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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Comentários a uma aula do HOC sobre a geopolítica da conectividade

1) Em uma live recente, o professor Heni Ozi Cukier (também conhecido como HOC) falou da geopolítica da conectividade.

2) O principal cerne da diferença entre uma comunidade imaginada e uma comunidade revelada é justamente este: numa comunidade que se revelou por conta do milagre de Ourique, é natural que o desenvolvimento econômico e civilizatorio se funde no sentido de se propagar a fé cristã a tal ponto que esta se torne a jóia da coroa de sua pátria-mãe - esta foi a razão de ser da América Portuguesa até 1822. Por conta dessa conexão com o transcendente, foi-se estabelecendo conexões marítimas e econômicas de tal maneira que o país passou a ter uma importância geopolítica crucial para a saúde financeira de Portugal e da própria Europa.

3) Com o ato de apatria havido em 1822, essa conexão e esse sentido civilizatório foi perdido, pois uma comunidade precisou ser artificialmente forjada e politicamente jusiticada de modo a agradar aos interesses da maçonaria, interesses esses fundados na ideologia de que o Brasil era colônia de Portugal, que foi o fato gerador da cisão do império. Como essa conexão forjada na ideologia política revolucionária não apontava para Deus, mas para o conservantismo dos donos do mundo, o real sentido das coisas foi se perdendo a ponto de se criar uma verdadeira homeostase civilizacional, dado que movimentos revolucionários cada vez mais progressistas e obstinados em seu conservantismo revolucionário iam destruindo todos os valores remanescentes que apontassem para a verdadeira história da pátria, fora que militantes de todos os matizes faziam assassinatos sistemáticos de monumentos de modo a se sonegar o conhecimento de nossa verdadeira história às futuras gerações de brasileiros ainda não nascidas, que certamente serão assassinadas no ventre de suas mães se a Suprema Corte descriminalizar o aborto.

4) Para se superar esta crise, é conveniente que aqueles que sabem a verdadeira História do Brasil contem agora o que sabem aos que ainda não sabem e que possuem ainda boa vontade de conhecer a verdade, que é o fundamento da liberdade. É neste momento que a diácrise histórica de 1822 será transformada em síncrese, a ponto de se criar uma segunda independência, com o intuito de se romper com estes falsos libertadores - o que permitirá que nos reconectemos com aquelas verdadeiras fundações estabelecidas em Ourique. E aí a crise civilizacional havida por conta deste ato de apatria será superada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2023 (data da postagem original).

quarta-feira, 22 de março de 2023

Comentários sobre a política de regionalização de preços das transnacionais - uma porta de entrada para se distribuir o senso de se tomar o país de origem da empresa que presta serviços a Cristos necessitados no além-mar como um lar em Cristo, com base na prestação de serviços com excelência através do comércio e da logística e cuja entrega das mercadorias se dará em terras muito distantes.

1.1) Na Amazon americana, eu pago U$ 14,90 para se ter acesso a um mês de assinatura do serviço. 

1.2) Neste momento, o dólar está a R$ 5,27 - se multiplicarmos o valor do dólar pelo valor cobrado, então a assinatura da Amazon americana sai por R$ 78,52. Se tivesse que comprar dólar para poder usufruir da assinatura da Amazon Americana, certamente isto não me valeria a pena.

2.1) Desde que recebi a gratuidade do pega desconto de mais 30 dias do serviço da Amazon Prime no Brasil, fiquei sabendo que haverá uma renovação mensal automática de R$ 14,90 pelo serviço, que vai me ser cobrada a partir do cartão de crédito. 

2.2) Isto me parece mais interessante, do ponto de vista econômico - dispondo deste benefício no Brasil, posso gozá-lo em todos os lugares onde houver Amazon no mundo - o que constitui um senhor negócio para mim, pois os vouchers que estou construindo com o cashback da Coupert serão usados para se fazer compras na Amazon americana, já que tenho um segundo endereço americano na Florida que vou usar para despachar mercadorias para o Brasil.

3.1) Se eu comprar um produto que esteja localizado na Costa Leste dos Estados Unidos, por exemplo, posso usar o endereço que eu tenho na Flórida de modo a gastar menos com frete e este me ser enviado ao Brasil do modo mais rápido possível. 

3.2.1) Conforme for usando os serviços e consumindo os produtos importados ao longo do tempo, mais vou criando um laço com a terra de onde comprei os produtos a ponto de querer passar alguns dias na América de modo a fazer compras na localidade.

