1) Dentro do âmbito da minha família, eu tenho me tornado banqueiro, pois guardo as sobras de dinheiro da família.
2.1) Meu irmão costuma guardar as sobras de dólar comigo.
2.2) Tenho um pote só para guardar os dólares e outro para os euros decorrentes de sobra de viagem. Sempre que houver dólares e euros suficientes, ele poderá usar essa sobra acumulada de modo a poder fazer uma viagem, sem a necessidade de recorrer ao câmbio.
3) Se tivesse pessoas na família tomando os EUA como um lar em Cristo da mesma forma como o Brasil deve ser tomado, nos termos de Ourique, certamente eu abriria uma filial do banco familiar onde se encontra o ramo da minha família, nos EUA. As sobras de dólar ficariam depositadas e poderiam ser destinadas aos parentes que necessitassem desse dinheiro para fazer uma viagem aos EUA, por exemplo. E para facilitar o trabalho, usaria um sistema próprio de correio, de modo a transportar esse dinheiro para essas pessoas.
4.1) Na economia familiar, 1 dólar e 1 real tendem a ter o mesmo valor, dado que ambos são tomados como parte do mesmo lar em Cristo.
4.2.1) Além disso, na família, onde o amor em Cristo é maior que o amor ao dinheiro, não há câmbio, embora seja possível haver uma forma de pagamento pelos serviços prestados de uma outra forma que não o dinheiro - a chamada dação em pagamento.
4.2.2) É por ajudar outros membros da família naquilo de que necessitam que esse serviço pode acabar se estendendo às pessoas da comunidade, aos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.
4.2.3) Afinal, pátria é família ampliada. E se isso é feito nos dois países de modo a serem tomados como um mesmo lar em Cristo, então há internacionidade dos serviços bancários, uma vez que isso acabou se tornando família ampliadíssima, pois é do diálogo que se operacionaliza em uma família que a riqueza de um país passa para o outro por meio de distributivismo.
4.2.4) É justamente porque 1 real e 1 dólar têm o mesmo peso no âmbito familiar, quando se toma ambos países como um mesmo lar em Cristo, que as coisas tendem para um padrão universal de valor. E é por essa razão que a tendência é o restabelecimento do padrão-ouro, de modo que as operações bancárias sejam facilitadas e acabem servindo a uma comunidade inteira.
4.2.5) Eis aí o verdadeiro fundamento da liberdade bancária. Começa-se servindo a economia doméstica para logo em seguida servir à comunidade inteira. Se o banco serve a todos os que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então ele tem o direito de emitir moeda fiduciária de modo a facilitar a troca no âmbito da comunidade - e o Estado tomado como se fosse religião não pode forçar estranhos a comerciarem com estranhos, pois isso é edificar liberdade voltada para o nada, base para a apatria, pois internacionalização pressupõe impessoalidade, pois o dinheiro é amado mais do que Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 26 de maio de 2017.
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