1) Meu amigo Rodrigo Arantes dizia o seguinte sobre os direitos humanos: qual é o direito humano de uma baleia? Neste ponto ele foi profético: a justiça argentina concedeu HC para um macaco bonomo, alegando que é pessoa não-humana e que, portanto, tem dignidade.
2) Tudo que é pensado no homem como a medida de todas as coisas desliga a terra ao Céu. O Estado - que, para Hegel, é a mais alta das realizações humanas - será tomado como se fosse religião, pois tudo deve estar nele e nada pode estar fora dele ou contra ele. E neste ponto, ele concentra o corpo temporal e espiritual da nação - a ponto de ser o microcosmos do globalismo, da apatria sistemática, já que não há mais verdade, pois Deus está morto, como diria Nietzsche.
3) Toda vez que pensam sobre direitos humanos, tem-se a impressão de que a história não está conectada ao homem, nem a algum objeto em particular. A história se reduz a um catálogo de coisas em que o menor absurdo registrado é tomado como se fosse coisa, a primeira essência, a primeira verdade, a ponto de levar a qualquer caminho em que o amor de si até o desprezo de cria pontes para o abismo, edificando liberdades com fins vazios. E essa ponte para o abismo é construída por meio de conservantismos, em que se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade. Nada mais insensato do que isso.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 2017 (data da postagem original).
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