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terça-feira, 19 de abril de 2022

Notas sobre o uso instrumental da compra à vista usando a poupança e da compra com cartão de crédito - lições fundadas na minha experiência pessoal

1) Vamos supor que eu compre um livro com o melhor aniversário da poupança, o aniversário do dia 01. O livro fica armazenado na minha biblioteca até o momento de ser alienado - durante esse tempo em que a dívida está sendo quitada, eu vou digitalizando o livro até virar um e-book completo. 

2) Esse e-book será usado por mim para meus estudos e poderá ser usado para se obter mais dinheiro, uma vez expirado os direitos autorais da obra. Posso até mesmo vender o e-book em reservado para os meus contatos, desde que sejam muito amigos meus. O dinheiro que eu adquirir da venda do livro físico, este será usado para se vitaminar o aniversário da poupança que me permitiu adquirir esse livro; o e-book feito por mim, este será usado para vitaminar todos os 28 aniversários da poupança.

3) Uma coisa eu sei com base na minha experiência: quando eu quero comprar um produto com intuito de revenda, tais como são os produtos físicos, compro o produto à vista e armazeno-o até o momento em que os juros da poupança já tenham por si só quitado a dívida que faço junto às minhas economias, uma vez que se trata de uma alienação fiduciária cuja garantia está no contrato que faço comigo próprio, com a melhor parte que há em mim e que está dispersa ao longo dos 28 dias desse regime privado de previdência; quando se trata de compra com objetivo de consumo, tais como são os jogos digitais que eu compro, eu costumo fazer isso com cartão de crédito, pois as minhas contas da Steam e da Epic Games são pessoais e intransferíveis, uma vez que se fundam neste princípio da propriedade privada: a perpetuidade - enquanto eu for vivo, poderei gozar desses jogos, que são o acessório da minha identidade gamer e eles seguem a sorte do seu principal: eu mesmo e minhas circunstâncias, enquanto jogador de videogame. O xis da questão está em saber se isso é perpetuidade ou vitaliciedade - quando eu morrer, não sei se poderei passar meu legado acumulado aos descendentes, pois isto ainda não foi discutido judicialmente nos tribunais e a doutrina anda muito atrasada nesta questão, muito embora já existam alguns precedentes no âmbito no direito internacional privado, como a possibilidade de, na França, se fazer revenda de jogos na Steam por meio do mercado da plataforma - o que indica um certo avanço na questão no direito das sucessões versadas sobre bens eletrônicos ou mesmo digitais.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de abril de 2022 (data da postagem original).

Notas sobre Tetris e a pedagogia da responsabilidade

1) Quando aprendi a parcelar compras no cartão de crédito, logo compreendi a natureza tétrica das parcelas das compras que faço - devo encaixá-las tais como blocos de Tetris de modo que eu não estoure o limite do cartão.

2) Eis a beleza da pedagogia do Tetris: mesmo que o bloco - que são as minhas escolhas - não seja o mais adequado para mim, eu devo abraçar essa cruz de modo que o desfavorável até mesmo trabalhe ao meu favor, pois neste vale de lágrimas eu só me valho de duas ferramentas: eu mesmo e minhas circunstâncias - o que não quer que eu esteja só, pois Deus será meu consolo até o fim dos tempos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de abril de 2022 (data da postagem original).

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segunda-feira, 18 de abril de 2022

Notas sobre o Bejeweled 3, fundadas na minha experiência pessoal

1) Houve uma época em que a Electronic Arts estava oferecendo de graça, por conta da casa, jogos de seu catálogo. Um desses jogos que eu peguei de graça foi o Bejeweled 3. 

2) Eu nunca o instalei, mas quando meu irmão o instalou no computador do quarto ao lado, esse jogo acabou fazendo sucesso aqui em casa. Não era só ele que o jogava; além dele, eu e minha mãe passamos a jogar muito esse jogo.

3.1) Agora que jogar videogame está se tornando uma profissão rentável, seria interessante que houvesse um jogo similar ao Bejeweled 3 que pagasse algum dinheiro, enquanto você está jogando e se divertindo enquanto joga. Assim, muita gente poderia converter parte de seu tempo livre numa atividade produtiva, a ponto de trazer pão pra mesa de casa através do videogame - o que não é pecado algum.

