1) Todo ser humano é criatura feita à imagem e semelhança de Deus - por essa razão esta criatura está sujeita à lei eterna de seu Criador - e se ela torna santa se viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, que criou as coisas por amor de modo que tenham uma nobre finalidade.
2) Como o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus, toda atividade organizada por ele está sujeita à lei eterna, já que as coisas criadas pelos seres humanos são acessórios que seguem seu principal - a criatura, que por sua vez segue ao seu Criador, que é Deus, uma vez que o derivado decorre de seu primitivo. Por isso toda atividade econômica organizada está sujeita à lei eterna de modo que essas coisas façam o país ser tomado como um lar em Cristo, de modo que isso nos prepare para a pátria definitiva, a qual se dá no céu.
3.1) Para se ter o pão de cada e conseguir riqueza por meio de seu trabalho, o homem precisa fazer as coisas se autopagarem diretamente, quando atendem às necessidades de outros semelhantes a ele. Exemplo disso é o computador onde o escritor escreve seus livros ou mesmo o carro para todo aquele que oferece serviço de transporte público para seus semelhantes. À medida em que o serviço é remunerado sistematicamente, ele pode comprar um equipamento de melhor qualidade, ao financiar um semelhante que fabrica computadores, uma vez que as relações entre as pessoas que estão sujeitas à lei eterna é uma relação de interdependência, a ponto de uns ofertarem bens a outras pessoas que estejam precisando, uma vez que cada ser humano tem um dom - e esse dom deve posto a serviço de todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Não só isso tem um caráter evangelizador como também faz o país ser tomado como um lar em Cristo, de tal maneira que isso nos prepare para a pátria definitiva, qual se dá no Céu, como disse anteriormente.
4.1) Além do pão de cada dia, o ser humano necessita de vestuário, abrigo, proteção, cultura, conforto.
4.2) Essas coisas que são relativas ao bem-estar são coisas que se autopagam indiretamente, pois preparam o indivíduo de tal maneira que ele sinta bem. E pessoas contentes tendem a produzir mais - e tendem a ser pessoas melhores, mais úteis à sociedade de tal maneira que Deus esteja cada vez mais presente naquelas pessoas e em outras que estejam ao seu redor.
4.3) Essas pessoas que produzem bens que se autopagam indiretamente produzem bens complementares à atividade principal, uma vez que o ser humano não é só uma máquina de trabalhar - a vida tem que ter um sentido, pois ele precisa servir a Deus se quiser ter vida longa nesta terra e a vida neste vale de lágrimas precisa ser um pouco mais confortável, de tal maneira que ele consiga se sentir bem e seguir a sua vocação. E a vocação se funda no diálogo permanente que ele tem com Deus de modo a responder às circunstâncias de vida em que se encontra.
5.1) A riqueza deve ser dada sistematicamente a todo aquele que faz jus a ela de tal maneira a servir a outros semelhantes.
5.2.1) E dar sistematicamente a todo aquele que serve aos irmãos de tal maneira que Cristo esteja mais presente na sociedade se chama distributivismo.
5.2.2) A riqueza deve ser buscada e distribuída de modo que as coisas apontem para o criador: Deus, que operas todas as coisas em todos, de modo que apontem para Ele.
5.2.3) Se não for assim, a riqueza será vista como um sinal de salvação, e só um Deus mau, um demiurgo, é quem divide a sociedade em eleitos e condenados de tal maneira a gerar uma injustiça. E se Deus está contra mim, por estar me condenando de antemão, então minha visão de mundo é de gnose - de revolta contra Deus, pois não vejo amor nas coisas que Ele criou. E não é à toa que a ética protestante leva a um sistema herético de organização da sociedade em que a riqueza tem um fim em si mesmo: o capitalismo.
5.2.4) Como isso decorre de uma cultura herética, então essa cultura só pode ser destruída substituindo-a por aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. E isso pede o cultivo sistemático das almas na verdade e nos fundamentos da santa religião que liga aquilo que se perdeu à conformidade com o Todo que vem de Deus: o catolicismo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2018 (data da postagem original).