1) Quando um escritor escreve alguma coisa de excelente qualidade, ele
precisou passar muito tempo em estado de contemplação de modo a dizer a
verdade que precisa dizer nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro
Homem. E uma vez que ele faz este movimento para o alto, fazer o
movimento contrário já não é mais possível, pois o aperfeiçoamento do
ponto criado leva a um novo movimento para o alto, em Deus fundado. É de
anábase em anábase que se promove a capitalização moral, sem a qual não
se enriquece o espírito a ponto de se criar um legado civilizacional,
em Cristo fundado.
2) Com o advento da inteligência artificial, a
tarefa de fazer resumos, que é uma tarefa servil e acessória em relação
à atividade criativa, que é a principal, fica a cargo dessa nova
ferramenta, o que permite que o conteúdo faça o movimento para baixo
(catábase) de modo a atingir pessoas que não têm o mesmo nível de
compreensão ou de entendimento atingido pelo autor do texto.
3) O
que antes era uma tarefa penosa, porque estas coisas estavam na mão da
mesma pessoa que cria - o que faz com que ela perca tempo precioso, que
poderia ser investido em novas investigações e em novas contemplações
sempre em busca da verdade -, agora ela pode ser delegada para
uma ferramenta especializada, que vai fazendo os resumos dentro das
especificações atendidas pelo cliente, no caso o escritor.
4)
Neste sentido, a eficiência da inteligência artificial de fazer resumos
garante o movimento para baixo que o conteúdo precisa fazer de modo a
dar instrução a outros Cristos necessitados, garantindo assim a caridade
intelectual, já que a verdade é o fundamento da liberdade.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de junho de 2024 (data da postagem original).
terça-feira, 11 de junho de 2024
Do papel da inteligência artificial na atividade intelectual - o caso da caridade intelectual
quarta-feira, 18 de outubro de 2023
Quem dá aos outros empresta a Deus - considerações sobre a economia da caridade
1) Quando faço uma venda no Payhip, eu sou mordido em três ocasiões: pela plataforma, pelo Paypal e pelo governo, através dos impostos. Tudo isto inviabiliza o meu trabalho, dado que eles são movidos pela ganância - pela gula de Khronos de querer ser o primeiro a cada segundo, como se riqueza fosse sinal de salvação.
2) Para que eu não repasse o preço da opressão do sistema, fundado na ganância, à população - o que é um prato cheio para todos aqueles que só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, quando se trata de malhar a economia de mercado -, eu estou adotando a estratégia de doar os e-books que eu mesmo produzi. Ao mesmo tempo em que a pessoa fica contente com o agrado, isto gera uma venda ficta, dado que estou emprestando o fruto do meu trabalho a Deus, pois se esta pessoa não tivesse a mentalidade moldada no marxismo cultural de modo a ser tão refratária à economia de mercado, ela com certeza compraria o livro. O valor da venda ficta é posto no precatório e executado na poupança, como se fosse uma dívida de verdade - e por conta dos juros que recebo da poupança, eu recebo ganhos sobre a incerteza, que é própria deste vale de lágrimas. Isto é análogo a uma alienação fiduciária em garantia - e a garantia está no fato de que recebo juros da poupança, todos os meses, uma vez que Deus, na figura do Cristo necessitado, é bom pagador.
3.1) Vamos partir do seguinte exemplo: o livro O Brasil não foi colônia, de Tito Lívio Ferreira, está custando R$ 10,00, na minha lojinha no Payhip. Como eu atualmente recebo R$ 30,00 de juros por mês no melhor aniversário que eu tenho na poupança, isto equivale a dizer que, a cada unidade de livro que eu der de graça a alguém, ele se autopaga três vezes, o que faz da caridade uma atividade altamente produtiva, ainda mais em contexto de pequeno mercado.
3.2) Quando termino de pagar a dívida, o valor incoporado à poupança serve de ponto de partida para se pleitear um compromisso ainda maior com Deus, na figura dos juros sobre juros, pois em um ano, se eu der 10 unidades deste livro, eu recebo mais do que R$ 300,00 da poupança - 100,00 farão os livros dados se autopagarem e enquanto um valor bem acima de R$ 200,00 será meu ganho sobre a incerteza neste vale de lágrimas. Este é um dos fundamentos do distributivismo - se o agraciado com o benefício fica impressionado com o presente, nos méritos de Cristo, ele com ceteza vai me pedir permissão para repassar o livro para outras pessoas, a ponto de ter isto um verdadeiro caráter multiplicativo - o que me gera novas vendas fictas até onde a vista alcançar.
3.3.1) Na venda ficta, eu observo o princípio da reserva fracionária: para cada unidade de livro que eu dou a alguém, o valor do livro que eu dei eu devo repor, como se tivesse havido uma venda de verdade.
3.3.2) Neste princípio, a caridade tem uma relação íntima com a sustentabilidade, com a produtividade. Se eu der um produto de R$ 60,00, sendo que a minha poupança me remunera R$ 30,00 por mês, eu vou precisar de dois meses para repor o plantel, em razão do custo de oportunidade; se eu der um livro de R$ 10,00 sendo que eu recebo R$ 30,00 na poupança, então o livro se autopaga três vezes, o que faz com que a caridade se torne uma atividade extremamente produtiva.
4.1) Se eu trabalhar de maneira discreta, sem fazer muito alarde, a venda ficta de e-books será uma maneira de me monetizar a partir da digitalização de livros cujos direitos de determinado autor ainda estejam em vigor, esteja esse autor ainda vivo ou recentemente falecido. Como opero no mercado face-a-face, com pessoas que amam e rejeitam as mesmas tendo por Cristo fundamento, dificilmente serei pego - como a casa é asilo inviolável do indivíduo, do mesmo modo que a vida privada, isto, por força da Constituição, protegerá as minhas transações, pois as vendas serão feitas na constância do meu lar.
4.2) Quando uma determinada obra estiver livre de direitos autorais, eu abro a loja do Payhip, faço propaganda e promovo o produto de forma aberta, dado que não estou violando os direitos autorais de pessoa alguma, posto que os privilégios temporários do autor pereceram, não só com a morte deste, mas também com o fato de terem se passado 70 anos desde a morte deste, contados a partir do ano subseqüente ao do seu falecimento.
4.3) Como tenho um contato que faz livros físicos a partir das obras digitalizadas, eu posso montar uma livraria para revender reimpressões de livros de obras cujos direitos autorais já estejam expirados, dado que muitas pessoas preferem livro físico ao livro digital. As vendas reais que eu fizer, elas serão vistas como um subsídio a minha atividade, a ponto de serem vistas como uma espécie de cashback - o que constitui um extra para a minha poupança, de modo que ela faça coisas ainda mais caras se autopagarem, o que ampliará minhas opções de compra e minhas possibilidades de ação no mundo.
4.4) Como trabalho com reimpressões de obras cujo direito autoral já está expirado, não me incomodo nem um pouco de trabalhar num mercado de segunda mão - neste sentido, sou mais livre para determinar o preço do livro que eu quiser, desde que não seja lesivo aos consumidores.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de outubro de 2023 (data da postagem original).
