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sábado, 30 de janeiro de 2021

Combater um conservantista é um combate mortal

1.1) Quando se lida com conservantista, é preciso se entender de uma vez por todas: guerra é a continuação da política por meios violentos, como diria Clausewitz. 

1.2) A desonestidade intelectual de um conservantista é vencida com um belo fuzilamento, pois a resposta a essa gente deve e precisa ser assimétrica, visto que justiça é preconceito para eles, visto que o comunismo é a manifestação mais extrema desse senso, pois são todos animais que mentem. Não busque o sistema legal se os desembargadores estão removendo as cruzes dos tribunais. Para eles, essa classe ociosa que controla judiciário, a justiça é uma ilusão - e essa gente precisa ser eliminada à bala exemplarmente. Condená-los à aposentadoria seria um prêmio para eles.

2) Se você é pequeno e o conservantista é um adamastor, você precisa contorná-lo. Enquanto você não tiver os meios necessários, você não poderá esmagá-lo, a ponto de transformar o Cabo das Tormentas em Cabo da Boa Esperança.

3) Quando se é pequeno, a discrição é importante. Não queira os holofotes para si enquanto você não tiver de eliminar primeiro todos os adamastores, desde os acadêmicos. passando pelos tiranos municipais, estaduais, os ministros de corte suprema e suas majestades, os presidentes do Brasil - todos os outros que imitaram o faraó do Egito, exceto Jair Bolsonaro.

4) Enquanto você não dispuser de um Exército que esteja disposto a matar e morrer por Cristo-Rei, o Crucificado de Ourique, a catacumba é o único lugar seguro, pois Deus protege os pequenos e inofensivos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Notas sobre o Admirável Mundo Antigo

1) O caminho de um império fundado para o esplendor e glória em Cristo começa ser a pavimentado a partir das estradas vicinais de outro antigo império, onde César foi divo, a exemplo do Faraó. Um distrito agrícola começa a ser criado a partir da associação de um pasto, de um celeiro e de uma fazenda, reunidos de uma maneira mais ou menos trinitária. Da associação de um conjunto de fazendas e pastagens que gravitam em torno de um celeiro central, nós temos um vicus

2.1) Do encontro dos vários fazendeiros e artesãos do vicus, nós temos um mercado, onde os bens são trocados por meio de outros bens ou dinheiro - e esses mercados ficam às margens da estrada vicinal que conecta uma cidade e outra. Um humilde lugarejo passa a ser instalado adjacente ao distrito de modo a processar a matéria-prima do lugar, a ponto de os produtos receberem um acabamento artesanal. 

2.2) Com o passar do tempo, a cooperação acaba se tornando bem-sucedida, pois o lugarejo se torna uma vila com o passar do tempo, a ponto de servir de habitação dos habitantes da localidade, enquanto as fazendas viram latifúndios, o celeiro vira armazém e os pastos ganham usinas de processamento da carne e da pele. E o distrito passa a crescer em extensão territorial e em especialização econômica - com o crescimento, começa a nascer a vocação comercial e fabril da cidade a partir da agricultura. Adjacente a esse armazém, um caravançarai é instalado para servir de ponto de partida para as caravanas. E as operações comerciais por terra começam a ser desenvolvidas, inicialmente para atender a demanda doméstica - com o tempo, elas ganham uma escala mais internacional, conectando uma cidade e outra em favor do império. Se a cidade tivesse acesso ao mar, um porto seria naturalmente criado.

2.3.1) A economia da localidade se torna cada vez mais diversificada - todo tipo de pessoa, das mais variadas origens e classes sociais, passa a habitar a localidade, fazendo com que a vila ganhe um ar cada vez mais cosmopolita, de civitas mesmo. Essas pessoas prestam toda sorte de serviço, sobretudo de prover as demandas da população através do comércio. 

2.3.2) Casamentos interclasses começam a haver de tal modo a surgirem os primeiros polímatas. A partir da idéia de família, associações profissionais começam a surgir, surgindo, assim, as guildas. Os encontros nos mercados vão ganhando variedade conforme o sabor das estações e das circunstâncias, a ponto de a vila se tornar uma cidade de eventos, que vão desde casamentos a grandes missas. Está formada a municipalidade - e com ela noção de servir a um bem comum, de modo que todos amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. 

