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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Brincadeira é coisa séria - notas sobre a importância do apostolado da diversão como uma forma de despertar vocações desde cedo e preparar as crianças para servirem a Cristo em terras distantes, tal como se estabeleceu em Ourique

1) Uma vocação é despertada desde cedo. E isso se dá por meio do apostolado da diversão.

2) Se você é fazendeiro e tem filhos pequenos, ensine-os desde cedo a plantar e a tratar dos animais da fazenda. No começo, tudo é brincadeira, tudo é diversão. E como brincadeira é coisa certa, esse pequeno ser um dia se tornará agrônomo - e ele vai continuar a sua atividade, por meio da sucessão.

3) Da mesma forma, os padres. Muitas crianças despertam para o sacerdócio tanto atuando como coroinhas quanto brincando de celebrar a Santa Missa. É brincando de celebrar a Santa Missa que elas aprendem a imitar a Cristo - e como brincadeira se torna coisa séria, muito menino se torna padre e muita menina se torna freira.

4) Do mesmo modo, os capitães de manufatura medievais. Se sou filho de artesão e pai de um futuro artesão, eu mando meu filho para ser aprendiz na guilda dos artesãos - quando este atinge a maioridade, ele passa a capitanear a indústria, pois ele vai me suceder no meu negócio. E a educação de aprendizagem começa lúdica - e vai se tornando coisa séria com o passar dos anos.

5) Enfim, é pelo apostolado da diversão que a vocação vai sendo despertada de modo a servir a Cristo em terras distantes.

6) Se você olhar para as famílias de hoje em dia, as crianças estão tão envolvidas em uma enorme gama de atividades extracurriculares desde cedo que elas mal tem tempo para brincar - e é neste ponto que deixam de ser crianças e passam a ser adultos em miniatura. Pois é na brincadeira que se revela a verdadeira vocação, pois isso é parte do aprendizado.

7) Isto é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus - eis aí o efeito nefasto da cultura do diploma sobre as futuras gerações, assim como da educação pragmática, que ensina só que o conveniente e dissociado da verdade, fundadas nas coisas que o mercado pede enquanto uma relação de sujeição. O amor ao dinheiro mata a infância - o que faz com que as famílias fiquem ainda mais desestruturadas ao longo das gerações. Forma-se um operário, mas não um ser humano - e isto é diabólico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de maio de 2017 (data da postagem original).

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