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sábado, 20 de janeiro de 2018

Uma boa história começa com um boa cadeia causal entre pessoas, fatos, atos, coisas e circunstâncias

1) Um esquema narrativo pode ser criado a partir de uma cadeira causal.

Eis um exemplo:

A) A conhece B

B) B é livreiro

C) B conhece C, que tem uma coleção de livros que herdou de D.

D) C quer se desfazer da coleção herdada. Sabe que B é livreiro e oferece a este a coleção em consignação.

E) A coleção é cheia de livros de poesia, ficção e não-ficção.

F) A demanda por livros de sociologia. Como sociologia é livro de não-ficção, então B consegue vender alguns livros da coleção, que eram de sociologia.

G) Por força de todas essas circunstâncias, B conseguiu fazer a venda para C. E obteve um boa comissão por força do esforço de venda.

2) A forma como você converte esse esquema causal em palavras, diálogos e descrição dos atos dos personagens é que vai fomentar a imaginação do leitor.

3.1) Um ficcionista imaginário não cria do nada. Ele monta esquemas causais antes de criar um esquema narrativo altamente eficaz, de modo a trazer ao leitor as impressões corretas com relação àquilo que precisa ser visto e que não é. E para ver o que não se ver, então é preciso imaginar.

3.2) Se o lucro é ganho sobre a incerteza, então isso precisa ser posto em evidência. E é só por meio de literatura sensata que se combate a má sociologia e a má antropologia fundadas no materialismo histórico-dialético.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de janeiro de 2018.

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