3.1) Ao menos eu posso imaginar esse admirável mundo antigo, que foi construído ao longo das gerações, através do processo de se conservar o que é conveniente e sensato, coisas essas que apontam para a conformidade com o Todo que vem de Deus. 

3.2) Tudo isso nasceu do desenvolvimento natural das instituições sociais e econômicas, de tal maneira que lembrasse ao homem a idéia de que há um mundo melhor depois dessa vida. Afinal, a riqueza não é um fim em si mesmo, mas o instrumento por meio do qual atingimos o bem comum, que é fazer o maior número possível de pessoas amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de viverem a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, fazendo com que a cidade seja um espelho na terra do que é a Jerusalém celeste. 

3.3) Trata-se da cidade dos homens bons, não dos animais que mentem, que vivem conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. O amor dos maus por si é tanto que desprezam a Deus - e o resultado disso é a criação das cidades modernas, que são a negação do que significa ser uma cidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Da função do armazém na indústria e no comércio

1) O armazém, quando está a serviço do comércio, ele tende a imitar o comportamento do celeiro. Se o celeiro induz a noção de que o controle da terra é a base do poder, por ser o alicerce do Estado, então o armazém induz a noção de que o controle do mar permite o controle do mundo inteiro, o que cria um tipo de imperialismo, a Nova Ordem Mundial.

2) Por outro lado, se o armazém estiver associado a uma manufatura, a uma fábrica, o processo produtivo tenderá a ser distribuído, descentralizado, uma vez que o processo de gestão dos recursos é essencialmente local e circunstancial, uma vez que isso pede que uma pessoa reúna todos os fatores de produção num único de sistema pessoal.

3.1) Antes mesmo que a revolução industrial fosse feita de baixo para cima, ela foi feita de cima para baixo, como uma forma de consolidar o domínio das rotas comerciais já obtidas através do comércio. E o objetivo era acabar com as indústrias locais e tradicionais dos povos nativos que se encontravam no além-mar. 

3.2) Como a Inglaterra era uma nação de piratas, a Revolução Industrial nasceu a partir de muita pirataria e saque.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

Comentários:

Chat GPT:

Interessante análise! As ideias abordadas parecem destacar como diferentes tipos de economia e comércio influenciam a organização e o controle do poder em escalas locais e globais.

  1. O primeiro ponto aborda a função do armazém como extensão do comércio marítimo e o compara ao celeiro, ligado à agricultura. Aqui, é sugerido que o comércio marítimo induz uma forma de imperialismo ao promover o controle global. O celeiro, por sua vez, sugere uma base de poder territorial, indicando uma perspectiva mais estatista e territorializada do poder, enquanto o armazém propaga a ideia de domínio global por meio do comércio e das rotas marítimas, associando isso à Nova Ordem Mundial.

  2. O segundo ponto trata do armazém associado à manufatura, destacando como a gestão de recursos torna-se local e circunstancial, levando à descentralização. Ao contrário do comércio imperialista global, a manufatura local cria uma autonomia e um sistema de gestão mais integrado e próximo dos recursos e da produção, o que reforça uma ideia de distribuição de poder mais regional ou comunitária.

3.1 e 3.2) O terceiro ponto oferece uma perspectiva histórica crítica da Revolução Industrial, afirmando que, antes de emergir "de baixo para cima" como um processo de desenvolvimento tecnológico e econômico das massas, ela foi uma estratégia de controle e centralização do poder pelas elites que já dominavam as rotas comerciais. A pirataria e o saque são destacados como práticas que fundamentaram a riqueza e o poder britânico, implicando que a Revolução Industrial foi, em grande medida, um processo de consolidação imperialista.

Essa reflexão parece se alinhar com uma crítica ao imperialismo e ao capitalismo global, destacando o papel histórico da exploração e do controle comercial. O foco na Inglaterra como nação pirata sugere uma visão crítica da origem da Revolução Industrial, argumentando que ela se baseou na destruição de economias locais e na imposição de um novo modelo econômico global.