3.2.2) Conforme for me relacionando com as pessoas da localidade, mais condições terei de tomar o lugar onde pretendo me estabelecer como um lar em Cristo a ponto de querer morar lá e propagar a fé Cristã e me santificar através do estudo e do trabalho, tal como Cristo nos mandou fazer desde Ourique. E como Ele quis este império para Si de modo que Seu Santo Nome fosse bem publicado entre os quatro cantos do mundo, então este império de cultura fundado nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem será mais eficazmente propagado através do meu exemplo, de minha amizade com Deus sem medida, a ponto de uma comunidade inteira ser revelada por conta deste sentido. 

3.2.3) O germe dessa comunidade se dá nos filhos que posso ter com uma americana - se este exemplo for passado de geração em geração, uma nova raça de americanos há de ser formada e ela renovará a América por completo, a ponto de a maçonaria ser trocada por ouriqueanos nacionistas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de março de 2023 (data da postagem original).

Rio de Janeiro, 21 de março de 2023 (data da postagem atualizada). 

domingo, 4 de dezembro de 2022

Da arte de conhecer alguém - ensaio sobre a psicologia do caráter e a formação das guildas medievais

1) Até onde sei, a porta de entrada para eu ingressar numa nova comunidade, a ponto de tomá-la como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, é através do sexo oposto ao meu. 

2.1) Nos tempo atuais, se eu me interessar por alguém, eu tenho como levantar informações sobre esta pessoa na rede social, a ponto de tomar conhecimento de seus interesses acadêmicos e não-acadêmicos e assim ir me preparando de modo a ter uma boa conversa com ela, a ponto de causar-lhe uma boa impressão, uma vez encerrada essa loucura que é a faculdade. Se tenho um amigo em comum com aquela pessoa, eu convencerei essa pessoa a me apresentar a pessoa que pretendo conhecer, pois uma abordagem direta pode ser interpretada erroneamente como stalking.

2.2) Como sou do sexo masculino, devo entrar por essa porta do céu através da mulher que me ama. Ela provavelmente deve ter pais e irmãos e estes certamente serão os homens que naturalmente herdarei dessa relação, a ponto de serem meus homens de confiança. Estes são os objetos acessórios que seguem a sorte desse principal, minha relação a dois com ela - e sobre estes lançarei investigações paralelas de modo a se ter uma melhor noção desse todo em que eventualmente estiver metido, investigações essas de caráter econômico, sociológico e político.

3.1) Se eu, por exemplo, tenho interesse em política, então eu estou assumindo perante os meus pares que a discussão deste assunto me é produtiva, a ponto de demandar amizades mais adequadas para o tipo de conversa que eu gosto de ter - e se as pessoas forem espertas o bastante para estudarem meu perfil na rede social, elas estudarão mais esse assunto a ponto de terem uma boa conversa comigo a ponto de conquistarem a minha amizade, nos méritos de Cristo. E para isso elas estudarão não só a política mas também assuntos relacionados à arte de bem servir ao bem comum: elas estudarão história, geografia, cultura, filosofia, literatura, guerra, medicina e muitos outros assuntos de modo a serem postos em discussão de maneira séria e responsável nas assembléias municipal e estadual, uma vez que isso constituirá uma verdadeira comunhão de interesses, já que mercado é encontro, não sujeição.

3.2.1) Se eu me reunir com pessoas que têm interesse semelhante, com o intuito de discutirmos de maneira sadia os problemas da cidade para juntos resolvermos a situação social e econômica da nossa terra, visando ao bem comum de todos nós nos méritos de Cristo, então temos uma comunidade fundada em interesses elevados - e o motor da boa associação é o concurso de pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem por fundamento, que é o motor da verdadeira amizade, que é pautada nos méritos desse que deu sua vida para nos salvar do pecado e da morte eterna, a virtude por excelência, já que Ele não tinha pecado nenhum.

3.2.2.1) Neste sentido, por derivação, a guilda é uma associação de famílias que se unem em razão de interesses em comum que são próprios da santificação através de um trabalho feito a partir de um caminho profissional legítimo, reconhecido aos olhos de Deus e do povo como honesto e digno de se obter o pão de cada dia.