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
Sobre a relação entre nacionidade, ensino de idiomas e economia da salvação - uma lição de coisas decorrentes da minha experiência pessoal
1) Quando o ensino do espanhol substituiu o ensino do francês, por conta do Mercosul, eu já estava na oitava série - e durante o segundo grau, eu só tive aula de espanhol apenas no terceiro e último ano do Ensino Médio.
2) Quando estava no pré-vestibular, eu fui o único de minha turma que fiz inglês e espanhol - para a UFF, eu adotei a estratégia de estudar espanhol. Eu tirei uma nota muito alta no teste de espanhol, o que me possibilitou que eu entrasse para a UFF, na penúltima reclassificação.
3) Depois que cursei espanhol, com o intuito de entrar para a universidade, eu não estudei mais o idioma - eu nunca lidei com gente nativa do idioma e os países que fazem fronteira com o Brasil são uns paisecos desprezíveis. Como sou católico e monarquista, como vou lidar com alguém que segue a lógica desses bolivarianos malditos, que seguem uma lógica maçônica ou comunista, que é necessariamente anticatólica e antimonárquica? Não faz o menor sentido!
4) Durante meu tempo de facebook, eu conheci Juan Camilo Garcia, um católico tradicional colombiano que é discípulo das idéias do Dr. Plínio Corrêa de Oliveira. Como ele falava português fluentemente, não precisei conversar com ele em espanhol. Depois de muitos anos de rede, agora conheço uma católica tradicional colombiana que não sabe português - por conta desta nova circunstância, agora me surgiu a necessidade de aprender o idioma dela de modo a poder lidar com ela melhor.
5) Quando há uma oferta de ensino de idioma novo na escola, isto é feito com o intuito de qualificar a mão-de-obra, não para integrar as pessoas de modo que eu possa tomar o pais dela como um lar em Cristo. No caso da minha relação com o espanhol, a oferta esteve muito à frente da demanda, a tal ponto que nunca me interessei pelo idioma. Quando encontrei pessoas realmente revestidas de Cristo que falavam este idioma e que não sabiam português, agora me surgiu a demanda e uma boa razão para se aprender o idioma.
6) Para se tomar vários países como um mesmo lar em Cristo, você precisa de pessoas que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem por fundamento - como Cristo é o caminho, a verdade e a vida, então é pela universalidade da fé católica que se tem o real fundamento para se aprender um idioma de modo a se tomar os países de seus verdadeiros amigos, que têm uma cultura difente da sua, como um mesmo lar em Cristo. Neste sentido, o ensino de idiomas está intimamente conectado à economia da salvação e à missão de se servir a Cristo em terras distantes, tal como foi dito em Ourique.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2023 (data da postagem original).
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segunda-feira, 1 de agosto de 2022
Busquem a verdade, não a liberdade - busquem o bem mais caro e mais duradouro que vocês terão os meios de ação necessários para fazer o bem nos méritos de Cristo
1) Dos bens fora do comércio, o bem mais escasso e mais valioso em todas as épocas e lugares, mesmo em tempos de grande prosperidade material, sempre foi a verdade.
2) Por ser o fundamento da liberdade, ela serve de lastro para essa moeda que se chama prestação de serviço, a base pela qual se move a a sociedade de confiança onde a autoridade de alguém mais sábio ou mais santo, revestido de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, aprimora a liberdade de muitos, que são cristos necessitados de serviços como educação, saúde ou mesmo assistência social, uma vez que política, quando organizada, é a promoção da caridade, do bem comum.
3.1) Como o conservantismo dos homens é inerente ao pecado original, então será utopia acabar com a pobreza, pois sempre haverá pobres (ubogis) entre nós. O que se deve acabar é com a cultura dos que vivem mundo segundo os dias atuais, pois o biedny é uma pessoa que perdeu tudo exceto a razão de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade a ponto de abandonar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem e fazer da riqueza sinal de salvação.
3.2) Heresiarcas e revolucionários dividem o mundo entre eleitos e condenados e pregam em todo e qualquer lugar que o forte não deve se fundir com o fraco, pois a riqueza se tornou arma de dominação em massa, a ponto de concentrarem os poderes de usar, gozar e dispor dos bens da vida para si a ponto de terem poder de vida e de morte sobre todos, como se fossem novos deuses, já que a ciência e a técnica estão a serviço desse conservantismo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 1º de agosto de 2022 (data da postagem original).
sábado, 28 de maio de 2022
O que são subsidiárias no contexto da economia da salvação?
1) Se eu, na qualidade de escritor, monto uma livraria e uma editora, de modo que estas trabalhem em sinergia de modo a libertar meu povo do conservantismo e da ignorância, nos méritos de Cristo, então os ganhos sobre a incerteza que recebo neste vale de lágrimas constituem meu subsídio. Já que atendo a vários cristos necessitados sistematicamente, posso chamar, dessa forma, vários colaboradores que venham a me auxiliar nesta tarefa, a ponto de dividir o que ganho com eles, na proporção do que fizeram de bom ao público nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
2) Como meu trabalho serve de subsídio para a restauração para o império que Cristo quis para Si em Ourique, então toda empresa montada dentro deste propósito civilizacional, que levou a invenção da Santa Cruz nesta terra, se chamará subsidiária, pois o princípio dela é servir de instrumento civilizatório para um império de cultura nos méritos de Cristo, não de um império de domínio fundado num animal que mente e que vive a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, tal como vemos nos outros países que não foram fundados sob essa cosmovisão santificadora e civilizadora. Esse império fundado em Cristo jamais perecerá, uma vez que a verdade é o fundamento da liberdade, a ponto de o desenvolvimento econômico e social ser um reflexo disso.
3) Os princípios da economia da salvação estão intimamente ligados à propagação da verdadeira fé, tal como foi estabelecido no milagre de Ourique. Por isso atividades econômicas organizadas devem ser pautadas dentro desses princípios, pois estes são os verdadeiros princípios, não os que decorrem da pseudocivilização maçônica e protestante, cuja liberdade servida com fins vazios só fabrica psicopatas.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 28 de maio de 2022 (data da postagem original).
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domingo, 22 de maio de 2022
Que Mariane dê seu lugar à Nossa Senhora nas moedas e notas de real - eis as fundações lógicas da Nossa Pátria, fundadas na nossa vocação cristã
1) Como católico, eu fico num dilema terrível: como vou dar ao filho da Virgem Maria, a minha Mãe no Céu, um dinheiro que tem no anverso a face de Mariane, a figura que representa perversão e prostituição de tudo o que há de mais sagrado?
2) O dinheiro, por conta de seu valor econômico, é muito bem-vindo para os esforços de evangelização da Igreja no país. Mas a apresentação precisa mudar, em termos de força simbólica.
