1) Em razão das minhas experiências recentes como escritor, um enredo A pode ser bifurcado em dois caminhos alternativos: o caminho B ou o caminho C. No caminho B, eu enfatizo um aspecto da história que produz uma determinada narrativa; no caminho C, eu enfatizo outro aspecto da história que produz uma outra narrativa. Como faço essas experiências em escritos de cunho familiar, geralmente eu não publico esses trabalhos em meu blog.
2) Tal como um diretor de filmes, às vezes posso rebobinar a fita de tal maneira a editá-la e colocar outro pedaço da história que me pareceu mais interessante, a ponto de explorar uma nuance melhor da história. No final, dois livros tendem a ser lançados, com histórias paralelas, a ponto de tudo se tornar muito mais complexo. Os jogos de videogames são geralmente feitos dessa forma, uma vez que o todo é maior que a soma das partes, a ponto de criar a idéia de simultaneidade, uma vez que o senso de onipotência e de onissapiência nos foi negado.
3.1) Grande parte das coisas que conto são fundadas em coisas que vi ou que eu vivi na rede social - ou mesmo em âmbito familiar, pois a realidade do que se vê e vive não pode ser contemplada a ponto de ser ser contada num simples texto, já que a vida é complexa demais a ponto de nos exigir o melhor de nós de modo a ser bem contada tal como ela é - por isso, você precisa escrever histórias paralelas tendo por base o mesmo pano de fundo, a mesma circunstância que te permitiu contar esta história. Eis o segredo para se dominar a arte de bem dizer as coisas.
3.2.1) Às vezes, essas histórias me aconteceram um pouco antes do advento dessa nova era onde a verdade nos chega mais rápido do que aquilo que é noticiado pela mídia tradicional - por essa razão, esse choque de realidade tem que ser compensado de alguma forma, já que antes da internet a informação não circulava do jeito como circula hoje, a ponto de eu ter uma melhor compreensão do todo, das coisas tais quais elas são, principalmente na política.
3.2.2) E essa forma de compensação se dá na escrita de histórias paralelas - elas contam diferentes nuances que pude captar dentro da mesma circunstância vivida - e essas circunstâncias me levam a múltiplos caminhos diferentes que, se forem devidamente explorados, me conduzem a outros caminhos, a ponto de surgirem histórias diferentes com um mesmo pano de fundo e um mesmo universo, pois a realidade abarca infinitas possibilidades - por isso que devemos ver o que não se vê, como dizia Bastiat.
3.2.3) Se no mundo real a escolha de um caminho leva à renúncia dos demais, ao menos no plano reflexivo nós podemos tomar o caminho de volta e refletir melhor sobre as coisas como poderiam ter sido, se tivéssemos a oportunidade de tomar um caminho paralelo a ponto de tornar a experiência ainda mais verossímil. Talvez o caminho escolhido possa estar errado, mas meditar e voltar atrás pode nos ajudar a melhor entender como podemos abraçar ternamente a cruz que escolhemos carregar e seguirmos Jesus, já que o homem é um animal que erra.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2021 (data da postagem original).
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