1.1) Quando a Grécia moderna foi criada, no século XIX, uma das políticas do novo governo foi trazer de volta os que tinham origem grega, ainda que não nascidos na Grécia.
1.2) Para que os países não ficassem privados de mão-de-obra qualificada, o governo grego oferecia cidadãos nativos da Grécia e que não eram etnicamente gregos como compensação. Na época havia muitos turcos morando na Grécia, por conta do domínio otomano - essa troca de turcos por gregos étnicos ficou conhecida como etnarquia. Os gregos étnicos voltavam à terra ancestral e ainda traziam o conhecimento de outros povos, de modo a aprimorar a visão grega do mundo. Afinal, a Grécia tem uma tradição de liberdade, pois lá foi berço da filosofia e da democracia - e esse legado civilizacional antigo é a razão de ser todo grego moderno.
1.3) Os turcos étnicos vinham com boa formação - e ao voltarem para a Turquia, eles ajudaram na formação da Turquia Laica moderna, a partir do início século XX, com Atatürk.
2.1) A etnarquia grega do século XIX é precursora do ressurgimento do Estado de Israel, quanto ao processo de formação do Estado moderno.
2.2.1) A terra onde abrigou uma importante civilização ou que serviu de berço para uma importante tradição religiosa passa a ser reservada para os descendentes legítimos daquele povo ou raça que concebeu a civilização que produziu aquele legado para a História da Humanidade.
2.2.2) No caso da Grécia, não houve participação da ONU, sendo que muita coisa decorreu da política de etnarcas como Eleftherios Venizelos; no caso de Israel, já houve a participação de um organismo supra-nacional, a ONU, que estava amparando o interesse do sionismo, um movimento esquerdista de origem judaica que queria recriar o Estado de Israel, já que o orgulho judeu o impede de tomar vários países como um mesmo lar em Cristo.
3.1) A etnarquia pode levar a um protecionismo econômico e a um nacionalismo, onde o país será tomado como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora ou contra ele, já que ele tem a missão de reintegrar os descendentes dos povos gregos e romanos de modo a ressurgirem das cinzas e liderar o destino do mundo civilizado moderno tal como fizeram no passado. E isso é de certa forma um tipo de socialismo de nação, pois ele distribui a idéia do povo eleito de Israel e assim rejeitar a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma vez que a refundação da Grécia e da Itália esteve fortemente influenciada pelo neopaganismo.
3.2) A etnarquia leva ao empoderamento de uma etnia sobre as outras a ponto de gerar etnocentrismo, que é uma forma de tirania genocida. A maior prova disso é que os turcos, ainda que bem educados na Grécia, exterminaram os armênios, que são cristãos até a medula.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 17 de junho de 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário