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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Da verdade como presença - notas sobre a autoridade do ser como fator de intimidação na guerra cultural e espiritual contra os conservantistas

1) Pela minha experiência, eu não preciso postar fotos portando armas ou mesmo exibir os músculos na internet ou mesmo fazer cara de mau de modo que minha presença virtual seja realmente intimidadora, sobretudo para quem deseja conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

2) A força que atemoriza os conservantistas é a força da autoridade do ser. Se você está revestido de Cristo a ponto de servir-lhe de mensageiro e dizer que Ele é o caminho, a verdade e a vida, então tudo o que é dito e pensado, observadas as circunstâncias da sua vida pessoal, serve de gárgula textual de modo a afugentar os que têm más intenções, os que têm más inclinações e os que têm ego inflado.

3.1) Se você está revestido de Cristo, tudo o que você aprendeu, tudo o que você estudou ou mesmo meditou tem, sim, a presença do Criador. E para compreender a situação pela qual você passou, o leitor precisaria se revestir de Cristo e reproduzir a experiência mais ou menos da forma como se deu dentro daquilo que é possível.

3.2) Mas há circunstâncias, relativas à época vivida, em que tal reprodução não é mesmo possível, pois essas situações não se repetem nem mesmo em laboratório - e nós as aceitamos como verdadeiras porque você, na sua época, confessou Àquele que não pode ser enganado tudo o que aconteceu com você, já que seus semelhantes ou são animais que erram, a ponto de não compreenderem o que você disse ou fez porque não estão revestidos de Cristo tal como você está, ou são animais que mentem. Eis a importância dos diários enquanto instrumentos de confissão da escrita de si e da História - como Cristo é o juiz de toda a História, para julgá-la o leitor precisaria estar revestido de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem para compreender este trabalho de antropologia aperfeiçoada nos méritos de Cristo, através da Santa Eucaristia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2022 (data da postagem original).

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Do darwinismo cultural acadêmico à civilização - da sobrevivência a um ambiente culturalmente hostil à conquista da alta cultura: uma epopéia brasileira

1) O meio acadêmico brasileiro tem um quê de darwiniano: em um meio culturalmente hostil, só os mais fortes sobrevivem. E os mais fortes são os que amigos de Cristo sem medida, o que prova que darwinismo cultural não passa de uma flecha lançada que um dia vai se voltar contra os próprios marxistas.

2) Conforme vai aumentando a comunidade dos sobreviventes e eles vão trocando experiências entre si na rede social, a ponto de terem sido alunos do professor Olavo de Carvalho - que foi o único sobrevivente daquele Brasil culturalmente rico que se perdeu por conta da ação comunista na educação e na cultura -, mais a cultura de sobrevivência vai aumentando a ponto de se tornar cada vez mais sofisticada. E da cultura de sobrevivência nasce uma cultura de civilização.

3.1) Se juntarmos ao fato de que também sou amigo de poloneses, que sentiram na pele os horrores do comunismo no Leste Europeu, a experiência de sobrevivência fica ainda mais completa, pois sem isso a pessoa não será capaz de distinguir exatamente o verdadeiro querer e o verdadeiro não querer fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem.

3.2) Se essa pessoa não for bem treinada nisso, ela abraçará o conservantismo protestante, que é o primeiro passo do esquerdismo, que é marcadamente de cunho espiritual.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2022 (data da postagem original).

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Do mapa da ignorância como um mapa do conservantismo

1) Uma vez, o professor Olavo de Carvalho falou que devemos traçar um mapa da ignorância. E mapa da ignorância, até onde sei, implica mapear aquela parte do seu eu que ainda está obstinadamente conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que ainda não ama e não rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2) A melhor forma de conhecer a si próprio é conhecendo outras pessoas - é vendo o que as pessoas gostam e detestam que você tem um bom referencial. E quanto mais isto é fundado no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, mais você será capaz de identificar nas pessoas a sinceridade de propósitos do fingimento organizado, coisa fundada no animal que mente.

3) Quando você dominou a arte de conhecer alguém - a ponto de conhecer seus interesses, o que ela ama, o que ela detesta, se ela tem sinceridade de propósitos naquilo que faz ou não -, você poderá fazer um exame de consciência de modo a pedir perdão a Deus pelos pecados que você pratica e se emendar, pois o outro que foi descoberto serve de parâmetro para você ser uma pessoa melhor. Você deve entregar o meliante, o conservantista que há em você, perante o justo juiz, para que você possa conservar a dor de Cristo. E isso se dá através de confissão e comunhão freqüentes. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2022 (data da postagem original).

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Notas sobre um diálogo imaginado entre Menandro e o professor Olavo de Carvalho

 1) Lá pelos idos de 2004 ou 2005, quando estive na Biblioteca Nacional pela primeira vez na vida, eu vi um marcador de livros que tinha mais ou menos esta frase: "Aqueles que lêem um livro vêem duas vezes melhor". Esta frase foi atribuída a Menandro, um líder do mundo antigo, responsável pela helenização da cultura grega à indiana, já que o império de Alexandre chegou até os confins do mundo conhecido.

2) Se ler é ver duas vezes melhor, isto implica ver o que não se vê, como diria Bastiat, a ponto de usar a imaginação de modo a compreender as possibilidades do mundo real, muito embora elas de fato não tenham acontecido ainda - o que leva a uma atitude intelectual propositiva, em vez de reativa. E é dentro de uma atitude propositiva, fundada na reflexão filosófica, que se cria a necessidade de se dizer a verdade, pois ela é o fundamento da liberdade - eis o motor da cultura.

3.1) Se ler é ver duas vezes melhor, então aplique isto a 80 livros lidos por ano.

