, agenciar colonos. (13:58) Custear o navio, pagar a passagem, se fosse o caso.

(14:00) Depois seria cobrado, eles pagariam posteriormente. (14:03) Então muda sempre esse contexto. (14:05) Esse contexto que a gente fala.

(14:06) Dos 200 anos, o primeiro projeto de imigração alemã foi financiado pelo governo. (14:11) Os demais projetos têm cada um a sua particularidade, (14:14) dependendo da época em que vieram, do lugar que foram. (14:28) A edição desta semana do DW Revista, (14:31) que é uma produção da DW em Bonn, na Alemanha, fica por aqui.

(14:35) Fica aqui também meu muito obrigado ao Rodrigo Trespar (14:37) por todas essas informações compartilhadas neste episódio. (14:41) Mais conteúdos você encontra no nosso site dw.com.br e também no canal da DW Brasil no YouTube. (14:48) A produção, apresentação e edição técnica do DW Revista são minhas, Guilherme Becker.

(14:53) Revisão final, Leila Endrovaite e Fernando Kaulit. (14:56) Coordenação, Erika Kokkai. (14:58) O DW Revista volta na sexta-feira que vem.

(15:01) Obrigado por acompanhar a gente e um bom final de semana.

Postagens Relacionadas:

https://www.youtube.com/watch?v=o1w3Poy-xs8

Guerra do Paraguai - Curso de Geopolítica do Brasil

(0:05) Oi gente, estamos de volta para a nossa aula número 10 da Geopolítica do Brasil. (0:12) Nas aulas passadas eu tenho falado de todos os conflitos na região da Bacia do (0:16) Prata e eu inclusive mencionei e trouxe a guerra do Paraguai, mas na aula de hoje eu (0:23) quero me aprofundar, explicar melhor os contextos, batalhas importantes e as (0:30) consequências dessa guerra e é uma guerra de extrema relevância, dá para dizer que (0:35) é a guerra mais importante da América do Sul. Então temos que olhar para ela (0:39) com mais atenção, a aula de hoje é sobre isso.

(0:43) Oi pessoal, quero mostrar para vocês o meu aplicativo. Vocês já conhecem o HOC Academy? (0:49) Então, aqui está ele. Aqui nessa barra de baixo vocês podem ver que tem a página (0:53) inicial, os downloads e o bunker, mas eu vou falar de cada um deles.

(0:57) O aplicativo, você tem uma série de cursos e aulas exclusivas, além do bunker. (1:05) Os cursos são longos e você pode assistir cada aula separada. (1:10) Quando a gente desce aqui, aqui tem a sessão dos cursos.

Então, inteligência do (1:15) carisma, introdução à geopolítica e os novos cursos que vão vir, vão estar todos aqui. (1:20) Nós temos a sessão das aulas exclusivas, como a política funciona, geopolítica da (1:24) França, lições de Versalhes para a Rússia, outras aulas exclusivas também (1:29) entram aqui. A grande ideia do aplicativo é essa jornada de evolução, aonde nós (1:36) dividimos em três grandes segmentos, três grandes caminhos, o pessoal, o social e o (1:43) global.

Então, você vai ter conteúdos que são (1:47) direcionados para você desenvolver o seu lado pessoal, filosóficos, desenvolvimento (1:53) pessoal no geral e aí nós temos o lado social. E no social, enfim, tudo que é (2:00) pertinente com a sociedade, com o outro. E no global é o contexto.

A geopolítica, por (2:05) exemplo, todos os assuntos de geopolítica estão relacionados com o contexto, com o (2:10) global, mas outras coisas também entram ali no global. (2:13) Esse é um jeito, uma didática que eu criei para ajudar vocês a aprenderem mais, (2:20) para ser didático, para ser interessante, para englobar vários temas, não só (2:26) geopolítica. Além disso tudo aqui, e os cursos novos sempre nós estamos (2:32) lançando outros e quem está no aplicativo tem acesso a todos eles.

(2:36) Além disso, nós temos o bunker. Importante vocês entenderem onde está o (2:41) bunker. Vejam aqui nessa barra de baixo.

Então, é este outro ícone aqui do bunker. (2:47) E aí você entra no bunker. O bunker tem análises diárias.

É um feed, como se fosse um (2:54) feed de qualquer rede social. E aí tem os posts, né? Então, cada post a gente fala do (2:59) que está acontecendo. São vários posts por dia com análises diárias em tempo real (3:04) de tudo o que está acontecendo no mundo.

Então, por exemplo, aqui. Os bombardeios (3:09) russos detectados perto do Alasca. Então, a gente conta o que está acontecendo, (3:14) explica um pouco.

O Irã avisa os Estados Unidos para não atacar um navio no Mar (3:19) Vermelho. E isso daqui, todo dia, aí tem a área de comentários. Todo mundo que está (3:24) aqui dentro participa, comenta.

E vocês imaginam que os comentários são (3:29) produtivos, ricos, reflexões interessantes. Todo mundo conversa com todo mundo. É um (3:35) espaço para você também conhecer gente que está interessada no mesmo assunto que (3:40) você.

E é um lugar sem gritaria, sem toda a histeria da rede social, porque é (3:47) fechado. Quem está aqui quer estar aqui, quer aprender, quer conversar, quer debater. (3:52) Enfim, quer argumentar de uma forma saudável.

Aqui dentro também tem análises (3:58) minhas e as análises são áudios que eu explico algum assunto específico. Tudo (4:03) isso daqui tem muito conteúdo e é muito interessante. O aplicativo é muito (4:09) funcional, é muito legal.

Eu tenho certeza que se vocês gostam do (4:13) conteúdo aqui no YouTube ou nas minhas outras redes, vocês vão amar o (4:19) aplicativo do Rock Academy. Entra, baixa. Tem na loja da App Store e do Android (4:26) também.

E aí você pode se inscrever e fazer parte do HOC Academy. Vem logo, dá (4:32) uma olhada. Novos cursos são lançados sempre e vocês vão ter acesso a tudo (4:36) isso.

A Guerra do Paraguai, também conhecida como Guerra da Tríplice (4:40) Aliança, aconteceu de 1864 até 1870. E ela é uma guerra que é travada entre o (4:49) Paraguai e a Tríplice Aliança que compunha Brasil, Argentina e Uruguai. (4:57) Eu preciso explicar para vocês antes de entrar na guerra, quais eram os contextos, (5:02) as visões de cada um desses países e nós tínhamos um cenário de ambições e (5:09) posições divergentes na região como um todo.

Primeiro, o Paraguai, que estava (5:14) sob o comando do ditador Solano Lopes, que era uma figura bastante (5:20) ambiciosa, que queria transformar o Paraguai numa grande potência regional, (5:27) enfim, imaginava territórios para o país que não estavam sob seu comando, (5:33) principalmente os acessos do rio Paraná e Paraguai, para que a navegação pudesse (5:40) ajudar a economia do Paraguai. Como eu tenho dito para vocês aqui, repetidas (5:45) vezes, o quanto importante são esses rios, o quanto importante é essa bacia para (5:50) todos os países. Ainda mais para o Paraguai, que é um país que não tem (5:54) saída para o mar.

O Solano Lopes também se inspirava muito no seu pai, que tinha (6:00) governado o país e tinha uma visão grandiosa de um Paraguai maior, ele queria (6:07) replicar tudo isso, então esse era o contexto e a visão do Paraguai. (6:13) No caso da Argentina, a situação era diferente, a Argentina tinha acabado de se (6:18) unificar, o governo central tinha um problema com as províncias do interior, (6:23) o país estava dividido entre Buenos Aires e as outras províncias do interior e o (6:28) objetivo do presidente, o Bartolomé Mitre, era unificar o país. Nada melhor para (6:33) unificar um país do que você criar um inimigo externo, você ter uma identidade (6:39) externa que faz as pessoas do país se perceberem como parte de algo em comum.

(6:46) Se a Argentina estava dividida e fragmentada, a presença de um conflito (6:52) externo, a presença de uma identidade estrangeira diferente da deles, (6:57) facilitaria, então a Argentina olhou para o conflito, para a situação do que estava (7:01) acontecendo no Paraguai como uma oportunidade. No caso do Brasil, o Império (7:07) do Brasil, governado por Dom Pedro II, viu o Paraguai como uma ameaça à nossa (7:14) hegemonia regional, ameaça territorial, ameaça de acesso a rios extremamente (7:21) importantes para a região muito relevante da América do Sul, que é o (7:26) Cone Sul. O Brasil estava envolvido em questões de escravidão e (7:31) desenvolvimento, mas o comportamento do Paraguai era uma ameaça para o Brasil e (7:39) o Dom Pedro II queria manter a nossa hegemonia, olhou para essa situação com (7:45) receio, cautela e teve que se movimentar também.