Dettmann: Há uma frase de Tucídides que resume muito bem isto: quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo. E o armazém é a espinha dorsal dessa projeção de poder.

Chat GPT:  

A frase de Tucídides realmente sintetiza bem a lógica do poder marítimo: "Quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo". Isso reflete uma visão clássica de poder geopolítico, onde o domínio das rotas marítimas significa o controle do comércio, da movimentação militar e, consequentemente, da economia global.

O armazém, nesse contexto, torna-se um elemento essencial, funcionando como ponto estratégico para armazenar e distribuir recursos, garantindo que as operações logísticas e comerciais fluam sem interrupções. Dessa forma, ele é a "espinha dorsal" dessa projeção de poder, pois centraliza e sustenta o fluxo de mercadorias e o comércio internacional, fundamental para a manutenção do controle sobre os mares.

A partir disso, a ideia do armazém como um símbolo de poder e influência global emerge como uma peça-chave no imperialismo e na Nova Ordem Mundial, dado que ele serve tanto para suprir as demandas internas quanto para apoiar as expansões marítimas e comerciais.

Dettmann: Relacione essas idéias ao já foi dito sobre a sinergia entre armazém e alfândega.

Chat GPT:

A sinergia entre o armazém e a alfândega aprofunda o entendimento do poder do comércio marítimo e seu papel na economia global e imperialismo. O armazém, que representa o ponto de armazenamento e distribuição de mercadorias, trabalha em conjunto com a alfândega, que regula o fluxo de bens e arrecada impostos sobre o comércio, garantindo o controle econômico do Estado sobre as atividades mercantis.

Quando pensamos na frase de Tucídides – “quem tem o controle dos mares tem o controle de tudo” – e a aplicamos à relação entre armazém e alfândega, vemos que o poder marítimo não se limita ao controle das rotas de transporte. O controle do armazém e da alfândega permite não apenas o armazenamento e distribuição de produtos, mas também a arrecadação de impostos, a regulação e a monopolização do comércio. Assim, o Estado ou império que domina essas duas entidades pode controlar a economia global, através da tributação e da regulação do comércio internacional, consolidando sua influência sobre os mares e o comércio.

A alfândega, nesse sentido, garante que o fluxo de mercadorias que entram e saem seja monitorado e tributado, o que fortalece o controle econômico e político. Ela atua como guardiã do comércio marítimo, enquanto o armazém possibilita a logística de estocagem e distribuição. Essa sinergia é vital para a manutenção do poder de um império comercial, pois o controle das mercadorias e da taxação permite que o Estado centralize recursos e, assim, projete poder.

Se o armazém é a espinha dorsal do comércio marítimo, a alfândega é seu coração regulador, garantindo que o sistema funcione de forma centralizada, mantendo tanto o controle econômico quanto a ordem no comércio internacional. Esse equilíbrio entre armazenamento e regulação não apenas sustenta o comércio, mas também fortalece as estruturas imperiais, facilitando o tipo de domínio que se associaria à Nova Ordem Mundial.

Dettmann: Pode indicar boas bibliografias sobre o assunto?

Chat GPT:

Aqui estão algumas sugestões de bibliografias que podem te ajudar a aprofundar o estudo sobre o comércio marítimo, o papel do armazém e da alfândega, e suas implicações no controle econômico e político ao longo da história:

1. História Econômica e Comércio Marítimo:

  • Braudel, Fernand. Civilization and Capitalism, 15th–18th Century (Volume II: The Wheels of Commerce).

    • Braudel oferece uma análise profunda sobre o desenvolvimento do capitalismo e a importância das rotas comerciais e centros de armazenamento, como os armazéns, na consolidação de economias globais. Ele explica como o comércio marítimo era fundamental para as potências emergentes durante os séculos XV a XVIII.
  • Heckscher, Eli F. Mercantilism.

