1) Um esquema narrativo pode ser criado a partir de uma cadeira causal.
Eis um exemplo:
A) A conhece B
B) B é livreiro
C) B conhece C, que tem uma coleção de livros que herdou de D.
D) C quer se desfazer da coleção herdada. Sabe que B é livreiro e oferece a este a coleção em consignação.
E) A coleção é cheia de livros de poesia, ficção e não-ficção.
F) A demanda por livros de sociologia. Como sociologia é livro de não-ficção, então B consegue vender alguns livros da coleção, que eram de sociologia.
G) Por força de todas essas circunstâncias, B conseguiu fazer a venda para C. E obteve um boa comissão por força do esforço de venda.
2) A forma como você converte esse esquema causal em palavras, diálogos e descrição dos atos dos personagens é que vai fomentar a imaginação do leitor.
3.1) Um ficcionista imaginário não cria do nada. Ele monta esquemas causais antes de criar um esquema narrativo altamente eficaz, de modo a trazer ao leitor as impressões corretas com relação àquilo que precisa ser visto e que não é. E para ver o que não se ver, então é preciso imaginar.
3.2) Se o lucro é ganho sobre a incerteza, então isso precisa ser posto em evidência. E é só por meio de literatura sensata que se combate a má sociologia e a má antropologia fundadas no materialismo histórico-dialético.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.
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