3.2) Jogos como esses são jogos de habilidade, não de azar - eles nos preparam para nos santificarmos através de outros trabalhos, a ponto de serem capazes de formar um ser humano único, íntegro e responsável, capaz de responder a Deus na medida de seus dons enquanto testemunha solitária - testemunha esta que não pode ser enganada, pois ela sabe tudo sobre você e pode tudo contra você, caso você queira conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

3.3) A maior prova disso é que, de tanto eu jogar o Bejeweled 3, minha visão melhorou consideravelmente - passei a usar de forma bem melhor os meus olhos, a ponto de ter um raciocínio para a geometria que antes eu não tinha. Neste sentido, este jogo melhorou e muito minhas habilidades - e estou muito satisfeito com isso.

3.4) Se esses jogos de habilidade melhoram nossas capacidades pessoais, então toda uma economia pode ser desenvolvida tendo por base esses bens complementares, pois eles maximizam a produtividade do trabalhador, dependendo da função exercida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de abril de 2022 (data da postagem original).

sábado, 19 de março de 2022

Notas sobre o jogo Hundred Days, um simulador de vinícolas

1) No dia de São José, eu me santifiquei através do trabalho de jogar videogame. Eu joguei o Hundred Days, um simulador de vinícolas.

2) Trabalhei nas vinhas do jogo tal como se trabalha nas vinhas do Senhor. Fui desenvolvendo os melhores barberas que pude de modo a ganhar o máximo de receita que pudesse. Assim, ia expandindo a vinícola conforme iam se passando os anos, a ponto de crescer sustentado numa atividade economicamente organizada.

3) Com o tempo, ia comprando terras de modo a cultivar novas variedades de uva. E assim ia crescendo e crescendo até me tornar milionário.

4.1) A melhor parte da minha experiência no jogo foi o processo de acertar a mão, de modo a produzir os melhores vinhos. 

4.2) Quando você produz vinho, esse vinho é avaliado - na avaliação, o avaliador vai te dizer onde está errado de modo que você faça os ajustes na safra seguinte. 

4.3.1) Por meio de tentativa e erro, você descobre o que você deve fazer - e isso é registrado no diário do jogo, como uma nota de experiência pessoal, já que se trata de uma cultura e de um estilo vida, a ponto de fazer disso economia organizada - se verdade é o fundamento da liberdade, então o desenvolvimento é a expressão dessa liberdade. 

4.3.2) É dentro desse fundamento que se toma um país como um lar, sobretudo a França, a outrora filha favorita da Igreja Católica. Aí está o fundamento da decisão - isso é movido pelo amor, a causa da coragem. O desejo de servir aos outros move você ao sucesso - o desejo fundado no amor de si até o desprezo de Deus. ele leva ao fracasso. Eis a linha tênue que separa a coragem da estupidez, um dos dizeres iniciais do jogo. Esse jogo tem uma profunda verve filosófica e te ensina muito sobre a vida.

5) Joguei este jogo por 11 horas, ao longo de 3 sessões - e estou muito satisfeito com a experiência. Esse jogo realmente vale cada centavo. Quem tiver a oportunidade de comprar esse jogo, compre-o - eu garanto que você não vai se arrepender.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de março de 2022 (data da postagem original).

terça-feira, 25 de maio de 2021

Notas sobre o homem econômico católico

1.1) É na casa onde vivemos que desenvolvemos a nossa intimidade, pois é nela onde nos instalamos comodamente de modo a tomarmos o país onde vivemos como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo. 

1.2.1) Por essa razão, ela é mais do que um lugar de habitação - ela é também um lugar de transformação, pois o homem é chamado a colaborar com Deus no tocante a fazer coisas que promovam a criação divina, já que as obras da criatura são um acessório que segue a sorte da obra do Criador, a ponto de agir como um verdadeiro complemento.

1.2.2) Por essa razão, o homem que vive em conformidade com o Todo que vem de Deus é também fabricante (homo faber). Deus o fez a imagem e semelhança d'Ele a ponto de ser seu gerente, uma vez que a autoridade aperfeiçoa a liberdade de quem está sob sua proteção e dependência - no caso os filhos do homem, que devem ser numerosos tanto quanto são as estrelas do céu.