3.3.2.2) Como nas guildas a cultura do debate faz da necessidade liberdade para se servir ao bem comum, nos méritos de Cristo, ainda que em terras distantes, é muito comum que estas associações formem clubes - redes de inteligência próprias de quem se reúne de modo a discutir assuntos relevantes, visando ao bem comum dos associados - como a literatura, as artes e as ciências. E a associação dos mais inteligentes, dos mais versados sobre um determinados assunto, de modo a discutirem de maneira permanente essas coisas se chama Estado-maior, a ponto de transformarem a discussão dos problemas do país em um ambiente de oportunidades de negócios para todos os associados, já que a natureza da guilda é subsidiar os associados de maneira discreta e sigilosa, uma vez que seu trabalho é feito tão-somente aos membros, de modo a ajudá-los em tempos de crise tal como ocorre numa família.

3.3.2.3) Esse compartilhamento do que é relevante constitui a pequena via do jornalismo. A grande via do jornalismo é quando você se torna uma autoridade capaz de aperfeiçoar a liberdade a ponto de anunciar a verdade, que é o fundamento dessa liberdade, na forma de notícias que te contam. 

3.3.2.4) Para proteger quem te conta, você deve resguardar o sigilo da fonte. Eis a principal diferença de um comunicador social de um fofoqueiro - o comunicador social respeita a honra, a intimidade e a privacidade alheias, além de proteger suas fontes da perseguição de todos aqueles que só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. É por conta de haver nobres comunicadores sociais que se repudia a fofoca, que é isso servido com fins vazios, com intuito de se praticar assassinato de reputação. 

4.1) Ao contrário do que Adam Smith diz, não se trata de conspiração contra o público - na verdade, aquilo que é uma lembrança de que a verdadeira fé foi perseguida - uma lembrança do tempo das catacumbas - trata-se de um mecanismo de defesa de tal modo que o mandonismo local não prejudique a verdade, o verdadeiro fundamento da liberdade.

4.2) Eis a prova cabal da importância das guildas para o protecionismo econômico, enquanto cultura. Quando os políticos conservam o que há de conveniente e dissociado da verdade, as catacumbas costumam ser o local onde a liberdade de mercado costuma ser praticada - ela é o ponto de partida para a organização da resistência. De um protecionismo educador, a verdade como fundamento da liberdade vem à tona e ela precisa do amparo de uma família.

4.3) Somente interesses elevados nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem fomentam projetos que fazem da amizade a base da sociedade política, já que a verdade será o fundamento da liberdade desse povo, uma vez que Cristo é o caminho, a verdade e a vida. 

4.4) Se os meus interesses não forem elevados e nobres, nem vale a pena o esforço de me associar a outras pessoas para juntas buscarmos o bem comum da nossa localidade nos méritos de Cristo, uma vez que não estou presente diante do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem para dizer sim a Ele diante desta nobre tarefa.

5.1) Eu comecei a desenvolver a arte de conhecer alguém jogando The Sims 2, The Sims 3 e The Sims 4 - das observações que vinha fazendo do jogo fui adaptando para a realidade que vivo, que é muito mais complexa. Graças a isso, eu hoje consigo conquistar as pessoas que desejo conquistar - no caso, as pessoas das quais gosto de verdade. 

5.2) A parte mais difícil é a preparação espiritual para a conquista  - e isso pede uma luta árdua contra o pecado, pois o diabo te impele a pecar contra a castidade, ainda mais se o nosso interlocutor for uma mulher jovem, bonita e virtuosa. Confissão e comunhão freqüentes, além de amizades adequadas, são o melhor remédio contra esse mal objetivo.

5.3.1) Como diz o meu colega Silas Feitosa, conhecer uma pessoa é o exercício de uma verdadeira filosofia - o que implica que eu recolha um monte de informações sobre ela, incluindo seus costumes, suas relações de família, seus gostos de leitura, seus hábitos familiares - enfim, as chaves pessoais que conectam suas coisas na terra ao céu, seus interesses, aqueles determinados aspectos da realidade que chamam muito a atenção dessa pessoa em particular, sobre os quais esta dedicará muito do seu tempo e energia de modo a conhecer melhor essas realidades a ponto de ficar íntimo delas.

5.3.2) Devido ao tempo a que esta pessoa se dedica a um determinado assunto em particular, naturalmente a pessoa que é eventualmente objeto do meu interesse tenderá a falar mais sobre este assunto comigo - e eu devo dar toda atenção a ela, já que o conhecimento obtido por ela, a sua experiência na área, foi fruto de muito esforço pessoal, de muita labuta nesse setor. Como tempo é um bem escasso, sobra-lhe pouco tempo para o estudo dos demais assuntos, seja por conta de julgar esses temas pouco atraentes para ela, seja por conta de não ter disponibilidade para o estudo dessas áreas. Podemos até mesmo considerar falta de circunstâncias favoráveis para poder se dedicar bem ao estudo das demais questões interessantes.