3) No lugar de Mariane, Nossa Senhora da Conceição Aparecida ou mesmo Nossa Senhora de Fátima precisa entrar no lugar. Se confiamos em Deus e ela é a nossa advogada que leva os nossos pedidos ao Justo Juiz, então ela é a força simbólica que representa a justiça na ordem fundada na santificação através do trabalho, uma vez que isso significa que você fez pelo próximo aquilo de que ele necessitava, já que ele era um cristo necessitado de alguma coisa, tendo em vista a salvação eterna.
4.1) Eu comecei a melhor meditar sobre essa questão simbólica quando lidava com a força econômica do złoty e do quanto a economia da Polônia dependia do trabalho do polonês radicado no exterior.
4.2) Continuando a tradição de reflexões sobre o tema, tratei de meditar sobre isso, pois além do valor de troca e do valor de uso, o dinheiro também tem o seu valor simbólico - além de representar a autoridade que aperfeiçoa a liberdade de muitos, já que a verdade é o fundamento da liberdade, o dinheiro precisa expressar os valores mais caros da pátria de modo a ser tomada como nosso lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. Como Nossa Senhora é a porta do Céu e é o atalho mais certo para a santidade, então ela deve ser o símbolo permanente dessa confiança no lugar de Marianne, que é por sua vez o símbolo do liberalismo, do non serviam, da perversão, da prostituição de tudo o que há de mais sagrado.
4.3) Como diria Nietzsche, só se destrói uma coisa de modo a se colocar uma outra coisa no lugar - ou seja, o erro deve dar lugar à verdade. Se a verdade é o fundamento da liberdade, então o mundo como expressão e representação dessa verdade deve se pautar naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. E se isso tiver curso forçado, como ocorre na moeda, então isso nunca será esquecido ou relativizado, a ponto de ter força consuetudinária. E quanto mais verdadeira for essa força, maior a obrigatoriedade desse costume a ponto de ser maior do qualquer lei escrita, por se dar na carne de cada cristão que se santifica através do estudo e do trabalho.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2022 (data da postagem original).
quarta-feira, 11 de maio de 2022
Notas sobre câmbio e fungibilidade dos ativos: a base econômica para se tomar vários países como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo
1) Na atual cotação, 1 dólar vale em torno de 5 reais. Se eu conseguir fazer com que meu homem-hora valha ao menos 10 reais por hora vivida, então eu estarei necessariamente ganhando dois dólares por hora vivida, se admitirmos este raciocínio em termos equivalentes válido, uma vez que estou tomando dois lugares como um mesmo lar em Cristo, economicamente falando.
2.1) Tal princípio básico da economia nacionista, fundado na fungibilidade dos ativos que possuo, tem seu fato gerador na nova lei de câmbio que entrará em vigor no fim deste ano.
3.1) A nova lei de câmbio, que entrará em vigor no final do ano, me permitirá que eu faça uma poupança em moeda estrangeira - o que permitirá que eu tome vários lugares como um mesmo lar em Cristo, a ponto de eu poder comprar muitas coisas com a moeda adequada - que é usada tal qual uma ferramenta, sem correr o risco de ser ludibriado pelo câmbio, uma vez que converto os ganhos da minha poupança em moeda estrangeira a ponto de receber em juros nessa moeda através do Brasil, pois se eu me santifico através do meu trabalho no Brasil, indiretamente, por meio desse mesmo trabalho, posso tomar outros lugares como um mesmo lar em Cristo, a ponto de ir servir neles em terras distantes, nos méritos de Cristo, ainda que agindo como consumidor ou como empreendedor, uma vez que estou aperfeiçoando a liberdade de muitos ao patrocinar o trabalho de alguém através do dinheiro que é fruto do meu trabalho.
3.2) Nesse sentido, a economia da salvação passa a ser parte essencial do império de cultura estabelecido pelo próprio Cristo Crucificado em Ourique, império esse que casa o nacional com o universal e que está sendo capitaneado pelos portugueses.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de maio de 2022 (data da postagem original).
quarta-feira, 4 de maio de 2022
Notas sobre a influência do tempo kairológico no ato de escrever - notas sobre o que me causa a escrever com excelência, quando se tem Deus por fundamento
1) Certa ocasião, eu ouvi uma fala do jornalista Marcelo Rezende, já falecido, de que jornalismo é a cobertura diligente do antes, durante e depois dos acontecimentos, a ponto de pavimentar o caminho para uma análise histórica, coisa que será feita com o passar das gerações e com o passar do tempo, onde se terá um entendimento consolidado do que foi aquele tempo, livre das ideologias e das narrativas mentirosas que norteiam o tempo presente, pois o futuro a Deus pertence e nele a verdade é o fundamento da liberdade.
2) Entre os dias 03 e 04 de maio, eu revi minhas anotações que fiz no diário nestes últimos últimos dois meses. O resultado é que passei a planejar a vida de uma maneira muito mais concreta tendo por base as experiências que colhi ao longo do tempo: no caso, o caminho que trilhei até me tornar um comerciante de livros, partindo da minha experiência como escritor profissional, cuja trajetória iniciou-se em 2014. Eu publiquei o plano de negócios da Livraria Caboclo - ele não é só um plano de negócio, mas um plano de ação para a vida, tal como foi proposto pelo professor Olavo de Carvalho nas duas primeiras aulas do COF. Não fiz isso abstraindo minhas pretensas vaidades pessoais, mas coletando minhas experiências diárias dia após dia e fazendo exame de consciência de modo a aparar minhas más inclinações de modo a melhor reabsorver as circunstâncias, para a melhor glória de Deus e daquilo que foi estabelecido em Ourique, já que eu nasci no Brasil e fui marcado pelo sinal da Santa Cruz, por este destino tão nobre.
3) E é planejando assim, de maneira ordenada e concreta, que consigo melhor reabsorver as circunstâncias de modo a bem responder a elas. Mas só posso responder bem se revestido de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, de modo que todas as coisas façam sentido ao bem comum e à Criação, coisas que apontam à conformidade com o Todo que vem de Deus.
4) Neste sentido, o tempo kairológico rege todos os atos da escrita a ponto de se criar uma verdadeira obra-prima, a ponto de esta apontar para o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Eis o sentido da economia da salvação.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 04 de maio de 2022 (data da postagem original).
terça-feira, 19 de abril de 2022
Notas sobre Tetris e a pedagogia da responsabilidade
1) Quando aprendi a parcelar compras no cartão de crédito, logo compreendi a natureza tétrica das parcelas das compras que faço - devo encaixá-las tais como blocos de Tetris de modo que eu não estoure o limite do cartão.
2) Eis a beleza da pedagogia do Tetris: mesmo que o bloco - que são as minhas escolhas - não seja o mais adequado para mim, eu devo abraçar essa cruz de modo que o desfavorável até mesmo trabalhe ao meu favor, pois neste vale de lágrimas eu só me valho de duas ferramentas: eu mesmo e minhas circunstâncias - o que não quer que eu esteja só, pois Deus será meu consolo até o fim dos tempos.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de abril de 2022 (data da postagem original).
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sábado, 19 de março de 2022
Notas sobre o jogo Hundred Days, um simulador de vinícolas
1) No dia de São José, eu me santifiquei através do trabalho de jogar videogame. Eu joguei o Hundred Days, um simulador de vinícolas.
