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sábado, 14 de junho de 2025

Como minha experiência de consumo virou uma aula prática de economia para advogadas e contadoras no Amal Date

Quem me acompanha nas redes sociais — especialmente no Amal Date e no Facebook — sabe que grande parte das minhas postagens versam sobre economia. Isso não aconteceu por acaso. Essa inclinação foi fruto de um longo processo de aprendizagem, que devo em grande parte ao meu amigo Rodrigo Arantes¹, com quem tive conversas riquíssimas ao longo dos anos. Mas o que mais me surpreende é como essa minha forma de abordar os temas econômicos acabou atraindo um público específico: advogadas, economistas e contadoras.

Micro-história e consumo: a economia vista de baixo para cima

O que faço, na prática, é aplicar os conceitos de micro-história ao consumo. Enquanto muitos preferem falar de grandes teorias econômicas de forma abstrata, eu conto como as decisões de consumo que tomo — levando em conta minhas circunstâncias concretas — refletem a política econômica do Brasil e a estrutura de mercado vigente.

Quando narro, por exemplo, como uso cashback para mitigar a perda de poder de compra ou como escolho comprar livros poloneses com conversão de moeda via Wise², estou fazendo uma crônica viva da economia. Não a economia de gabinete, mas a economia que sangra na carne do consumidor comum.

Esse olhar parte de um princípio simples: toda decisão de consumo é também um documento histórico³. Cada escolha que faço carrega consigo a marca de um determinado momento político, econômico e social. Cada cashback que eu recebo, cada livro que eu importo, cada estratégia de elisão fiscal que adoto como consumidor consciente... tudo isso compõe um retrato da História Econômica do Brasil, vista de baixo, pelas lentes do indivíduo que lida com as consequências das decisões macroestruturais.

O background jurídico e histórico como tempero adicional

Meu background em Direito e História acrescenta uma camada importante a essa abordagem. As advogadas que me seguem percebem que, ao falar de economia, eu não ignoro os aspectos jurídicos que permeiam essas decisões. Quando discuto o impacto de uma medida provisória, de uma decisão do STF ou de uma nova regulamentação fiscal, minha análise vai além da superfície.

Eu mostro como uma mudança legislativa se traduz, na prática, em uma nova forma de organizar o orçamento doméstico ou uma nova maneira de acessar o mercado internacional de consumo⁴. Essa combinação de análise jurídica, histórica e econômica cria uma espécie de narrativa de sobrevivência inteligente, que ressoa profundamente com quem vive de entender normas, regras e estruturas.

Por que as contadoras prestam tanta atenção?

No caso das contadoras, o motivo do interesse é ainda mais evidente. A contabilidade, no fim das contas, é a ciência da micro-história econômica por excelência⁵. O que é um livro razão, senão o registro das pequenas decisões econômicas de uma empresa ou de um indivíduo? O que é a escrituração contábil, senão a história da interação entre sujeito e mercado, narrada em números?

Quando eu conto como decidi aproveitar o IVA abatido ao importar livros da Polônia, ou como planejo o uso de cashback para equilibrar meu orçamento mensal⁶, estou falando na linguagem delas. Estou, sem saber, fazendo educação financeira com fundamento contábil, a partir da minha própria experiência de vida.

Mais que teoria: a prática da inteligência contextual

O que chama a atenção desse público não é só o conteúdo, mas o método. Em vez de apresentar conceitos de maneira teórica, eu mostro como penso estrategicamente diante das circunstâncias concretas que a vida me impõe. Faço aquilo que o brasileiro médio não faz: analiso, contextualizo e tomo decisões conscientes, com base em um mapa mental que combina Direito, História, Economia e Experiência de Vida.

Esse é o diferencial. Em uma rede social de encontros, onde muitos homens tentam impressionar com fotos de viagens ou frases de efeito copiadas de perfis de autoajuda, eu ofereço consistência intelectual aplicada à realidade prática.

Conclusão: o valor de viver com inteligência econômica e histórica

O resultado dessa postura é que minhas interações online acabam gerando diálogos de altíssimo nível com mulheres que têm não só formação técnica, mas também interesse genuíno por como o mundo funciona. Advogadas, economistas e contadoras reconhecem, na minha escrita, um tipo de inteligência que vai além da pose: uma inteligência que se reflete na forma como eu vivo e nas escolhas que faço todos os dias.

No fim das contas, a minha experiência de consumo se transformou numa aula prática de economia — não só para mim, mas também para quem me acompanha. E assim, ao narrar minha própria micro-história, acabo contando também um capítulo vivo da História Econômica do Brasil.

Notas de Rodapé:

  1. Rodrigo Arantes, amigo pessoal e mentor em questões econômicas, com quem mantive debates que formaram minha visão prática de economia.

  2. Wise é uma fintech que oferece soluções de câmbio com taxas mais acessíveis que os bancos tradicionais, bastante usada por consumidores que fazem compras internacionais.

  3. Sobre o conceito de micro-história, cf. Giovanni Levi, A Herança Imaterial: Trajetória de um historiador, Ed. Companhia das Letras.

  4. Exemplo típico: o impacto de alterações na legislação tributária sobre o custo efetivo de importações feitas por pessoas físicas.

  5. Cf. Lopes de Sá, Antonio. Teoria da Contabilidade, Ed. Atlas, para o conceito da contabilidade como memória econômica.

  6. Sobre estratégias de aproveitamento de cashback e gestão do consumo em tempos de inflação, cf. minhas próprias publicações nas redes sociais, onde documento essas práticas de forma contínua.

Bibliografia:

  • Levi, Giovanni. A Herança Imaterial: Trajetória de um historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

  • Lopes de Sá, Antonio. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003.

  • Leão XIII. Rerum Novarum. Encíclica Papal, 1891.

  • Wise. Site oficial da fintech: https://wise.com

  • Publicações pessoais do autor nas redes sociais (Facebook e Amal Date).

  • Documentação oficial de programas de cashback de empresas como Amazon, Coupert, e GOG.

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