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domingo, 19 de novembro de 2023

Notas sobre retrogaming e sobre a possível segunda era de ouro do videogame por conta do fato de os videogames clássicos já estarem entrando em domínio público

1) Lá pelos anos 2000, quando estava na faculdade, começaram a surgir os primeiros emuladores de videogame clássicos, os videogames que marcaram a minha infãncia nos anos 80 e começo dos anos 90.

2) Um bom exemplo disso é o Nintendo 8 bits - ele foi lançado em 1983 e o privilégio temporário de sua fabricação expirou em 2003. Agora, qualquer empresa pode fabricar um console portátil para rodar jogos do Nintendo 8 bits para efeito de retrogaming ou fazer emuladores de seus jogos mais clássicos.

3) Com relação aos jogos de sua biblioteca, o direito autoral dos primeiros jogos vai começar a expirar por volta de 2033, quando eles completarem 50 anos de idade, segundo a legislação brasileira. Quando eles atingirem essa idade, muitos poderão hackear a ROM desses jogos, traduzi-la para outros idiomas que não inglês ou japonês, continuar as histórias dos jogos clássicos a partir do enredo original, ou mesmo criar histórias paralelas à trama original, sem a necessidade de pagar licença aos criadores do software ou mesmo à Nintendo, que fabricou o console.

4.1) Conforme sistemas mais avançados vão entrando em domínio público, é provável haver tanto remakes quanto demakes de modo que esses jogos possam ser jogados em consoles mais recentes ou mais antigos, o que aumenta ainda mais a criatividade e a flexibilidade.

4.2) Uma nova era de ouro para o videogame pode surgir a partir daí, por conta dessa ampla liberdade criativa que pode ser desenvolvida a partir do que está disponível, agora destinada a atender necessidades de pequena escala, pois muitos farão dessa necessidade de pessoal se divertir liberdade - e nessa descobrirão um mercado de nicho onde poderão obter ganhos sobre a incerteza neste vale de lágrimas. 

4.3) Se tivesse filhos, eu iria prepará-los para essa cultura de fabricação de jogos de videogame e retrogame tão logo eu possa. Este será o futuro dos jogos daqui pra frente, pois esse será o espaço onde muitos arriscarão e criarão sem o medo de fracassar - e a sorte neste ponto favorecerá os mais audazes, coisa que não veremos nas empresas que trabalham com tecnologia mais moderna, onde o fracasso leva ao prejuízo financeiro, o que os leva necessariamente a apostarem em fórmulas conhecidas e muito demandadas pelo público - o que mata a criatividade, pois videogame é também uma forma de expressão artística. E não é à toa que que faz jogos de videogame é chamado de artista eletrônico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2023 (data da postagem original).

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Notas sobre digitalização de livros e sua relação análoga com o processo de fabricação de vinhos

1) Pela minha experiência com digitalização, eu posso dizer que um livro com pelos cinqûenta ou sessenta anos contados desde a sua publicação é como se fosse vinho envelhecido em um tonel de carvalho durante pelo menos 12 anos - as folhas ficam retinhas com o passar das páginas e estas, por conta de estarem amarelecidas com o passar da idade, tendem a ser mais amigáveis para o trabalho da digitalização, uma vez que tendem a rebater menos luz, já que o papel já não está mais branco.

2) Não é à toa que um dos meus planos é comprar livros novos e deixar que estes envelheçam no armário - isto vai favorecer o trabalho de digitalização que eu faço.

3) Quanto aos livros mais antigos que eu costumo comprar ma Estante Virtual, eu já começo o trabalho imediatamente. Tudo o que preciso fazer é ficar atento a uma só coisa: o prazo do direito autoral, pois, em muitos casos, este está prestes a expirar. Uma vez expirado o prazo do privilégio temporário concedido pela constituição, eu já começo a vender os e-books na minha lojinha no Payhip, sem a necessidade de pagar royalties aos autores e a seus herdeiros, por conta de seus direitos haverem decaído.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2023 (data da postagem original).

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Comentários sobre o rentismo

1) Recentemente, tomei conhecimento de que a estratégia de usar a poupança do banco como forma de me sustentar e de me santificar através do trabalho acumulado tanto dos meus pais quanto do meu próprio, a ponto de criar uma tradição fundada nisso, alguns chamam isso de rentismo, termo esse oriundo da mentalidade anticapitalista, comunista.