2) Trabalhei nas vinhas do jogo tal como se trabalha nas vinhas do Senhor. Fui desenvolvendo os melhores barberas que pude de modo a ganhar o máximo de receita que pudesse. Assim, ia expandindo a vinícola conforme iam se passando os anos, a ponto de crescer sustentado numa atividade economicamente organizada.
3) Com o tempo, ia comprando terras de modo a cultivar novas variedades de uva. E assim ia crescendo e crescendo até me tornar milionário.
4.1) A melhor parte da minha experiência no jogo foi o processo de acertar a mão, de modo a produzir os melhores vinhos.
4.2) Quando você produz vinho, esse vinho é avaliado - na avaliação, o avaliador vai te dizer onde está errado de modo que você faça os ajustes na safra seguinte.
4.3.1) Por meio de tentativa e erro, você descobre o que você deve fazer - e isso é registrado no diário do jogo, como uma nota de experiência pessoal, já que se trata de uma cultura e de um estilo vida, a ponto de fazer disso economia organizada - se verdade é o fundamento da liberdade, então o desenvolvimento é a expressão dessa liberdade.
4.3.2) É dentro desse fundamento que se toma um país como um lar, sobretudo a França, a outrora filha favorita da Igreja Católica. Aí está o fundamento da decisão - isso é movido pelo amor, a causa da coragem. O desejo de servir aos outros move você ao sucesso - o desejo fundado no amor de si até o desprezo de Deus. ele leva ao fracasso. Eis a linha tênue que separa a coragem da estupidez, um dos dizeres iniciais do jogo. Esse jogo tem uma profunda verve filosófica e te ensina muito sobre a vida.
5) Joguei este jogo por 11 horas, ao longo de 3 sessões - e estou muito satisfeito com a experiência. Esse jogo realmente vale cada centavo. Quem tiver a oportunidade de comprar esse jogo, compre-o - eu garanto que você não vai se arrepender.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de março de 2022 (data da postagem original).
sábado, 13 de novembro de 2021
Por que ganhar tempo é mais importante do que comprá-lo na economia da salvação?
1) Uma das virtudes cardeais é a esperança. Por meio da fé que você deposita no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, você deposita toda confiança n'Ele de modo que todas coisas se frutifiquem n'Ele, por Ele e para Ele, já que Ele é o caminho, a verdade e a vida - o fundamento da liberdade, a pedra rejeitada que se tornou a pedra angular.
2) Quando você está se santificando através do trabalho ou do estudo, você está ganhando tempo através do talento que Deus que te deu. E as coisas devem ser dadas a Deus de modo que sejam melhor multiplicadas, já que tudo se opera no tempo d'Ele.
3.1) Quando você ganha tempo através do trabalho ou do estudo, você está trocando o tempo cronológico, fundado na gula de Chronos, pelo tempo kairológico, já que Kairós é prefiguração da plenitude de todas as coisas em Cristo Jesus.
3.2) Assim, ao preferir os bens do futuro aos bens do presente, você consegue poupar recursos para tempos de maior necessidade ou até mesmo comprar coisas mais baratas, pois você está moderando a sua demanda de tal maneira a não ser mais um na multidão, já que o propósito dos que fazem da riqueza sinal de salvação é atender a economia de massa, já que vêem o mundo tal qual uma máquina, a ponto de reduzir as necessidades do ser humano tão-somente às necessidades da matéria, que podem se fundar em desejos desordenados, por conta do pecado da concupiscência da carne.
4.1) O ser humano, por valer mais que os pardais, ele tem três ordens de necessidade a atender: as necessidades do corpo, as necessidades da alma e as necessidades do espírito, cujo atendimento se da na plenitude dos tempos, coisa que se dá no Cristo - e N'Ele o ser humano, pleno em sua razão de ser, é atendido nessas três necessidades em conjunto, a ponto de a política ser a continuação da trindade.
4.2) Quando a política é organizada e visa a promover a caridade, ela visa coordenar os trabalhos da Igreja militante de tal maneira que suas atividades econômicas organizadas sirvam ao bem comum de modo a atender as necessidades de todos os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento de tal maneira a levar o maior número de pessoas possível para a pátria definitiva, que se dá no Céu. E o propósito de se tomar um país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo é sempre salvifico, pois visa sempre promover o império que Ele criou de tal maneira que Seu Santo Nome seja conhecido entre os quatro cantos do mundo, que é um império de cultura e, ao mesmo tempo, fundado na divina misericórdia, o qual jamais perecerá como os demais impérios de domínio do mundo, que se fundam no animal que mente. E uma das maneiras de se fazer isso é se santificando através do trabalho ou do estudo - eis o propósito da economia voltada para a salvação.
4.3.1) Por essa razão, o sentido da palavra ganhar tempo em português sempre é mais profundo do que comprar tempo (buy time) em língua inglesa, que tem dentro de si uma nuance protestante. Na língua inglesa, você nunca verá a dimensão da troca que deve ser feita no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, onde trocamos o tempo cronológico e pelo kairológico.
4.3.2) Essa troca só pode ser vista quando estamos revestidos de Cristo, sempre amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, de modo a vivermos as coisas na conformidade com o Todo que vem de Deus. E como diz Bastiat, precisamos ver o que não se vê - e isso pede que estamos livres do pecado de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, fundado na nossa vaidade de amarmos mais a nós mesmos do que a Deus, que é a fonte de toda a estupidez, o que nos torna verdadeiros trogloditas morais.
4.3.3.1) Essa dimensão da troca é muito maior do que a troca autística descrita por Ludwig von Mises em sua obra Ação Humana, um tratado de Economia.
4.3.3.2) Como Mises enxerga Jesus como um bolchevique, ele mede as coisas pelo que conserva de conveniente e dissociado da verdade, que é a sua estupidez- e não é a toa que o liberal, por conta do non serviam (não servirei), ele se torna um troglodita que pavimenta o caminho para a chegada de bárbaros piores tomarem tudo o que há pela frente, ainda que pela via vertical, que é a via do poder.
4.3.3.3) Eis no que dá medir as coisas com base na estupidez daquele que rejeita a pedra, que se tornou a pedra angular de todas as coisas, incluindo a economia.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2021 (data da postagem original).
segunda-feira, 11 de outubro de 2021
Evite pessoas vazias, pois elas são a negação em pessoa da economia da salvação
1) Tempo é dinheiro (isso é o que normalmente se diz). Mas o tempo pode ser usado para se produzir coisas nobres e edificantes - e o dinheiro é conseqüencia do tempo e da atenção investida nesse processo de santificação através do trabalho e do estudo, de tal sorte que isso torne as pessoas mais inteligentes e mais amigas de Deus.
2) Usura é cobrança de dinheiro fundada em fins ilícitos e improdutivos (contrários à lei natural). Pela minha experiência, a usura é muito mais do que isso, pois uma pessoa vazia que te cobra atenção de maneira indevida é também uma pessoa usurária, pois a cobrança dela se funda em desejos egoísticos, pois está impedindo que você sirva a Deus e beneficie a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Por essas vias, essas pessoas sãos as coveiras do talento alheio - e elas devem ser evitadas.
