1) Quando alguém fala que poupança é algo obsoleto, a verdade é que não estou lidando com alguém, mas com uma caricatura de alguém, uma vez que conservar o que é conveniente e dissociado da verdade é lidar com uma caricatura de pessoa, com um espectro dela.
2,1) Os falsos não atacam o real problema, mas o espantalho de um problema.
2.2.1) Quando você vai descontar a raiva num falso, você retrata o sujeito de uma maneira bem genérica, a ponto de descrever sua conduta imoral e atacar tudo o que está de errado nela.
2.2.2) O falso, por ser uma caricatura de si mesmo, não vai se emendar, pois ele é tão cheio de si até o desprezo de Deus, mas se você ataca um personagem que é uma caricatura desse falso, isso acaba chacoalhando a cabeça de muitas pessoas que lêem o que escrevo. Eu faço isso em meus escritos o tempo todo - e meus escritos servem de vacina para isso.
2.2.3) É por essa razão que pego a conduta de certos conservantistas e as descrevo com precisão, de modo a destruí-las, por serem condenáveis. Não faço isso com intuito de assassinar reputação nenhuma, tanto que não cito nomes - até porque a estupidez é anônima, por estar abaixo de todo e qualquer nome honroso, para os quais palavrões não bastam.
3.1) Na minha vida online, já coletei várias declarações absurdas. Tal como Lévi-Strauss, estou catalogando o anti-humano na rede social, fundado no que se diz de conveniente e dissociado da verdade.
3.2.1) Isso será usado para compor um dummy, um boneco cuja função é ser saco de pancada de modo a denunciar o que não presta.
3.2.2) É o que posso fazer em termos de literatura, já que não tenho vivência ou traquejo suficiente para compor personagens que retratem o diabo conservantista que há nas profundezas da alma de cada um de nós, quando cometemos o pecado de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E eu certamente odeio este pecado - e eu odeio isso mortalmente, pois isto destruiu o meu pais.
3.2.3) Afinal o lixo de um homem é, na verdade, o tesouro de outro homem - eis os tesouros do absurdo, pois o que é insensato para um é sensato para outro. E o segredo para transformar lixo em ouro é a reciclagem. A literatura neste aspecto é a arte de reciclar esse lixo em ouro, a ponto de fazer a fênix renascer das próprias cinzas (ou um urubu renascer da própria merda, se você for insensato).
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 27 de junho de 2020.
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