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domingo, 4 de agosto de 2019

Notas sobre Itália, Alemanha, Grécia e Israel enquanto comunidades imaginadas

1.1) Quatro nações, que mais parecem quatro cavaleiros do apocalipse, surgiram para buscar singrar os mares navegados do passado por si mesmas: a Grécia, a Itália, a Alemanha e Israel.
 
1.2) Essas nações navegaram os mares virtuais do passado do mesmo modo como a Espanha navegou os mares: indo em busca de si mesmas, sem misericórdia alguma. Achavam-se eleitas de antemão, tal como os protestantes se achavam salvos da mesma forma.
 
1.3) Por conta disso, não foram capazes de casar a causa nacional com uma causa universal - fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus - tal como fez Portugal, a ponto de criar um império de cultura, fundado na missão de servir a Cristo em terras distantes. E o resultado disso levou ao surgimento de impérios de domínio, que um dia perecerão, por serem verdadeiros fracassos fundados no homem, pelo homem e para o homem. Não é à toa que a época do Ressurgimento (1871 a 1948) se mostra um importante capítulo da Era das Revoluções liberais e do nacionalismo salvacionista, enquanto facetas da mentalidade revolucionária, a ponto de o século XIX ser longo o bastante a ponto de ter sua influência sentida até a época em que o Estado de Israel foi criado.

2.1) O professor Loryel Rocha mencionou que a profissão de Historiador - enquanto intérprete de documentos, enquanto monumentos do passado - começou a ser estabelecida como uma especialidade academicamente importante, no século XIX.

2.2.1) Tal como ocorreu no Brasil, em que surgiram historiadores que escreviam manuais sobre como devemos escrever a história do Brasil, surgiram nessa época também mandarins (professores universitários) nesses países que acabavam imaginando comunidades modernas que não passam de caricaturas das comunidades que de fato existiram no passado.

2.2.2) Baseados nos trabalhos dos arqueólogos, buscavam interpretar o passado com o intuito de resgatarem a concepção de liberdade dos pagãos a qualquer custo, a ponto de conservarem isso de maneira conveniente e dissociada da verdade. Inspirados no espírito da Renascença italiana e do Iluminismo alemão, buscavam ressuscitar a herança pagã, inspirados nos princípios da igualdade, da liberdade e da fraternidade, nem que isso custasse a morte desses renascentes Estados-Nação, cujo mitologema se funda todo nessa vã busca pelo passado de modo a determinar os destinos do futuro. Eles buscavam fazer isso sob a nefasta influência do secularismo e livres da amarra do medievalismo, uma vez que todos eles eram anticristãos.

3.1) Desenterrar o passado a ponto de proclamar isto um novo marco zero se mostrou um erro crasso, uma vez que Cristo não veio destruir a antiga lei, mas dar a ela pleno cumprimento a ponto de converter a todos os povos a partir da fé cristã, da ordem romana e da filosofia grega. Isso preservou a liberdade dos antigos, só que temperada na verdade fundada no verbo que se fez carne, a ponto de fazer santa habitação em nós através da Santa Eucaristia. Eis a essência da Idade Média enquanto idade da luz.

3.2.1) Toda tentativa de se imaginar comunidades, seja a partir do zero - como se deu com a França - ou desenterrando civilizações da Antigüidade Clássica, mostra-nos que tal pretensão de se ir em busca da grande glória nacional por mérito próprio não tem lugar na ordem de ser das coisas, pois o ser humano - rico no amor de si até o desprezo de Deus - tenderá a se tornar um verdadeiro animal que mente, a ponto de o Estado se tornar o principal ente que integra o homem grego primitivo ao homem grego moderno, a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora dele ou contra ele.

3.2.2) Naturalmente o grego antigo, se fosse trazido para o tempo moderno, ficaria chocado diante desse horror metafísico,  ao ver o grego moderno como uma imagem distorcida dele diante do espelho, uma verdadeira caricatura grotesca dele mesmo. A mesma coisa pode ser dita com relação ao italiano, em relação ao romano, ou mesmo o israelense, em relação aos antigos hebreus da época de David. Eis a caixa de Pandora que foi aberta. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de agosto de 2019 (data da postagem original).

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Do centurismo

1) Derivado do conceito de quinhentismo, da forma como sempre demonstrei, o meu colega André Tavares​ propôs o conceito de centenismo, para apontar que a barbárie que os comunistas promovem tem mais de cem anos, tal como esta república, tão bárbara quanto eles. Trata-se de marco zero que demonstra que o país está sendo tomado como se fosse religião totalitária de Estado - algo que é bem semelhante ao quinhentismo, que é um centenismo cultural, um centenismo de quinta categoria.