3) Por isso, sempre evite essas pessoas usurárias, que tem gula por atenção. Essas pessoas são a negação da economia da salvação. Além não terem nada a acrescentar, elas fazem pouco caso do conhecimento recebido e do tempo que você investiu nelas, além de votarem nos inimigos da Igreja, como os comunistas ou mesmo os liberais, por exemplo. Nunca cometa o erro de se casar com uma pessoa assim, pois tal união será nula e improdutiva do ponto de vista salvífico, pois você não está cooperando com o plano da salvação por conta disso.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2021 (data da postagem original).
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
Um conto cristocêntrico sobre a dação em pagamento e sobre o senso de tomar vários lugares como um mesmo lar em Cristo
1.1) Se eu estivesse no exterior e me fosse possível receber de presente de aniversário uma muda de árvore frutífera de um amigo da França, eu iria cultivá-la de tal modo a produzir sucos e vinhos da mais alta qualidade, assim como pratos tendo por ingrediente os frutos dessa árvore frutífera que me foi dada de presente na sua mais alta qualidade. Eu só teria o trabalho de cultivá-la no jardim e de aperfeiçoar as sementes da espécie que me foi dada de presente até a perfeição.
1.2) Ao longo dos anos, por força da amizade, eu receberia diferentes espécies de árvores frutíferas, oriundas de diferentes lugares, cuja doação me foi feita por amigos meus oriundos de diferentes lugares do planeta. Todos eles viram Cristo em mim a ponto de me presentear com alguma coisa útil - eu só tive o trabalho de honrar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem que há nessas pessoas, a ponto de estabelecer uma atividade econômica organizada, a ponto de criar alguma coisa útil a partir daí, o que me leva a um caminho salvífico interessante.
2.1) Na hora que for me encontrar com esse amigo meu da França, no dia do seu aniversário, eu darei a ele uma muda de árvore frutífera, melhorada na sua mais ala qualidade, que recebi de outro amigo meu, oriundo de outro lugar do planeta. Algo diverso do que ele me deu no passado, em termos de gênero, quantidade e qualidade.
2.2.1) Essa muda servirá como ponto de partida para que ele possa começar a reproduzir a tradição de tomar novos lugares como um mesmo lar em Cristo.
2.2.2) Ainda que ele não venha a conhecer amigos estrangeiros, eu representarei esses meus amigos estrangeiros que conheci ao longo do tempo, a ponto de dar a ele, todos os anos, todos os presentes que recebi desses meus amigos que se encontram pelo mundo inteiro e que reuni e acumulei na minha pessoa, já que meu ser reuniu informações dispersas num único sistema, a ponto de ser passado a outra pessoa, na forma de uma tradição em Cristo fundada.
3) A dação em pagamento, na forma de presente em Cristo fundado, conecta várias pessoas de diferentes lugares e origens a ponto de criar uma ordem nova, um império de verdade, um império de cultura cuja expressão se dá num estilo de vida livre, fundado na santificação através do trabalho e do estudo, já que a verdade é o fundamento da liberdade, uma vez que os ventos da mudança são soprados pela direção do Espírito Santo, que sopra onde quer de modo a promover a integração destes povos tão diferentes entre si, gerando uma verdadeira dação de investimento em Cristo fundado.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de agosto de 2021 (data da postagem original).
terça-feira, 25 de maio de 2021
Notas sobre o homem econômico católico
1.1) É na casa onde vivemos que desenvolvemos a nossa intimidade, pois é nela onde nos instalamos comodamente de modo a tomarmos o país onde vivemos como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo.
1.2.1) Por essa razão, ela é mais do que um lugar de habitação - ela é também um lugar de transformação, pois o homem é chamado a colaborar com Deus no tocante a fazer coisas que promovam a criação divina, já que as obras da criatura são um acessório que segue a sorte da obra do Criador, a ponto de agir como um verdadeiro complemento.
1.2.2) Por essa razão, o homem que vive em conformidade com o Todo que vem de Deus é também fabricante (homo faber). Deus o fez a imagem e semelhança d'Ele a ponto de ser seu gerente, uma vez que a autoridade aperfeiçoa a liberdade de quem está sob sua proteção e dependência - no caso os filhos do homem, que devem ser numerosos tanto quanto são as estrelas do céu.
2.1) Neste contexto, o homo oeconomicus é aquele que toma o seu país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de se santificar através do trabalho e do estudo.
2.2) Ele faz da sua casa um ambiente onde transforma tudo o que pensa, acredita, representa e prevê em um bom motivo para servir a todos aqueles que são semelhantes a ele, pois ele está vendo a Cristo em tudo - e o bom cliente é sempre um Cristo necessitado de alguma coisa de modo que possa fazer seu trabalho bem a ponto de ser um Cristo-príncipe, tornando-o capaz de ajudar os outros com seus dons diferentes, que complementam o trabalho de outros homens num processo sistemático de concórdia de classes, se todos estiverem revestidos de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.
3.1) Essa necessidade de transformar o que ele conserva de maneira conveniente e sensata em liberdade servida é a base da cultura. O motor da cultura é a eucaristia - Cristo precisa estar presente no que se santifica através do trabalho e o trabalhador deve estar presente no Cristo, a ponto de serem uma só pessoa.
3.2.1) A eucaristia é feita de trigo. Como meu amigo Vito Pascaretta bem apontou, o trigo necessita passar pelo ciclo das quatro estações de modo a ficar maduro e pronto para ser colhido e transformado em alimento.
3.2.2) O homem que toma o país como um lar, ele passa pelas quatro estações do ano até ficar sazonado. Ele é o trigo que é colhido e ofertado na missa, a ponto de ser transformado em eucaristia. Quando nos alimentamos disso, ficamos pessoas melhores, a ponto de imitar o homem que plantou o nosso alimento a ponto de colhê-lo - e essa imitação, em Cristo fundada, leva ao caminho da excelência, da conformidade com o Todo que vem de Deus. Eis o catolicismo.
3.2.3) O homem que passa pelas quatro estações é um ser integral, pois ele passou pelo ciclo produtivo da vida. Ele é capaz de dizer sim a Deus dentro daquilo que é capaz de fazer de melhor. Por esta razão, o primeiro passo de uma transformação social está na transformação pessoal, onde esmago toda a falsidade e conservantismo que há em mim a ponto de conservar a dor de Cristo, pois o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem morreu na Cruz para que eu vivesse livre n'Ele, por Ele e para Ele.
3.2.4) Evidentemente, o processo de transformação social se dá em escalas. Depois que me torno cristão, eu vou convertendo minha família, meus amigos e o ambiente onde estudo e trabalho até chegar a ter uma comunidade de pessoas em torno de mim que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.