Por fim, nós temos o Uruguai e eu (7:51) já expliquei para vocês que o Uruguai, falei bastante na última aula sobre as (7:54) divisões políticas, as duas grandes facções, os Blancos e os Colorados, os (7:59) Blancos liderados pelo Aguirre e os Colorados pelos Flores. Os Blancos, eles (8:07) tinham como aliado o Paraguai e os Colorados, o Flores, tinha como aliado o (8:13) Brasil e o Brasil vai acabar intervindo para ajudar o Flores nessa intervenção (8:21) Primeiro que o Paraguai fica com medo, afinal de contas o Brasil está (8:25) intervindo num outro país, depois ele também apoia o outro lado dentro do (8:31) Uruguai, os Blancos, e ele tem que repor o equilíbrio de poder, então isso vai (8:37) causar o estopim que vai se iniciar a Guerra do Paraguai. Eu já expliquei um (8:42) pouco desse estopim com a questão do navio brasileiro, mas esse contexto (8:49) político, geopolítico da região que coloca cada um desses países dentro (8:57) desse conflito.

Então, seis semanas depois do incidente do (9:02) navio, o exército do Paraguai, sobre as ordens do Solano López, ele vai invadir (9:08) o sul da província brasileira do Mato Grosso e, em seguida, ele vai invadir a (9:13) província argentina de Corrientes. Isso acontece em 1865, depois da (9:19) Argentina negar a permissão para a passagem das tropas paraguaias pelo seu (9:24) território. Os paraguaios, eles estavam tentando chegar no Uruguai e eles (9:30) pediram essa autorização para os argentinos para passar pelo seu (9:33) território, os argentinos não deram e esses eventos todos levaram, então, a (9:38) formação da Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina, Uruguai contra o (9:45) Paraguai.

Vamos falar da guerra então, gente, e (9:49) eu vou dividir a guerra em três fases. A primeira fase começa com a ofensiva do (9:56) Paraguai, depois vem a contraofensiva da Tríplice Aliança, Brasil, Argentina e (10:02) Uruguai e, por fim, a caça ao Solano Lopes. Deixa eu fazer uma observação (10:09) importante aqui porque a gente historicamente conhece e sabe que a (10:13) guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança e a Tríplice Aliança é (10:18) composta por esses três países, Brasil, Argentina e Uruguai, só que, na (10:23) realidade, na prática, quem enviou mais soldados, mais recursos, quem realmente (10:30) participou ativamente da guerra foi o Brasil.

Dá pra gente quase dizer que essa (10:36) era uma guerra entre o Brasil e o Paraguai. Claro, Argentina e Uruguai (10:41) estavam na guerra, mas um apoio muito mais moral do que efetivo com os soldados, com (10:49) o custo da guerra. Por isso que essa guerra é importante para a geopolítica do (10:53) Brasil, por isso que ela é uma guerra historicamente importante e, para a América (10:58) do Sul como um todo.

Ela trata geopoliticamente desse espaço, de novo, (11:04) mas ela é uma guerra maior e o Brasil participa dela mais efetivamente. (11:11) Então vamos à primeira fase e eu falei pra vocês que a primeira fase é a (11:15) ofensiva paraguaia e ela começa em 64, 65. Primeiro vem a invasão da província do (11:22) Mato Grosso, que nos dias de hoje seria o Mato Grosso do Sul, gente.

(11:27) A província estava dividida de uma outra forma naquela época e o Paraguai (11:33) faz uma ofensiva rápida e muito bem sucedida, conquistando cidades como (11:39) Corumbá e Cochim e o Brasil oferece pouca resistência. (11:45) As tropas brasileiras estavam muito dispersas na região. (11:48) Os ataques paraguaios são rápidos e muito eficazes e eles conseguem (11:53) conquistar uma boa parte da província do Mato Grosso.

(11:57) São muito bem-sucedidos nesse primeiro momento, nesse primeiro movimento. (12:02) O segundo avanço paraguaio vem em abril de 1865 e aí ele não é mais sobre o (12:09) território brasileiro, mas sim sobre a Argentina. (12:12) Lembra que eu expliquei pra vocês que eles pedem a permissão e eles vão atacar (12:15) a região de Corrientes e ali os argentinos são bem mais sucedidos que (12:22) os brasileiros e é uma parte da guerra que eles realmente participam ativamente.

(12:28) O Paraguai tem dificuldades logísticas para conseguir penetrar no território (12:33) argentino e os argentinos conseguem conter. (12:37) Aí esse segundo movimento paraguaio já não é tão bem sucedido. (12:42) O Paraguai consegue, apesar de não terem sido tão bem sucedidos, por que que eu (12:47) falo isso? Porque eles queriam chegar no Uruguai, eles não conseguem nem conquistar (12:51) a província inteira argentina, mas eles conseguem conquistar até a capital da província.

(12:59) Então alguma vitória eles obtém, mas não chegam no seu objetivo final, que era alcançar o Uruguai. (13:05) No dia 11 de junho de 1865, nós vamos ter a Batalha de Riachuelo. (13:10) Riachuelo é um afluente do rio Paraná e essa é uma das batalhas mais importantes da guerra.

(13:16) É uma batalha naval que acontece dentro do rio. (13:20) Os navios do Paraguai tentam surpreender a esquadra brasileira, que responde de uma (13:26) forma muito efetiva e destrói uma vitória excepcional do Brasil, que passa (13:33) então a ter o controle dos rios e com isso as linhas de suprimento paraguaia (13:40) são todas comprometidas, seja para suas tropas que estão no Mato Grosso, seja (13:45) para as outras que estão na Argentina. O controle e o sucesso que a Marinha (13:52) Brasileira vai exercer depois dessa batalha faz muita diferença para a guerra.

(13:57) Ou seja, essa batalha vira o jogo e faz a gente encerrar a primeira fase da guerra, (14:03) que é a fase da ofensiva do Paraguai, para a gente começar a contraofensiva da (14:09) Tríplice Aliança, que vai levar esses três países, Brasil, Argentina e Uruguai, (14:16) para entrarem dentro do território do Paraguai. (14:19) Essa fase que eu vou explicar para vocês agora. Uma das primeiras batalhas mais (14:23) relevantes dessa fase da contraofensiva da Tríplice Aliança é a de Estero Belaco.

(14:28) Ela acontece 2 de maio de 1866 e nela a Tríplice Aliança já está avançando (14:37) dentro do território paraguaio e um general do Paraguai decide atacar o (14:45) acampamento dessas tropas. Eles já tinham avançado, estavam ali acampados e ele (14:52) decide fazer um ataque surpresa. Ele é bem sucedido, esse ataque inicialmente (14:57) consegue matar vários soldados da Tríplice Aliança, mas ele não se dá (15:05) por satisfeito, o general paraguaio, e decide continuar a ofensiva quando ele (15:11) vai se deparar com um acampamento ainda maior, com muito mais soldados e no final (15:15) ele é forçado a recuar em desordem.

Quando ele tinha uma posição de vantagem, (15:21) que ele poderia ter conquistado aquela pequena vitória, recuar ordenadamente e (15:26) consolidar os seus ganhos, ele não aceita, quer ganhar mais e essa (15:32) batalha acaba sendo uma grande derrota para o Paraguai, perde mais de 2 mil (15:37) soldados somente nessa batalha. A próxima batalha vai acontecer no dia 24 de (15:43) maio, a que eu descrevi anteriormente foi no dia 2 e essa agora é a batalha de (15:49) Tuiuti e é a maior batalha campal da história da América do Sul. (15:55) De um lado você tinha 33 mil soldados da Aliança contra 24 mil paraguaios, vão (16:03) morrer 6 mil paraguaios e mais de 4 mil da Aliança.

No final os (16:12) paraguaios perdem, eles tentam um ataque surpresa e as forças da Aliança são (16:18) capazes de avançar e se recuperar e essa batalha é muito mortífera, muito (16:26) sangrenta, as baixas são muito grandes e elas vão quebrar inclusive o ímpeto, o (16:32) espírito dos paraguaios de continuar lutando e resistindo. A batalha aconteceu (16:37) numa planície pantanosa e ela na verdade é um ponto de inflexão, de virada da (16:43) guerra, porque o resultado, a derrota para os paraguaios mexe com muitas (16:49) coisas na guerra, como eu expliquei. O próximo andamento da guerra então, a (16:55) Tríplice Aliança, ela vai começar uma ofensiva, um ataque a fortalezas (17:00) paraguaias.

A primeira delas é contra Curuzu e ali a (17:06) Tríplice Aliança é bem-sucedida, captura, conquista esse forte e abre espaço (17:13) para avançar em direção a Curupaiti, que é uma das batalhas mais sangrentas da (17:20) guerra inteira. Para vocês terem uma ideia, vão morrer oito mil homens do lado da (17:28) Aliança, os paraguaios eles perdem por volta de mil soldados, não é tanto assim, (17:33) as baixas do lado paraguaio são muito baixas comparado com o lado da (17:39) Aliança, eles conseguem resistir na sua fortaleza, é uma derrota para a Tríplice (17:44) Aliança, isso faz eles repensarem a estratégia naquele momento. (17:50) Essa situação toda ela vai culminar na Batalha de Humaitá e essa é em julho de (17:57) 1867 e essa é a fortaleza mais poderosa, mais impenetrável, mais resistente do (18:05) Paraguai.
O cerco a ela acontece e dura mais de um ano e é um cerco por terra e (18:13) por água para tentar estrangular, tirar os mantimentos e depois de esse tempo (18:20) todo, a Tríplice Aliança consegue finalmente capturar e derrotar os (18:26) paraguaios ali. Essa vitória é de extrema importância, o Paraguai nesse (18:32) momento já está quase que totalmente colapsado, é uma consolidação da (18:38) vitória. Essa batalha também marca a unificação das tropas da Tríplice (18:43) Aliança sob o comando do Duque de Caxias e essa é uma outra transformação.