2.1) Neste contexto, o homo oeconomicus é aquele que toma o seu país como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, a ponto de se santificar através do trabalho e do estudo. 

2.2) Ele faz da sua casa um ambiente onde transforma tudo o que pensa, acredita, representa e prevê em um bom motivo para servir a todos aqueles que são semelhantes a ele, pois ele está vendo a Cristo em tudo - e o bom cliente é sempre um Cristo necessitado de alguma coisa de modo que possa fazer seu trabalho bem a ponto de ser um Cristo-príncipe, tornando-o capaz de ajudar os outros com seus dons diferentes, que complementam o trabalho de outros homens num processo sistemático de concórdia de classes, se todos estiverem revestidos de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

3.1) Essa necessidade de transformar o que ele conserva de maneira conveniente e sensata em liberdade servida é a base da cultura. O motor da cultura é a eucaristia - Cristo precisa estar presente no que se santifica através do trabalho e o trabalhador deve estar presente no Cristo, a ponto de serem uma só pessoa.

3.2.1) A eucaristia é feita de trigo. Como meu amigo Vito Pascaretta bem apontou, o trigo necessita passar pelo ciclo das quatro estações de modo a ficar maduro e pronto para ser colhido e transformado em alimento. 

3.2.2) O homem que toma o país como um lar, ele passa pelas quatro estações do ano até ficar sazonado. Ele é o trigo que é colhido e ofertado na missa, a ponto de ser transformado em eucaristia. Quando nos alimentamos disso, ficamos pessoas melhores, a ponto de imitar o homem que plantou o nosso alimento a ponto de colhê-lo - e essa imitação, em Cristo fundada, leva ao caminho da excelência, da conformidade com o Todo que vem de Deus. Eis o catolicismo.  

3.2.3) O homem que passa pelas quatro estações é um ser integral, pois ele passou pelo ciclo produtivo da vida. Ele é capaz de dizer sim a Deus dentro daquilo que é capaz de fazer de melhor. Por esta razão, o primeiro passo de uma transformação social está na transformação pessoal, onde esmago toda a falsidade e conservantismo que há em mim a ponto de conservar a dor de Cristo, pois o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem morreu na Cruz para que eu vivesse livre n'Ele, por Ele e para Ele.

3.2.4) Evidentemente, o processo de transformação social se dá em escalas. Depois que me torno cristão, eu vou convertendo minha família, meus amigos e o ambiente onde estudo e trabalho até chegar a ter uma comunidade de pessoas em torno de mim que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. 

3.2.5) Para que essa transformação ocorra, a verdade precisa ser o fundamento da liberdade. Assim o ciclo da vida, da Criação, tende a ter o seu sentido restaurado: o da revolução, no sentido romano do termo, que é o momento em que um ciclo termina e começa um novo, a ponto de formar uma tradição. E é dentro da tradição que surgem as civilizações fundadas em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de maio de 2021 (data da postagem original).

Comentários adicionais:

Arthur Rizzi:

1) O HOMO OECONOMICUS CATÓLICO é um belo insight.

2.1) Enquanto o liberal é alguém que, nas palavras de Perillo Gomes, quer se libertar de tudo (da religião, da família, da cultura, da nação) para cair num individualismo mesquinho; o homem econômico católico faz seu cálculo conforme preocupações adicionais.

2.2) Tal idéia está também presente na Cidade de Deus de Santo Agostinho. Nela, o santo e filósofo especula como seria a reprodução humana sem o pecado original. Ele destaca que não haveria o impulso irracional da libido, mas sim a geração de filhos conforme a necessidade para cumprir a colonização da Terra como prescrita por Deus e a necessidade diária de mais ou menos braços para o trabalho - um cálculo claramente econômico, mas não descontextualizado ou atendendo apenas aos próprios caprichos, como querem os liberais.

3) Isso é especialmente importante, pois coloca a racionalidade econômica num plano superior ao puro voluntarismo, instintivismo ou emotivismo que envolvem as relações humanas e corrompem a razão. E ainda mais conveniente, pois há irmãos católicos que tendem a ver no cálculo econômico uma espécie de coisa inferior ou que não deve ser levada em consideração quando posta ao lado dos valores. Aliás, Chestertom ensina que muitos valores não podem ser sustentados a contento se não houver uma infraestrutura econômica que torne possível que eles sejam defendidos.