2) Pois que seja rentismo, então. Não vejo nisso pecado algum, pois em algum ponto da vida eu trabalhei e meus pais trabalharam - e o dinheiro que ganhei, e o que minha mãe transferiu para a minha conta, foi tudo fruto de trabalho honesto. Durante anos ele foi depositado na poupança, em uma instituição bancária sólida, e está gerando uma boa monetização agora, sobretudo em tempo de crise.

3) A grande vantagem de uma pessoa como eu é que posso tomar qualquer pais como um lar em Cristo sobretudo tempos de crise, desde que haja garantias de que a propriedade privada seja respeitada - e uma das garantias é proibindo a existência de partidos comunistas de operarem no país, como fazem na Polônia, por exemplo. Se a política monetária gerar uma excelente monetização em tempos de crise - tempos esses em que o dinheiro deve ficar guardado no banco de modo a conter a alta da inflação, em razão da alta dos juros, tal como o Roberto Campos Neto tem feito, sobretudo nestes tempos de pandemia e pós-pandemia -, então eu terei muitos ganhos sobre a incerteza. 

4) Quando a taxa de juros for negativa, isso é um indício de que devo servir a Cristo em terras distantes e levar o dinheiro comigo para outros lugares, tal como fazem no Japão, por exemplo. E levarei esse dinheiro comigo na forma de jóias, as quais vou declará-las como bens pessoais meus, sobre os quais não incidirá tributação alguma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 06 de abril de 2023 (data da postagem original).

https://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2023/04/notas-sobre-relacao-entre-rentismo-e.html

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Das razões de se preferir a cultura do escrito à fala - lições da minha experiência pessoal

1.1) Por conta da minha natureza mais fechada, eu sempre tive muita dificuldade de me relacionar com as pessoas - a maioria preferia conversar através da fala a conversar por escrito. 

1.2) Era lugar comum, antes do advento da rede social, dizer que ser extrovertido era uma virtude, quando, na verdade, isto é um vício de caráter - ao contrário da crença popularmente disseminada, eu não considero a pessoa que tem esse traço no caráter um modelo a ser seguido ou digno de ser imitado, ainda mais pelo desejo mimético de se praticar a arte pela arte de imitar, que tem um fim vazio em si mesmo. A necessidade irrefreável de expansão do ser que estas pessoas têm na essência levam-nas a terem um amor de si desordenado, a ponto de desprezarem Deus como a razão de ser de todas as coisas - e isto pode apontar que estas pessoas extrovertidas têm uma personalidade esquerdista ou mesmo um caráter psicopático, o que fazem delas pessoas extremamente perigosas, uma vez que elas são marcadas pelo pecado do orgulho e da vaidade, a ponto de estarem em constante cegueira a ponto de praticarem um conservantismo atroz e progredirem obstinadamente no mal que praticam, ainda mais em nome do bem comum - eis o progressismo, enquanto ideologia.

2.1) Nos primórdios da rede social, minha família foi uma das primeiras a ter e e-mail, mas fiz pouco uso da ferramenta, pois, no meio social onde eu estava, a maioria nem tinha computador em casa, ainda mais com internet.

2.2) Durante os anos da faculdade é que fiz mais uso do e-mail como ferramenta de comunicação. Tive excelentes conversas através deste instrumento, a ponto de cultivar excelentes amizades por conta disso. Só não tive debates acadêmicos por esta via porque as pessoas não tinham cultura para isso, como bem apontou o professor Olavo de Carvalho, tempos mais tarde - desde que a esquerda passou a dominar o ambiente universitário no Brasil, a cultura está sendo rebaixada e o processo se acelerou mais, da década de 90 para cá.

3.1) Na época de Facebook, muito embora as pessoas preferissem conversar pelo Whatsapp, eu ainda assim preferia o e-mail. Eu sempre gostei de desenvolver com elas uma conversa inteligente e com  o raciocínio fundamentado, já que não uso a escrita como sucedâneo da linguagem falada, por conta de meu ouvinte estar em terras distantes ou ser nativo de um outro idioma que não o português. Isto faria do processo comunicacional uma atividade irracional e errático, tal qual a fala - e isto é um uso impróprio da escrita enquanto ferramenta de comunicação.

