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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Notas sobre as duas faces do professor Olavo de Carvalho: a do ídolo, que leva ao inferno, e a do ícone, que leva ao Céu

1) Quando se toma o professor Olavo de Carvalho por ícone, como modelo de conduta virtuosa, você aprende a ser generoso, a ser um bom professor que vive para dar aulas, amando a sabedoria e  mostrando ser um pai espiritual para com seus alunos. Este é o Olavo que vi na História Essencial da Filosofia e no COF.

2) Quando se toma o professor Olavo de Carvalho por ídolo, você aprende a ser a pior pessoa do universo. Se você conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, você aprende a falar palavrão e a bancar o dono da verdade, a ponto de mandar tomar naquele lugar quem discorda de você, já que não há outra pessoa para você que não o seu ídolo.

3) O professor Olavo foi tomado por Deus por todos aqueles que viram o True Outspeak ou o facebook - e isso já se tornou uma coisa perigosa. Se não tomo meu país como se fosse religião, então esta faceta da personalidade do Olavo descrita no ponto 2 não me serve.

4) Poucos alunos lembrarão do Olavo como ícone. A massa ignara que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade o tomará como ídolo.

5.1) Esses são os dois lados da revolução que virá: uma virá dos poucos pios que aprenderam o que há de melhor do professor Olavo, restaurando a fé católica e aquilo que foi fundado em Ourique; a outra será composta dos muitos de seus alunos, ricos do amor de si até o desprezo de Deus e que se escandalizam com a separação de sujeito e verbo com uma vírgula. Essa gente causará num estrago na cultura do Brasil tão grande que será de difícil reparação.

5.2) Essa gente conservantista não é uma marolinha, nem uma onda: trata-se de uma tsunami. E isso é pior do que a esquerda ignorante, pois é uma esquerda que se diz de direta. Essa gente tem cultura, é pedante e arrogante - e agravará ainda mais o desprezo pelo povo pelo verdadeiro saber. É o que pude ver de alguns alunos do Olavo na rede social.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2017.

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