    • Este é um estudo clássico do mercantilismo, que analisa as políticas econômicas dos Estados europeus e como o controle do comércio e das alfândegas foi fundamental para fortalecer o poder nacional durante os séculos XVI e XVII. A relação entre a coleta de impostos, o armazenamento de mercadorias e o controle das rotas marítimas é central nesta obra.
  • Lane, Frederic C. Venice and History: The Collected Papers of Frederic C. Lane.

    • Lane oferece uma visão detalhada sobre o comércio marítimo de Veneza, discutindo o papel das instituições como alfândegas e armazéns no controle do comércio mediterrâneo e como isso foi essencial para a prosperidade e o poder político de Veneza.

2. Impérios e Poder Marítimo:

  • Tucídides. História da Guerra do Peloponeso.

    • Como mencionado, Tucídides é a fonte da famosa frase sobre o controle dos mares. Este clássico é essencial para entender o papel estratégico do poder marítimo na guerra e na política da Grécia antiga. Embora não trate especificamente de armazéns e alfândegas, oferece a base para entender a importância geopolítica do domínio marítimo.
  • Parker, Geoffrey. The Military Revolution: Military Innovation and the Rise of the West, 1500-1800.

    • Parker discute como o poder marítimo, a logística e o comércio foram centrais para a ascensão das potências europeias e seus impérios globais. O livro explora como o controle de rotas e a organização de estruturas comerciais, como armazéns e alfândegas, suportaram o poder militar e econômico.

3. História do Comércio e da Alfândega:

  • Findlay, Ronald, e O'Rourke, Kevin H. Power and Plenty: Trade, War, and the World Economy in the Second Millennium.

    • Esta obra trata da história do comércio global e de como a guerra e o poder político moldaram as rotas comerciais e a economia mundial. A sinergia entre o comércio e a política, incluindo o papel das alfândegas e a regulação do comércio, é central para essa análise.
  • O'Brien, Patrick K. The Economic Effects of the American Civil War.

    • Um estudo sobre o impacto econômico do comércio e da tributação no período da Guerra Civil Americana, este livro oferece insights sobre a relação entre o controle de mercadorias e a arrecadação de impostos, e como a alfândega e a logística comercial moldaram o conflito.
  • Casson, Mark (ed.). The World's First Customs System: The Ancient Near East, Egypt, and Greece.

    • Este livro oferece uma análise histórica sobre o surgimento e o papel das alfândegas nas primeiras civilizações e como elas controlavam o comércio e o movimento de mercadorias. Embora seja mais voltado para o período antigo, ele oferece uma perspectiva interessante sobre o desenvolvimento das alfândegas como ferramentas de controle econômico.

4. História das Estruturas Comerciais e Logísticas:

  • Chaudhuri, K. N. Trade and Civilisation in the Indian Ocean: An Economic History from the Rise of Islam to 1750.

    • Este estudo aborda o comércio marítimo no Oceano Índico e explica como os centros de armazenamento (armazéns) e alfândegas desempenharam papéis críticos na organização das rotas comerciais entre o Oriente Médio, a Índia e a Ásia Oriental.
  • Cipolla, Carlo M. Guns, Sails and Empires: Technological Innovation and the Early Phases of European Expansion, 1400-1700.

    • O livro analisa como a expansão marítima europeia foi apoiada por inovações tecnológicas e pelo desenvolvimento de sistemas logísticos, incluindo o uso de armazéns e a regulação aduaneira, para consolidar o controle global.

Esses textos oferecem uma base robusta para explorar a interseção entre comércio marítimo, armazéns, alfândegas e poder político ao longo da história. A combinação dessas fontes deve fornecer uma visão detalhada sobre como essas instituições moldaram e sustiveram impérios e economias globais.

Do sistema hierático e demótico de escrita

1) No Egito Antigo, o sistema de escrita hieroglífico era dividido em duas vertentes: o sistema hierático, que era versado em assuntos mais elevados - já que os sacerdotes, os escribas e os guerreiros constituíam a classe mais alta do país -, enquanto o sistema demótico reunia todo o conhecimento acumulado pelo povo, a base da pirâmide, dividido em várias classes profissionais, conhecimento esse essencialmente prático.

