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segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Nota sobre o renascimento da indústria de fliperama como um possível marco histórico que aponte para a existência de uma segunda era de ouro do videogame - notas sobre isto

1) Uma máquina de fliperama é composta de dois componentes: o hardware e o software.

2) A parte de hardware, o engenho industrial, tem um prazo de proteção extremamente curto: em vinte anos, o direito exclusivo de se explorar a patente daquele invento industrial decairá e você pode fazer engenharia reversa dessa máquina de modo a fazer um emulador a partir dela.

3) Essa parte de hardware é um acessório que segue a sorte do seu principal: o jogo, o software. Quando o jogo entrar em domínio público em 50 anos, toda uma nova indústria poderá nascer, pois essas empresas todas lucrarão a partir da nostalgia dos jogadores mais velhos - o que servirá de base para a criação de novos jogos de fliperama tendo por base a era de ouro dessas máquinas, quando elas ditavam o curso do desenvolvimento tecnológico, no final dos anos 80 e início dos anos 90.

4) Quando esses produtos mais clássicos entrarem em domínio público, um verdadeiro cenário de cultura livre e de liberdade criativa será uma realidade sem precedentes - e é nesse cenário que as pequenas empresas crescerão e desenvolverão colaborando umas com as outras de modo a crescerem juntas, muito ao contrário do passado, onde grandes e centenárias empresas, como a Sega e a Nintendo, tiveram que competir umas com as outras de modo a fazer a tecnologia avançar, o que levou ao surgimento da primeira era de ouro do videogame.

5) Tal como a primeira era do videogame, a segunda era passa necessariamente pelo renascimento da indústria do fliperama enquanto uma cultura de entrenimento popular, tal como era naquela época. Se estes jogos ditarem o desenvolvimento tecnológico como no passado, com máquinas dedicadas a rodar jogos da melhor qualidade gráfica possível, então esta indústria acabará renascendo das cinzas, a partir do momento que esses jogos que fizeram a indústria no passado entrarem em domínio público.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2023 (data da postagem original).

domingo, 19 de novembro de 2023

Notas sobre retrogaming e sobre a possível segunda era de ouro do videogame por conta do fato de os videogames clássicos já estarem entrando em domínio público

1) Lá pelos anos 2000, quando estava na faculdade, começaram a surgir os primeiros emuladores de videogame clássicos, os videogames que marcaram a minha infãncia nos anos 80 e começo dos anos 90.

2) Um bom exemplo disso é o Nintendo 8 bits - ele foi lançado em 1983 e o privilégio temporário de sua fabricação expirou em 2003. Agora, qualquer empresa pode fabricar um console portátil para rodar jogos do Nintendo 8 bits para efeito de retrogaming ou fazer emuladores de seus jogos mais clássicos.

3) Com relação aos jogos de sua biblioteca, o direito autoral dos primeiros jogos vai começar a expirar por volta de 2033, quando eles completarem 50 anos de idade, segundo a legislação brasileira. Quando eles atingirem essa idade, muitos poderão hackear a ROM desses jogos, traduzi-la para outros idiomas que não inglês ou japonês, continuar as histórias dos jogos clássicos a partir do enredo original, ou mesmo criar histórias paralelas à trama original, sem a necessidade de pagar licença aos criadores do software ou mesmo à Nintendo, que fabricou o console.

4.1) Conforme sistemas mais avançados vão entrando em domínio público, é provável haver tanto remakes quanto demakes de modo que esses jogos possam ser jogados em consoles mais recentes ou mais antigos, o que aumenta ainda mais a criatividade e a flexibilidade.

4.2) Uma nova era de ouro para o videogame pode surgir a partir daí, por conta dessa ampla liberdade criativa que pode ser desenvolvida a partir do que está disponível, agora destinada a atender necessidades de pequena escala, pois muitos farão dessa necessidade de pessoal se divertir liberdade - e nessa descobrirão um mercado de nicho onde poderão obter ganhos sobre a incerteza neste vale de lágrimas. 

4.3) Se tivesse filhos, eu iria prepará-los para essa cultura de fabricação de jogos de videogame e retrogame tão logo eu possa. Este será o futuro dos jogos daqui pra frente, pois esse será o espaço onde muitos arriscarão e criarão sem o medo de fracassar - e a sorte neste ponto favorecerá os mais audazes, coisa que não veremos nas empresas que trabalham com tecnologia mais moderna, onde o fracasso leva ao prejuízo financeiro, o que os leva necessariamente a apostarem em fórmulas conhecidas e muito demandadas pelo público - o que mata a criatividade, pois videogame é também uma forma de expressão artística. E não é à toa que que faz jogos de videogame é chamado de artista eletrônico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2023 (data da postagem original).