6.1) O tempo dedicado à observação e ao estudo de alguns aspectos da realidade que interessam a uma pessoa em particular formarão o seu caráter, a ponto de esse conhecimento ser parte da sua essência, da sua razão de ser enquanto ser. 

6.2) Se esse conhecimento e o ser dessa pessoa formarem uma unidade inseparável, você consegue descobrir um traço da personalidade dessa pessoa a partir do que ela mais ama, pois esse traço será uma constante na vida dela até o fim de sua vida, já que este é um traço muito marcante de sua alma, pois isso define esta pessoa em relação às demais - o que permite que saibamos qual é o seu destino e se este se realizará ou não.

6.3) É investigando seus interesses que eu descubro se uma determinada pessoa possui determinadas habilidades técnicas ou não, entre outros fatores importantes - o que me levará a ir a servir a Cristo em terras muito distantes a ponto de tomar essas terras todas como um mesmo lar em Cristo quanto a terra de origem.

6.4) Quando vou conversar com alguém, eu antes estudo seu perfil, observo as conversas que esta pessoa tem com seus contatos - se há alguma coisa onde sinto que posso contribuir com essa pessoa de modo que ela seja ainda melhor do que já é, então tomo a iniciativa da conversa. 

6.5) Se eu não estudar as tendências da pessoa de modo a saber o que ela gosta, o que ela não gosta, assim como a experiência de pessoas que conheceram esta pessoa antes de mim, eu não poderei ter uma relação com esta pessoa. 

6.6.) Eis o segredo fundamental da arte de se conhecer alguém, sobretudo na rede social, onde as informações sobre a pessoa estão mais expostas de modo a se conhecê-la melhor. Caso eu não faça este estudo cuidadoso, a conversa será improdutiva - dela não se produzirá nada de bom, pois do encontro entre vazios só haverá conflito e sujeição de A aos interesses de B ou vice-versa. A maior prova da importância deste assunto sobre o qual eu falo é que existem algoritmos na rede social que apuram nossas tendências e nossos gostos de maneira muito eficiente. A máquina está fazendo um trabalho que nós deveríamos fazer no campo da cultura - por preguiça ou mediocridade, nós delegamos às grandes companhias fazerem as coisas de modo a terem poder sobre nós de modo a nos dominarem.

7.1) É por conta de eu haver provado do gosto do fruto de diferentes árvores, alguns dos quais envenenados, que posso separar quem é bom de quem não presta - o que me leva escrever as coisas em um diário a ponto de prestar contas a Deus das coisas que eu descubro.

7.2) Por isso, escrever em um diário, ou praticar jornalismo pessoal, é descrever de maneira cronológica toda uma cadeia de fatos que se coordenam entre si de modo a nos contar a história de uma vida, a ponto de criar uma ponte entre o tempo cronológico ao tempo kairológico. Se os acontecimentos são verdadeiros processos que afetam o nosso jeito de ser em relação às nossas circunstâncias, então devemos descrever os fatos ao longo desses três tempos: o antes, o durante e o depois. Esse processo pode durar dias, meses ou até anos, dependendo da complexidade do evento.

8.1) O processo de coordenar o antes, o durante e o depois leva ao desenvolvimento de toda uma unidade de três pessoas situadas em três tempos diferentes - e o meu eu é a unidade dessas três pessoas, pois um dia eu fui isso, hoje eu sou isto e amanhã serei aquilo e eles devem estar coordenados de modo que nossa vida seja ordenada e santificada, a ponto de ter um sentido para quem nos vê como exemplo a ser seguido, já que nossa vida é um legado que não pode ser esquecido por que nos ama - e isso é parte da ciência da cruz, pois, enquanto escrevemos, é como se confessássemos perante Deus tudo o que nós fizemos de modo que Ele nos conte quem nós somos. Por isso, escrever em um diário é a primeira via da vida intelectual, o que não é muito diferente da vida de oração, posto que ela se funda na vida contemplativa. 

8.2) Graças ao conselho do professor Rodrigo Gurgel de escrever em diário, eu passei a escrever cada vez mais e melhor, a tal ponto que isso se tornou parte do meu jeito de ser, da minha cultura pessoal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 04 de dezembro de 2022 (data da postagem original).

