1.1) Em seu livro sobre as utopias, Lewis Mumford afirma a existência de basicamente dois tipos de utopias: a órfica e a prometeica.
1.2) A utopia órfica é aquela que pretende transmutar a natureza humana de dentro para fora, e a utopia prometeica é aquela que pretende transmutá-la de fora para dentro. Um poema, um romance, uma filosofia são, neste esquema, uma tecnologia órfica; um automóvel, um avião, um computador, uma anestesia são, também no esquema mumfordiano, uma utopia prometeica. Para Mumford, aquela é preferível a esta, sendo que é desta que proviria a maior parte das desgraças humanas.
2.1) Gosto muito de Mumford, mas essa distinção não existe. Hoje sabemos que, tal como o Anel de Tolkien, a simples presença humana é suficiente para alterar os resultados de um experimento científico.
2.1) Gosto muito de Mumford, mas essa distinção não existe. Hoje sabemos que, tal como o Anel de Tolkien, a simples presença humana é suficiente para alterar os resultados de um experimento científico.
2.2) Tanto a utopia prometeica
como a utopia órfica são a expressão de uma antiqüíssima ciência chamada
alquimia, a ciência dos anjos caídos. Portanto, queira-se ou não,
qualquer conhecimento empreendido pelo homem é uma espécie de alquimia,
um Anel de Tolkien; quem o usa, ou dele se aproxima, adquire os
atributos prometeicos, ou órficos, daquele que o criou.
Volto ao assunto outro dia.
Roberto Santos (https://web.facebook.com/roberto.santos.3114/posts/10215526794506427)
Facebook, 24 de Janeiro de 2018.
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