2) O centenismo pode se derivar em centenadismo, pois todo país tomado como se fosse religião pode se tornar uma verdadeira de "tierra de nadie" (terra de ninguém, pois nada de bom brota nela, como se a terra tivesse sido de certa forma salgada, como os romanos fizeram com Cartago). Além disso, em Chicago, reduto do Obama, o Chicago Cubs não ganha um título de baseball há mais de 100 anos - neste caso, isso é um sem ter nada qualificado. Para um torcedor desse tipo, trata-se de uma autêntica vida de cão - e só uma fidelidade canina, própria dos filhotes da terra, é capaz de perseverar num ambiente de tanta frustração. E o que é o comunismo senão fidelidade a algo manifestamente falso, que se conserva conveniente e dissociado da verdade - um conservantismo, da forma como sempre tratei?

3) O centenismo pode ter um outro nome: centurismo. Se esse termo for traduzido para o inglês, vai se lembrar desse século de políticas brutais como marco zero da tradição revolucionária, pois século em inglês é century. Além disso, é parte da tradição revolucionária o humanismo secular e o ateísmo militante - e o secularismo radical leva ao laicismo, ao Estado tomado como se fosse religião, base do fascismo.

4) Nos tempos de Roma, de modo a se impor a disciplina militar, os generais dividiam a centúria em dez grupos de dez pessoas e matavam uma de cada fileira. A morte individual sistemática deu origem ao termo dizimar - e os comunistas no Camboja já mataram um oitavo da população do país. E isso é mais do que dizimar, pois a violência já extrapolou o seu significado, a ponto de ficar indescritível. Por essa razão, se eu mandar alguém para o quinto dos infernos, necessariamente estou mandando o sujeito pra Cuba, Coréia do Norte, China ou outros lugares que extrapolaram ou mesmo reinventaram o conceito de dizimar gente.

5) Sociedades comunistas se caracterizam por serem sociedades em que a vida é pautada num regime brutal, militar de governo. E a guerra é parte do modo de ser comunista. Como esse regime já matou mais de 100 milhões de pessoas, ele pode ser também chamado de centurianismo, por ter relação com os centuriões romanos, em que estes dizimavam suas tropas, de modo a impor ordem e disciplina.

Comentários de André Tavares

O meu colega José Octavio Dettmann, notadamente, acertou ao chamar os cem anos de comunismo em nosso planeta de "centurismo". E quero ressaltar que ele acertou ao ligar a expressão "mandar para os quintos dos infernos" com países comunistas. Não por desejo ou chacota, veja:

1) Saul Alinsky traduziu as teorias de Antonio Gramsci em um manual para radicais de esquerda em busca de poder.

2) A esquerda, antes era um bando de hippies, até o momento em que o mundo atual passou a seguir esse manual.

3) Os grupos de defesas das minorias são uma estratégia Alinskyana. Os grupos políticos "progressistas" "ecologistas" "socialistas" (tudo o que seja de esquerda, sem usar a palavra "comunista") são derivadas do manual de Saul Alinsky. A formatação do modelo de protesto da esquerda, os tipos de discursos, o modelo dos discursos, tudo é um seguimento a risca desse manual.

4) A dedicatória de Alinsky, no começo do livro, é oferecida ao que ele chama de "o primeiro progressista, o primeiro revolucionário, aquele que criou seu próprio reino". Alinsky o chama de Lúcifer.

5) Alinsky elogia Lúcifer por ter criado seu próprio reino, o que serve de inspiração a ele e aos seus radicais de esquerda. Só esquece de lembrar aos leitores desavisados que o Reino que Lúcifer criou se chama Inferno.

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2015 (data da postagem original)

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Charge contra o mal do secularismo na Páscoa


Como pode ser abstinência, se estão a comer carne abundantemente nesse momento mais que sagrado, em que se exige fé, jejum e penitênca? 

Como pode ser penitência, se isso não é feito sem o coração voltado para Cristo e sim para os prazeres da carne, que é pecado capital (gula)?

 Como pode ser fé, se isso é, se Cristo não é lembrado, neste momento mais importante?

Resumindo: a Páscoa, que é a celebração da consagração vida sobre a morte, já que Jesus morreu por nós na cruz. não é a festa do Bacalhau. E ponto final.

Se você não discute religião, é porque você assume que o mundano é a sua religião - e tudo aquilo que é mundano é falacioso por si mesmo, pois ele relativiza a moral (pois a base dele é o materialismo histórico). Em resumo, Deus não está em seu coração - e se acha que pode encontrar Deus em outro lugar que não na Igreja que o Filho d'Ele fundou, é como se você pulasse fora da Arca para se arriscar nadar no dilúvio em busca de uma terra firme, coisa que você não vai encontrar - e você morrerá afogado por causa disso, pois você preferiu a morte à vida. Pois estamos num dilúvio permanente, por conta dos nossos pecados, decorrentes do espírito do mundo em que vivemos.

Pense nisso!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de abril de 2012 (data da postagem original).