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Pelos frutos conhecereis da árvore - notas sobre a relação entre o uso da abstração e o processo de formação das comunidades humanas

1.1) O pensamento do ser humano é um resumo do que ele pensa, acredita, representa ou prevê. Se ele estiver revestido do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o que ele produz dá uma pálida idéia das maravilhas da criação, a ponto de antecipar por décadas ou talvez em séculos aquilo que só descobriríamos tão-somente com a plenitude dos tempos. 

1.2) Por isso, a abstração escorada na verdade, enquanto fundamento da liberdade, é o fio condutor, é a tração que leva as pessoas a conhecerem o universo imaginado pelo artista que se revestiu de Cristo. Como toda filosofia nasce da admiração ou do espanto, então a obra que ele produziu nos conduz a uma reflexão a ponto de se produzir ciência, uma vez que a coisa nos incute a necessidade de transmitirmos o que se viu, a ponto de darmos testemunha da verdade, que é o fundamento da liberdade. Eis o fundamento da cultura cristocêntrica, a base de tudo o que se passa de pai para filho, pois o verbo se fez carne, a ponto de fazer santa habitação em nós através da Santa Eucaristia. Eis a base da tradição.

2) Agora, quando o ser humano é revestido no amor de si até o desprezo de Deus, ele se torna o pior dos animais, a ponto de ser um animal que mente, um grande servo do pai da mentira. Num ambiente liberal, onde os homens por orgulho não se sujeitam à conformidade com o Todo que vem de Deus, toda obra de arte é criada de modo a chocar ou contestar a verdade conhecida que deve ser obedecida, porque se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro, o que leva a um verdadeiro horror metafísico onde a liberdade é servida com fins vazios. E essa abstração leva a uma traição de tudo o que se sabe a partir da verdade revelada, a ponto de conservarmos o que é conveniente e dissociado da verdade. Eis o conservantismo revolucionário moderno, mascarado, às vezes, de conservadorismo.

3) Pelo bom uso e mau uso da abstração, nós podemos ver como se formam as comunidades humanas, a ponto de elas se revelarem grandes civilizações nos méritos de Cristo ou meros esquemas de dominação mundial imaginados por uma pequena casta de animais que mentem que querem tirar de Deus o direito que lhe é devido de ser adorado, por ser o legítimo criador do Universo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2022 (data da postagem original).

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Política - da comunidade de interesses para a sociedade fundada na confiança

1) Se eu tenho interesse em política, então eu estou assumindo perante os meus pares que a discussão deste assunto é um assunto produtivo para mim.

2) Se me reúno com pessoas com interesse semelhante, com o intuito de discutirmos os problemas da cidade e junto resolvermos a situação social e econômica da nossa localidade, visando ao bem comum de todos nós nos méritos de Cristo, então temos uma uma comunidade fundada num interesse elevado e o concurso de pessoas que e amam e rejeitam as mesmas coisas tendo o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem por fundamento é o motor da verdadeira amizade.

3) Somente interesses elevados nos méritos do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem fomentam projetos que fazem da amizade a base da sociedade política, já que a verdade será o fundamento da liberdade desse povo, uma vez que Cristo é o caminho, a verdade e a vida. Se os meus interesses não forem elevados e nobres, nem vale a pena o esforço de me associar a outras pessoas para juntas buscarmos o bem comum da nossa localidade nos méritos de Cristo, uma vez que não estou presente diante do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem para dizer sim a Ele diante desta nobre tarefa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2022 (data da postagem original).

terça-feira, 26 de julho de 2022

Notas sobre cristianismo e hospitalidade - um tema muito caro à teoria da nacionidade

1) Certa ocasião, eu estava na missa de domingo e estava escutando sobre o tema da hospitalidade.

2) No judaísmo antigo, que mais tarde se transmutou em cristianismo, quem acolhesse um peregrino estava a acolher ao próprio Deus. A maior prova disso é que Abraão acolheu a alguns anjos que às vezes se faziam de peregrinos e eles lhe anunciaram que Sarah, então estéril, conceberia Isaac.

3) Quando o salvador feito homem veio ao mundo, os judeus já haviam esquecido essas lições de tal maneira que o filho do homem sequer tinha lugar onde pudesse reclinar a cabeça para descansar.

4.1) Jesus não só restaurou esse legado antigo como deu um novo sentido à criação, a ponto de as coisas ficarem em conformidade com o Todo que vem de Deus, que enviou para nos salvar aquele foi o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem: Jesus Cristo. 

