Por que gastar R$ 444,80 num jogo é “normal”, mas transformá-los em livros, milhas e viagens parece um absurdo?
Vivemos uma era em que o entretenimento virou religião e o consumo imediato, dogma. No meio gamer, a crítica fervorosa ao preço de jogos a US$ 80 — como ocorre nos lançamentos AAA — torna-se pauta constante, gerando indignação em vídeos, tweets e lives. Com o dólar a R$ 5,56, esse valor salta para R$ 444,80, e o coro de revolta ecoa: “Estão explorando o jogador!”
Mas há algo profundamente equivocado nessa indignação. O problema não está no preço do jogo. O problema está na incapacidade de pensar estrategicamente o próprio consumo. É o velho vício de enxergar apenas o que está à frente da tela, sem ver o que se esconde além dela
O que não se vê
Com R$ 444,80, o jogador comum compra um único jogo. Joga por semanas. Depois, deixa na estante digital e volta a reclamar do próximo lançamento caro. Mas aquele que passou pelo Curso do Mago das Milhas (ou qualquer jornada séria de educação financeira aliada ao mundo das recompensas) vê algo completamente diferente.
Ele vê:
-
Pontos Livelo acumulados com campanhas de 10 pontos por real:
R$ 444,80 se transformam em 4.448 pontos.
-
Cartão pontuando em dólar:
US$ 80 geram pelo menos 120 pontos no cartão.
-
Parcelamento em até 10x sem juros na Amazon, com fluxo de caixa preservado.
-
Compras de livros importados com valor cultural e formativo altíssimo, que podem ser utilizados profissionalmente e até revendidos, formando um capital de longo prazo.
-
Transferência bonificada de pontos para milhas com até 100% de bônus, o que transforma os 4.448 pontos em quase 9.000 milhas — o suficiente, em certas promoções, para uma viagem doméstica ou internacional com dinheiro economizado.
O ciclo da miopia gamer
O ciclo do gamer médio é simples:
-
Reclama do preço.
-
Paga assim mesmo.
-
Reclama da performance.
-
Joga compulsivamente.
-
Esquece que gastou.
-
Repete.
O ciclo do consumidor estratégico é outro:
-
Planeja a compra com antecedência.
-
Usa campanhas de pontos/milhas/cashback.
-
Acumula capital invisível (milhas, livros, conhecimentos).
-
Viaja com economia ou revende com lucro.
-
Investe em si.
-
Sobe de nível na vida real.
A falência do imaginário gamer
O problema do meio gamer não é apenas econômico — é epistemológico. Falta imaginação real, capacidade de ver o invisível. Há um apego ao visível imediato (jogo, trailer, hype, download), mas uma completa ignorância do mundo invisível das finanças pessoais, do acúmulo de capital intelectual, e da conversão do consumo em liberdade.
A maior ironia? O próprio vocabulário gamer está repleto de conceitos como "XP", "evolução", "builds estratégicas" e "farming" — mas pouquíssimos gamers aplicam esses conceitos na vida real. Jogam como se fossem deuses. Consomem como se fossem escravos.
Conclusão
Se o meio gamer soubesse o que é um programa de pontos, entenderia o valor de transformar R$ 444,80 num investimento cultural e estratégico.
Se soubesse o que é capital kairológico — o acúmulo de tempo, conhecimento e inteligência aplicada — pensaria duas vezes antes de dar “pre-order” num jogo e zombar de quem compra livros ou acumula milhas.
Mas como não vê o invisível, vive preso ao visível. E quem só vê o que está diante dos olhos nunca alcançará o que realmente vale a pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário