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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Notas sobre a ascensão das guildas, enquanto organização social

1) Antigamente, você aprendia a profissão de seu pai, de modo a se ganhar o pão de cada dia. A geração anterior, ela aprendeu do avô, que por sua vez aprendeu do bisavô e assim sucessivamente.

2) Com o passar do tempo, histórias de família foram se acumulando, incluindo o know-how de como se fazer alguma coisa ser transformada a partir de outras coisas. A maneira como isso foi aprendido e isso é transmitido é uma história de família, uma parte da tradição.

3) Quando o pai de família é virtuoso ou é líder de uma comunidade, ele ensina sua técnica a seus alunos - e seus alunos passam ser a extensão de sua família, a ponto de ele ser rei dessa comunidade, a partir de sua profissão. E com isso ele se torna patrono, pai fundador de uma classe profissional inteira, uma espécie de santo.

4.1) Em diferentes famílias, ocorrem diferentes histórias e ocorrem variações da técnica transmitida.

4.2) Eis aí o princípio do avanço técnico, a partir do distributivismo da tradição do mais virtuoso.O melhor dentre os alunos se torna grão-mestre e passa a ter seus próprios alunos. Se isso ocorre numa determinada profissão, isso ocorre perfeitamente em outras.

5) Na Roma Antiga, surgiram as primeiras legislações referentes à formação das guildas, os pequenos reinos cuja economia se fundava numa única profissão ancestral se tornaram classes profissionais - e como os membros dessas classes profissionais eram tomados como cidadãos romanos, passaram a servir seus dons a serviço da economia do império em constante expansão.

6) A partir do cristianismo, muitos desses cidadãos livres ensinavam aos seus escravos a sua profissão e os tomavam como filhos de sua família. E os filhos adotivos eram casados, a ponto de terem também direito à propriedade. Quando todos as classes puderam vir uma à outra na figura do Cristo, começou a surgir o casamento entre membros de classes diferentes, gerando toda uma nova miríade de profissões, dando origem a era dos polímatas, que foi a época que mais gerou gênios na história da humanidade

7) Este foi o ponto alto de uma longa evolução que levou muitos séculos para ser forjada. Bastou a ruptura com a essência do mundo cristão e de todo esse mundo clássico, onde a verdade conhecida deve ser observada, que se iniciou esse inferno que é o mundo moderno em que vivemos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 04 de maio de 2020 (data da postagem original).

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