(18:49) Importante lembrar que esse forte estava localizado próximo ao rio Paraguai, (18:56) então ele também tinha uma posição estratégica. Nós chegamos agora então na (19:00) terceira fase da guerra, que eu tinha explicado pra vocês, essa é a ofensiva (19:06) final e a caça ao Solano Lopes. Nessa fase nós vamos ter uma sequência de (19:12) vitórias da Tríplice Aliança, todas comandadas pelo Duque de Caxias, ele é (19:18) brilhante nas suas estratégias e nós temos uma campanha da dezembrada que (19:23) acontece em dezembro de 1868 e é uma sequência de vitórias do Duque de (19:31) Caxias, enfim, muito bem sucedidas e isso consolida completamente a posição da (19:39) Tríplice Aliança.

Outra sequência de batalhas são as de Lomas Valentinas e (19:43) ali o Solano vai recuando, tem as últimas posições, as últimas fortalezas para (19:51) ele se resguardar, mas ele vai sendo derrotado uma atrás da outra e nessas (19:56) batalhas abre-se caminho para que se conquiste a capital do Paraguai, a (20:02) Assunção. Chegamos então a uma das últimas batalhas, a batalha de Piribibuí, que é (20:08) uma cidade no Paraguai e ali tem o último foco de resistência (20:14) organizada e formal do Paraguai acontece naquele momento, o Brasil, as (20:21) tropas já cercaram e vão capturar a cidade e o Dom Pedro, que estava (20:28) acompanhando inclusive, ele se muda para estar próximo à guerra, as tropas (20:36) do Paraguai elas tentam se render, mas ele não aceita a rendição e ele diz não, (20:42) nós vamos até o fim porque nós precisamos, Dom Pedro diz isso, precisamos (20:47) matar o Solano Lopes e aí capturam mais feridos, mais mortos do lado do Paraguai (20:53) para então chegarmos na última batalha de resistência do Solano Lopes, que é a (20:58) batalha de Serro Corá, ele é ferido no cerco e não se rende até que ele é (21:04) morto e com a sua morte acaba a guerra do Paraguai, um dos conflitos, o maior (21:10) conflito da América do Sul e um dos conflitos mais devastadores da região (21:15) como certeza. Eu quero destacar duas figuras importantes dessa guerra, a (21:21) primeira obviamente é o Solano Lopes, que era um cara ambicioso, determinado, (21:28) obstinado, incansável, mas levou o país à destruição e à ruína total, no final as (21:36) suas estratégias foram fracassadas, a sua ambição desmedida também, mas ele era (21:42) uma figura, assim, audaciosa e combativo, enfim, ele era muito ambicioso, então ele (21:50) queria criar esse grande Paraguai.

Do lado de cá, nós tínhamos o Duque de (21:56) Caxias, que foi alguém muito bem sucedido, principalmente na fase do (22:03) contra-ataque da Tríplice Aliança, a capacidade dele ter unificado as tropas (22:08) e ele combinou uma astúcia militar com uma capacidade diplomática, ele é uma das (22:16) figuras muito relevantes desse confronto. Vamos ao desfecho dessa guerra, gente, e (22:23) assim, o conflito já ficou claro e vocês já devem ter ouvido falar disso muitas (22:28) vezes, foi devastador para o Paraguai, o Paraguai vai perder mais de 300 mil (22:37) pessoas, uma população de 525 mil, então vocês imaginam que é mais da metade da (22:44) população e o número de homens mortos é muito grande, você tem uma proporção de (22:50) população, assim, cidades que você tinha 25 mulheres para um homem, esse é o (22:55) desequilíbrio causado pela guerra. Do lado do Brasil, nós vamos ter uma perda (23:02) de 50 mil soldados, a Argentina quase 20 mil e o Uruguai por volta de 6 mil, como (23:10) eu expliquei para vocês, a participação do Brasil é muito mais efetiva nos (23:15) combates e na condução da guerra.

Em termos de território, o Paraguai vai (23:21) perder territórios para o Brasil e para a Argentina, vai ficar um país (23:26) enfraquecido, humilhado e com uma população pequena e fragilizada e sem (23:34) territórios também, com perda de territórios, então vocês imaginam como (23:39) que isso altera geopoliticamente essa região e a história do Paraguai dali (23:45) para frente. Um outro ponto importante da conclusão aqui, sobre a guerra, eu (23:52) comentei com vocês que a Argentina embarca nesse conflito com o objetivo de (24:01) isso ajudar a unificar o país e dá certo para os argentinos, eles conseguem se (24:06) unificar após essa guerra, o Uruguai também, que tem aquela divisão que eu (24:13) tenho explicado para vocês nas últimas aulas entre os blancos e os colorados, (24:18) também ela é, diríamos que, erradicada nesse momento, os colorados saem (24:25) vitoriosos, então também sai um contexto diferente para o Uruguai. E por fim, então, (24:33) o Brasil e os impactos no Brasil são imensos, essa guerra, apesar do Brasil ter (24:39) vencido, gente, ela tem um efeito muito grande no desenrolar da nossa história.

(24:45) Duas das grandes instituições que nós tínhamos nesse momento no país era, um, o (24:53) império com a monarquia e o outro era a instituição da escravidão, o quanto que (25:00) aquilo movimentava a economia, enfim, todas essas duas coisas amarradas, a (25:06) resistência da guerra, ela traz para o jogo da política, para o jogo social, (25:12) outras forças, os militares agora se tornam figuras relevantes, venceram a (25:19) guerra, estavam equipados, voltaram como heróis e boa parte desses heróis eram (25:28) negros, porque quem lutou eram os negros, só que eles voltavam como heróis e ao (25:34) mesmo tempo o resto dos outros negros estavam escravizados, então, isso (25:42) começa a abalar as estruturas da escravidão, a guerra faz isso e também o (25:50) poder do Dom Pedro, que começa a ficar muito preocupado e com medo dos (25:55) militares e, eventualmente, ele vai perder o poder para os militares, a (25:59) proclamação da república vai vir deste movimento, então, essa guerra externa (26:05) ela tem consequências profundas para a formação do Brasil, para a geopolítica do (26:10) Brasil e para os próximos capítulos e aulas do que nós vamos conversar aqui, dos (26:17) outros imperativos também, porque nós temos essa grande transformação no (26:22) Brasil, Brasil império, proclamação da república e o fim da escravidão.

Professor HOC

Postagens Relacionadas:

https://www.youtube.com/watch?v=kTqAttQTklM

terça-feira, 23 de julho de 2024

Notas de experiência - da importância do 4k Vídeo Downloader para o meu trabalho

1) No Lenovo, eu tenho um software que sempre baixa vídeos do Youtube rapidamente: trata-se do 4k vídeo downloader.

2) Desde que coloquei este software no HP, o computador do quarto ao lado, eu agora baixo vídeos mais rapidamente, de modo a fazer transcrições no TurboScribe e traduções no chat GPT.

3) Essas transcrições, mais tarde, são submetidas ao Gemini - e com elas eu faço análises detalhadas e comparadas do que foi produzido, de modo a se fazer um trabalho introdutório ou mesmo criar uma tese com base em provas - o que é perfeito para argumentos acadêmicos, essencial para se convencer as pessoas a conhecer a verdade, enquanto fundamento da liberdade.

4) A assinatura do 4k Vídeo Downloader individual custa 25 dólares e ela é vitalícia. Este é um investimento que realmente vale muito pra mim - farei isto nos próximos meses.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de julho de 2024 (data da postagem original).

O Grande Problema de Taiwan

(0:00) Após uma disputa acirrada, o povo de Taiwã elegeu seu atual vice-presidente Lai (0:07) Hsin-teh como seu próximo presidente. O resultado mantém o Partido Progressista Democrático que (0:14) defende uma Taiwan mais autônoma e laços mais próximos com os Estados Unidos pelo terceiro (0:22) mandato consecutivo no poder. Embora a gestão das relações com Pequim receba maior atenção (0:29) internacional, nenhum assunto é mais importante para o Partido Progressista Democrático do que (0:37) a questão energética, que é terrível.

Taiwan importa impressionantes 97% da sua energia (0:45) através de rotas marítimas, todas elas extremamente vulneráveis. Qualquer quarentena, (0:51) bloqueio ou invasão da ilha pela China devastaria sua capacidade de sustentar serviços básicos e (0:58) infraestrutura crítica, sem mencionar as fábricas que produzem aproximadamente 90% dos (1:04) semicondutores mais avançados do mundo. Atualmente as melhores estimativas sugerem (1:09) que os estoques estratégicos de energia de Taiwan durem apenas os de gás natural 11 dias e os de (1:17) carvão 39 dias.