3.2) Quando alguém me diz que e-mail é coisa do passado, a vontade que eu tenho é de espancar o imbecil que diz isto até não poder mais - ao contrário do que diz Maquiavel na sua obra O Príncipe, eu não sou como a maioria dos homens, que se ofende com as pequenas ofensas. Dizer que e-mail é atraso de vida é dizer que a cultura do escrito é um atraso de vida e que ela não faz sentido algum - e neste ponto, essa pessoa está sendo imbecil, pois está medindo as coisas pela estupidez dela, já que está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. E ser conservantista é primar pelo obsoleto, não pela tradição, pela cultura; o conservantista não ama a verdade, que é o fundamento da liberdade, pois não conserva a dor de Cristo.

4.1) Aqui em casa mesmo, como tenho a tendência de preferir escrever a falar, por conta de eu ser um homem de letras, eu geralmente prefiro resolver os meus problemas por escrito.

4.2) Quando faço uma compra e sinto que algo está errado durante o processo de aquisição, eu escrevo para a empresa responsável e resolvo meus problemas por e-mail. Geralmente sou bem atendido e os problemas são resolvidos, sem se fazer o menor alarde. Meus pais são o exemplo oposto: eles preferem ligar para os prestadores de serviço quando algo está errado. Como estas empresas usam mecanismos de call center desumanizadores, eles se sentem humilhados com a espera, a tal ponto que não conseguem resolver os problemas do dia-a-dia. E essa postura de não-conversa só agrava ainda mais os problemas sociais, a ponto de se criar uma cultura de judicialização - e isso é um prato cheio para o comunismo.

5.1) Infelizmente, vivemos numa sociedade onde a cultura do escrito é negligenciada - como as pessoas estão cada vez estão mais bárbaras e mais cheias de si, a ponto de conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, o diálogo pela via da fala, que é a via preferida do extrovertido, está se tornando um caminho extremamente perigoso de se viver a vida. E neste sentido, o caminho mais seguro para se exercer a arte de conhecer alguém é certamente pela via da escrita.

5.2) Fico imaginando quantas portas podem ser abertas se as relações entre mim e os vizinhos de condomínio se dessem pela comunicação por escrito. Muitos interesses poderiam ser conciliados a partir daí. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 06 de fevereiro de 2023 (data da postagem original).

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Digitalizar livros é como construir caravançarais nesse deserto que é o conservantismo alheio (o que me parece a melhor forma de se reabsorver as circunstâncias da realidade de modo a se tirar proveito delas e assim colher ganhos sobre a incerteza neste vale de lágrimas)

1.1) Digitalizar livros é como construir um caravançarai a partir desse deserto, que é o conservantismo alheio. 

1.2) Depois que você digitaliza o livro físico, faz  uma cópia digital a partir dele e passa o livro físico a uma outra pessoa interessada nos mesmos temas que você, você pode usufruir da maior vantagem que essa nova construção pode proporcionar no meio desse deserto criado pelos homens: um merecido descanso após dias de extenuantes de trabalho (que podem ser interpretados como uma verdadeira viagem). 

1.3) Uma vez que você já esteja refeito para prosseguir seu trabalho, você prossegue viagem a partir dos pontos conhecidos da obra digitalizada, a ponto de descobrir novas coisas a partir do que se conhece de outros autores, tal como se fosse um mapa.

2.1) Olavo de Carvalho citou muitos livros durante o COF e cada livro deve ter citado uma extensa bibliografia de modo a dar validade às teses que seus respectivos autores defendem. 

2.2) Se eu pudesse adquirir esses livros ao longo do tempo e digitalizá-los, certamente eu teria uma extensa biblioteca não só pra mim, mas também para quem me sucede.

3.1) A principal vantagem da digitalização é  que você pode criar um livro físico a partir dos pdfs. Por isso, saber fotografar e preservar a memória do que se adquiriu é uma maneira inteligente de se preservar o investimento e expandir o patrimônio intelectual, visto que papel envelhece, fora que você evita as chamadas patologias do livro.  

3.2) Não é à toa que isso é uma cultura e um verdadeiro estilo de vida sobre o qual é possível se fundar uma atividade econômica organizada, onde nela você pode se santificar através desse trabalho, que é muito relacionado ao estudo, outra via de santificação pessoal.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2022 (data da postagem original).