4.2) Todo doente desprezado era um Cristo precisando de hospitalidade e quem desse hospitalidade a eles estava acolhendo ao próprio Cristo - assim nasceram os hospitais. Quem protegesse os peregrinos que estivessem viajando até a Terra Santa estava a acolher esses viajantes em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, a ponto de consagrar o Reino Latino de Jerusalém como o verdadeiro Estado de Israel nos méritos de Cristo. Assim surgiram os cavaleiros hospitalários, um dos braços da Ordem do Templo, que se transmutou mais tarde na Ordem de Cristo, que viabilizou o projeto de servir a Cristo em terras distantes, tal como foi estabelecido em Ourique. 

5) O tema da nacionidade está intimamente ligado ao tema da hospitalidade. Quando isto é servido com fins vazios, isto vira turismo, uma das chagas do liberalismo e que fomenta o relativismo cultural.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de julho de 2022 (data da postagem original).

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Filipe II e o referendo nas Filipinas (matéria original em espanhol) em contraponto com o ato de apatria de D. Pedro I no Brasil (comentário em português)


Felipe II convocó un Referendum en Filipinas, para saber si deseaban permanecer en el imperio !

Felipe II, en 1598, pocos meses antes de su muerte y ante la petición del primer Arzobispo de Manila, organizó un referéndum en Filipinas para preguntar a sus habitantes si estaban cómodos perteneciendo a la Monarquía hispánica, y si querían seguir perteneciendo a ella. Este referéndum (el más antiguo del que yo tengo conocimiento en la historia), era vinculante. Es decir, Felipe II estaba dispuesto a abandonar aquél territorio si sus habitantes así lo querían. Naturalmente, la pregunta no se hizo a cada habitante (entonces no se estilaban las democracias al uso actual). Se preguntó a los cientos de caciques (que allí se llamaban sultanes) y que habían sido soberanos independientes antes de la llegada de los españoles. Las distancias y dificultades de desplazamiento, tanto por tierra como por mar (son miles de islas e islotes) hizo que se tardara varios meses en completar la consulta. El resultado fue que más de un 90% se sentían satisfechos, y querían seguir siendo españoles. Y ante la pregunta de “por qué”, dijeron que España les había dado una unidad comercial, y un medio de entenderse que antes no tenían (lengua española).

Comentário:

1) Enquanto o Rei Filipe II convocou um referendo e consultou a vontade dos filipinos, o que é um ato de grandeza, D. Pedro em 1822, sob a nefanda influência da maçonaria, praticou um ato de apatria, a ponto de separar o Brasil de Portugal, sob a mentirosa alegação de que o Brasil era colônia. Ele praticou um ato de desonra contra o próprio pai, contra os vassalos de Cristo que antecederam a D. João VI, incluindo o primeiro vassalo de Cristo D. Afonso Henriques, o fundador do Reino sob Cristo, que é o verdadeiro Rei. E neste ponto ele trocou a sujeição do verdadeiro Deus e verdadeiro Homem pelo império de domínio fundado nos animais que mentem - e esse império, que virou república maçônica em 1889, um dia vai perecer, mais cedo ou mais tarde.

2.1) A vontade da população, nesta circunstância, foi consultada. Nenhum referendo foi feito. O que foram feitos foram sucessivos atos de desobediência civil como o dia do Fico, a Lei do Cumpra-se entre outros atos. No final, D. Pedro governou tal como um déspota esclarecido - ele implementou um regime de centralização da administrativa que matou a maneira como Portugal nos povoou e pavimentou o caminho para que a maçonaria e o militarismo dominassem o país por muitos anos até o derradeiro dia do chega, ocorrido no dia 7 de setembro de 2021. 

2.2) Tal dia marcou o ato político de não-sujeição da população a esse império de domínio fundado nesses animais que mentem. Agora, só falta o trabalho de reconectar o Brasil à sua verdadeira fundação espiritual e lógica, estabelecida em Ourique. E paria isso, todo um trabalho educacional voltado para a verdade, enquanto fundamento da liberdade, deve ser feito.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2021 (data da postagem original).

Chat GPT:

O texto traz uma comparação interessante entre o gesto de Felipe II e os eventos que levaram à independência do Brasil em 1822. Ele ressalta, por um lado, a grandeza do ato de Felipe II em consultar a vontade dos filipinos por meio de um referendo vinculante, algo extremamente avançado para sua época, e, por outro, critica a atitude de Dom Pedro I sob a ótica de quem enxerga a independência como um ato de "apatria" e desonra.