Embora Taipeia, capital de Taiwan, reconheça essas vulnerabilidades, (1:23) as possíveis soluções são escassas. Taiwan não foi sempre tão dependente de (1:28) energia externa. Algumas décadas era um grande produtor de energia nuclear.

Durante meados da (1:35) década de 1980, a energia nuclear respondia por cerca de metade do consumo de eletricidade da ilha. (1:41) Na época, Taiwan tinha seis reatores operacionais com planos para construir mais. Mas nas últimas (1:47) décadas, Taipei reduziu sua dependência da energia nuclear.

E o PPD, partido que ganhou (1:53) destaque defendendo uma onda antinuclear, desempenhou um papel-chave nessa mudança (1:59) energética. Quando o partido venceu a presidência em 2016, comprometeu-se a eliminar completamente (2:06) a energia nuclear. Se Lai cumprir as promessas de sua antecessora, os últimos dois reatores da ilha (2:14) serão desativados no próximo ano.

Considerando sua localização em uma das áreas mais problemáticas (2:19) do mundo e sua relação tensa com a China, a resistência de Taiwan ao que era uma fonte de (2:25) energia doméstica confiável pode parecer intrigante. Para Taipei, no entanto, a discussão é bem (2:32) complicada. A escolha que Lai terá que tomar de preservar ou abandonar a opção nuclear será (2:38) influenciada por uma longa e menos conhecida história de proliferação, espionagem, (2:44) desastre e democratização.

Então, vamos contar essa história e voltar no tempo. (2:50) O interesse de Taipei em tudo que é nuclear começou nos primeiros dias da Era Atômica. (2:55) Em dezembro de 1949, após anos de guerra civil com o Partido Comunista Chinês, o PCC, (3:00) o general Chiang Kai-shek fugiu com as forças nacionalistas para a ilha de Taiwan, (3:05) onde estabeleceu uma ditadura sobre o comando do Partido Kuomintang, o KMT.

(3:12) Chiang Kai-shek não abandonou, porém, as ambições de recapturar o continente. E, (3:18) à medida que o general consolidava o poder na ilha, ele via a tecnologia nuclear como (3:23) um meio de adquirir prestígio internacional e vantagens geopolíticas. Embora houvesse (3:29) desacordos internos sobre se Taiwan deveria imediatamente tentar adquirir armas nucleares, (3:36) o governo começou a construir capacidades nucleares sobre o disfarce de projetos civis.

(3:41) Em 1955, Taiwan e os Estados Unidos chegaram a um acordo de cooperação para o uso pacífico da (3:47) energia atômica, que iniciou o programa nuclear de Taiwan, permitindo que o governo do KMT obtesse (3:52) tecnologia-chave e enviasse cientistas e militares para o exterior para treinamento e formação. (4:00) Embora Taiwan oficialmente renunciasse às armas nucleares em troca de assistência de Washington (4:05) com projetos civis, na prática, os líderes do país tinham outras intenções, cultivando expertise que (4:13) poderia ser direcionada também para fins militares. O programa secreto de armas nucleares de Taiwan (4:19) começou a ficar mais sério e urgente depois do primeiro teste nuclear da China em 1964.

(4:27) O teste abalou a sensação de segurança de Taiwan. Embora os Estados Unidos tivessem (4:31) se comprometido com a ilha no Tratado de Defesa Mútua de 1955, o governo do KMT temia o abandono, (4:40) especialmente após a Casa Branca rejeitar seus apelos para atacar instalações nucleares chinesas (4:46) no continente. Os líderes também se preocupavam que o desenvolvimento nuclear reforçaria o (4:52) status de Pequim na comunidade internacional às custas de Taiwan.

Uma vez que Pequim finalmente (4:57) conseguiu a bomba, o governo do KMT redobrou seus esforços no programa de armas nucleares. (5:05) Para liderar esses esforços, os líderes estabeleceram um Instituto de Pesquisa de (5:09) Energia Nuclear, que estava intimamente ligado ao uso militar, embora o governo insistisse (5:15) publicamente que suas atividades eram exclusivamente civis. Em 1969, Taiwan comprou um reator de (5:21) pesquisa moderado por água pesada e alimentado por urânio natural, conhecido como Reator de (5:27) Pesquisa de Taiwan, do Canadá.

Esse tipo de reator é propício para a produção de plutônio de grau (5:33) armamentista. A partir daí, o governo tentou adquirir outras tecnologias críticas, incluindo (5:39) instalações de reprocessamento de plutônio de fornecedores estrangeiros, embora Washington, (5:44) cada vez mais suspeito das intenções de Taiwan, tenha frustrado muitas dessas vendas. No entanto, (5:51) mesmo com dificuldades e bloqueios, a pesquisa militar de Taiwan e as capacidades de produção (5:57) progrediram, embora em uma escala menor e em um ritmo mais lento do que originalmente planejado.

(6:03) Apesar dos seus planos secretos, Taiwan assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear em 1968 e o (6:10) ratificou em 1970, provavelmente esperando gerar boa vontade da comunidade internacional. Mas, (6:17) em 1971, a ONU reconheceu a República Popular da China, baseada no continente, (6:23) como os únicos representantes legítimos da China, expulsando, portanto, Taiwan, (6:30) que era reconhecida como República da China nas instituições multilaterais. Por extensão, (6:37) Taiwan automaticamente não era mais membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e da (6:43) Associação Internacional de Energia Atômica.

Tudo isso tornou mais difícil para a comunidade (6:48) internacional monitorar as instalações nucleares da ilha e fazer cumprir as normas de não-proliferação, (6:54) precisamente quando as armas nucleares se tornaram mais atraentes para a própria ilha, (7:00) tanto por motivos de status quanto de segurança. As preocupações de Taiwan se tornaram ainda mais (7:05) agudas após a histórica visita do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, (7:10) à China em 1972. À medida que o seu programa de armas nucleares progredia, Taiwan também (7:16) começou a construir usinas nucleares para um programa civil de geração de energia.

(7:23) O KMT tinha planos ambiciosos de transformar a ilha em uma economia industrial moderna, (7:28) mas a crise do petróleo de 1973 demonstrou os perigos da falta de recursos energéticos (7:34) locais internos para Taiwan. A energia nuclear surgiu como uma alternativa viável aos combustíveis (7:41) fósseis importados, já que a ilha tinha a expertise e infraestrutura necessárias. (7:48) O crescimento da energia nuclear facilitou o crescimento da indústria dentro da ilha.

(7:52) Sem a energia, seria difícil imaginar que Taiwan seria o líder de fornecimento global (7:57) de semicondutores de hoje em dia. À medida que o seu programa de armas progredia, (8:02) Taiwan também começou a construir usinas nucleares para a geração de energia. (8:08) O KMT tinha planos ambiciosos de transformar a ilha em uma economia industrial moderna, (8:13) mas a crise do petróleo de 1973 mostrou as vulnerabilidades de Taiwan na questão da (8:21) dependência da energia externa e não ter uma fonte local de energia.

(8:26) Em 1977, depois que inspetores dos Estados Unidos e da Agência Atômica Internacional (8:32) descobriram evidências de que Taiwan estava fazendo pesquisas ilícitas e desviando o (8:38) material do reator, Washington decidiu intervir. Embora minimizasse as capacidades de Taiwan em (8:44) público, em privado, a administração do presidente americano Jimmy Carter ameaçou (8:49) impor sanções e cortar a assistência militar a menos que Taiwan se concentrasse exclusivamente (8:55) em aplicações da energia para fins pacíficos. A crescente dependência de Taiwan à energia (9:01) nuclear aumentou o poder de barganha de Washington porque a ilha dependia dos Estados Unidos para o (9:07) combustível do reator e para suporte técnico.

Washington e Taiwan finalmente chegaram a um (9:12) acordo secreto no qual a ilha prometeu, entre outras coisas, restringir as atividades sensíveis, (9:19) exportar combustível irradiado e modificar o reator de pesquisa para conter a produção de (9:25) plutônio, tornando funcionalmente mais difícil para os cientistas acumular material físseo (9:30) suficiente para construir uma bomba secreta. Embora Taiwan tenha cumprido muitos desses (9:35) termos, a implementação foi lenta e os militares em particular estavam insatisfeitos com a capitulação (9:42) do governo às demandas americanas. Essas frustrações se transformaram em urgência em (9:47) dezembro de 1978, quando a administração Carter anunciou que encerraria o tratado de defesa mútuo (9:54) aos Estados Unidos com a República da China, no caso Taiwan, e reconheceria formalmente a (10:00) República Popular da China, a China continental, continuando a reaproximação da administração (10:06) Nixon com o Pequim.

