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sábado, 11 de dezembro de 2021

A economia de mercado é uma economia de encontro, fundada na troca de favores; não é uma economia de sujeição, fundada no animal econômico, que estabelece uma atividade econômica organizada e que vive a conservar o que é conveniente e dissociado da verdade

1) Se você tiver uma boa relação com os animais de uma fazenda, eles produzirão ovos e leite de excelente qualidade, em retribuição ao favor que você prestou a eles - como filhos de Deus que são, eles também necessitam de cuidados, como limpeza, alimentação, carinho e uma boa conversa.

2) Para obter carne, você precisa levar o animal bem cuidado para o abatedouro - e lá você obtém o que necessita para comer. Para substituir uma galinha poedeira que já esteja em idade avançada, a ponto de produzir cada vez menos ovos, você precisa de um bom plantel de pintinhos. A tendência é ficar com as fêmeas - os pintinhos machos, os futuros galos, esses você troca por algo útil no presente, já que estes serão úteis em outros galinheiros existentes na vizinhança, quando estiverem maduros, no futuro.

3.1) Se isso é particularmente verdade com os animais, a mesma coisa acontece com os prestadores de serviço. Se você tiver uma boa relação com o dono de uma mercearia, por exemplo, talvez você consiga um saco de açúcar ou de farinha de melhor qualidade que será reservado para você, o que indica que você está disposto a pagar por um preço melhor por ele do que a média do mercado, ou mesmo consiga cupons de desconto na entrega desses mantimentos.

3.2.1) A verdadeira economia de mercado não está na sujeição dos consumidores ao amor próprio de quem estabelece uma atividade econômica organizada - tanto é verdade que ele pode financiar agentes políticos socialistas de modo a obter uma vantagem injusta contra todos aqueles que podem brecar sua pretensão de querer poder sobre tudo e sobre todos, pois tudo isso se funda num amor desordenado que este mercador tem de si mesmo a ponto de desprezar o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. - esse, para mim, é o maior erro de Adam Smith em seu pensamento econômico, já que os liberais, inspirados no demônio, tendem a confundir a sustentabilidade, isto é, o estabelecimento de uma atividade econômica organizada dentro de um propósito salvífico e fundado na santificação através do trabalho e do estudo, com a não-sujeição a tudo aquilo que remete ao verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, o que remete à própria idéia da Criação divina,

3.2.2) A verdadeira economia de mercado está no encontro dos Cristos necessitados de alguma coisa com aquele que estabelece uma atividade econômica organizada de modo a atender aos favores da clientela. 

3.2.3) Quando eu conheço uma pessoa, com o tempo eu descubro o que ela necessita - se atendo o que ela necessita, então eu sou recompensado. E quanto mais ganhos sobre a incerteza eu tiver neste vale de lágrimas, melhor para mim, pois Deus faz de mim uma pessoa rica, o primeiro dentre os pares de minha classe profissional de modo que eu atenda a cada vez mais pessoas, já que minha experiência e autoridade aperfeiçoam a liberdade de muitos. 

3.2.4) É isso que precisa ser observado e não esquecido, pois a relação entre governo e comércio pode ser vista a partir do plano da cooperação, pois tudo se funda no bem comum - e para que isso ocorra, é preciso que a maior quantidade pessoas ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, já que Ele é o caminho, a verdade e a vida, a ponto de dar sentido a todas as coisas, de ser o Todo em Tudo, o sumo logos. E economia, neste sentido, é lógica, sujeição àquele que constrói e destrói impérios por ser a verdade em pessoa, o verbo encarnado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2021 (data da postagem original).

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