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terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Notas sobre as funções da linguagem na política

Sócrates dizia que a palavra era um fármaco. Ela podia ser usada como um remédio, como um cosmético ou como um veneno.

1) Quando ela é usada como um remédio, serve para descrever um fato tal como ele realmente é (isso está presente na literatura médico-legista). E em literatura, a crítica literária costuma servir como um remédio, promovendo a literatura sadia e denunciando o que é feito de modo pernóstico e vulgar, por ser insincero, postiço, forçado. Como diz André Gide, é com bons sentimentos e boas intenções que se faz má literatura.

2) A palavra também é usada como um remédio quando ela serve para orientar a própria posição do falante / escrevente diante das próprias circunstâncias em que se dá a vivência, favorecendo que estas sejam melhor absorvidas de modo que o mesmo possa servir aos outros, ao estimulá-los a amarem e rejeitarem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento (tal como vemos nas confissões de Santo Agostinho, uma vez que dialogamos com um ouvinte onisciente, que nos diz o que deve ser feito - e isso é o preparatório para uma boa confissão).

3.1) Quando usada como um cosmético, visa estabelecer um posicionamento ideal, tal como estamos a ver na alegação de que o Estado soviético é um Estado proletário enquanto os Estados decorrentes da Revolução Francesa não passam de Estados burgueses.

3.2) Trata-se de um símbolo autoexplicativo, justificador - não serve para explicar uma realidade, mas serve para orientar a posição dos teóricos do Estado tomado como se fosse religião, criando um obstáculo epistemológico à prestação do serviço de dizer o direito com justiça, uma vez estes símbolos autoexplicativos causam uma falsa transparência no sistema jurídico, ao produzir um falsa independência da ciência jurídica em relação a moral, uma vez que o idealismo jurídico pautado no Estado como a mais alta das realizações humanas, cujos fins - aos serem voltados neles mesmos - tendem a servir liberdade com fins vazios, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, que é Cristo Jesus.

3.3) Esse símbolo autoexplicativo serve como uma peça publicitária, como também serve para criar uma peça de camuflagem, criando um estado de dominação feito de tal modo a enganar os que estão sujeitos à autoridade dessa ordem totalitária, dado que tudo estará no Estado e nada poderá estar fora dele ou contra ele. E neste ponto, todo e qualquer discurso revolucionário atuará como um veneno, pois estará a matar a alma das pessoas de modo que abandonem a santa religião verdadeira e abracem essa segunda religião, que tem a pretensão de substituir e destruir a primeira e derradeira, fundada na conformidade com o todo que vem de Deus

3.3.1) Os discursos políticos do Partido Brasileiro estão pautados na ostentação de uma vaidade: a independência do Brasil, conservada conveniente e dissociada da verdade, tal como se deu em Ourique, o nosso verdadeiro mito fundacional. Não é à toa que essa vaidade é necessariamente alimentada com discursos estatizantes e centralistas, o que é essencialmente megalômano.

3.3.2) O discurso conservantista do Partido Brasileiro é tipicamente um discurso de quinta categoria. Trata-se de um discurso hipócrita, vazio; não descreve fatos, não delimita um discurso ideal do Estado Brasileiro, não tem função conativa - a ponto de criar uma nacionalidade, uma cultura de solidariedade, de fraternidade -, muito menos é um apontamento que visa a orientar a própria posição dos falantes / escreventes, tal como vemos no diário, na autobiografia ou no confessionário. O discurso político do Partido Brasileiro é só fingimento, dado que o povo, para eles, é quem vive na conformidade com o todo que vem desses falsos símbolos nacionais, que levam ao nada, por terem sido inventados.

3.3.3) A razão da existência do Partido Brasileiro - resumido na fórmula popular de que "o meu partido é o Brasil" - está na falsa alegação de que o mesmo foi colônia de Portugal, o que justifica esse ato de apatria chamado pela historiografia nacional de "independência", negando as razões pelas quais houve o povoamento do Brasil, por força do que houve em Ourique. Isso é um prato cheio para a renovação de todas as mentiras criadas pela maçonaria, que no ano passado completou 300 anos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 2018.

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