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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Dos conciliadores, comerciantes e corretores como os primeiros economistas

1) Os primeiros economistas eram pessoas que se dedicavam ao ofício de aproximar pessoas de modo que buscassem um acordo em comum. Essas pessoas eram geralmente magistrados, quando havia conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Nos tempos atuais, essa função cabe aos conciliadores.

2) A praxe da conciliação leva a prática da corretagem, aproximando pessoas de modo a fazerem um acordo comum no tocante à produção de bens e serviços, essenciais à produção da riqueza. E por meio da corretagem vinha o seguro, a garantia de que, se algo der errado, haverá a cobertura dos prejuízos, por força do princípio de que a confiança rege todas as coisas, de modo que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, o que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu.

3.1) À prática do intermédio entre pessoas se estende a uma relação entre produtores e consumidores. E neste ponto o intermédio vira comércio, pois o bem comum é servido por meio de bens e serviços que são úteis a todos aqueles que necessitarem de um produto específico.

3.2.1) O comerciante é o agente garantidor que faz com que o trabalho do produtor atinja os seus consumidores, criando uma ponte onde antes não havia.

3.2.2) É próprio da natureza do comerciante a publicidade, dado que ele anuncia a todo público que se encontra na praça tudo o que está disponível para a venda, de modo que o serviço do produtor, se for bom, seja devidamente remunerado.

4.1) A diferença entre uma economia de mercado onde as pessoas se encontram de modo a se servirem umas às outras e a economia de mercado onde a riqueza é vista como um sinal de salvação e tem um fim nela mesma é uma questão de ética, dado que afeta a lei natural, pois afeta a amizade dos homens para com Deus.

4.2) Onde o mercado é visto como um encontro, o país será tomado como um lar em Cristo; onde a riqueza é vista como sinal de salvação, então a riqueza tem um fim em si mesmo, que é vazio. E neste ponto o mercado é um ponto de sujeição, a ponto de reproduzir o mau aspecto de que a polis tem um fim nela mesma, a ponto de ser tomada como se fosse uma religião - e isso é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.3) Eis a diferença entre capitalismo e distributivismo. É uma questão ética (lei que se dá na carne distribuída a outros que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento). E isso é uma questão que vai muito além do mero direito positivo, mas que afeta a constituição de todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de janeiro, de 2018.

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