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segunda-feira, 11 de junho de 2018

Toda mente dialética tende a ser conservantista e revolucionária

1) Certa ocasião, eu estava conversando com o Andre Tavares e ele me disse o seguinte: "Sabe uma coisa que eu gosto em você, Dettmann? Você tem a tendência de ouvir tudo para só depois chegar a uma conclusão - pessoas como o Panadés tendem a ter uma mente dialética, a tal ponto de reagirem de maneira intempestiva a tudo aquilo que contraria o que conservam conveniente e dissociado da verdade".

2) Eis uma grande verdade. Uma mente dialética faz tese, antítese e síntese a partir de coisas convenientemente conservadas e dissociadas da verdade. Como são mentes fundadas no amor de si até o desprezo de Deus, a tendência é a reação explosiva e intempestiva, quando são confrontadas naquilo que conservam de conveniente e dissociado da verdade.

3.1) Já havia afirmado que o mapa de ignorância pode ser determinado por conta do conservantismo insensato. Quanto mais conservantismo nessa seara, maior fechamento da alma à verdade - e neste ponto, podemos dizer que o horizonte de consciência dessa pessoa é reduzido.

3.2) Num contexto como o nosso, fundado a partir do milagre de Ourique, isso se revela particularmente muito grave.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de junho de 2018.

Comentários: 

André Tavares:  Limitado horizonte cognitivo. Sim, pessoas que não ouvem, não entendem; se não entendem, então não podem nem debater. Uma coisa maravilhosa do evangelho de N.S.Jesus Cristo é a compreensão. Compreender não é aprovar, mas entender um mecanismo. Quem não entende um mecanismo não está e jamais estará apto a repara-lo. Se não somos aptos a reparar somos piores que corvos grasnando: Chatos e sem sentido. Ora, como compreender sem ouvir? Como compreender sem abrir? Como compreender sem mergulhar no outro a tal ponto de ver com os olhos de outrem? Assim, ouvir faz parte da solução. Já ouvi muitos, e nisso percebi várias escalas, vários mecanismos, a tal ponto d'eu considerar o esquerdista de baixo galardão a primeira vítima do conservantismo. Ele, o conservantista de baixo clero, é um ser que foi manipulado até a alma. Ora, a missão dada em Ourique é a do resgate, não de terras, mas de almas.

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