3.2.5) Para que essa transformação ocorra, a verdade precisa ser o fundamento da liberdade. Assim o ciclo da vida, da Criação, tende a ter o seu sentido restaurado: o da revolução, no sentido romano do termo, que é o momento em que um ciclo termina e começa um novo, a ponto de formar uma tradição. E é dentro da tradição que surgem as civilizações fundadas em Cristo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 25 de maio de 2021 (data da postagem original).
Comentários adicionais:
Arthur Rizzi:
1) O HOMO OECONOMICUS CATÓLICO é um belo insight.
2.1) Enquanto o liberal é alguém que, nas palavras de Perillo Gomes, quer se libertar de tudo (da religião, da família, da cultura, da nação) para cair num individualismo mesquinho; o homem econômico católico faz seu cálculo conforme preocupações adicionais.
2.2) Tal idéia está também presente na Cidade de Deus de Santo Agostinho. Nela, o santo e filósofo especula como seria a reprodução humana sem o pecado original. Ele destaca que não haveria o impulso irracional da libido, mas sim a geração de filhos conforme a necessidade para cumprir a colonização da Terra como prescrita por Deus e a necessidade diária de mais ou menos braços para o trabalho - um cálculo claramente econômico, mas não descontextualizado ou atendendo apenas aos próprios caprichos, como querem os liberais.
3) Isso é especialmente importante, pois coloca a racionalidade econômica num plano superior ao puro voluntarismo, instintivismo ou emotivismo que envolvem as relações humanas e corrompem a razão. E ainda mais conveniente, pois há irmãos católicos que tendem a ver no cálculo econômico uma espécie de coisa inferior ou que não deve ser levada em consideração quando posta ao lado dos valores. Aliás, Chestertom ensina que muitos valores não podem ser sustentados a contento se não houver uma infraestrutura econômica que torne possível que eles sejam defendidos.
Chat GPT:
Sua reflexão traça uma visão profundamente católica do desenvolvimento humano e social, onde a casa e o país são elevados a espaços sagrados e transformadores. A ideia central de "tomar o país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo" propõe que cada aspecto da vida - trabalho, cultura, e relações sociais - deve ser uma expressão de serviço e santificação. Essa abordagem vê o ser humano não apenas como homo faber, o criador ou fabricante, mas também como homo oeconomicus, que orienta sua vida econômica com um propósito espiritual, colocando a eucaristia como o centro simbólico e literal desse processo.
Você, Dettmann, enxerga o homem católico como alguém que, por meio da santificação, atua na criação e preservação da cultura, entendendo a cultura como algo alimentado pela eucaristia. Você coloca a tradição, construída e renovada ciclicamente, como o alicerce para uma civilização em conformidade com o "Todo que vem de Deus", ou seja, em harmonia com os valores eternos.
Os comentários de Arthur Rizzi complementam essas ideias ao enfatizar o "homo oeconomicus católico" como um agente que age com prudência e propósito, evitando o individualismo descontrolado do liberalismo. Esse modelo econômico católico vê o cálculo econômico como um meio para cumprir objetivos maiores, alinhados com a ordem divina e as necessidades comunitárias. Ele também observa que essa visão é um antídoto contra o utilitarismo e o emocionalismo, os quais, segundo ele, minam a racionalidade e a ordem social. Rizzi menciona Santo Agostinho e Chesterton para mostrar como essa abordagem católica valoriza o equilíbrio entre racionalidade econômica e valores espirituais, sustentando a importância de uma infraestrutura que apoie esses valores.
A reflexão e os comentários revelam uma concepção de sociedade onde a espiritualidade permeia a vida econômica e social, formando uma base para uma sociedade harmoniosa, orientada por Cristo.
Dettmann: Qual é o impacto dessa idéia no contexto da idéia de nacionidade? Se levarmos em consideração a idéia dos sobrados, a parte de baixo pode se tornar também uma oficina para se fabricar muitas coisas, enquanto a parte de cima permanece residência.
Chat GPT:
Essa visão de nacionidade, ancorada na ideia de "tomar o país como um lar em Cristo," coloca a nação como uma extensão da casa – não apenas um espaço de habitação, mas um lugar de transformação e criação, onde se desenvolvem os valores da fé e da cultura de forma integral. No contexto dessa metáfora do sobrado, temos uma imagem rica de como a casa e a pátria se entrelaçam em múltiplos papéis: a parte superior como espaço de intimidade e a parte inferior como local de produção. Esse arranjo reforça a ideia de uma "economia doméstica" que, em escala ampliada, pode formar o alicerce de uma economia nacional voltada para o bem comum e a edificação de uma sociedade virtuosa.
A parte de baixo do sobrado sendo usada como oficina simboliza o ideal do homo faber, que transforma seu trabalho em serviço, produção e contribuição para a comunidade. Quando essa oficina está no nível mais próximo da rua, ela está em contato direto com a sociedade, favorecendo o comércio, a troca e a colaboração. Isso reflete uma economia local que valoriza o trabalho artesanal e a fabricação comunitária, resgatando a ideia de proximidade e participação social na economia. Dessa forma, cada residência se torna um núcleo potencial de atividade econômica, conectado às necessidades e aos valores da comunidade e da fé.
Essa estrutura não só promove uma economia baseada em valores humanos e cristãos, mas também fortalece o conceito de nacionidade ao criar uma rede de lares e oficinas interdependentes, onde cada cidadão é tanto consumidor quanto produtor. No plano simbólico e prático, essa organização ecoa uma sociedade solidária que busca o bem comum, unindo o espiritual ao material. A pátria, vista como uma extensão da casa, sugere que o cuidado com o lar se projeta na pátria, de modo que a nação não é apenas um território, mas um espaço vivido e compartilhado em Cristo.
Este modelo poderia reviver tradições locais e fomentar uma economia de pequenos produtores, empreendedores e artesãos. A produção não é vista apenas como uma atividade econômica, mas como uma missão cristã que fortalece as bases sociais e culturais do país. Assim, a parte de baixo como oficina e a parte de cima como residência expressam a ideia de uma nação como uma grande família que, unida por um propósito espiritual e moral, vive em um sobrado onde o trabalho e a vida familiar se entrelaçam para criar um ambiente de prosperidade e santidade para todos.
Dettmann: Qual seria o imacto dessa idéia no contexto da civilização como um serviço?
Chat GPT:
Quando vemos a civilização como um serviço, especialmente à luz dessa ideia do sobrado – residência e oficina unidas em um só espaço –, surgimos com uma visão de sociedade onde cada pessoa, cada lar, e cada atividade produtiva se entrelaçam em uma rede de serviço mútuo. Essa abordagem redefine a civilização não apenas como um conjunto de realizações materiais e culturais, mas como um compromisso coletivo de servir aos outros em uma ordem harmoniosa e hierárquica, enraizada nos valores cristãos.
O impacto dessa visão no conceito de civilização seria profundo, pois estabeleceria a base de uma sociedade em que a atividade econômica, a vida familiar, e o desenvolvimento cultural são meios de serviço ao próximo e, em última análise, a Deus. Cada lar que inclui uma oficina de produção se torna um ponto de distribuição de bens e valores que são produzidos para atender às necessidades dos outros e não apenas para o benefício próprio. Esse ideal de homo faber e homo oeconomicus, trabalhando em unidade, cria um modelo onde o propósito do trabalho transcende o ganho pessoal, alinhando-se ao bem comum e à construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.