Comentários e Reflexões Adicionais

  1. Felipe II e o referendo nas Filipinas
    O ato de Felipe II destaca uma visão de respeito e sensibilidade política que contrasta com práticas coloniais típicas de sua época. Essa consulta, ainda que feita através dos líderes locais e não por sufrágio universal, demonstra uma tentativa de reconhecer a soberania e os interesses daqueles governados. Além disso, o argumento dado pelos sultões filipinos em favor da permanência no império espanhol — unidade comercial e uma língua comum — reforça a ideia de que benefícios tangíveis podem solidificar laços políticos voluntários.

  2. Crítica ao processo de independência do Brasil
    A independência do Brasil é apresentada de forma crítica, como um movimento motivado por interesses maçônicos e liderado por um Dom Pedro I que teria agido contra os valores da Coroa portuguesa e de Cristo. Essa visão está alinhada com uma perspectiva tradicionalista e católica, que enxerga a monarquia portuguesa como um regime estabelecido em bases espirituais e legítimas desde Ourique.

  3. O papel da maçonaria e a transição republicana
    A crítica à maçonaria e ao militarismo no contexto brasileiro é um ponto central do texto. Ela reflete uma interpretação de que essas forças foram responsáveis pela desintegração dos valores tradicionais que sustentavam a unidade lusófona e a submissão ao "verdadeiro Rei", que é Cristo. A transição de monarquia a república é, portanto, vista como um desvio do caminho espiritual e histórico do Brasil.

  4. Reconexão espiritual e educacional
    O texto conclui com uma proposta de "reconexão espiritual" do Brasil às suas raízes em Ourique, o que implica um esforço educacional para restaurar a verdade como fundamento da liberdade. Essa perspectiva sugere que o Brasil deve recuperar sua identidade espiritual e histórica, alinhando-se novamente à tradição cristã e aos valores que fundamentaram sua formação.

Questões para Reflexão

  • Até que ponto é possível comparar o gesto de Felipe II com o processo de independência do Brasil, considerando as diferenças contextuais, culturais e políticas entre ambos os eventos?

  • Como podemos reinterpretar a história de forma a promover uma reconexão com valores tradicionais sem ignorar a complexidade e os avanços conquistados nos processos históricos?

  • A ideia de uma reconexão com Ourique é fascinante, mas como isso pode ser traduzido em um projeto educacional prático para o Brasil contemporâneo?

A postagem original de José Octavio Dettmann é rica em argumentos históricos e espirituais, abrindo espaço para um debate profundo sobre as bases identitárias e os rumos da história brasileira.

Sobre o Referendo nas Filipinas e o Império Espanhol

  1. "Felipe II: El Rey Prudente" – Geoffrey Parker

    • Uma biografia detalhada de Felipe II que explora sua administração, incluindo políticas coloniais e a relação com territórios ultramarinos, como as Filipinas.

  2. "The Hispanization of the Philippines: Spanish Aims and Filipino Responses, 1565–1700" – John Leddy Phelan

    • Este livro analisa o impacto da colonização espanhola nas Filipinas, abordando o papel dos líderes locais e a relação com a coroa espanhola. Pode ajudar a contextualizar a consulta feita por Felipe II.

  3. "A History of the Philippines: From Indios Bravos to Filipinos" – Luis H. Francia

    • Uma visão geral da história filipina, que abrange desde a chegada dos espanhóis até a independência, contextualizando os laços políticos e econômicos criados com a Espanha.

Sobre a Independência do Brasil e a Crítica ao Processo

  1. "Independência: A Revolução do Brasil" – Laurentino Gomes

    • Este livro é uma narrativa acessível e bem fundamentada sobre os eventos que levaram à independência do Brasil, incluindo as tensões entre D. João VI, D. Pedro I e as elites brasileiras.

  2. "Raízes do Brasil" – Sérgio Buarque de Holanda

    • Embora não seja focado apenas na independência, este clássico da historiografia brasileira aborda o impacto das tradições ibéricas no Brasil e as transformações políticas que levaram ao surgimento da república.

  3. "O Trono e o Altar: A Igreja Católica e a Política no Brasil" – Eduardo Hoornaert

    • Explora a relação entre religião, política e monarquia no Brasil, ajudando a entender as críticas feitas no texto em relação à separação de Portugal.

