Resumo:
Este artigo examina criticamente o legado das independências ibero-americanas à luz das declarações póstumas de arrependimento de líderes como Simón Bolívar, José de San Martín e Emilio Aguinaldo. Argumenta-se que as independências, longe de consolidarem uma autêntica soberania, introduziram os países na órbita de novas formas de dominação, como a maçonaria internacional e, no século XXI, a dependência econômica da China. O texto também discute a falsa narrativa de que as nações ibero-americanas eram meras colônias, ocultando sua condição de reinos ultramarinos no contexto das monarquias católicas ibéricas.
Palavras-chave: independência, maçonaria, hispanismo, colônia, China, arrependimento.
1. Introdução
As independências da América Latina são tradicionalmente celebradas como marcos de liberdade e emancipação. Entretanto, uma análise crítica do testemunho de seus protagonistas revela uma realidade mais sombria. Lideranças como Simón Bolívar, José de San Martín e Emilio Aguinaldo manifestaram, nos anos finais de suas vidas, profundo desencanto com os rumos tomados por seus respectivos países após a separação da Espanha. Este artigo propõe uma revisão desse processo histórico à luz desses testemunhos e da atual conjuntura política e econômica da região.
2. O Testemunho dos Arrependidos
Em 1830, Simón Bolívar afirmou: “La América es ingobernable. Los que han servido a la revolución han arado en el mar. La única cosa que se puede hacer en América es emigrar…” (Bolívar, 1830). José de San Martín, em carta de 1841, lamentava: “Cuando uno considera que tanta sangre y sacrificios no han sido empleados sino para perpetuar el desorden y la anarquía, se llena el alma del más cruel desconsuelo” (San Martín, 1841).
Já Emilio Aguinaldo, líder da independência filipina, declarou em 1958: “Estoy arrepentido en buena parte por haberme levantado contra España (...) Bajo los Estados Unidos, somos tan solo un mercado de consumidores…” (Aguinaldo, 1958).
Esses testemunhos indicam que a luta pela independência não trouxe a ordem, liberdade ou prosperidade prometidas, mas uma sucessão de instabilidades e nova subserviência às potências dominantes da modernidade.
3. A Invenção da Colônia e a Queda da Monarquia Cristã
Ao contrário do que afirma a narrativa republicana, os territórios americanos sob Espanha e Portugal não eram colônias no sentido moderno. Eram, conforme o direito vigente, partes integrantes das coroas ibéricas, com seus habitantes reconhecidos como súbditos ou mesmo cidadãos.
Segundo Sánchez Agesta (1972), o Império Espanhol operava sob o conceito de “comunidade de reinos”, onde o Novo Mundo era uma extensão da Espanha. A separação violenta, portanto, pode ser vista não como uma libertação de uma metópole opressora, mas como a destruição de uma unidade política fundada na fé católica.
4. Maçonaria, Globalismo e Neocolonialismo
A maioria dos "libertadores" estava ligada à maçonaria, como revelam estudos de autores como Ricardo de la Cierva (2000). A maçonaria introduziu na América Latina os princípios do Iluminismo e da Revolução Francesa, que levaram à laicização das instituições, perseguição à Igreja e instabilidade política.
No século XXI, o que foi antes uma colônia espiritual da maçonaria passou a ser uma colônia econômica da China. Em vários países ibero-americanos, investimentos chineses compram terras, infraestrutura e indústrias, estabelecendo um novo padrão de dependência.
5. Conclusão
A narrativa da independência como emancipação é uma construção ideológica. O testemunho dos próprios líderes revolucionários denuncia que, ao romper com as monarquias católicas, os países ibero-americanos perderam sua alma, suas estruturas e sua soberania. Ao invés de nações livres, tornaram-se territórios instáveis, fáceis de colonizar por potências ideológicas e econômicas modernas.
Referências (formato ABNT):
AGUINALDO, Emilio. Cartas Políticas. Manila: Arquivo Nacional das Filipinas, 1958.
BOLÍVAR, Simón. Cartas y Discursos. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1830.
CIERVA, Ricardo de la. La Masonería Invisible. Madrid: Fenix, 2000.
SAN MARTÍN, José de. Cartas Completas. Buenos Aires: Instituto Nacional Sanmartiniano, 1841.
SÁNCHEZ AGESTA, Luis. Historia Constitucional de la Monarquía Española. Madrid: Alianza Editorial, 1972.
Anexos: Imagem referenciada: "Los Arrepentidos".
Fonte: https://www.facebook.com/groups/laleyendanegra/posts/9974090456043272/, acesso em 07 de junho de 2025.
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