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segunda-feira, 15 de maio de 2017

Notas sobre a sucessão de certos bens usados de modo a maximizar o talento ou aprimorar uma qualidade pessoal específica

1) Meu avô, Octavio Gomes Viégas, tinha muita habilidade manual. Ele sabia consertar qualquer coisa e era bom com artesanato. Ele tinha uma caixa de ferramentas, que ficou com o meu tio, que não tem habilidade manual nenhuma.

2.1) Em vez de um determinado bem ficar para os filhos de sangue, que nem sempre possuem as mesmas habilidades do genitor, um determinado bem poderia ser legado para os genros ou para as noras, já que são também filhos e filhas, por força da lei natural do casamento.

2.2) Assim, meu pai, que tem habilidade manual, poderia herdar a caixa de ferramentas do meu avô - e essa caixa de ferramentas do meu avô passaria a ser da Madu, minha namorada e futura esposa, já que ela é médica, é cirurgiã e tem habilidades manuais, coisa que eu não tenho.

3) Os bens da época do meu avô eram de excelente qualidade e eram feitos para durar, coisa que já não se vê mais hoje em dia. Por conta de ser uma tradição de família, eles teriam um valor muito grande, tanto por sua utilidade quanto por conta da natureza sentimental. São bens que por natureza estariam fora do comércio - só poderiam ser assumidos por sucessão. E este é um aspecto que diferencia distributivismo do capitalismo, pois nem todos os bens devem estar no comércio, sob pena de rebaixar a qualidade dos produtos, sob a falsa alegação de que coisas novas, mais modernas, são sempre melhores que as coisas mais antigas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de maio de 2017.

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