1) Eu estava passando pelo Méliuz até que tomei conhecimento do Sem Parar, um site que vende um programa de assinaturas que permite ao consumidor estacionar o carro em até mais de quatro mil estabelecimentos comerciais de todo o país, incluindo shoppings e condomínios.
2.1) Um negócio dessa natureza é até novidade e algo muito bem-vindo no país, pois isto faz com que as visitas a esses estabelecimentos se tornem mais eficientes produtivas e rápidas.
2.2) Como tem sido tendência agora as lojas de shopping center se tornarem lojas de conceito, a ponto de focarem na imersão na experiência de consumo, a tendência agora é que os estacionamentos dos shopping centers em geral acabem sendo um lugares de alta rotatividade, a ponto de se tornarem um negócio autônomo em relação aos próprios shoppings, a tal ponto que muitas das antigas lojas, que abrigavam as lonjas âncora, acabarem se tornando armazéns bem localizados, feitos de tal modo que o consumidor venha pessoalmente reclamar suas compras e levá-las diretamente da loja, economizando assim com o frete - o que faz com que os responsáveis pelo estabelecimento ganhem pelo volume, pela rotatividade do estacionamento, a ponto de também terem direito a uma comissão pelas vendas, dada a natureza rápida e produtiva dessas visitas, uma vez que acessório segue a sorte do principal. Como muitos preferirão resgatar mercadoria no ambiente físico da loja - o que faz com que estas lojas mantenham sua natureza lojas de conveniência, a ponto de ressignificar a natureza dos shoppings - a tendência é que a pessoa acabe pagando dois cashbacks: um pela loja e outro pela assinatura do programa de estacionamento.
3) Neste sentido, isto é uma mudança considerável nos hábitos de consumo, pois o shopping se tornou mais um lugar de passagem do que um lugar de estadia - um programa de lazer para a família como era nos anos 80, quando começaram a surgir sistematicamente no Rio de Janeiro, aqui onde vivo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 02 de abril de 2024 (data da postagem original).