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sexta-feira, 27 de junho de 2025

Família das Nações: a vocação monárquica do Brasil e a afeição fraterna pelos povos da antiga Cristandade

Aprendi com Dom Bertrand de Orleans e Bragança, atual Chefe da Casa Imperial do Brasil, a tratar o povo como se fosse parte da família. Essa lição, simples em aparência, é, na verdade, o fundamento de uma verdadeira política cristã. Em uma monarquia cristã, o governante não governa como um chefe distante, mas como um pai atento; sua autoridade não é um peso imposto, mas um serviço prestado por amor. É com base nessa visão que, ainda sendo um mero cidadão do Império do Brasil, tenho por princípio tratar os poloneses — e, por extensão, outros povos da antiga Cristandade — como parte da minha própria família espiritual e histórica.

Essa atitude não é romântica, tampouco idealista no sentido vazio. Ela é fundada em vínculos concretos e objetivos. Os Bragança do Brasil têm relações dinásticas com diversas casas reais europeias, incluindo os Habsburgo, que, por longos séculos, tiveram sob sua tutela povos da Europa Central, incluindo os poloneses, que em diversos momentos históricos foram seus súditos ou aliados. Esses laços de sangue, selados por matrimônios, alianças e fidelidades mútuas, não foram apagados pelas revoluções modernas ou pelos tratados republicanos. Persistem na memória, na cultura, na fé e na consciência daqueles que reconhecem uma ordem superior à das ideologias transitórias.

A civilização cristã, forjada na Europa e irradiada para o Novo Mundo, criou uma verdadeira familia nationum, uma “família das nações”, unida pela fé católica, pela moral natural e pela ordem monárquica como expressão visível da realeza de Cristo. A Polônia, ao lado de Portugal, da Áustria, da Espanha e do antigo Sacro Império, integra essa comunidade espiritual. O Brasil, como herdeiro dessa tradição e sede de um Império católico em terras americanas, não é estranho a essa família: é um de seus ramos mais jovens, mas não menos legítimos.

Quando trato os poloneses como irmãos, faço-o em fidelidade à vocação imperial do Brasil. Assim como os antigos imperadores cuidavam dos seus súditos distantes como quem cuida de uma família espalhada pelo mundo, assim também o brasileiro que compreende o seu papel diante de Deus estende sua afeição, sua lealdade e seu respeito a esses povos irmãos. Essa atitude não se opõe ao amor pela pátria; ao contrário, ela o amplia, pois inscreve o Brasil na genealogia espiritual da Cristandade, que reconhece a dignidade de cada povo sem dissolver as suas identidades.

Nos tempos modernos, em que a política se tornou um jogo de interesses fragmentários, esse espírito familiar parece estranho. Mas é justamente por isso que ele é tão necessário. O futuro pertence àqueles que souberem restaurar as alianças esquecidas e reconstruir, nos méritos de Cristo, uma ordem que una os povos não pela força, mas pela verdade e pela caridade.

É nesse sentido que compreendo minha vocação como cidadão do Império do Brasil: multiplicar os talentos recebidos, servir à Verdade, e tratar cada homem de bem — especialmente os que partilham a herança da antiga Cristandade — como parte da minha família em Cristo, por Cristo e para Cristo.

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