1) Há duas formas de se fazer comércio.
2.1) A primeira é a que ama o dinheiro. E a melhor forma de conseguir dinheiro através do comércio é mexendo com a vaidade das pessoas ou satisfazer a falsa demanda de todos aqueles que buscam comprar alguma coisa ilícita de modo a afirmar a validade de uma ideologia, mesmo que isto seja um atentado à lei natural. E um desses sintomas desse amor ao dinheiro está na concupiscência.
2.2) Na concupiscência, o consumidor é visto como uma fonte de financiamento das atividades mercantis, pouco importando se o produto oferecido é lícito ou não. Dentro deste fundamento, o maconheiro não é muito diferente de quem compra um sorvete, de modo a refrescar o calor do verão, pois todos são consumidores. Afinal, o legal e o ilegal são iguais perante a lex mercatoria, a tal ponto que a lei positiva emanada por autoridade competente não passa de mero preconceito social ou mero preceito moral, já que não contém verdade nenhuma, se partirmos do ponto de vista do liberal, que é tão revolucionário como um marxista.
3.2) A segunda se funda na benevolência. Aquele que atende demandas habituais só vai oferecer ao mercado coisas sérias e construtivas, fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus. Seja vendendo artigos religiosos, alimentos, ou bens de alta cultura, esta pessoa vai atendendo a necessidades humanas, ainda que sejam poucas. Afinal, o produtor, o intermediário e o consumidor amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de haver uma comunidade. E é por conta de haver uma comunidade que há nacionismo e distributivismo.
4) A economia de massa não vê indivíduos, mas consumidores. Ela não olha para o caráter das pessoas, mas para o dinheiro que estas podem gastar no mercado. É uma economia que prefere a concupiscência à benevolência - e neste ponto, acaba edificando liberdade para o nada.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de maio de 2017 (data da postagem original).
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