3.2) Considerando que alguns livros são para serem provados, enquanto outros são para serem engolidos, ao passo que  há outros que são para serem mastigados e digeridos, então este tipo de degustação não pode ser feito se você não estiver revestido de verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Ele é o caminho, a verdade e a vida - a unidade por meio da qual se mede o verdadeiro valor do conhecimento das coisas objetivamente falando, uma vez que ele foi igual a nós em tudo, exceto no pecado. 

3.3) Se você não for imitador de Cristo, então não ouse dar este passo - não se envaideça. O conservantismo leva à presunção e à inflação do ego - o que leva à morte eterna. Conheci muita gente que está amargando o fogo eterno por conta disso, pois mediu as coisas pela sua própria estupidez ao invés dos méritos de Cristo. Digo estas coisas por experiência própria.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 07 de abril de 2022 (data da postagem original).

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Algumas observações que considero oportunas para a análise da estrutura da mente revolucionária, tal como nos foi proposta pelo professor e filósofo Olavo de Carvalho

Esta semana, eu estive a assistir o True Outspeak do Mestre Olavo de Carvalho. Enquanto ele estava a tirar uma dúvida a respeito da estrutura da mente revolucionária, eu encontrei uma citação fantástica no Facebook, a qual coloquei no meu banco de aforismos e citações. Gostei tanto que não resisti e me senti obrigado a comentar

Eis o destaque:

“A superioridade do homem sobre os animais provém da capacidade de herdar sociologicamente saberes de outros homens, ao passo que o animal não herda saberes senão os instintivos que biologicamente pode receber. Um tigre de bengala caça com idênticos modos como caçava há vinte mil anos atrás; um homem é diferente de outros homens de tempos pretéritos porque recebeu sociologicamente saberes de outros homens, num processo de transmissão de conhecimento chamado Tradição”. (Francisco Elias Tejada)[1]


[1]
Isso já é o suficiente para nos apontar que tradições nascem, por serem boas por si mesmas, pois atendem a essência do que é a natureza humana. Aquele que afirmar que tradições se inventam e se fabricam está, na verdade, colaborando com um projeto nefasto de nova ordem mundial, com o intuito de construir um novo tipo de homem, racionalmente planejado e desvinculado de sua ordem natural.  É através da mentira e da justificação da mentira, por meio da propaganda (repetida à exaustão, como se fosse verdade), que essa nulidade revolucionária se subsiste.

Olavo de Carvalho fala em tradição revolucionária, se admitirmos a tradição como processo de transmissão de conhecimento que se faz naturalmente através da passagem das gerações ao longo do tempo, um dos escopos do processo de capitalização moral, que tanto menciono em meus estudos sobre a nacionidade. Uma crítica que poderia fazer a ele, no sentido construtivo do termo e que considero razoável, é que existe um segundo elemento, necessário à análise da estrutura da mente revolucionária, que deveria ser considerado – esse outro elemento, que faz a tradição se subsistir como fundamento da liberdade, é que ele se respalda na verdade revelada e no ensino dessa verdade. 

A tradição revolucionária, por rejeitar essa verdade e por propor velhas ou novas mentiras no lugar da verdade, nunca será uma tradição, mas um processo, um meio, que precisa ser continuamente justificado, ao longo das gerações, com o intuito de poder ainda continuar aparentando a ser verdadeiro. A tradição, por sua vez, não precisa ser justificada, por ser boa por si mesma - a não ser quando há ataques ideológicos e sistemáticos contra ela.

A pessoa que não conhece essa verdade não é, necessariamente, livre, mas escrava dos caprichos dos desejos mundanos deste mundo – ou seja, o modo de ver materialista, decorrente do fato de não se ensinar isso desde o berço, torna os indivíduos presas fáceis dos caprichos revolucionários, pois elas não serão capazes de comparar o modo de vida proposto pela Igreja com o modo de vida proposto pela via revolucionária, pois lhe faltarão informações suficientes para perceber que os ganhos óbvios decorridos da observação desse caminho proposto pela Igreja são bons por si mesmo, através do exame das vantagens comparativas - isso se esse conhecimento não for buscado por essa pessoa.

Por essa razão, a pessoa que estiver influenciada sob a falsa idéia de que toda a verdade, nessa vida, é relativa, ela ignorará a noção de eternidade – e que o agora, o hoje e o amanhã são frações dessa noção . Ou seja, essa pessoa não dará valor ao amanhã, e não trabalhará, nem para o seu próprio progresso e nem para os que lhe estão ao seu redor, pois entenderá que trabalho é sofrimento – e o que sofrimento deve ser evitado a todo custo. Essa pessoa estará em eterno hedonismo, que é uma das conseqüências de uma ordem fundada no materialismo e no divórcio daquilo que a Igreja nos propõe para a vida.

A nossa memória, igualmente, também deriva do conhecimento dessa noção – que é própria do fato de sermos seres humanos, criados a imagem e semelhança de Deus. A ignorância deliberada desse fato rebaixa o homem ao nível dos outros animais – ou abaixo desse nível, pois, fora da ética, somos o pior deles todos, tal como dizia Aristóteles. E isso acaba por destruir o valor da instituição familiar e de todas as regras de sucessão que decorrem dessa noção.
Bom, essas são algumas observações que eu queria acrescentar ao pensamento do Olavo.

Na mesma linha, para corroborar o meu pensamento, temos esta citação, que também vos destaco:

“Que seria de um indivíduo a quem seus semelhantes não ensinaram a ele a falar, a ler, a exercer um ofício, a praticar a moral, a conhecer e amar a Deus? Nada – este indivíduo nem sequer será um animal, como os outros”. (Gustave Thibon)
Bom, pessoal, é isso. Obrigado por lerem!