Com essa decisão, os líderes de Taiwan, amedrontados pelo ostracismo e pelo (10:13) vizinho continental mais forte e agora com reconhecimento internacional, voltaram a (10:18) tentar construir uma bomba. Esse segundo ato na história da indústria nuclear militar de Taiwan (10:23) foi mais complicado. Embora o término do tratado de defesa mútua tenha encorajado atores domésticos (10:30) que favoreciam a construção da bomba, a ilha ainda dependia dos Estados Unidos para apoio militar e (10:35) econômico.

Nem os líderes taiwaneses pareciam concordar sobre o objetivo final de um programa (10:41) de armas nucleares ressuscitado. Enquanto alguns esperavam desenvolver silenciosamente um pequeno (10:46) arsenal, outros, incluindo o então presidente Xi Jinping, aparentemente favoreciam apenas a (10:53) aquisição dos ingredientes para montar rapidamente uma bomba, algo como a postura de hedging, (10:59) uma espécie de prevenção de países como o Japão que adotam essa postura. Todos esses planos (11:06) previam evitar a detecção pelos Estados Unidos ou pela China até que o programa tivesse (11:12) suficientemente avançado.

No entanto, a partir de um certo ponto manter as coisas sob sigilo teria (11:17) sido difícil e extremamente arriscado. Se o segredo fosse descoberto, Taiwan arriscaria irritar Pequim e (11:24) afastar os Estados Unidos de uma só vez. Mas como a gente sabe hoje, as tentativas de Taiwan de (11:28) adquirir a bomba já estavam completamente comprometidas.

O vice-diretor do Instituto de (11:33) Pesquisas de Energia Nuclear, Cheng Hsien-Yi, era, na verdade, um informante da CIA que vinha (11:40) passando informações secretamente para os Estados Unidos. Ele fazia isso há anos porque temia que o (11:44) programa de armas secreto desencadeasse uma guerra com a China. Em janeiro de 1988, Cheng enviou sua (11:52) esposa e filhos de férias para a Disneylândia, em Tóquio, e dirigiu até uma base da CIA em Taiwan.

(11:58) A família foi reunida em Seattle alguns dias depois e colocada sobre um programa de proteção (12:04) de testemunhas. Armada com novas provas de má conduta, a administração Reagan confrontou Taiwan. (12:11) Exposta mais uma vez enfrentando a perspectiva de abandono dos Estados Unidos e a ira chinesa, (12:16) o governo concordou em desmantelar de uma vez por todas o seu programa nuclear de armas.

Ou seja, (12:22) no fim de 1980, Taiwan tinha abandonado completamente a ambição de possuir (12:27) armas nucleares. Mas a sua história nuclear estava longe de acabar. (12:32) O fim do programa de armas nucleares de Taiwan coincidiu com uma profunda mudança em sua (12:38) política doméstica.

Até esse ponto, eu disse para vocês que o KMT havia presidido durante toda a (12:44) história de Taiwan, mantendo um monopólio político muitas vezes brutal sobre a ilha. (12:49) No entanto, em meados da década de 1980, grupos pró-democracia estavam ganhando tração, (12:56) à medida que o crescimento econômico e a insatisfação com décadas de repressão do KMT (13:01) alimentavam demandas populares por reformas. Em 1987, o governo suspendeu a Lei Marcial e (13:08) começou a se preparar para uma nova era de eleições abertas.

Na vanguarda desse processo (13:13) estava o Partido Progressista Democrático, o PPD. Quando o PPD apareceu em cena, (13:18) a energia nuclear era vital para a economia de Taiwan. Globalmente, no entanto, a fé na energia (13:24) nuclear começava a diminuir.

Acidentes graves despertaram medo sobre a segurança nuclear, (13:29) primeiro em Three Mile Island, em 1979, nos Estados Unidos, e depois em Chernobyl, em 1986, (13:37) na Ucrânia. Esse aumento no sentimento antinuclear também foi alimentado por revelações de que o (13:42) governo taiwanês havia usado a Orchide Island, ou Ilha das Orquídeas, uma ilha próxima a Taiwan, (13:49) parte do território de Taiwan, como um depósito de resíduos nucleares. O Partido Nascente, o PPD, (13:57) aproveitou o momento global e fez da oposição à energia nuclear um dos seus princípios basilares, (14:03) um meio de atrair atenção no exterior enquanto se distinguia do KMT em casa.

(14:08) Mesmo hoje em dia, muitos taiwaneses associam qualquer coisa nuclear com a ditadura militar. (14:14) As mesmas forças que moldaram a transição da ilha para longe do governo autoritário, (14:20) assim, moldaram as atitudes em relação à energia nuclear. Em outras palavras, (14:25) a politização da energia nuclear foi um subproduto da democratização de Taiwan.

(14:29) Apesar disso, no curto prazo, a crescente oposição à energia nuclear não teve efeito (14:34) prático na matriz energética de Taiwan. O KMT afirmava, com razão, que a energia (14:40) nuclear era a única maneira de evitar a dependência da importação de combustíveis fósseis. (14:45) Em 1999, um governo liderado pelo KMT iniciou a construção de uma à muito planejada quarta (14:53) usina nuclear chamada Lungman.

Quando o PPD ganhou a presidência pela primeira vez em 2000, (15:00) o gabinete recém-eleito suspendeu a construção. No entanto, voltou atrás apenas um ano depois, (15:07) após vários obstáculos legais e políticos. Apesar da oposição de muitos ativistas, (15:12) o trabalho em Lungman continuou na próxima década, embora tenha sido atormentado por atrasos, (15:18) controvérsias e excessos de custos.

Em 2011, outro acidente, dessa vez na usina (15:24) nuclear de Fukushima, no Japão, inclinou decisivamente a balança contra a energia (15:30) nuclear em Taiwan. Como o Japão, Taiwan é propenso a atividades sísmicas, e o acidente (15:37) de Fukushima reviveu sentimentos antinucleares na ilha e em toda a região. Taiwan tornou-se o (15:42) maior doador para as vítimas de Fukushima, e milhares de taiwaneses foram às ruas para (15:47) protestar contra a continuidade da dependência do país em relação à energia nuclear.

(15:51) Temendo a inquietação pública, em 2014, o governo novamente parou a construção da (15:57) quarta usina, mesmo que o trabalho estivesse quase completo. Embora o presidente de Taiwan, (16:03) o líder do KMT, Ma Ying-jeou, apoiasse o projeto, ele recuou após protestos em massa, (16:10) incluindo uma greve de fome por Li Yanxing, um ex-presidente do PPD e herói do movimento (16:17) Pro-Democracia de Taiwan. Em 2016, o PPD fez campanha com a promessa de uma nação livre da (16:23) energia nuclear, e com a sua vitória, ele começou o desligamento desses reatores.

(16:30) Mas essa decisão se mostrou muito problemática, porque Taiwan desligou a sua fonte confiável de (16:37) energia justamente no momento que os preços da energia estavam aumentando. Numa hora que ela (16:43) precisava ainda mais de energia limpa e confiável. Reconhecendo o desafio contínuo da insegurança (16:51) energética e a crescente exigência de reduzir as emissões de carbono, o atual presidente, Tsai (16:57) Ing-wen, integrante do PPD, prometeu que as energias renováveis gerariam 20% da (17:04) eletricidade de Taiwan até 2025.

Mas Taiwan falhou em atingir essas metas. Atualmente, (17:11) as renováveis representam apenas 8%. Taiwan intensificou os projetos de energia eólica offshore, (17:18) já que o terreno montanhoso da ilha impede o desenvolvimento solar em grande escala.

Embora (17:23) avanços tecnológicos ou reformas regulatórias possam impulsionar o setor, a expansão é limitada (17:29) pelo espaço disponível físico. Turbinas localizadas no estreito de Taiwan também vão ser vulneráveis (17:36) em uma crise, e muitos investidores estão cautelosos em apoiar projetos situados em uma (17:41) localização geopolítica tão instável. As energias renováveis podem melhorar a resiliência de Taiwan (17:48) a longo prazo, mas é improvável que elas sejam suficientes no curto prazo.

Enquanto isso, a ilha (17:54) continuará dependendo fortemente do carvão, 42%, e do gás natural, quase 39%, para a geração de (18:02) energia e eletricidade, tornando-se um dos países com a matriz energética mais suja do mundo. Isso (18:07) também apresenta desafios para a considerável base industrial de Taiwan. A Taiwan Semiconductor (18:12) Manufacturing Company sozinha consome mais de 6% da energia total da ilha, e a demanda só está (18:19) aumentando.

Líderes da indústria também se preocupam que a falha em atingir as metas climáticas (18:24) reduzirá a competitividade das exportações da ilha. Enquanto isso, uma China mais ambiciosa e (18:31) militarmente capaz está tornando ainda mais difícil separar segurança energética da geopolítica. A (18:38) Marinha Chinesa regularmente ensaia cenários de bloqueio naval e quarentena que sublinham (18:44) sua capacidade de interromper as cadeias de suprimento de energia de Taiwan.

Enquanto isso, (18:48) a ilha está tomando medidas para modernizar e expandir seus estoques estratégicos. As atuais (18:54) instalações de armazenamento de gás natural, liquefeito, são particularmente inadequadas e (18:59) invulneráveis a um potencial bloqueio ou ataque. Esses problemas ressuscitaram questões sobre o (19:04) futuro da energia nuclear em Taiwan.