2) Como conhecimento é poder, o conhecimento fundado nas classes mais altas acabaria formando um conhecimento de tradição hierárquica, a ponto de formar os costumes administrativos do império egípcio. Esse conhecimento foi organizado em códices e armazenados na biblioteca de Alexandria, a ponto de compor uma tradição hermética. Já os conhecimentos de ordem popular, esses serviram de base para os avanços científicos da Antigüididade. Eram conhecimentos de cunho democrático.

3) Quando a base tende a imitar as virtudes dos membros da sociedade que se encontram no topo da pirâmide, o conhecimento demótico tende a ficar tão elevado quanto o sistema hierático que lhe influenciou e mais prático por ser mais simples. Como as coisas mais belas estão naquilo que é simples e humilde, não foi à toa que a língua copta adotou um versão demótica da escrita grega, imitando a estrutura do Egito Antigo.

4.1) É por conta de haver um sistema hierático e um sistema demótico de escrita que o direito em Roma foi dividido em Direito Público e em Direito Privado. Com a implantação da lei canuléia, essas duas tradições de conhecimento puderam ser juntadas numa mesma família, formando uma nova tradição de saberes. E aí surge uma demarquia, o início do processo de inversão do sentido da pirâmide, apontando para uma soberania popular.

4.2) Para que a demarquia ocorra, é preciso que a base tenha uma longa tradição em imitar uma elite virtuosa. Uma vez que essa elite entre em degeneração, os membros do povo, os mais virtuosos, poderão tomar o seu lugar por meio do mérito, reoxigenando a civilização com novos saberes fundados na virtude.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Notas sobre os quatro celeiros ou notas sobre os graus de humildade e da soberba econômica

1) O controle dos celeiros, das bibliotecas e dos bancos fez com que o poder fosse deslocado da base, que é o povo, para o topo da pirâmide, que é o faraó. Quanto mais o faraó fosse rico no amor de si até o desprezo de Deus, mais soberbo ele se tornava. A concentração de celeiros, bancos e bibliotecas permite ver os graus de soberba de uma classe governante: quanto mais cheia de si ela se tornava, mais ociosa ela se tornava. Portanto, ela se tornava ilegítima.

2) O controle do processo produtivo é o único que não admite um planejamento central, visto que é preciso conhecimento das circunstâncias locais para se gerenciar o reaproveitamento das sobras de material, evitando assim o desperdício e garantindo assim a eficiência. Quando mais democratizado for esse processo produtivo, quanto mais colaborativas forem as relações de produção, maior a necessidade de uma reciclagem das sobras de material, de modo a se combater o desperdício e por tabela a corrupção. E é da democratização do processo produtivo que a reciclagem tonou-se uma cultura e um estilo de vida, a ponto de se gerar os graus de humildade necessários que podem reverter o processo de centralização do poder.

3) Se as pessoas produzem energia, alimento, conhecimento e fazem uma poupança, a tendência é que isso acabe gerando um imposto de renda negativo. E isso fará com que o tamanho do Estado se reduza a tal ponto que conduza a classe governante a voltar para a realidade, de tal modo que a elite veja no povo um espelho de seu próprio eu, restaurando o senso de nobreza. 

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data da postagem atualizada).

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Do lixo compostado como o húmus necessário para uma Nova Idade Média

1) Ao longo da História, o ser humano teve necessidade de estocar para uso futuro quatro coisas: comida, produção, idéias e dinheiro. 

2) Dessas quatro coisas, o estoque de produção sempre foi o mais problemático: uma vez consumida a matéria-prima, além dos insumos necessários à produção, o que deve ser feito com as sobras de material com o desperdício? Historicamente essas coisas iam todas para o lixo - e o lixo acabava degradando o ambiente habitado pela comunidade que toma o lugar como um lar em Cristo.

3) Felizmente, devemos ver o que não se vê - e isso constitui a esperança, pois o lixo de uns constitui a riqueza de outros. A indústria de lixo constitui o segundo grau da indústria de base - com as sobras de material, novos produtos podem ser criados, fazendo com que novas riquezas sejam produzidas, o que garante uma maior diversificação industrial. A reciclagem cria uma cultura de nicho, a tal ponto que o lixo se torna um estoque de produção de segundo grau.

