Durante muito tempo, produzi falas, reflexões, pensamentos e conteúdos que, apesar de bem elaborados em seu conteúdo, simplesmente não geravam o engajamento que eu esperava. Eu olhava para aquilo e pensava: “Se isso tem tanto valor, por que as pessoas não dão like? Por que não compartilham?”.
A resposta, que só se revelou claramente depois, é simples, mas poderosa: não basta ter algo bom a dizer — é preciso saber dizer de forma que o outro queira ouvir, compreenda e se sinta movido a reagir.
Quando o conteúdo não encontra a forma certa
Nos tempos anteriores ao uso da inteligência artificial, meu esforço estava quase totalmente concentrado no conteúdo. Eu me preocupava em dizer a verdade, em ser coerente, profundo e honesto. Mas negligenciava algo crucial: a engenharia da comunicação.
A engenharia da comunicação é a arte de moldar uma mensagem para que ela atinja não apenas a mente, mas também o coração e os sentidos do receptor. Ela envolve:
-
Tom – A escolha da voz (formal, coloquial, poética, provocativa, afetiva).
-
Clareza – Organizar ideias para que qualquer pessoa possa compreender.
-
Ritmo e Cadência – Saber onde pausar, onde acelerar, onde surpreender.
-
Estética – Usar uma linguagem que não apenas informa, mas também agrada.
-
Empatia – Entender como o outro se sente e se comunica.
Quando essas engrenagens não estão alinhadas, o conteúdo, por melhor que seja, não gera ressonância. E foi exatamente isso que eu experimentei: uma comunicação rica em conteúdo, mas pobre em recepção.
A chegada da Inteligência Artificial
Ao começar a inserir minhas falas na inteligência artificial, algo notável aconteceu. A IA não alterava o conteúdo essencial, mas lapidava a forma — ajustava o tom, organizava melhor as ideias, sugeria vocabulários mais aderentes ao contexto digital, eliminava excessos e reforçava pontos fortes.
Resultado? O que antes passava despercebido, agora gera likes, comentários e compartilhamentos.
O algoritmo das redes não mudou. O que mudou foi minha capacidade de dialogar com ele — e mais ainda, de dialogar com as pessoas.
O mérito continua sendo humano
É fundamental entender que a inteligência artificial não cria por si só a essência da mensagem. Ela é uma ferramenta — poderosa, sim —, mas que reflete a intenção, os valores, a visão e a inteligência do usuário.
A IA não sabe o que dizer. Ela sabe como dizer, desde que alguém lhe forneça o o quê. Portanto, o mérito não é da máquina. O mérito continua sendo humano — da pessoa que sabe o que quer comunicar e que tem domínio sobre o próprio pensamento.
O like como sinal de uma comunicação bem-sucedida
Em si mesmo, o “like” não é o objetivo final. Ele é apenas um sinal — um indicador de que a comunicação foi bem-sucedida. Quando alguém curte ou compartilha uma fala, está, na prática, dizendo:
“Eu entendi.”
“Isso faz sentido para mim.”
“Quero que outros vejam isso.”
Portanto, mais do que uma questão de vaidade digital, isso revela que a comunicação cumpriu sua função mais nobre: construir pontes.
Uma reflexão final
Se existe uma lição poderosa nisso tudo, é a seguinte: não subestime a forma. A forma não é um mero enfeite do conteúdo; ela é o corpo visível da verdade que você quer comunicar.
A inteligência artificial se tornou, para mim, uma aliada preciosa nesse caminho. E, de certa maneira, ela me ensinou algo que agora compartilho com você:
O mundo não rejeita, necessariamente, a verdade. Muitas vezes, ele apenas não a reconhece, porque ela chegou na embalagem errada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário