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domingo, 31 de dezembro de 2017

Da passagem do feudalismo para o capitalismo e comunismo, tudo começou pela nobreza - e não pela burguesia, pelos que moravam nas cidades fortificadas protegidas pelos senhores feudais

1) Como já foi dito, as sociedades indo-européias são estruturadas em três classes: clero, nobreza, e povo (dedicada ao campesinato e ao artesanato).

2) A nobreza basicamente se dedica à guerra - e é no campo de batalha que surge a nobreza. Afinal, é na guerra que surge toda uma tradição que faz o país ser tomado como um lar em Cristo (se as guerras forem pautadas na fé cristã, de modo a expandir o Império de Cristo sobre a Terra contra as invasões dos islâmicos - e para isso é preciso haver uma relação de cumplicidade entre a nobreza e o povo, tal como se deu em Ourique).

3.1) Em Portugal, não houve feudalismo (Portugal esteve sob domínio dos árabes por muito tempo - é por essa razão que a natureza da nobreza de Portugal é toda pautada no serviço à fé cristã contra os infiéis e a servir a Cristo em terras distantes, numa cruzada permanente. E não é à toa que os almirantes portugueses, como Pedro Álvares Cabral, vinham todos da nobreza).

3.2) É no feudalismo que a guerra perde a natureza de guerra justa (de defesa da fé cristã) para ser guerra de agressão, fundada no amor de si até o desprezo de Deus, coisa que se dá por meio da expansão do território do feudo ou do reino.

3.3.1) A Itália da época de Maquiavel conheceu o feudalismo e esteve toda fragmentada em várias cidades-Estado ou ducados que brigavam entre si, agindo por direito próprio ou sob a influência de uma potência estrangeira, como a Espanha ou a França, que já haviam ido ao mar em busca de si mesmas.

3.3.2) Se a Itália unida é hoje uma comunidade imaginada feita de tal modo que o país seja tomado como se fosse uma segunda religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, então certamente houve um intelectual orgânico, ligado à nobreza, que bolou toda uma doutrina política de tal modo que a Itália ressurgisse e voltasse à antiga glória dos romanos, ao tempos do paganismo. E esse alguém foi Maquiavel.

4.1) A doutrina de Mancini sobre nacionalidade é toda pautada em Maquiavel, assim como a doutrina de Gramsci é pautada em Maquiavel.

4.2) Se o país é tomado como se fosse religião, a ponto de a coroa ter os dois corpos - o corpo espiritual e temporal - , então a nação terá um caráter totalitário, já que o poder está acima da sociedade, a ponto de negar a verdade em pessoa, Cristo Jesus, quando disse que devemos dar a César o que é de César e Deus o que é de Deus. A mesma coisa podemos perceber na Revolução Francesa ou mesmo na Revolução Russa, onde a nobreza foi a grande responsável pela revolução.

4.3.1) Como foi bem dito por Marcelo Dantas, a degeneração da nobreza começa pela opulência - e isso podemos perceber na nobreza francesa e na nobreza russa, que passaram a se dedicar ao serviço público, pois viviam quase todos como nababos.

4.3.2) Como mente vazia é oficina do diabo, a mentalidade revolucionária tomou conta dessas pessoas - da classe inteira, que se tornou ociosa, já que as guerras em que se metiam se dava por força de que esses países iam em busca de si mesmos, de modo que a realeza de cada nação fosse uma mais rica do que a outra, a ponto de causar admiração ou inveja - e essa constante competição pela vanglória levou a um pecado sistemático, até desaguar numa grande marcha a ré pública, edificando liberdade com fins vazios.

4.3.3) Assim, seja por conquistas militares descristianizadas ou por aventuras no ultramar fundadas na vã cobiça, se deu a passagem da Idade Média para a Idade Moderna e Idade Contemporânea, que nada mais é do que uma continuação dos problemas da Idade Moderna acrescida do problema da mentalidade revolucionária (comunismo, fascismo, liberalismo e nazismo).

5.1) O professor Olavo de Carvalho comentou que a nobreza, por conta da experiência em guerra e em assuntos de Estado, começou a atuar também na atividade mercantil. E o surgimento da atividade bancária se deve justamente a isso.

5.2) Afinal, a logística feita para se atender a demanda que havia nas cidades, que estavam renascendo, necessitava de toda uma atividade mais ou menos organizada, que nem aquela que havia nos exércitos - e isso exigia muito dinheiro. E isso às vezes implicava atuar na política, seja ocupando cargos públicos ou agindo por outros meios violentos, como em guerra ou crimes, já que esses dois meios são também continuação da política enquanto conquista do poder fundada no amor de si até o desprezo de Deus.

6.1) O renascimento marcou o ressurgimento da antiga cultura clássica e pagã de que o fim da polis é ir em busca se si mesma, tal como podemos ver nas outras potências marítimas, exceto Portugal - a tal ponto que as nações, que são entidades maiores do que a polis, passaram a ser tomadas como se fossem religião. 

6.2) Neste ponto, podemos ver que a Europa - toda a civilização construída nisso - sucumbirá, exceto Portugal, que guardará a fé, se livre dessa influência nefasta plantada pelos maçons.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2017.

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