4.1) A soberba dos que fazem da riqueza sinal de salvação é convertida na humildade dos que se santificam através do trabalho de reciclar o lixo que esses mesmos soberbos produzem. É do húmus da basura que vem a nova indústria de base, tal como uma fênix que renasce a partir das próprias cinzas. 

4.2) É dentro das misérias da revolução industrial que ocorre a renovação dos homens a partir da indústria da reciclagem. A santificação através do trabalho de reaproveitar o material que em tese seria descartado dá uma nova visão de mundo, sustentada na responsabilidade de que devemos cuidar bem uns dos outros, bem como do lugar onde nascemos e vivemos, uma vez que o lugar onde se vive deve ser tomado como um lar em Cristo, por Cristo e para Cristo - e isto aponta para a restauração do senso de bem comum, uma nova era de transição, uma nova Idade Média, um tempo onde os homens estejam mais dispostos a servir à causa de Deus.

4.3) Essa responsabilidade gera um peso no ser e esse peso tem que ser sustentado tal como a Cruz que Cristo carregou - trata-se de uma chamada de consciência que afeta cada um de nós enquanto pessoas de modo que sirvamos a Deus nestas circunstâncias de miséria espiritual. Não cabe aqui a insustentável leveza do ser fundada numa liberdade sem verdade, conservando o que era conveniente e dissociado da verdade, como faz o liberalismo, movimento esse que inspirou os demais movimentos revolucionários.  

4.4) De certo modo, a cultura de reciclagem levará a renovação de todas as coisas que a revolução industrial destruiu em razão de se fazer da riqueza sinal de salvação. Trata-se de uma segunda Rerum Novarum. Eis a contracultura católica renascendo, pois o húmus do lixo compostado é o novo pântano, pântano esse do qual se ergueram as grandes comunas medievais, as grandes guildas, no passado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data da postagem original).

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Da indústria de base para a indústria limpa - por que é importante que uma nação se suje para ficar limpa depois?

1) Siderúrgicas e outras indústrias de base constituem a estrutura mais primordial, mais básica da economia de beneficiamento, a que converte matéria-prima em produto acabado.

2) Como dizem os de língua espanhola, essa indústria produz "basura", toda sorte de lixo ambiental. Mas o lixo de uns constitui o tesouro para outros - a  "basura" constitui o segundo grau da indústria de base. Você deve reciclar todo esse lixo de modo que se combata o desperdício, a superprodução e a ineficiência energética.

4) Se uma nação quiser ser rica e prosperar, o preço a se pagar é sujar todo o ambiente onde se vive. Mas como diz uma famosa propaganda, às vezes faz bem para uma nação se sujar, pois surge a necessidade de limpar todo o ambiente onde se vive - e aí se desenvolve toda uma cultura de nicho, decorrente do desenvolvimento como uma forma de expressão da liberdade, que deve estar sempre escorada na verdade, na santificação através do trabalho. Afinal, numa nação destinada a servir a Cristo em terra distante, é mais sensato que as pessoas ajam como verdadeiras crianças espirituais - e como toda boa criança, ela precisa se sujar de modo a aprender a lição, já que o homem é um animal que erra.

5.1) O que os donos do mundo fazem de proibir as pessoas e as nações de correrem o risco, de impedir de se sujarem para só depois limparem a sujeira feita - uma vez completado o ciclo econômico da indústria de base - tudo isso constitui uma forma de censura, uma vez isso nega o desenvolvimento econômico como uma expressão da verdade, da santificação através do trabalho.

5.2)  Por essa razão, essa psicose ambientalista é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, visto que ela concentra a riqueza e poder nos países que primeiro desenvolveram as tecnologias ambientais antes de todos os outros. E isso é um verdadeiro crime contra livre iniciativa humana, contra a vocação de se servir ao próximo. Isso cria uma reserva de mercado, um monopólio.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2021 (data da postagem original).