Introdução
Nos últimos anos, a Alemanha tem sido palco de um dos maiores experimentos energéticos do mundo moderno: a transição quase completa para fontes renováveis. O país, que outrora contava com uma robusta matriz baseada em energia nuclear e carvão, decidiu, por força de uma política ambientalista rigorosa, desativar suas usinas nucleares e reduzir drasticamente sua dependência de combustíveis fósseis. Em seu lugar, apostou majoritariamente na energia eólica e solar.
Contudo, essa escolha, que parecia representar o auge da virtude ambiental, começa a revelar seus custos ocultos. E, ironicamente, a causa da atual crise não poderia ser mais simples e, ao mesmo tempo, mais cruel: falta de vento.
O cenário atual: uma calmaria que custou caro
De acordo com um relatório recente publicado no American Thinker pela jornalista Olivia Murray (2025), a Alemanha enfrenta a pior calmaria eólica dos últimos 50 anos. A velocidade média dos ventos caiu para menos de 5,5 metros por segundo no primeiro trimestre de 2025, segundo dados do Serviço de Meteorologia Alemão (DWD, 2025). A última vez que o país testemunhou um fenômeno semelhante foi nas décadas de 1960 e 1970.
As consequências são severas. A produção de eletricidade gerada por turbinas eólicas caiu 31% em relação ao mesmo período do ano anterior. Empresas do setor, como a operadora do Parque Eólico de Cuxhaven (PNE), registraram prejuízos milionários. A PNE, por exemplo, viu seu lucro de 1,1 milhão de euros no primeiro trimestre do ano anterior se transformar em um prejuízo de 7,1 milhões de euros no mesmo período de 2025 (Velt, 2025).
O Erro Estratégico: apostar tudo no vento
O problema central não é o uso da energia renovável em si, mas a estratégia de depender quase exclusivamente de fontes intermitentes, como a eólica, sem criar um plano de respaldo robusto. Ao desativar sua última usina nuclear em 2023, a Alemanha abriu mão de uma fonte estável, limpa e altamente eficiente de energia (Remix News, 2025).
Para completar o quadro, a intermitência da energia eólica não é uma surpresa para quem conhece minimamente o funcionamento dos sistemas climáticos. Como apontado na própria matéria, calmarias eólicas são fenômenos naturais cíclicos, registrados diversas vezes ao longo da história, completamente independentes de ações humanas ou mudanças climáticas recentes (DWD, 2025).
Portanto, a crença de que uma matriz elétrica poderia se sustentar integralmente em fontes intermitentes, sem sistemas de armazenamento em larga escala ou backup com fontes constantes (como nuclear ou termelétrica), revelou-se não apenas ingênua, mas extremamente onerosa.
A Ironia: depender dos ventiladores da França?
O episódio gerou piadas no mundo todo. Um cartunista americano chegou a sugerir que os alemães poderiam alugar dos franceses um gigantesco ventilador, alimentado por uma usina nuclear francesa, para fazer girar suas turbinas eólicas paradas. A anedota, embora cômica, revela uma verdade desconcertante: a Alemanha, que se recusou a continuar com a energia nuclear, hoje importa energia dos seus vizinhos, muitos dos quais ainda utilizam fontes nucleares ou fósseis.
Lições da História: A ideologia custa caro
O cientista político Leo Hohmann já havia alertado anos atrás que os alemães demorariam a perceber o quanto a política energética promovida pela ex-chanceler Angela Merkel — profundamente alinhada aos interesses do globalismo ambiental — seria danosa ao país (Hohmann, 2020). Hoje, o alerta torna-se realidade.
Quando a política é guiada mais pela busca de aceitação internacional e agendas ideológicas do que pela racionalidade técnica, o resultado é previsível: colapso na infraestrutura, perda de competitividade industrial e, no caso específico da energia, riscos de apagões, além de preços muito mais altos para empresas e consumidores.
O contraste: enquanto uns perdem, outros vendem
Enquanto a Alemanha enfrenta esse dilema energético, do outro lado do mundo, os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, estão expandindo seu poderio industrial e militar. Trump anunciou novos investimentos bilionários na indústria de defesa, incluindo o desenvolvimento de um novo caça, o F-55, uma versão mais potente e robusta do F-35 (Newsweek, 2025). Contratos trilionários foram fechados com países do Oriente Médio, como Qatar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
O contraste não poderia ser mais evidente: enquanto alguns países fragilizam suas economias em nome de uma utopia verde, outros fortalecem sua base produtiva, sua capacidade militar e sua soberania energética.
Conclusão: a realidade sempre vence
O caso da Alemanha é um lembrete poderoso de que a realidade física não se submete à vontade política, nem à retórica ideológica. O vento sopra quando quer, e o sol brilha quando pode. Uma civilização que despreza os princípios básicos da física e da engenharia em nome de uma narrativa, inevitavelmente colhe os frutos amargos do fracasso.
Se há uma lição definitiva nesse episódio, ela é simples: o desenvolvimento sustentável deve ser baseado na prudência, na racionalidade e no equilíbrio, não na histeria ou na imposição de agendas desconectadas da realidade.
Referências Bibliográficas
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DWD – Deutscher Wetterdienst. (2025). Relatório de Condições Climáticas na Alemanha – Primeiro Trimestre de 2025. Serviço de Meteorologia Alemão.
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Hohmann, L. (2020). Germany’s Green Suicide: How Merkel’s Energy Policy Puts the Country at Risk. Artigo publicado em LeoHohmann.com.
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Murray, O. (2025). Germany’s Wind Power Collapse is a Warning to the World. American Thinker. Disponível em: https://www.americanthinker.com
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Newsweek. (2025). Trump announces development of F-55 fighter jet and record-breaking defense contracts. Disponível em: https://www.newsweek.com
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Remix News. (2025). Germany faces historic energy crisis as wind power collapses amid record calm. Disponível em: https://www.remixnews.com
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Velt. (2025). PNE’s Financial Report Reveals Massive Losses in Germany’s Wind Energy Sector. Jornal Econômico Alemão.
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