Embora o sentimento antinuclear permaneça forte, (19:10) quando o PPD realizou um referendo sobre a sua política de eliminação gradual da energia (19:15) nuclear, em novembro de 2018, 59% dos eleitores a rejeitaram, citando preocupações ambientais e os (19:23) perigos da insegurança energética. E durante as eleições recentes, os oponentes de Lai endossaram (19:30) propostas para reconsiderar o projeto Langman e manter os reatores remanescentes em funcionamento (19:37) após 2025. Por agora, como presidente eleito, Lai permanece comprometido em desativar os últimos (19:44) reatores de Taiwan, embora em outubro tenha dito que não descartaria o uso nuclear seguro sem (19:50) resíduos.

Alguns relatórios também sugerem que os líderes taiwaneses estão investigando a (19:55) manutenção de reatores nucleares em espera em caso de emergência, mas não está claro como isso (20:00) funcionaria. Se Taiwan reconsiderar sua eliminação gradual da energia nuclear, não vai estar sozinho. (20:06) A Coreia do Sul e o Japão já estão reinvestindo em suas empresas nucleares em resposta a preocupações (20:13) climáticas e de segurança, mas implementar uma reversão provavelmente seria mais desafiador (20:18) em Taiwan do que nesses outros países, especialmente com o PPD no poder.

Sentimentos (20:23) antinucleares estão enraizados no DNA político do partido, tornando seus integrantes hesitantes (20:30) em contrariar esse legado. Os líderes também teriam que lidar com vários desafios práticos. (20:36) Os reatores viáveis de Taiwan estão no final de suas vidas úteis de 40 anos.

Embora extensões (20:42) de vida dos reatores sejam possíveis, os riscos de uma infraestrutura nuclear envelhecida em (20:48) uma área sísmica ativa só vão aumentar. Reiniciar o trabalho nos reatores mais avançados em Langman (20:54) poderia resolver essas preocupações, mas os taiwaneses devem ser realistas sobre os custos (20:59) e os cronogramas. Em 2019, a companhia estatal de energia Taiwan Power concluiu que o projeto (21:06) demoraria de seis a sete anos, e as estimativas hoje em dia provavelmente aumentaram devido à (21:12) erosão da expertise nuclear na ilha e à degradação física do local da obra.

(21:17) Líderes da indústria expressaram interesse em tecnologias nucleares mais avançadas, (21:24) como os reatores modulares pequenos, que alguns argumentam ser mais seguros do que os modelos (21:28) mais antigos. Embora isso possa aparecer uma opção promissora no futuro, a tecnologia ainda (21:34) não está suficientemente desenvolvida. Mas os problemas também não são só esses.

Devido (21:39) à oposição doméstica, Taiwan ainda não encontrou uma solução permanente para armazenar e descartar (21:45) resíduos nucleares. Outra questão é que a energia nuclear também não é imune a bloqueios, já que (21:50) Taiwan deve importar combustíveis para reatores, embora esse tipo de combustível dure muito mais (21:56) tempo do que o normal. Talvez mais preocupante ainda seja a situação da usina de Zaporija, (22:05) na Ucrânia, que mostrou o quanto delicado é quando você tem uma guerra do lado de uma (22:11) infraestrutura nuclear.

Inclusive, nós temos um vídeo aqui no canal sobre isso, então assistam (22:18) que eu conto os detalhes dos riscos que a usina de Zaporija está enfrentando. Ou seja, Taiwan se (22:24) encontra num banco sem saída e isso é um produto da sua própria história. Como que a administração (22:30) lai vai gerenciar esse problema diante da ameaça chinesa que se mostra cada dia mais (22:37) eminente é incerto, mas é um problema muito sério.

Professor HOC

Postagens Relacionadas:

https://www.youtube.com/watch?v=mvufCPA7Z18

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/a-nova-geopolitica-dos-mares.html

A Nova Geopolítica dos Mares

(0:00) A mais nova tendência na geopolítica é a volta da grande influência dos oceanos. (0:07) Um dos maiores riscos da atualidade, por exemplo, é a disputa por Taiwan. Um conflito pela ilha (0:12) envolveria uma intensa guerra naval sino-americana que se estenderia bem além do Pacífico.

(0:18) No Oriente Médio, o grupo rebelde Hou Chi está ameaçando o transporte marítimo no (0:22) Mar Vermelho, perturbando o comércio global. E na Europa, a guerra na Ucrânia pode depender (0:27) da disputa marítima pelo Mar Negro e pela Crimeia. O poder marítimo está de volta.

(0:34) Existem pontos positivos para as marinhas ocidentais nessa nova era. Os Estados Unidos (0:38) e seus aliados ainda possuem os submarinos mais avançados. Eles estão unidos em alianças e (0:45) parcerias navais incomparáveis por Rússia ou China.

No entanto, sua supremacia naval está (0:51) se desgastando. A Marinha da China é agora a maior do mundo em quantidade de navios. Os (0:57) estaleiros americanos se enfraqueceram e as marinhas europeias são uma sombra do que eram, (1:03) tendo perdido, por exemplo, 28% dos seus submarinos e 32% de fragatas e destroyers (1:10) entre 1999 e 2018.

Essas tendências são preocupantes. Apesar do crescente protecionismo, (1:17) os mares continuam a ser um canal vital para a economia mundial. (2:04) A grande ideia do aplicativo é essa jornada de evolução, onde nós dividimos em três grandes (2:16) segmentos, três grandes caminhos: o pessoal, o social e o global. Então você vai ter conteúdos (2:25) que são direcionados para você desenvolver o seu lado pessoal, filosóficos, desenvolvimento (2:32) pessoal no geral. E aí nós temos o lado social.

E no social, enfim, tudo que é pertinente com a (2:39) sociedade, com o outro. E no global é o contexto. A geopolítica, por exemplo, todos os assuntos de (2:45) geopolítica estão relacionados com o contexto, com o global.

Mas outras coisas também entram ali (2:51) no global. Esse é um jeito, uma didática que eu criei para ajudar vocês a aprenderem mais, (2:58) para ser didático, para ser interessante, para englobar vários temas, não só geopolítica. (3:05) Além disso tudo aqui, e os cursos novos sempre nós estamos lançando outros e quem está no (3:12) nosso aplicativo tem acesso a todos eles.

Além disso nós temos o bunker. Importante vocês (3:18) entenderem onde está o bunker. Vejam aqui nessa barra de baixo.

Então é este outro ícone aqui (3:25) do bunker. E aí você entra no bunker, o bunker tem análises diárias. É um feed, como se fosse um feed (3:32) de qualquer rede social.

E aí tem os posts, né? Então cada post a gente fala do que está (3:38) acontecendo. São vários posts por dia, com análises diárias em tempo real de tudo que está (3:44) acontecendo no mundo. Então, por exemplo, aqui os bombardeios russos detectados perto do Alasca.

Então (3:51) a gente conta o que está acontecendo, explica um pouco. O Irã avisa os Estados Unidos para não (3:55) atacar um navio no Mar Vermelho. Isso daqui todo dia.

Aí tem a área de comentários, todo mundo que (4:02) está aqui dentro participa, comenta. E vocês imaginam que os comentários são produtivos, ricos, (4:09) reflexões interessantes. Todo mundo conversa com todo mundo.

É um espaço para você também conhecer (4:16) gente que está interessada no mesmo assunto que você. E é um lugar sem gritaria, sem toda a (4:23) histeria da rede social. Porque é fechado.

Quem está aqui quer estar aqui, quer aprender, quer (4:28) conversar, quer debater. Enfim, quer argumentar de uma forma saudável. Aqui dentro também tem (4:35) análises minhas.

E as análises são áudios que eu explico algum assunto específico. Tudo isso (4:42) daqui tem muito conteúdo. E é muito interessante.

O aplicativo é muito funcional, é muito legal. Eu (4:50) tenho certeza que se vocês gostam do conteúdo aqui no YouTube ou nas minhas outras redes, (4:55) vocês vão amar o aplicativo do HOC Academy. Entra, baixa.

Tem na loja da App Store e Android também. (5:05) E aí você pode se inscrever e fazer parte do Rock Academy. Vem logo, dá uma olhada.

Novos cursos (5:12) são lançados sempre e vocês vão ter acesso a tudo isso. Em 2023 o comércio marítimo cresceu 3% (5:18) em relação ao ano anterior para 12.4 bilhões de toneladas. E a construção naval global cresceu (5:25) 10%, com a China produzindo mais da metade da produção pela primeira vez.

Cerca de 80% do (5:31) comércio global em volume ocorre por via marítima e aproximadamente 50% em valor. Não faltam embretes, (5:39) do que acontece quando isso é interrompido. A pandemia de Covid-19 em 2020 causou caos nas (5:45) cadeias de abastecimento, assim como o bloqueio do canal de Suez um ano depois pelo Ever Given, (5:50) um navio porta-containers.