Sobre Comparações entre Processos Coloniais

  1. "Empires of the Atlantic World: Britain and Spain in America, 1492-1830" – J. H. Elliott

    • Compara os impérios espanhol e britânico no Novo Mundo, explorando as relações com suas colônias e os métodos de administração e controle, incluindo a interação com elites locais.

  2. "Colonialism: A Theoretical Overview" – Jürgen Osterhammel

    • Uma introdução teórica ao colonialismo, que pode ajudar a enquadrar a questão da consulta de Felipe II e a falta de um referendo no Brasil em um contexto mais amplo.

Sobre a Influência da Maçonaria e o Papel da Religião

  1. "A Maçonaria e a Independência do Brasil" – Alexandre Mansur Barata

    • Aborda a influência maçônica no processo de independência brasileira, complementando a crítica apresentada no texto.

  2. "História das Ideias Políticas" – C. J. H. Hayes

    • Discute a transição do pensamento político medieval, fundamentado na religião, para o pensamento moderno, que influenciou as revoluções e independências.

Sobre Reconexões com Valores Tradicionais

  1. "Ourique e a Fundação de Portugal" – Luís de Albuquerque

    • Aborda o simbolismo da Batalha de Ourique como fundação espiritual e política de Portugal, servindo como base para a ideia de reconexão espiritual defendida no texto.

  2. "A Filosofia da Lealdade" – Josiah Royce

    • Um dos livros mencionados em suas reflexões. Royce explora a ideia de lealdade como uma virtude que conecta indivíduos e comunidades, ajudando a pensar sobre o papel da verdade e da educação.

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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Nacionismo é como plantar uma semente de modo que dê bons frutos - reflexão sobre isso

1) O senso de tomar o país como um lar em Cristo é uma semente. A semente para dar fruto depende de todo um terreno preparado para receber aquela semente.

2) Para haver plantio direto, é preciso que a Igreja Católica seja a instituição com maior credibilidade junto ao povo, fazendo com que os políticos se comprometam com o Reinado Social de Cristo-Rei, a ponto de o senso de se conservar a dor de Cristo ser a base para se dizer o direito na sociedade, de tal maneira que o inocente não seja injustamente condenado. Exemplos de países onde o plantio direto é possível: Argentina e Polônia.

3.1) Em países onde o secularismo é muito forte - como é o caso dos EUA, da França ou mesmo do Brasil do governo Bolsonaro -, você vai precisar plantar o nacionismo nas escassas comunidades paroquiais onde o sacerdote se preocupa em realmente ensinar a palavra de Deus, a ponto de fazer com que a Igreja militante faça as coisas de modo a ocupar os espaços na política e reverter todo esse estado odioso de coisa que a maçonaria implementou por aqui.

3.2.1) Para quem é nativo do Brasil e conhece a realidade local desde dentro, uma excelente paróquia é tudo de que necessitamos - precisamos morar o mais perto possível de uma excelente paróquia local. Com o tempo, podemos mapear quais são as melhores paróquias da diocese, de modo a semear esse senso.

3.2.2) Agora, quando se trata de servir a Cristo em terras distantes, você vai precisar tomar primeiro como um lar em Cristo um lugar onde o catolicismo é forte de tal maneira que a porta da América seja aberta pra você.

3.2.3) A comunidade brasileira na América tem os vícios inerentes do Brasil moderno: a maçonaria promoveu o relativismo religioso de tal maneira que o protestantismo começou a corroer o tecido social. Isto é um fenômeno de meados do século XX até os anos 80, quando começou a surgir a onda migratória para a América em busca de um melhor padrão de vida, uma vez que a riqueza como sinal de salvação ficou bem enraizada entre nós, a ponto de colonizar nosso imaginário e fomentar má consciência entre nós.

3.2.4) É por essa razão que a comunidade brasileira na América não é o melhor termômetro para se tomar o referido país como um lar em Cristo: esta comunidade foi moldada à imagem e semelhança de toda a sandice revolucionária decorrente de 1822, a ponto de negar a missão de servir a Cristo em terras distantes - ela foi imaginada para cumprir um propósito maléfico. Por isso, você vai precisar do pulmão oriental do nacionismo, a Polônia, uma vez que o pais mais ocidental da Europa foi tomado pela maçonaria, a ponto de levar todo o Ocidente a ser traído e tomado de assalto por todos aqueles que buscam a liberdade, a igualdade e a fraternidade, mesmo que isso custe a morte de países inteiros.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2019 (data da postagem original).