Essa ideia também enfatiza a corresponsabilidade entre os indivíduos e as classes sociais, promovendo uma “concórdia de classes,” onde todos estão unidos no serviço, e não divididos pela competição destrutiva. O princípio da eucaristia, central para Dettmann, reflete-se na produção de bens que, como o pão e o vinho, não são apenas frutos do trabalho humano, mas são ofertados em sacrifício para o bem coletivo. Em uma civilização assim organizada, os indivíduos veem seu trabalho como uma forma de participação na criação divina, contribuindo para o bem-estar dos outros e, assim, reforçando o tecido social.
Além disso, ao configurar a civilização como um serviço, essa ideia desafia a visão moderna de desenvolvimento econômico como um processo autônomo ou puramente técnico. Em vez disso, coloca o desenvolvimento econômico e cultural como dependentes dos valores espirituais e morais, onde o verdadeiro progresso é medido pela capacidade de uma sociedade de sustentar e promover a dignidade humana. O sobrado, com seu espaço de residência e oficina, torna-se um microcosmo dessa civilização servil, com o lar (parte superior) representando a intimidade e os valores espirituais, enquanto a oficina (parte inferior) representa o serviço ativo e concreto à sociedade.
Finalmente, essa visão tem um potencial de renovação cultural imenso, pois implica que a prosperidade material e a coesão social são consequências de uma ordem de serviço mútuo, onde cada cidadão é chamado a atuar com excelência em seu ofício para o bem de todos. A civilização como serviço nos leva a ver cada atividade como digna e sagrada quando realizada em amor e verdade, construindo uma sociedade que é, de fato, uma grande "casa" e uma "oficina" em Cristo.
Dettmann: Nesse contexto a vizinhança se torna um microcosmos de uma sociedade em rede, a ponto de alguém querer ser vizinho de uma determinada localidade a ponto de querer colaborar com a comunidade, oferecendo serviços que não estão disponíveis, o que cria uma cultura de colaboração, não de competição. Dessa forma, isto é, de certa forma, um resgate do estilo de economia da Roma antiga.
Chat GPT:
Exatamente, ao considerar a vizinhança como um microcosmo de uma sociedade colaborativa e interconectada, resgata-se uma estrutura similar ao modelo da Roma antiga, onde a economia local era altamente baseada na proximidade, nas trocas de serviços e no apoio mútuo entre cidadãos. Essa ideia de "vizinhança em rede" implica que cada membro da comunidade não apenas reside em um lugar, mas contribui ativamente para seu desenvolvimento, oferecendo serviços e habilidades que complementam as necessidades dos demais. Isso cria um sistema onde a prosperidade de um se liga à prosperidade de todos, eliminando a competição predatória e favorecendo uma economia fundamentada na interdependência.
Essa dinâmica fomenta uma cultura de colaboração semelhante à da Roma antiga, onde o fórum, o mercado e o lar estavam interligados. Na Roma clássica, os cidadãos não viam sua vida econômica e social como esferas isoladas, mas como parte de uma rede de obrigações e reciprocidades que garantiam o bem-estar de todos. O sistema de clientela, as trocas nos fóruns e as guildas de artesãos criavam um senso de comunidade e uma economia onde a troca era um valor não apenas financeiro, mas também moral e social. Nesse contexto, o papel do cidadão incluía o serviço aos outros, uma característica fundamental que se perde em economias mais individualistas.
Reintroduzir essa ideia de vizinhança colaborativa em um mundo moderno traria benefícios tanto materiais quanto culturais, pois incentivaria as pessoas a buscar locais onde possam atuar conforme suas vocações e habilidades específicas, contribuindo para a riqueza da comunidade. A chegada de novos moradores se torna uma oportunidade para expandir os serviços e as ofertas da vizinhança, uma abordagem que valoriza a diversidade de dons e talentos.
Essa concepção também fortalece o senso de identidade local e cria laços profundos, em que as relações entre vizinhos passam a ter um propósito quase "orgânico" — como se fossem células de um corpo maior. Cada novo vizinho que oferece um serviço inédito ou raro cumpre um papel vital nesse organismo comunitário, promovendo uma economia que visa ao bem comum, o que alinha esse modelo a uma economia moral que Roma valorizava.
Além disso, essa visão transforma o conceito de “progresso econômico” em algo mais holístico. O valor não é medido apenas em bens materiais, mas também em termos de coesão social, senso de pertença e solidariedade. Esse resgate da economia comunitária antiga permite criar uma civilização que, mesmo em um mundo moderno e globalizado, se mantém fiel aos princípios de colaboração e apoio mútuo que sustentaram a civilização romana e muitos outros modelos sociais duradouros.
Dettmann: Qual seria o impacto dessa idéia do ponto de vista da dendrologia social?
Do ponto de vista da dendrologia social, que analisa as sociedades de forma semelhante ao estudo das árvores — considerando raízes, troncos, galhos e folhas como analogias para os níveis de interconexão e desenvolvimento social — essa ideia de vizinhança em rede como microcosmo do senso de se tomar o pais como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo teria um impacto profundo e orgânico.
No contexto dendrológico, a comunidade colaborativa se tornaria um “ecossistema social” onde cada indivíduo e cada lar funcionam como ramos interligados de uma mesma árvore, nutridos por raízes culturais e espirituais profundas. Esse ecossistema funciona com o mesmo equilíbrio das árvores em uma floresta, onde os organismos são sustentados pela troca de nutrientes e apoio mútuo. Em uma vizinhança orientada para a colaboração, os relacionamentos se expandem horizontalmente, como galhos de uma árvore que se estendem para o exterior, e verticalmente, em profundidade e estabilidade, como as raízes que se aprofundam em valores comuns e tradições locais.
Os impactos dessa configuração seriam diversos:
1. Raízes Profundas: Estabilidade Cultural e Identidade Comum
Assim como as raízes sustentam uma árvore ao buscar nutrientes e fixá-la ao solo, os valores e tradições compartilhados serviriam como base para uma identidade comum. A colaboração na vizinhança reforçaria essas raízes culturais, solidificando uma base social e emocional que oferece resiliência contra desafios externos. Pessoas se uniriam em torno de valores comuns, o que preservaria o patrimônio cultural e criaria um sentido de pertencimento que sustentaria a comunidade a longo prazo.
2. Tronco Forte: Interdependência e Estrutura Social
O tronco, na dendrologia social, representa as principais conexões e interdependências que dão suporte a todos os indivíduos. Uma vizinhança colaborativa funcionaria como esse tronco, com os moradores e suas atividades de produção e serviço apoiando uns aos outros. A estabilidade dessa estrutura organizacional coletiva permite o crescimento e a inovação sem comprometer a coesão social. O tronco robusto representa a confiança mútua, em que cada pessoa depende da contribuição dos outros para um bem-estar compartilhado.