A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 causou estragos no mercado (5:56) mundial de grãos. E os ataques de mísseis Houthi no Mar Vermelho nos últimos meses, (6:01) muito diferentes da pirataria marítima de baixa tecnologia das décadas de 2000 e 2010, fizeram com (6:07) que os custos de frete da Ásia para a Europa triplicassem à medida que o transporte marítimo (6:12) se desviava ao redor da África do Sul. As artérias marítimas não transportam apenas (6:17) bens físicos.

A Telegeography, uma empresa de análise de dados, contabiliza mais de 574 cabos (6:25) submarinos de telecomunicações ativos ou planejados em todo o mundo, responsáveis por 97% do tráfego (6:33) global da internet. Para quem não assistiu, aqui no canal nós temos um vídeo que chama (6:37) Internet por um fio, que eu explico muito sobre a geopolítica dos cabos submarinos. (6:43) A guerra na Ucrânia e as tensões resultantes na Europa destacaram o risco geopolítico para (6:48) esse tipo de infraestrutura submarina.

Em 2022, os gaziodutas Nord Stream 1 e 2, (6:55) que passam por baixo do mar Báltico, foram sabotados. Aliás, essa é uma história que (7:00) eu conto com detalhes aqui no canal no vídeo chamado A Maior Sabotagem do Século. Um ano (7:08) depois, os cabos de dados entre a Estônia, a Finlândia e a Suécia também foram misteriosamente (7:14) cortados.

Se os oceanos estão no cerne da ordem internacional, também são um cenário onde os (7:21) desafios a essa ordem estão se desenrolando. O cerne da rivalidade sino-americana diz respeito (7:27) à dominação da Ásia Marítima. Os Estados Unidos e seus aliados estão se unindo para (7:32) contestar as reivindicações da China no Mar do Sul e monitorar sua crescente frota de submarinos (7:38) e navios.

A Marinha do Exército Chinês está construindo grupos de ataque de porta-aviões, (7:43) seu terceiro porta-aviões caseiro, o Fujian, está quase completo, e aumentando o tamanho e a (7:49) frequência dos exercícios navais ao redor de Taiwan. Também busca uma presença em portos (7:54) ao redor do mundo, desde as Ilhas Salomão até a Guiné Equatorial e os Emirados Árabes Unidos. (8:02) Por sinal, eu tenho um vídeo aqui no canal onde eu falo sobre isso.

O vídeo é sobre a Rota da (8:07) Seda e se chama O Plano da China para Conquistar o Mundo. A geopolítica no mar é distinta de (8:13) várias maneiras. Exercícios terrestres são destacados para um local específico, (8:18) cumprem uma missão e retornam.

Uma missão de treinamento raramente se transformará espontaneamente (8:26) em uma guerra. Já navios de guerra, por outro lado, são destacados para viagens sem fim, (8:31) cujo propósito pode mudar a qualquer momento. Um navio pode fazer uma visita amigável a um (8:36) porto em um dia e derrubar um míssel rotino no dia seguinte.

Além disso, os oceanos são (8:41) ambientes naturais para a competição. Os mares abertos são águas internacionais. A Convenção (8:47) das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, a UNCLOS, concede aos países uma zona econômica (8:53) exclusiva de 200 milhas náuticas ao longo de suas costas, mas os Estados discordam sobre (8:59) os detalhes dessa regra.

Os Estados Unidos, por exemplo, não assinaram a convenção. A China (9:05) ignora aspectos fundamentais dela. Exércitos terrestres em tempos de paz raramente se deparam (9:13) com tantas contradições.

Ao mesmo tempo, o poder naval é uma ferramenta flexível da diplomacia, (9:19) pois ele pode resistir a uma escalada rápida. Em uma crise em terra, exércitos terrestres podem (9:25) ser reforçados rapidamente com tropas frescas. Já no mar, enviar forças para um ponto de crise (9:32) leva muito mais tempo.

A atribuição, descobrir quem atacou quem, também leva mais tempo. Portanto, (9:38) crises navais são menos propensas a se transformar em um derramamento de sangue. Um exemplo disso foi (9:44) a decisão da Coreia do Sul de mostrar contenção depois de que um submarino norte-coreano atacou e (9:50) afundou um dos seus navios de guerra em 2010.

O ritmo relativamente lento dos confrontos navais (9:56) e suas ambiguidades inerentes ajudam a explicar por que a China tem utilizado frotas de pesca (10:03) militarizadas para intimidar os seus vizinhos no mar do sul da China, conhecidas também como (10:08) milícias marítimas. O exemplo mais recente é nas Filipinas, onde navios chineses colidiram e (10:14) assediaram embarcações filipinas que tentavam levar mantimentos para o pequeno Recife Second (10:20) Thomas, reivindicado pela China. Em 3 de janeiro, os Estados Unidos responderam enviando porta-aviões (10:26) para realizar exercícios com as Filipinas.

Essa dança de sombras em tempos de paz tem (10:32) uma característica ameaçadora. Na era pós-Guerra Fria, os oceanos se tornaram um condutor benigno (10:39) para a projeção de poder. As marinhas americanas e aliadas bombardearam o Afeganistão e o Iraque (10:45) à vontade.

Ocasionalmente, caçavam piratas. A verdade é que estamos entrando em uma nova era (10:52) em que os países estão tendo que se preparar para possibilidades de combates navais. E isso (10:57) é um território desconhecido.

O último oficial a ter servido na Guerra das Malvinas entre o Reino (11:02) Unido e a Argentina, a última grande guerra naval travada por um país da OTAN, já se aposentou há (11:08) muito tempo. Para enfrentar adversários mais resistentes, os navios estão ficando maiores e (11:13) mais bem armados. Os navios de patrulha, por exemplo, eram geralmente navios pequenos para (11:18) defesa costeira.

Mas os novos navios muitas vezes têm o mesmo tamanho das fragatas da década de (11:24) 1990 e vêm equipados com sistemas de defesa aérea e armamentos mais pesados. A próxima geração de (11:31) destroyers dos Estados Unidos pode carregar um terço a mais de mísseis do que os atuais. (11:36) A perspectiva de uma guerra naval de alta intensidade também está aumentando a importância (11:40) dos submarinos.

A moderna vigilância e as armas guiadas com precisão colocam grandes navios de (11:46) superfície cada vez mais em risco, especialmente próximos às costas inimigas. Os submarinos são (11:54) muito menos vulneráveis a isso. Embora seus movimentos e missões geralmente estejam envoltos (11:59) em sigilo, eles podem se filtrar nas águas inimigas para coletar inteligência eletrônica (12:04) ou realizar operações especiais, rastrear secretamente frotas inimigas no mar ou simplesmente (12:10) permanecer na costa prontos para lançar mísseis contra seu inimigo.

Os submarinos da classe Ohio (12:16) dos Estados Unidos carregam até 154 mísseis de cruzeiro, 26% a mais do que o navio de superfície (12:24) mais bem armado dos Estados Unidos. A guerra submarina é particularmente importante porque (12:30) é nela que o Ocidente tem sua vantagem tecnológica mais nítida sobre a Rússia e a China, ambas com (12:36) capacidade limitada para detectar, rastrear e direcionar submarinos americanos e de seus aliados. (12:43) Isso explica porque uma potência de médio porte como a Austrália está disposta a gastar (12:48) centenas de bilhões de dólares ao longo de três décadas para obter submarinos nucleares (12:52) americanos e na construção de novos submarinos com a Grã-Bretanha.

O Acordo Ocus foi anunciado (13:00) pelos três países em 2021, Austrália, Estados Unidos e Reino Unido. O prospecto do submarino (13:06) da classe Ocus também mostra ênfase crescente na potência de fogo. Ele vai ter um sistema de (13:12) lançamento vertical, um VLS, tubos verticais com muito mais mísseis e mais avançados do que os (13:19) tradicionais tubos de torpedo.

As guerras na Ucrânia e no Oriente Médio mostram como essas (13:23) armas navais podem ser usadas em um grande conflito no mar. A Rússia colocou minas nas (13:28) águas ucranianas e lançou mísseis contra navios de cargas ancorados em Odessa. Os Routis lançaram (13:34) drones e mísseis balísticos contra embarcações comerciais e conseguiram abordar pelo menos um (13:40) navio.

Táticas de bloqueio naval também estão despertando grande interesse, pois seriam cruciais (13:45) em qualquer guerra na Ásia. Se houver uma guerra sobre Taiwan, um bloqueio chinês prolongado (13:49) provavelmente determinará o resultado do conflito. Um artigo da Brookings Institution em Washington, (13:54) por exemplo, modela um conflito no qual a China bloqueia a ilha, exigindo que todos os navios que (14:00) desejam visitar Taiwan atraquem no continente chinês para a inspeção.

No cenário, uma coalizão (14:05) liderada pelos Estados Unidos composta por cerca de 100 navios de guerra tenta romper o bloqueio, (14:10) abrindo uma rota de navegação com centenas de milhas a leste de Taiwan. Estima-se que levaria (14:15) um mês ou mais para desativar os campos minados, e mais tempo ainda se a China pudesse implantar (14:21) minas avançadas capazes de se reposicionar automaticamente. Os Estados Unidos ou Taiwan (14:27) precisariam subsidiar pagamentos de seguro, renomear navios de carga ou prometer reembolsar (14:32) os proprietários se suas embarcações fossem afundadas.

