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sábado, 13 de junho de 2020

Notas sobre o processo de investigação do conhecimento disperso na sociedade através dos assuntos nela discutidos

1) Algumas pessoas gostam de discutir política, enquanto outras discutem arte; outras discutem economia, história, teologia, culinária, receitas de cozinha, moda, esportes e entretenimento em geral. Por essa razão, todo leitor tem seu livro e todo livro tem seu leitor, por conta da diversidade de interesses.

2.1) O bom escritor deve ser versado em um certo número de assuntos, a ponto de ser um polímata. 

2.2.1) Para falar bem sobre uma determinada matéria, ele precisa estudar antes de falar. E para escrever bem sobre algo, ele precisa coletar histórias - e isso ele só consegue conversando com pessoas que tenham interesse neste tipo de assunto. 

2.2.2) As conversas precisam ser as mais produtivas possíveis, de modo que produzam muita reflexão e que induzam a uma investigação acerca da questão que está sendo discutida, de modo a vermos se ela aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus ou se ela tem um fim vão, fundado na estupidez humana, fundada neste animal que mente e que conserva o que é  conveniente e dissociado da verdade, em razão do pecado da vaidade, a base da soberba. 

2.2.3) Em todo o caso, esta investigação profunda acerca do que está sendo discutido pode produzir uma grande obra literária, uma vez que o escritor adentrou a alma humana através do tecido social de tal maneira que nenhum sociólogo foi capaz de fazer. E para isso, ele usou a observação e o bom senso, conservando o que era conveniente e sensato, o qual aponta para a verdade, a qual remete à dor de Cristo na cruz pelo perdão de nossas faltas. 

2.2.4) Essas observações, esses dados, acabam gerando impressões e imagens, o que acabará influindo decisivamente na cultura de um povo, a ponto de chamar os leitores da obra para aquilo que não pode e não deve ser esquecido.

3.1) O processo de observação da alma humana a partir do que está sendo feito e discutido pede muito amor à sabedoria. 

3.2) Trata-se de uma constante pesca de homens na terceira margem no rio de tal modo que eles não esqueçam aquilo que precisa ser observado, uma vez que o filósofo não bebeu das águas da aletéia, que estão envenenadas. Por esta razão, o trabalho do escritor é o trabalho operacional do trabalho do filósofo - é a sua vara de pescar. 

3.3.1) É desejável que todo filósofo saiba escrever bem, mas nem todo bom filósofo é necessariamente bom escritor. Para isso, ele deve ter secretários que sejam bons escritores e que façam este trabalho por ele. 

3.3.2) Por isso que havia sempre uma guilda de escritores próxima às academias. Ela era a parte operativa daquilo que se especulava na academia, uma vez que os dons são desiguais. Suas atividades se completavam, servindo assim ao bem comum.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de junho de 2020 (data da postagem original).

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