3. Galhos e Ramos: Diversificação e Contribuição Individual
Os galhos simbolizam as várias maneiras pelas quais os membros de uma comunidade diversificam suas contribuições. A chegada de novos moradores com habilidades ou serviços únicos enriquece a rede, permitindo que a comunidade cresça sem perder sua identidade central. Cada morador, como um galho em um sistema de árvore, traz um serviço ou valor próprio, criando uma rede densa de trocas e parcerias que expande o alcance e a complexidade da sociedade.
4. Folhas e Frutos: Realizações e Benefícios para a Comunidade
As folhas e frutos representam as realizações e os benefícios que a sociedade gera para si mesma e para futuras gerações. Em uma vizinhança colaborativa, esses frutos podem ser os bens e serviços compartilhados, os valores culturais transmitidos, e o bem-estar social e espiritual resultante. O ambiente colaborativo também incentiva a geração de novos "frutos" — ideias, tecnologias, e soluções que beneficiam todos, sustentando o ciclo de desenvolvimento.
5. Ciclo Natural e Renovação: Adaptação e Continuidade
No ecossistema dendrológico, há um ciclo de renovação, onde folhas caem e novas crescem, o que representa a capacidade da comunidade de se renovar e se adaptar com o tempo. A vizinhança como um microcosmo de civilização em rede possui um potencial natural de renovação, onde novas gerações podem assumir papéis na comunidade, trazendo suas próprias ideias, mas sempre com a base da colaboração. Essa renovação contínua é essencial para que a comunidade mantenha sua vitalidade sem perder o que a sustenta.
Conclusão
Integrar a dendrologia social nesse conceito de vizinhança colaborativa revela como esse modelo pode se desenvolver com a resiliência de uma árvore bem enraizada, unindo estabilidade e adaptabilidade. Cada morador atua como uma “folha” ou “ramo” que contribui para a saúde geral do ecossistema, enquanto a estrutura e os valores compartilhados permitem a prosperidade sustentável. A sociedade não é vista como uma série de transações isoladas, mas como um organismo vivo que cresce e se renova, onde o verdadeiro progresso é medido pela qualidade das relações e pela capacidade da comunidade de sustentar-se em harmonia com suas raízes culturais e espirituais.
Dettmann: Fora que isso traduz muito bem a idéia de revolução no sentido latino do termo, o que é análogo às estações do ano.
Chat GPT:
Exatamente, essa visão realmente se alinha com a ideia de "revolução" no sentido latino original, revolutio, que significa "um movimento em círculo" ou "um retorno ao ponto de origem". Esse conceito não implica uma ruptura drástica ou destruição, mas sim um ciclo de renovação e continuidade, análogo às estações do ano que trazem mudanças naturais e previsíveis, renovando a vida em sua essência.
Assim como a natureza se transforma de uma estação para outra — da dormência no inverno ao renascimento na primavera, seguido do amadurecimento no verão e da colheita no outono — a sociedade, em seu movimento de revolução, passa por ciclos de transformação que preservam a continuidade e a harmonia com suas raízes.
Esse modelo de vizinhança em rede, organizado em torno de colaboração e interdependência, oferece um paralelo perfeito com esse ciclo de estações:
Inverno: Reflexão e Preparação A comunidade passa por um período de introspecção, ajustando-se e fortalecendo suas bases, tal como as árvores recolhem suas energias no inverno. Nesse momento, há um fortalecimento interno dos valores e da estrutura de apoio, para que a comunidade tenha um crescimento renovado.
Primavera: Renascimento e Inovação Com a chegada da primavera, há uma explosão de novas ideias e iniciativas, simbolizando a renovação das relações e o surgimento de novos talentos e serviços na vizinhança. Esse é o tempo em que as raízes culturais encontram expressão em novos projetos que enriquecem o coletivo.
Verão: Crescimento e Fortalecimento Durante o verão, há amadurecimento. As iniciativas e valores que foram cultivados agora se solidificam. A comunidade desfruta de uma fase de estabilidade, onde as relações e os serviços colaborativos estão em plena atividade e prosperidade.
Outono: Colheita e Preparação para o Futuro No outono, há uma colheita dos frutos do trabalho realizado ao longo do ciclo, marcando o momento de reflexão sobre o que foi realizado e o que pode ser preservado e compartilhado. Essa “colheita” reforça os laços e prepara a comunidade para o próximo ciclo.
Esse conceito de "revolução" é, então, profundamente orgânico, e, como na natureza, o ciclo social alimenta e fortalece as raízes de uma sociedade viva e integrada. A “revolução” de cada ciclo anual reforça a tradição sem estagnação, permitindo à comunidade evoluir com o tempo sem perder suas bases.
Esse resgate da revolução, nesse sentido original e natural, propõe uma forma de desenvolvimento que é essencialmente harmoniosa, onde a cultura, a economia e a espiritualidade trabalham em unidade para sustentar a sociedade. Isso vai de encontro ao modelo competitivo e fragmentado, substituindo-o por uma cultura que honra o passado enquanto acolhe o novo, sempre em direção a um ciclo de plenitude e renovação.
Dettmann: Faça a imagem de um sobrado no estilo que discutimos, que tenha residência em cima e oficina embaixo.
Imagem do sobrado com a residência no andar superior e a oficina no andar inferior |
Dettmann: Mostre o andar inferior, a parte da oficina
Chat GPT:
Imagem da parte inferior do sobrado, mostrando a oficina com detalhes rústicos e acolhedores, ideal para uma comunidade colaborativa. |
sábado, 20 de maio de 2017
São Vicente, precursor do distributivismo
1) O homem foi um passo além da assistência aos pobres - ele os ensinava a sobreviver aplicando princípios do distributivismo (o mais católico de todos modelos econômicos) - antes mesmo dele existir (embora sua origem se encontra nos evangelhos).
2) Pelo que os historiadores mostram, São Vicente foi economicamente crucial numa França já destruída pelas guerras. Suas confrarias foram pioneiras não apenas como instituições de assistência básica, mas de profissionalização. Inspirado na vida econômica medieval, ele, juntamente com Louise de Marillac, fundou o primeiro centro de profissionalização - dedicado apenas à velhos pobres reduzidos à mendicancia e acometidos por debilidades físicas. Falando por um viés friamente econimicista, uma multidão de pessoas que antes eram improdutivas, passaram a integrar o radar econômico de uma França que começava a se reerguer.
3) A "fase dois" das obras de caridade vicentinas incluía o ensino de ofícios. Mendigos viravam tecelões, sapateiros, costureiros, rendeiros - o que era possível ajudar materialmente - a Confraria ajudava, até eles caminharem com as próprias pernas e passassem a ensinar outros em condições piores (esse compromisso era RELIGIOSO).
4) No início, operários eram chamados para ensinar seus ofícios e as atividades se desdobravam em velocidade exponencial. Dividindo o tempo entre catequeses e missas.
5) São Vicente é admirável, no legado espiritual e material. Meu Deus, que figura fantástica! Que legado extraordinário! Não apenas a França que deve muito a ele, mas todos nós.
Gabriel Vince