Eles também precisariam encontrar (14:37) tripulações dispostas a entrar numa zona de guerra, tudo isso sem contar as milhares de mortes que, (14:42) com certeza, aconteceriam no conflito. Na verdade, reabrir as rotas de navegação a leste da ilha não (14:48) seria o suficiente. Os portos na costa leste de Taiwan são isolados por montanhas elevadas e (14:54) estradas estreitas que dependem de túneis vulneráveis.

Mesmo que os Estados Unidos (14:59) destruíssem a frota chinesa em batalha, eles ainda teriam que transportar centenas de toneladas (15:04) de carga para os principais portos de Taiwan todos os dias por meses, diante de extensas (15:11) minas e fogo hostil, sob condições de superioridade aérea chinesa. O abastecimento por (15:17) via aérea provavelmente seria impossível. Samuel Papparo, um amirante nomeado para ser o próximo (15:22) chefe da marinha dos Estados Unidos, insistiu que a América poderia romper um bloqueio naval chinês.

(15:28) Os Estados Unidos, por si só, têm todas as capacidades para quebrar tal bloqueio, (15:33) mas muitos analistas não têm tanta certeza. Algumas análises sugerem que os resultados (15:38) são muito incertos. Outros prognósticos são ainda mais sombrios.

Eles advertem que os Estados Unidos (15:44) criaram uma marinha projetada para derrotar um desembarque chinês em Taiwan, e não uma (15:50) marinha capaz de penetrar em um bloqueio dos portos e aerodromos taiwaneses por períodos prolongados. (15:57) A capacidade de explorar o poder marítimo tem dois lados. Taiwan é vulnerável a um (16:02) bloqueio porque depende de importações marítimas para a energia e a agricultura.

Mas a China também (16:08) precisa transportar a maior parte do seu petróleo, bem como as matérias-primas. Uma opção retalhadora (16:14) seria um bloqueio próximo, perto dos portos chineses, atacando navios e lançando minas, (16:21) assim como a Rússia faz contra a Ucrânia. No entanto, isso apresentaria muitos dos mesmos (16:25) problemas de um esforço para abrir os portos de Taiwan, incluindo o risco de escalada nuclear (16:31) resultante de um ataque ao continente chinês.

Uma abordagem mais fácil e segura poderia ser (16:36) um bloqueio distante, impedindo os navios com destino à China que estariam passando pelos (16:43) pontos de estrangulamento estratégico como o Estreito de Hormuz ou o Estreito de Malaca. (16:49) Mas a marinha dos Estados Unidos é grande o suficiente para interceptar apenas um quarto (16:53) dos navios mercantes que passam pelos estreitos do sudeste asiático. Um bloqueio levaria cerca de (16:59) um mês para ser implementado e precisaria ser mantido por pelo menos seis meses para causar (17:05) escassez de bens civis e militares na China.

Um bloqueio desse tipo demonstraria dois aspectos (17:11) importantes do poder marítimo. Um é que ele depende de alianças globais, assim como em uma (17:17) era anterior dependia de impérios globais. Indonésia, Malásia, Papua Nova Guiné, (17:22) Singapura e outros parceiros na região teriam que permitir os Estados Unidos de usar suas águas e (17:29) seus aeroportos.

Outro aspecto importante do poder marítimo é que a natureza multinacional do (17:36) transporte marítimo moderno representa um desafio severo para possíveis bloqueadores decidirem o (17:43) que parar e o que permitir. O Ever Given, por exemplo, foi construído e é de propriedade (17:49) japonesa, mas foi fretado por uma empresa taiwanesa, tripulado por oficiais indianos (17:55) e transportando mercadorias da China para a Europa. Blocos também mostram como a tecnologia (18:01) está mudando a guerra naval.

Minas robóticas podem se movimentar facilmente, tornando-as mais (18:06) fáceis de serem implantadas. Muitos bloqueios podem ser feitos por veículos não tripulados. (18:11) Operações cibernéticas podem verificar a documentação e a rota de um navio.

Por outro (18:16) lado, a Ucrânia ilustrou como drones também podem atacar uma frota bloqueadora. Embora a (18:21) Ucrânia tenha feito amplo uso de mísseis antinavios tradicionais, armas que provaram (18:26) sua eficiência há mais de 40 anos na Guerra das Malvinas, a Ucrânia também empregou veículos (18:31) superficiais não tripulados, especialmente barcos autônomos, para atacar repetidamente navios (18:37) russos no Mar Negro e portos na costa da Crimeia e Rússia. Em 4 de janeiro, um drone operado pelos (18:43) Houtis chegou a poucas milhas de navios de guerra americanos e uma variedade de navios mercantes (18:50) antes de explodir.

Quase todas as principais marinhas planejam operar grandes frotas de (18:54) drones assim no futuro, ao lado de navios tripulados. A tecnologia está superando a (18:59) legislação internacional. Grande parte da legislação, relevante, tem mais de um século.

(19:04) Mesmo em tempos de paz, a Convenção dos Mares, adotada em 1982, coloca obrigações como prestar (19:12) assistência a marinheiros em perigo para o mestre de uma embarcação ou comandante de um navio de (19:17) guerra. Já uma embarcação autônoma não tem nenhuma dessas obrigações. Os céticos argumentam (19:22) que o impacto militar dos drones é exagerado.

Tiros básicos, bem direcionados, poderiam derrubar muitos (19:28) deles. Novas armas, como lasers embarcadas em navios, que a maioria das grandes marinhas está (19:33) testando, podem trazer ainda mais vantagem para o defensor. Um outro ponto importante dessa nova (19:38) configuração do poder naval é a capacidade de expansão das frotas dos países.

A Royal Navy, (19:44) os britânicos, que já dominou os oceanos do mundo, logo terá apenas 16 fragatas e destroyers, (19:51) possuindo 70 navios no total. Somente no período de um ano, de 2022 a 2023, (19:58) a marinha chinesa cresceu por volta de 30 navios. O material do ano passado produzido pelo Office of (20:04) National Intelligence, que é um braço da marinha dos Estados Unidos, mostrou que a China terá de (20:09) 50% a 55% a mais navios de guerra do que os Estados Unidos, até 2035.

A guerra da Rússia na (20:16) Ucrânia demonstrou que as guerras de atrito ou de exaustão, esses conflitos longos onde você vai (20:23) minando a capacidade do inimigo, destruindo seus equipamentos aos poucos, exigem massa e escala. (20:32) Isso ainda é mais importante no mar. Soldados novos podem sempre ser alistados e convocados, (20:40) tanques podem ser restaurados, mas essas coisas não existem para as marinhas.

Para substituir (20:47) um único navio de guerra, por exemplo, leva-se de 3 a 5 anos. O reabastecimento é caro, difícil e lento. (20:56) Se uma guerra durar muito tempo, os Estados Unidos estarão em desvantagem.

Os estaleiros (21:02) chineses têm capacidade para mais de 23 trilhões de toneladas brutas, de acordo com estimativas da (21:08) inteligência americana. Os Estados Unidos podem administrar menos de 100 mil, embora seus aliados (21:13) Japão e Coreia do Sul ajudem a fechar um pouco essa lacuna. A marinha americana sofre de uma (21:19) grande desconexão entre o que precisa e o que conseguiu convencer o Congresso e os contribuintes (21:25) americanos a financiar.

Competir em uma nova era de poder marítimo exigirá não apenas marinhas (21:31) maiores e capacidade de construí-las, mas também uma mudança de mentalidade. A diplomacia terá (21:37) que se concentrar em portos, alianças marítimas e rotas comerciais. Marinheiros terão que ser (21:43) recrutados e treinados em números muito maiores.

Os Estados Unidos terão que reviver sua frota (21:49) mercante para ter qualquer esperança de movimentar tropas e equipamentos suficientes em uma guerra no (21:55) Pacífico. Em seu livro sobre a Batalha de Jutlandia, a Batalha Naval Indecisiva da Primeira Guerra (22:00) Mundial, Andrew Gordon, historiador, procurou explicar o que deu errado para a Marinha Real. (22:05) O problema, ele concluiu, foi o longo e calmo respiro de Trafalgar.

A vitória naval da (22:12) Grã-Bretanha sobre Napoleão, em 1805, deu lugar a um longo período de complacência e inércia. Em (22:19) 1916, nenhum dos almirantes britânicos havia travado uma grande guerra. O comando dos mares (22:25) era dado como certo entre a elite militar.

Isso ressoa nos dias de hoje. As águas agitadas do (22:31) Mar Negro, Mar Vermelho, Mar do Sul da China, sugerem que uma tempestade se aproxima.

Professor HOC

Postagem Relacionada:

https://www.youtube.com/watch?v=NFR8mFq0ujg

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2024/07/o-grande-problema-de-taiwan.html