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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Notas sobre a grande diferença entre as catacumbas e as sociedades secretas

1) Assim como as flechas e as estradas, até mesmo o caráter reservado ou mesmo sigiloso dessas sociedades secretas serve de base para a destruição da própria maçonaria. Aliás, isso serviu até mesmo de base para a destruição do Império Romano, quando esta tratou de perseguir os Cristãos. Tratam-se das catacumbas.

2) A grande diferença das catacumbas para as sociedades secretas heréticas é que elas apontam para o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. E você precisa estar vazio de si mesmo de modo a contemplar os grandes mistérios contidos nas escrituras.
3) Da contemplação nós encontramos os meios necessários para pôr em prática o plano salvífico de Cristo para todos os que crêem n'Ele e que estão dispersos no mundo. Por isso, toda a atividade intelectual é voltada para o plano operativo da salvação. Não dá para fazermos plano especulativo, pois isso pede para entrarmos na mente de Deus, o que nos foi vedado.

4) A experiência de adorarmos a Deus em segredo, longe do olhar dos que perseguem a Cristo, gerou os mosteiros e fez de nossas casas pequenas igrejas domésticas, pois um lar equilibrado é um retiro para se meditar e estudar toda esta tradição essencial fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, já somente nela encontramos um Deus que vem ao mundo e assume a forma humana para nos salvar do pecado e da morte.

5) Na catacumba, o sigilo fomenta uma cultura fundada no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, já que a verdade é o fundamento da liberdade; na sociedade secreta, o sigilo pavimenta o caminho para um império de domínio fundado no homem como animal que mente, que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de a liberdade ser servida com fins vazios.

José Octavio Dettmann


Rio de Janeiro, 4 de maio de 2020.

domingo, 3 de maio de 2020

Do impacto da ética protestante na organização social das guildas

1.1) As guildas eram associações profissionais de famílias que tinham interesses em comum, fundadas nos interesses de sua própria classe.

1.2) Elas visavam a proteger os segredos de sua profissão de modo que fossem usados com fins vazios e também eram uma rede apoio mútuo de modo que fossem vitais para a economia da cidade.

2) Cada profissão constituía sua própria classe. Por isso, a administração do bem comum implica necessariamente a conciliação dos interesses de classe  de modo que cada uma trabalhasse em função da outra, de modo que a sociedade bem funcionasse.

3.1) A passagem da comunidade para a sociedade se dá justamente quando as pessoas se dividem em classes profissionais de modo a umas vivessem em função das outras, a ponto de a confiança reger todas as coisas.

3.2) As classes são os órgãos de uma sociedade - quanto mais classes profissionais houver, mais divisão do trabalho haverá e mais especializados seus indivíduos se tornam, tornando a sociedade mais orgânica.

3.3) Da concórdia entre as classes, famílias são formadas a partir do casamento de um homem que trabalha em uma determinada profissão e de uma mulher em outra profissão. A criança acaba descobrindo sua própria profissão quando aprende o melhor de ambos os mundos, a ponto de ser um polímata.

4.1) Quando se incute a ética protestante num ambiente desse, a ponto de fazer da riqueza sinal de salvação e a dividir a sociedade entre eleitos e condenados, ela acaba pervertendo o conceito de guilda.

4.2.1) Algumas famílias tendem a ficar cheias de si até o desprezo de Deus e tendem a operar as coisas por meio de sociedades secretas.

4.2.2) Nessas sociedades secretas, ocorrem grandes progressos técnicos, que tendem a ficar somente nas mãos dos membros dessas guildas. A corporação dos pedreiros foi a primeira que aderiu a essa nova ética que bagunçou a sociedade das guildas.

4.2.3) Essa cultura do segredo comercial deu origem ao direito autoral, à formação das sociedades em comandita por ações (companhias comerciais que tinham nos príncipes protestantes seus sócios ocultos e que tinham a missão de tomar territórios nas possessões espanholas e portuguesas), a ponto de fazer com que a liberdade fosse servida com fins vazios.

5) A queda das guildas levou à uma cultura de luta de classes, uma vez que toda classe passou a ter a verdade que quisesse a ponto de a liberdade de se associar ser servida com fins vazios, dando origem aos sindicatos. Eis o socialismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de maio de 2020.

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